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Mais de quarenta anos depois do fim da banda mais famosa da história da música, os fãs dos Beatles continuam tentando entender quais motivos levaram o quarteto britânico a se separar, tão precocemente, e no auge da fama, em 1970. Uma obra recém-lançada nos Estados Unidos e sem previsão de chegada ao Brasil, “You Never Give me your Money: The Beatles after the Breakup” (Você nunca me dá seu dinheiro: os Beatles após o rompimento, na tradução literal), ajuda a engrossar o caldo de suposições. Nela, o autor, Peter Doggett, exime de culpa a vilã preferencial Yoko Ono, companheira de John Lennon, que o teria afastado dos parceiros, e atribui a cisão a um erro de gestão. Ou melhor, ao pior erro de gestão da história da indústria do entretenimento, segundo ele. Que, para desespero dos beatlemaníacos que sonham com as canções que poderiam ter sido feitas, tinha chance de ser evitado.
Para justificar sua tese, o americano Doggett, jornalista especializado em música e também autor de “The Art and Music of John Lennon” (sobre a criação dos Beatles), lança luzes sobre as duas grandes teorias acerca da tensão que se criou entre John Lennon e Paul McCartney e o fim dos Beatles. A primeira, e consagrada, coloca a presença ostensiva de Yoko Ono entre eles como responsável pelos conflitos. E a segunda culpa a ganância do advogado americano Allen Klein, que representava os Rolling Stones e substituiu o empresário de confiança do grupo Brian Epstein, morto em 1967.
Na opinião de Doggett, tanto Yoko quanto Linda Eastman, a então namorada e futura esposa de Paul, eram mulheres fortes, que apenas queriam ficar perto dos homens que amavam. O advogado Klein não tem uma avaliação tão simpática. É considerado um canalha e responsável por batalhas épicas entre os integrantes da banda. O americano que substituiu Epstein articulou uma aliança de John, Ringo Starr e George Harrison contra Paul, porque ele preferia que o pai de sua noiva, o empresário Lee Eastman, cuidasse dos negócios do grupo. A partir daí, criou-se uma grande distância entre Paul e o resto do grupo.
Para Doggett, as brigas sem motivo entre aqueles garotos de vinte e poucos anos poderiam ter sido controladas com a presença de uma pessoa sensata que conseguisse mostrar o óbvio: que a banda era muito maior do que os talentos individuais de seus integrantes. Segundo o autor, as pessoas mais maduras que auxiliavam o quarteto tiveram pouca utilidade, como o produtor George Martin, “amável demais”, e o responsável pela gravadora deles, a Apple, Neil Aspinall, que apenas se ocupava dos negócios e permaneceu alheio à batalha de egos que tomou conta do grupo. Em sua opinião, ninguém envolvido na gestão da banda foi inteligente o suficiente ou teve coragem o bastante para forçar dois jovens imaturos (leia-se Paul e John), dos quais todo aquele império musical dependia, a procurar terapia.
O livro começa com o assassinato de John em Nova York, em 1980, e logo depois se volta para o final dos anos 60, quando “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, o oitavo álbum, considerado por muitos o melhor de todos, foi lançado, em 1967. O autor conta que Paul e John usavam até músicas para se provocar – caso da canção que dá título ao livro, “You Never Give me your Money”, de Paul McCartney, do álbum “Abbey Road”. Doggett critica tanto as atitudes arrogantes de Paul, que queria ser o líder da banda, quanto a mesquinhez de John, que se opunha a qualquer tentativa de reconciliação. “É surpreendente que ele seja lembrado como um mártir amante da paz”, afirma.
O autor especula, ainda, que pode ter sido justamente a abundância de dinheiro que fez com que os quatro não se esforçassem para se manter juntos. Antes da morte de John, eles recebiam seguidas propostas para retomar o grupo em troca de US$ 30 milhões. Mas o dinheiro foi um instrumento fraco de convencimento. Como se sabe, a tão esperada reconciliação nunca houve. Mas, no imaginário dos beatlemaníacos, a banda permanece unida, assim como no rádio, na televisão, na internet, em filmes e videogames. Para os fãs daquela época, de hoje e provavelmente das próximas gerações, John, Paul, Ringo e George nunca se separaram.
Para quem quiser conferir um trecho do livro de Peter Doggett, o link é:
Concordo com essa teoria e fiquei interesado em ler esse livro !!
ResponderExcluirCom certeza se houve-se alguem para orientar os rapazes como o Brian Esptein fazia , talvez o fim do grupo poderia acontecer muitos anos depois.Tambem acho que se eles tivessem dado um tempo lançando discos solos da mesma forma que o pessoal faz hoje sem terminar com a banda talvez eles ainda tivessem por aí como os Rolling Stones , mas sabe como é pode ser que talvez hoje não houvesse essa Mistica sobre a banda !!
BEATLES FOREVER !!!!!
Realmente os Beatles poderiam ficar juntos mais uns 3 ou 4 anos e fazendo coisas maravilhosas e mágicas, isso é apenas suposição, é dificil saber o que poderia acontecer. Mas uma coisa temos que concordar eles deram mais do que todas as bandas e artistas deram cantando ou compondo por muito mais tempo que eles, ninguém fez mais que eles e as músicas estão aí para sempre. Eles são os maiores por toda a eternidade, disso ninguém tem dúvida. Um abraço, Edu.
ResponderExcluirImaginem só o disco dos Beatles de 70/71. Teria ´´all things must pass ; maybe i´m amazed ; imagine ; what is life ; another day ; jealous guy....etc
ResponderExcluirUm sonho !
Leonardo, você tirou o pensamento de meu cérebro. Sempre me pergunto como seria um disco dos Beatles em 70/71. Cara, acho que a humanidade não estava pronta para uma dádiva destas, por isso não ocorreu... Mas ainda me pego com os olhos marejados de lágrimas, sempre que penso como seria...
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