quarta-feira, 20 de junho de 2012

OS ESTADOS UNIDOS VERSUS JOHN LENNON

É difícil para alguém com menos de 40 anos lembrar disso, mas já houve uma época em que os EUA ainda não eram governados por Barack Obama, em que uma guerra nonsense era questionada com força pela população estadunidense, e em que a luta da cultura pop contra os poderes constituídos era mais consistente do que os argumentos de Michael Moore.
Estamos falando aqui do final da década de 60, quando Richard Nixon comandava o xadrez sangrento da Guerra do Vietnã e suava para enfrentar a opinião pública. Além de se preocupar com a mídia e com os bastidores do jogo político, naquela época ainda claramente polarizado, o então presidente tinha um belo calo na figura dos artistas, que inflamavam a população contra suas decisões. John Lennon é o mais notório dessa lista. Não mais o Beatle de cabelo arrumadinho, logo após o fim da banda com Abbey road, o inglês investia cada vez mais em sua nova persona, com carreira solo e ao lado de sua musa Yoko Ono.
Morando nos EUA, Lennon se tornou uma metralhadora de marca maior, cada vez mais mirada na Casa Branca. Talvez por influência de Yoko, talvez pelo seu saco cheio com a situação mundial, o músico se politizou, aliando-se a figuras ativistas, como o líder do grupo Panteras Negras Bobby Seale, contra todas as decisões do governo Nixon.
É essa situação que Os Estados Unidos contra John Lennon se propõe a explorar, em sua montagem cuidadosa. O documentário resgata a história de então, costurando vídeos da época com depoimentos de nomes que vão de Gore Vidal ao apresentador sensacionalista Geraldo Rivera. Em retaliação à sua posição de "figura pública com opinião", Lennon tornou-se alvo preferencial de Nixon e de J. Edgar Hoover, o mítico diretor do FBI. A agência espionou o músico, levantando um imenso dossiê. A guerra viria à tona quando a justiça decidiu deportá-lo, usando como desculpa uma apreensão de maconha na Inglaterra, anos antes.
Os Estados Unidos contra John Lennon tem lá suas falhas, como não se aprofundar no que Lennon realmente defendia (bem diferente do ele atacava) ou dar a entender que Sean foi seu primeiro filho. Mas cumpre seu papel ao apresentar, a um público que não tem um forte referencial ao microfone, sua figura contestadora. Devia servir de exemplo para esse bando de artistas franguinhos que estão por aí. O mundo precisa, cada dia mais, de um galo bravo feito Lennon. Fonte do texto: Omelete - Por Eduardo Viveiros.
O álbum com a trilha sonora nada acrescenta à obra de Lennon ou sua discografia “oficial”. É só mais um “Besta Of”, mas é legal porque a qualidade dessas remasterizações é fantástica e a qualidade do som excelente. Quando toca o “Instant Karma is gonna get you...”, é como se estivessem aqui de verdade. Histórico, Indispensável e absolutamente Imperdível!
 

6 comentários:

  1. Muitos são os que acham que John Lennon perdeu essa luta. Contra os EUA, que se dobrou e se rendeu em 1975, quando enfim, resolveu calar a boca e aprender “a fazer pão e cuidar do bebê”. Ok. De certa forma, estão certos. Era melhor ficar quieto. Depois de cinco anos de castigo, resolveu aparecer de novo. Então, foi o fim. Mas ninguém se engane: o “bicho” ainda vivia ali, na mesma cabeça que criou os Beatles, “Help!”, “Wachting The Wheels” e um dia disse que “The Beatles” eram mais populares que Jesus. E eram mesmo. E ainda são! E isso não vai acabar nunca. Amém! Jesus, foi mal aí...

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  2. É, realmente, Lennon sempre foi contra o estabelecimento, sempre foi um cara genial e inquieto, mesmo quando foi um beatle, baixei da internet uma coleção de imagens incríveis, que nunca tinha visto e vi uma que chamou minha atenção, os Beatles em 65, em Liverpool, naquela volta deles em 65,depois da condecoração,eles no prédio da prefeitura, uma multidão, acho que Liverpool inteira lá embaixo e ele fez o sinal de Hitler,como dominando tudo,levantando o braço, achei engraçado e muito petulante e ví que ele sempre foi um cara que estava sempre contra tudo e todos, acho que ninguém notou mas alí estava um cara que dominava o mundo todo e brincava com isso, não levava a sério, era realmente um jeito bem Beatle de viver a loucura de ser um Beatle e seria assim por todo o sempre.

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  3. A verdade é que tal como naquele tempo,a merda continua e os artistas atuais são,em sua maioria,marionetes preocupadas com mansões,drogas e fanzocas sem neurônios. Lennon apenas ressoava o que sentia e ouvia das vozes e corações das pessoas!

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  4. C. Augusto dos Anjos24 de junho de 2012 às 17:20

    Lennon era ímpar!

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  5. Infelizmente com a morte do John o mundo e a humanidade perdeu alguém que apontava o dedo e falava o que pensava e não deixava a hipocrisia reinar sossegada como atualmente !!!
    O Que mais tem hoje é puxa-saco e engomadinho bonitinho !!!

    Esse documentário é muito bom mesmo e deveria passar nas escolas para essa criançada saber distinguir a podridão que nos governa !!!

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  6. Eu as vezes imagino essa pessoa nesse mundo louco de hoje! Como essa mente faz falta!

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