Há exatos 45 anos, no dia 18 de outubro de
1968, a polícia antidroga invadiu o apartamento na 34 Montagu Square, em
Londres, e prendeu o casal John Lennon e Yoko Ono por porte de drogas. Foram encontrados
200 gramas de haxixe, uma máquina de enrolar cigarros com traços de maconha e
meia grama de morfina. A situação foi mais dramática ainda porque os dois,
apesar de já morarem juntos, eram ainda casados no papel com outras pessoas.
Além disso, Yoko estava grávida de Lennon e com a prisão sofreu um aborto dias
depois. Em principio, os dois negaram que as drogas pertenciam a eles, mas
depois, por medo que Ono fosse extraditada, o Beatle assumiu a culpa. Pagou uma
fiança e recebeu uma advertência que, em caso de reincidência, ficaria um ano
na cadeia. Casos anteriores de famosos com drogas já eram conhecidos do grande
público, mas na época da prisão, John Lennon estava no auge do sucesso com os Beatles. O
músico inglês era um superstar. E, de certa forma, sua prisão serviu para uma
espécie de glamurização da droga. Estamos nos libertários anos 1960 e as drogas
são vistas com certo romantismo, como expansores de consciência e um ato contra
o establishment. John Lennon assim como outros artistas da época representavam
uma voz contra o sistema e o consumo de drogas fazia parte do pacote.
Mas assim como cabelo moicano dos punks dos
anos 1970 se banalizou na cabeleira de jogadores de futebol, com as drogas aconteceu a mesma
coisa. Elas perderam um pouco o papel contestatório, apesar de reafirmar seu
caráter marginal com o estabelecimento dos grandes cartéis de droga no mundo.
Além disso, drogas como a maconha, que eram demonizadas no passado, hoje em
muitos países, inclusive no Brasil, se discute a legalização ou a
descriminalização da substância. Da glamorização à banalização: se John Lennon
e outros artistas serviram para difundir e desmistificar que o consumo de
drogas é algo presente no cerne das sociedades ocidentais mesmo com sua
política de combate ao tráfico, nos 2000, patricinhas como Lindsay
Lohan e Paris
Hilton comprovam
que muito do traço libertário associado ao uso de entorpecentes faz parte de um
passado. Em tempo: O apartamento que Lennon e Yoko viviam na época em que foram
presos, era de Ringo e ganhou placa comemorativa, em 2010.Aqui no Baú já apareceu uma matéria bem legal , sobre o temido Sgt. Pilcher, que era o "caçador de bruxas" do rock, e que foi ele quem efetuou as prisões de John, George, e tantos outros pop stars da época. Para quem não viu, ou queira relembrar, o link é: http://obaudoedu.blogspot.com/2011/05/voce-conhece-o-sargento-pilcher.html
Ótimo texto. Bem contextualizado.Li tantas vezes sobre este episódio mas finalmente alguém colocou a coisa no lugar. O texto sobre o Sgt.Pilcher é impagável.Quem não leu vá fundo!
ResponderExcluirJohn naquela época foi fundo nas drogas,o que talvez tenha lhe trazido muitas consequências ruins,mas todos usavam e abusavam de tudo, autoridades como essa besta desse sgt Pilcher prendia qualquer grupo de Rock que ele achava necessário.
ResponderExcluirFiquei com pena da Yoko ter abortado, mas acho que nem foi só pelo susto de ter sido presa, mas pelo efeito das drogas no corpo dela, ela estando grávida, se gravidez com álcool não é certo, imagina drogas mesmo, ela sofri muito atrás de recuperar sua filha do casamento anterior, a Kyoko, apesar dos altos e baixos no seu relacionamento com John, John fez muito por ela, pra ajudá- lá a recuperar sua filha, isso é inegável.
ResponderExcluirOq me dá mais pena é dele ter ido tão cedo, deixando 2 filhos, o Julian,(seu filho do seu 1° casamento com a Cyn), não deu tempo o suficiente pra consertar o relacionamento de pai e filho, e o Sean pequenininho com apenas 5 anos ( seu filho com Yoko).