Embora as tirinhas de Mafalda tenham sido produzidas entre as décadas de 60 e 70, a obra de Quino continua atual e instigante. Difícil não se surpreender com a lucidez da personagem em relação às questões do mundo.
Para relembrar: Mafalda tem seis anos, é fã dos Beatles e odeia sopa. Vive refletindo sobre a sociedade de consumo, o papel da televisão, a alienação, a política que favorece minorias e por aí vai. Ela ainda observa como os adultos não cumprem aquilo que ordenam às crianças.
Além dos pais de Mafalda, um corretor de seguros e uma dona de casa, fazem parte desse universo: Susanita que, quando crescer, quer casar com um marido, o garoto Manolito que, por influência do pai comerciante, só pensa em como ganhar mais dinheiro e Miguelito, o menino de bom coração que se esforça para entender o que Mafalda diz, mas acaba sempre compreendendo o que é dito de modo literal.
Aos 50 anos, suas tirinhas parecem terem sido escritas ontem. “Sem ir muito longe, ano passado saiu na Itália um livro sobre Mafalda. O mais incrível é como muitas histórias pareciam fazer referência direta à campanha de Berlusconi”, comenta o cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, o Quino, que a deu vida de 1964 a 1973.
Uma garota idealista e sincera, louca pelos Beatles, Mafalda nunca se calou diante da inquietude que lhe causava um mundo adulto que não lhe oferecia respostas satisfatórias, algo que persiste até o século 21. Para Quino, “nossa obrigação é acreditar que o futuro vai ser melhor, mas no fundo sabemos que tudo continuará sendo como até agora”. Que, como Mafalda, possamos ser críticos diante da realidade que nos é apresentada. Sinceros, talvez, irônicos, mas sempre dispostos à mudança que existe, às vezes, somente nos corações de crianças de 06 anos.
Eita , gostei desse post , Edu !!!
ResponderExcluirConhecia bem pouco sobre a Mafalda !!
Valeu !!!
Muito bom! Muito bom!
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