Que os Beatles foram a maior de todas as bandas de rock, só quem não conhece história pode discordar. Já sobre quem era o mais importante, os beatlemaníacos se debatem há décadas. SeJohn era o mais culto e politizado, George o mais espiritualista e habilidoso e Ringo o mais simpático, poucos negam que Paul era o diplomático do grupo e também o mais preocupado com o sucesso e com desafios artísticos e profissionais. Mas considerá-lo apenas um músico ambicioso dá uma visão limitada sobre Paul McCartney, o mais bem-sucedido ex-Beatle. Dono de uma habilidade em criar melodias eternas e cantá-las com uma voz que desafia o tempo, Sir Paul McCartney já explorou outras áreas além do pop-rock. Compondo sinfonias eruditas, escrevendo poemas ou pintando quadros, Paul sempre foi e é um artista de rara sensibilidade. E que viveu uma das grandes histórias de amor do mundo da música, com a fotógrafa Linda McCartney, sua companheira por quase 30 anos, falecida em 1998, vítima de câncer.
Foi uma fase dura para o artista, mas que aos poucos foi mostrando que ainda tinha muita energia para dedicar à música. Em 1999, como que para exorcizar a tristeza, reuniu um time de peso (que incluia David Gilmour, do Pink Floyd) e gravou Run Devil Run, uma brilhante ode ao rock’n roll dos anos 50. Veio em seguida um célebre show no The Cavern, casa noturna onde ele havia estreado com os Beatles décadas atrás.
Em 2001, com quase 60 anos de idade, Paul mostrou que, apesar de ainda nostálgico, continua olhando para o futuro. Na época, prestes a se casar com a militante de campanhas humanitárias (aham!) Heather Mills, que conheceu durante um evento em 1999, Paul experimentouuma nova fase de alguma criatividade em sua carreira.
Com Driving Rain, lançado em novembro, o velho Macca voltou a mostrar por quê é um dos maiores músicos do nosso tempo. São baladas roqueiras e canções românticas (ou seria o contrário que apresentam o veterano Paul a uma nova geração que “descobriu” os Beatles com a coletânea “1”. Dentre as 16 faixas (todas inéditas), duas ele compôs em parceria com seu filho James McCartney, com quem já havia tocado junto no álbum Flaming Pie, de 1997. A música de abertura, Lonely Road, é um rock cativante com uma letra emocionada que ele escreveu para a falecida esposa. Outras faixas também são dedicadas à Linda, dando um clima inevitavelmente triste em algumas passagens. A faixa-bônus (“Freedom”), composta e gravada de última hora, não consta no checklist do encarte, e foi acrescentada a pedido de Paul. A música foi feita por ele para homenagear as vítimas do ataque ao World Trade Center e para arrecadar fundos para as famílias dos bombeiros mortos. Há também uma composição inspirada em Heather, a paixão que resgatou sua alegria de viver e o incentivou a gravar mais um disco. A faixa que leva o nome dela é quase toda instrumental, com uma letra bem curta. Talvez porque sobre Heather, Paul ainda tivesse pouco a dizer e muito a sentir. Sentimento, aliás, é o que norteia esse trabalho dessa lenda viva da música pop.
Baita álbum. E pelos motivos descritos no post, sempre ouço ele com dor ao lembrar de Linda.
ResponderExcluirComo tudo na vida essa "nova" fase do Paul após a more de Linda,teve seus altos e baixos, mas creio que os altos ,principalmente os musicais provaram isso !!
ResponderExcluirNão me lembro de ter visto antes um senhor de 60/70 anos tão ativo e dispostos a superar a si mesmo com tanta energia e criatividade !!
Paul McCartney é " O Cara " !!!
Aliás, esse disco é bem pouco convencional.
ResponderExcluirQual a capa desse disco? a do banheiro ou essa do carro?
ResponderExcluirA do banheiro, Murilão. Mas eu acho muito feia e preferi essa alternativa. Ok? Abração!
ResponderExcluirVlw, Edu. Eu me confundo pois sempre colocam estas duas referências.
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