Por João Carlos de Mendonça
O grupo surgiu ainda como parte de OS NOVOS BAIANOS. Era a turma que alicerçava a diversidade criativa dos demais (a pegada rock de Pepeu, a bossa e os sambas de Moraes e Paulinho e as “quebradas” regionais de Baby). O nome bolado por Caetano Veloso manteve-se quando se tornaram acompanhantes da carreira solo de Moraes Moreira, mas já com a formação diferente quando partiram pra uma carreira como grupo. Apesar de jovens, todos eram músicos escolados, assim ao baixo de DADI, à bateria de GUSTAVO e às guitarras e bandolins do ARMANDINHO, juntaram-se o tecladista MU (irmão do Dadi) e o percussionista ARY. E esta foi a formação mais bem sucedida de A COR DO SOM, mesmo tento o brilhante guitarrista Victor Biglione passado uma chuva no conjunto quando da defecção do Armandinho. Logo no primeiro disco (1977), notava-se que a proposta do grupo era notadamente pós-tropicalista. Noutras palavras, toques de música erudita deslizavam entre números instrumentais, chorinhos, rocks, baladas e até certa levada “carnavalizante”. Se esse trabalho primogênito não foi recebido com o “auê” que merecia, encantou ninguém menos que o Claude Nobs. Portanto, A COR DO SOM foi o primeiro grupo brasileiro a apresentar-se no FESTIVAL DE MONTREUX (1978), show que originou o segundo disco (ao vivo) da banda. Convém, no entanto ressaltar que estes 2 trabalhos eram totalmente instrumentais. Portanto, apenas os “descolados” estavam a par dos feitos daquele pessoal, que até então não conseguia adentrar o mundinho encantado das rádios e TVs brasileiras e, por conseguinte, não chegara ainda ao grande público. Não posso afirmar se foi realmente proposital, mas o álbum de 1979, chamado “FRUTIFICAR”, além da capa exibindo as belas faces juvenis dos 5 cabeludos, reunia uma lista de convidados de altas patentes dos estúdios brasileiros, algumas canções de viés pop, além de belas faixas instrumentais de feitios diversos. A verdade é que de repente e “de cara”, duas pérolas não paravam de tocar em rádios; um xote escrito pela dupla Dominguinhos/Gil “Abri A Porta” (com um arranjo meio balada meio reggae e referências a “Here, There & Everywhere) e “Beleza Pura” de Caetano Veloso, garantiram estrelato imediato à banda. Da noite pro dia, qualquer evento com o conjunto reunia audiência no mínimo duplicada onde aparecessem. Garotas deslumbradas, maluquetes e caretas, colegiais e universitários e, principalmente a crítica musical. O LP teve vendagens surpreendentes. Não foi a toa que A COR DO SOM participou do disco buarquiano A ÓPERA DO MALANDRO, na faixa “Hino De Duran”. A fórmula deu certo no disco seguinte, “TRANSE TOTAL”, com mais faixas “cantadas” bombando nas paradas, como “Palco” (Gil) e “Zanzibar” (Armandinho/Fausto Nilo). E aqui, cabe um toque importante: “todas as músicas acima mencionadas e que viraram sucessos retumbantes, escritas pelos autores citados, foram lançadas originariamente pelo conjunto”, antes mesmo de serem regravadas pelos compositores. O disco seguinte, “MUDANÇA DE ESTAÇÃO” que traz a canção “Alto Astral” (precursora do som de grupos como o ROUPA NOVA), marca a saída de Armandinho. O grupo seguiu em frente, mas infelizmente sem a aceitação de até então e, a partir desse período, foi sumindo do mapa musical, embora continuasse lançando discos até 1986.
A formação clássica foi se desfazendo, entretanto, vez em quando ainda se reúnem eventualmente para celebrações pontuais. Sem tirar nem por, A COR DO SOM foi o arco-íris que ligou a MPB ao BRock dos anos 80. Enfim, eles também passearam por aquela garoa... Numa boa!
O grupo surgiu ainda como parte de OS NOVOS BAIANOS. Era a turma que alicerçava a diversidade criativa dos demais (a pegada rock de Pepeu, a bossa e os sambas de Moraes e Paulinho e as “quebradas” regionais de Baby). O nome bolado por Caetano Veloso manteve-se quando se tornaram acompanhantes da carreira solo de Moraes Moreira, mas já com a formação diferente quando partiram pra uma carreira como grupo. Apesar de jovens, todos eram músicos escolados, assim ao baixo de DADI, à bateria de GUSTAVO e às guitarras e bandolins do ARMANDINHO, juntaram-se o tecladista MU (irmão do Dadi) e o percussionista ARY. E esta foi a formação mais bem sucedida de A COR DO SOM, mesmo tento o brilhante guitarrista Victor Biglione passado uma chuva no conjunto quando da defecção do Armandinho. Logo no primeiro disco (1977), notava-se que a proposta do grupo era notadamente pós-tropicalista. Noutras palavras, toques de música erudita deslizavam entre números instrumentais, chorinhos, rocks, baladas e até certa levada “carnavalizante”. Se esse trabalho primogênito não foi recebido com o “auê” que merecia, encantou ninguém menos que o Claude Nobs. Portanto, A COR DO SOM foi o primeiro grupo brasileiro a apresentar-se no FESTIVAL DE MONTREUX (1978), show que originou o segundo disco (ao vivo) da banda. Convém, no entanto ressaltar que estes 2 trabalhos eram totalmente instrumentais. Portanto, apenas os “descolados” estavam a par dos feitos daquele pessoal, que até então não conseguia adentrar o mundinho encantado das rádios e TVs brasileiras e, por conseguinte, não chegara ainda ao grande público. Não posso afirmar se foi realmente proposital, mas o álbum de 1979, chamado “FRUTIFICAR”, além da capa exibindo as belas faces juvenis dos 5 cabeludos, reunia uma lista de convidados de altas patentes dos estúdios brasileiros, algumas canções de viés pop, além de belas faixas instrumentais de feitios diversos. A verdade é que de repente e “de cara”, duas pérolas não paravam de tocar em rádios; um xote escrito pela dupla Dominguinhos/Gil “Abri A Porta” (com um arranjo meio balada meio reggae e referências a “Here, There & Everywhere) e “Beleza Pura” de Caetano Veloso, garantiram estrelato imediato à banda. Da noite pro dia, qualquer evento com o conjunto reunia audiência no mínimo duplicada onde aparecessem. Garotas deslumbradas, maluquetes e caretas, colegiais e universitários e, principalmente a crítica musical. O LP teve vendagens surpreendentes. Não foi a toa que A COR DO SOM participou do disco buarquiano A ÓPERA DO MALANDRO, na faixa “Hino De Duran”. A fórmula deu certo no disco seguinte, “TRANSE TOTAL”, com mais faixas “cantadas” bombando nas paradas, como “Palco” (Gil) e “Zanzibar” (Armandinho/Fausto Nilo). E aqui, cabe um toque importante: “todas as músicas acima mencionadas e que viraram sucessos retumbantes, escritas pelos autores citados, foram lançadas originariamente pelo conjunto”, antes mesmo de serem regravadas pelos compositores. O disco seguinte, “MUDANÇA DE ESTAÇÃO” que traz a canção “Alto Astral” (precursora do som de grupos como o ROUPA NOVA), marca a saída de Armandinho. O grupo seguiu em frente, mas infelizmente sem a aceitação de até então e, a partir desse período, foi sumindo do mapa musical, embora continuasse lançando discos até 1986.
A formação clássica foi se desfazendo, entretanto, vez em quando ainda se reúnem eventualmente para celebrações pontuais. Sem tirar nem por, A COR DO SOM foi o arco-íris que ligou a MPB ao BRock dos anos 80. Enfim, eles também passearam por aquela garoa... Numa boa!
Eita! Dessa fez fui pego de surpresa. Valeu!
ResponderExcluirSó músicos fera. Belo texto, como sempre, João Carlos.
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