sábado, 9 de abril de 2016

SÁBADO SOM - A COR DO SOM - BELEZA PURA!


Por João Carlos de Mendonçahttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLf5RfJUTZDpcTOCNdT7THPNwPAPdjJjsw_ocapm3_Os5L0kHrmAueYnkLeZlw-I7bIBxWdS7aPn0S-23s6NTY61EjeNy_wAW__g6I3JycLIHP4ldl8o7QiWxYODT8UoXC_0qgNr_BC0c/s1600/
O grupo surgiu ainda como parte de OS NOVOS BAIANOS. Era a turma que alicerçava a diversidade criativa dos demais (a pegada rock de Pepeu, a bossa e os sambas de Moraes e Paulinho e as “quebradas” regionais de Baby). O nome bolado por Caetano Veloso manteve-se quando se tornaram acompanhantes da carreira solo de Moraes Moreira, mas já com a formação diferente quando partiram pra uma carreira como grupo. Apesar de jovens, todos eram músicos escolados, assim ao baixo de DADI, à bateria de GUSTAVO e às guitarras e bandolins do ARMANDINHO, juntaram-se o tecladista MU (irmão do Dadi) e o percussionista ARY. E esta foi a formação mais bem sucedida de A COR DO SOM, mesmo tento o brilhante guitarrista Victor Biglione passado uma chuva no conjunto quando da defecção do Armandinho. Logo no primeiro disco (1977), notava-se que a proposta do grupo era notadamente pós-tropicalista. Noutras palavras, toques de música erudita deslizavam entre números instrumentais, chorinhos, rocks, baladas e até certa levada “carnavalizante”. Se esse trabalho primogênito não foi recebido com o “auê” que merecia, encantou ninguém menos que o Claude Nobs. Portanto, A COR DO SOM foi o primeiro grupo brasileiro a apresentar-se no FESTIVAL DE MONTREUX (1978), show que originou o segundo disco (ao vivo) da banda. Convém, no entanto ressaltar que estes 2 trabalhos eram totalmente instrumentais. Portanto, apenas os “descolados” estavam a par dos feitos daquele pessoal, que até então não conseguia adentrar o mundinho encantado das rádios e TVs brasileiras e, por conseguinte, não chegara ainda ao grande público. Não posso afirmar se foi realmente proposital, mas o álbum de 1979, chamado “FRUTIFICAR”, além da capa exibindo as belas faces juvenis dos 5 cabeludos, reunia uma lista de convidados de altas patentes dos estúdios brasileiros, algumas canções de viés pop, além de belas faixas instrumentais de feitios diversos. A verdade é que de repente e “de cara”, duas pérolas não paravam de tocar em rádios; um xote escrito pela dupla Dominguinhos/Gil “Abri A Porta” (com um arranjo meio balada meio reggae e referências a “Here, There & Everywhere) e “Beleza Pura” de Caetano Veloso, garantiram estrelato imediato à banda. Da noite pro dia, qualquer evento com o conjunto reunia audiência no mínimo duplicada onde aparecessem. Garotas deslumbradas, maluquetes e caretas, colegiais e universitários e, principalmente a crítica musical. O LP teve vendagens surpreendentes. Não foi a toa que A COR DO SOM participou do disco buarquiano A ÓPERA DO MALANDRO, na faixa “Hino De Duran”. A fórmula deu certo no disco seguinte, “TRANSE TOTAL”, com mais faixas “cantadas” bombando nas paradas, como “Palco” (Gil) e “Zanzibar” (Armandinho/Fausto Nilo). E aqui, cabe um toque importante: “todas as músicas acima mencionadas e que viraram sucessos retumbantes, escritas pelos autores citados, foram lançadas originariamente pelo conjunto”, antes mesmo de serem regravadas pelos compositores. O disco seguinte, “MUDANÇA DE ESTAÇÃO” que traz a canção “Alto Astral” (precursora do som de grupos como o ROUPA NOVA), marca a saída de Armandinho. O grupo seguiu em frente, mas infelizmente sem a aceitação de até então e, a partir desse período, foi sumindo do mapa musical, embora continuasse lançando discos até 1986.http://kultme.com.br/kt/wp-content/uploads/2015/06/
A formação clássica foi se desfazendo, entretanto, vez em quando ainda se reúnem eventualmente para celebrações pontuais. Sem tirar nem por, A COR DO SOM foi o arco-íris que ligou a MPB ao BRock dos anos 80. Enfim, eles também passearam por aquela garoa... Numa boa!

2 comentários:

  1. Eita! Dessa fez fui pego de surpresa. Valeu!

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  2. Só músicos fera. Belo texto, como sempre, João Carlos.

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