quarta-feira, 31 de agosto de 2016

BOB DYLAN - HIGHWAY 61 REVISITED - 51 ANOS

Há 51 anos, Bob Dylan lançava o disco divisor de águas da carreira dele, Highway 61 Revisited. O álbum decepcionou muitos puristas do folk, mas transformou Dylan em uma estrela do rock no momento exato em que a cena folk estava se dissipando. Além disso, o LP possui a melhor música de todos os tempos (segundo a Rolling Stone), “Like a Rolling Stone”.Resultado de imagem para Highway 61 Revisited
“Era algo ritmado em um papel, tratando-se do meu ódio constante”, disse o músico; a canção já foi tocada ao vivo por ele mais de 2 mil vezes. Há exatos 51 anos Bob Dylan entrou no Studio A, da Columbia Records, em Nova York, para gravar “Like a Rolling Stone”, aclamada a melhor música de todos os tempos pela Rolling Stone. A música chegou às lojas apenas um mês depois, alcançando o segundo lugar das paradas norte-americanas (atrás de “Help!”, dos Beatles) e influenciou uma geração inteira de músicos. “Aquele estouro [do começo da música] soou como se alguém tivesse chutado e aberto a porta da sua mente”, disse Bruce Springsteen quando Bob Dylan entrou no Hall da Fama do Rock and Roll, em 1988. “Quando eu tinha 15 anos e escutei ‘Like a Rolling Stone’, ouvi um cara que tinha coragem para assumir o mundo inteiro, e que me fez sentir como se eu tivesse que fazer isso também.” Um mês antes de gravar “Like a Rolling Stone”, Dylan estava na Europa encerrando a turnê solo acústica registrada no documentário Don't Look Back, de D.A. Pennebaker. A elétrica “Subterranean Homesick Blues” estava tocando no rádio há três meses, mas os shows dele ainda eram acústicos e as músicas de protesto como “The Lonesome Death of Hattie Carroll” e “The Times They Are-A Changin’” estavam cravadas nos setlists. Contudo, em algum lugar da turnê, Dylan começou a rascunhar um texto longo e em formato livre que ele comparou a “vomitar”. “[Aquilo era] só algo ritmado em um papel, tratando-se do meu ódio constante”, disse ele. “Direcionado a algum ponto que era honesto.” Ele voltou a Woodstock quando a turnê terminou e continuou a trabalhar naquilo. “Os dois primeiros versos, que rimavam ‘kiddin' you’ com ‘didn't you’, simplesmente me nocautearam”, disse Dylan à Rolling Stone EUA em 1988. “E quando eu cheguei nos malabaristas, cavalos cromados e a princesa na torre, aquilo tudo ficou muito grande.” É uma canção venenosa, mas ele nunca revelou publicamente a inspiração para ela, assumindo que possa ser até mesmo uma única pessoa. Chutaram que a “Miss Lonely” pode ser qualquer um, de Edie Sedgwick e Marianne Faithful, ou até Joan Baez. Mas a resposta certamente não é tão simples. “Like a Rolling Stone” foi ganhando forma em 15 de junho de 1965, quando Dylan começou a trabalhar no álbum Highway 61 Revisited. A quarta tentativa de gravar a música, em 16 de junho foi a definitiva – que foi lançada –, mas Dylan e a banda que o acompanhou – Mike Bloomfield na guitarra, Paul Griffin no piano, Bobby Gregg na bateria e Joseph Macho no baixo, com Al Kooper nos teclados e Tom Wilson como produtor – ainda tocaram a faixa outras 11 vezes. “[As sessões com Dylan] eram todas incomuns porque eram muito rápidas”, disse Kooper que, acidentalmente, criou as partes de teclados para a faixa. “Nem sequer sei como ele consegue cantar rápido daquele jeito. Há muitas palavras colocadas. Tenho uma cópia da sessão completa e nenhum take chega perto da versão masterizada.” “Like a Rolling Stone” chegou às lojas em 20 de julho, poucos dias antes do Newport Folk Festival no qual Dylan tocou a música ao vivo como parte do primeiro show elétrico dele em todos os tempos – uma história tão contada que já foi tema de livros inteiros. Ao fim do mês, Dylan retornou ao Studio A para finalizar Highway 61 Revisited, tendo trocado o produtor Tom Wilson por um novo, Bob Johnston. Eles concluíram em 6 de agosto, data que marcou o último dia em que Dylan gravou com Mike Bloomfield – ainda que, em entrevista à Rolling Stone EUA em 2009, Dylan o tenha escolhido como melhor guitarrista com quem já trabalhou. A gravadora Columbia não tinha muitas esperanças para “Like a Rolling Stone” – já que era uma música de seis minutos de duração e tão diferente da obra anterior de Dylan –, mas ela tornou-se o single mais conhecido da carreira do cantor. A música decepcionou muitos puristas do folk no processo, mas transformou Dylan em uma estrela do rock no momento exato em que a cena folk estava se dissipando. Ele terminou todos os shows da lendária turnê mundial de 1965/66 com “Like a Rolling Stone”, e atualmente ele tocou-a 2.024 vezes, atrás apenas de “All Along the Watchtower”.

6 comentários:

  1. Dylan é gênio e este álbum é genial. Merecidamente, "Like a Rolling Stone" é sempre a canção lembrada deste álbum. Mas existe uma outra outra grande (literalmente) canção ali: "Desolation Row", que é igualmente fantástica! Com relação ao disco, ainda prefiro primeiramente "The Freewheelin' Bob Dylan", seguido por "Bringing it All Back Home" e "Blood on the Tracks". Na verdade, toda a fase anos 60 do Dylan é impecável.

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  2. Até entendo que sendo a RS americana e os votantes de lá (a grande maioria, creio) tenham escolhido esta fantástica e arrepiante música como a melhor. Mas, acho que eu escolheria entre uma porrada de canções dos Beatles. Contudo, Dylan é gênio e priu!

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  3. Um dos meus discos favoritos do Dylan. Esse é um dos discos que não envelhecem e parece que foi feito ontem.

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  4. Concordo, João. In My Life, Let it Be, Nowhere Man, Hey Jude, Here Comes the Sun, Help!, Golden Slumbers, Ticket to Ride, For No One, Dear Prudence, Blackbird, A Day in the Life, Eleanor Rigby... Clássico em cima de clássico... Pode escolher!

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  5. Eu não vejo nada de mais nessa música! É boazinha, mas chata. Eu quero o que é pop. Rock. Hoje em dia, não tenho mais saco para country nenhum. Prefiro mil vezes "I Saw her Standing There", dos meninos!

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  6. De preferência aquela do Star Club, que estavam loucos demais!!!

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