segunda-feira, 26 de setembro de 2016

JOSÉ TELES LANÇA LIVRO DE CONTOS INSPIRADOS NOS BEATLES

Por Diogo Guedes - Da camisa de uma amiga, que citava a canção Yellow Submarine, nasceu a ideia de um pequeno conto. E daí, ao longo de 20 dias, foram surgindo outras narrativas ficcionais, todas com um ponto em comum: uma música dos Beatles como título. Foi assim, despretensiosamente, que o crítico musical e escritor José Teles reuniu os textos que compõem o seu mais novo livro de ficção, lançado hoje, às 17h, no Rock and Ribs (Av. Alfredo Lisboa, s/n, Bairro do Recife), com show da banda Revolution, especializada no repertório do grupo inglês. Pelo título Acordei Esta Manhã Cantando uma Velha Canção dos Beatles, editado pela Bagaço e com capa feita pelo jornalista Marcos Toledo, pode parecer um livro de crônicas ou textos sobre os garotos de Liverpool – mas não é. Ele reúne treze contos que, com referências às letras do grupo, contam histórias completamente destinas. The Magical Mistery Tour, o primeiro, fala justamente da garota com a camisa de Yellow Submarine, mas é acompanhado de outros sucessos e lados B, como Lady Madonna, She’s Leaving Home, The Fool on the Hill e A Taste of Honey. “São textos que têm a ver com o que vi, ouvi, com coisas que aconteceram e foram modificadas. Em cada conto, pensava na trama e via que música combinaria com elas”, conta Teles sobre a concepção do livro, descrito por ele como uma “centopeia sem cabeça”. Não são crônicas tiradas da sua vivência, mas sim reinvenções completas ou parciais de histórias que viveu e ouviu. Um morcego que aparece em uma casa e uma passeata no meio da ditadura são algumas das cenas dos curtos textos, que usam as músicas mais como uma inspiração para o clima da história do que como um tema em si. Os contos envolvem como um bom disco: é meio inevitável emendar a leitura de um logo após o outro, como as faixas de um CD bem pensado. A linguagem é simples, direta, mas revela momentos singulares de solidão, fim de relacionamentos e até morte. Em cada um deles também há versos das velhas canções dos Beatles e de outros artistas – Besame Mucho, que fez parte do repertório da banda quando eles estavam no início, é trilha de uma dança. O livro, Teles explica, poderia ter sido sobre canções de outro grupo – os Beatles foram um acaso fortuito. Tanto que ele pensa em continuar as narrativas, agora a partir de faixas dos Rolling Stones. “Os Beatles são mais clean e até verdadeiros, mas os Stones se vendia como mais violentos, rebeldes, e até se tornaram de fato isso depois”, aponta o crítico.

2 comentários:

  1. Teles é bom na caneta!

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  2. Puxa, que legal. Quero ler o livro. Sera que chega na Saraiva e Liv. Cultura?

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