Houve um tempo em que Pepperland não existia. Nem o Almirante Fred, nem o Maligno Azul, nem Jeremy. Também não havia o Mar do Tempo e nem o Mar de Buracos. Nada. O que existia eram os Beatles e o atroz desejo de se superar a cada criação, mostrando ao mundo inúmeras e inovadoras possibilidades.
A primeira vez que o mundo ouviu falar em um “Submarino Amarelo” foi em 1966, quando os Beatles lançaram o álbum “Revolver” e simultaneamente, num compacto simples (duplo lado A) que trazia “Eleanor Rigby” do outro lado. O Submarino Amarelo fez sucesso por onde passou! Inclusive no Brasil. A música foi basicamente criada por Paul, creditada à dupla Lennon e McCartney, claro, e todos colaboraram com boa vontade, e desde quando foi criada, a ideia era que fosse para Ringo cantá-la. Um vocal fácil, apoiado por um refrão marcante, backing vocals altos e um arsenal de efeitos sonoros dos mais diversos. Foi também a primeira vez que a voz de Ringo foi ouvida em um single. Esse single foi número 1 em todas as paradas do Reino Unido e Estados Unidos, e manteve-se em número 1 por quatro semanas. Ganhou um Prêmio Ivor Novello "pelo maior número de cópias de um único compacto" em 1966. "Yellow Submarine" foi criada por Paul McCartney pensando em criar um tema totalmente infantil. "Uma “canção de brinquedo”. Durante o processo de criação, fumando maconha e tocando violão junto com Donovan, apareceu “Sky of blue and sea of green, in a yellow submarine”. Yeah, baby! Ali estava a chave que encerrava sua ideia e ligaria o motor do Submarino Amarelo. George Martin, que havia trabalhado anos com trilhas de comédias e programas humorísticos, cuidou de tudo na parte dos “efeitos especiais”. Em 1996, as regras das composições pop já não interessavam mais, e os Beatles puderam se dar ao luxo de quebrar essas regras. A escolha de palavras curtas já foi pensando no que seria mais facilmente memorizado por crianças. No dia da gravação, o estúdio nº 2 de Abbey Road era uma festa só: Alf Bicknell (motorista) arrastava correntes, Brian Jones batucava com um copo e John Lennon assoprava em um canudo para fazer bolhas num balde. Mal Evans e Neil Aspinall assaltaram o almoxarifado velho do estúdio e trouxeram sinos de navio, correntes, sinos de mão do tempo da guerra, apitos, buzinas, latas, máquinas que imitam sons de vento e de tempestades e até uma banheira que foi enchida com água. Marianne Faithfull e Pattie Harrison também estavam lá para chacoalhar tudo que podia fazer barulho. Paul improvisou a voz do capitão que dava as ordens aos marinheiros. Para se ter uma ideia, o sucesso de “Yellow Submarine” foi tão grande ou maior que o do outro lado do compacto, nada menos que “Eleanor Rigby”. Não demorou muito e logo alguém apareceu com a ideia da música se tornar um filme.
Os Beatles tinham contrato com a United Artists para fazer outro filme, mas não estavam com muita vontade. Na verdade não tinham gostado muito de fazer Help! e os críticos haviam massacrado Magical Mystery Tour, então por que se dar ao trabalho, quando tinham tantas outras coisas, pessoas e planos em sua vida? Estariam ficando mimados, inflados demais, achando tudo chato? Talvez, um pouco de cada. Por outro lado, sentiam-se presos a compromissos e empresas que haviam feito fortuna com eles, como a United Artists e a Northern Songs,que os tinham sob contratos que eles haviam assinado eras atrás, quando não sabiam nem para onde iriam e o que poderiam querer fazer. Então, quando a ideia de uma animação surgiu, um desenho baseado numa brincadeira de uma música infantil que já tinham feito, “Yellow Submarine” e no qual não teriam de atuar, eles concordaram. A princípio os fãs pensaram que suas vozes reais iriam ser usadas, mas no final as falas dos Beatles eram dubladas por atores. “Yellow Submarine”, o filme, foi lançado em julho de 1968, mas o LP saiu apenas em janeiro de 1969.
Eles só fizeram quatro músicas novas para o filme e o disco. Mesmo assim, ficava a sensação de que eram sobras consideradas abaixo do nível dos álbuns e singles anteriores. As outras músicas do filme eram antigas, como “When I’m Sixty Four”. O lado 2 do LP foi preenchido com a trilha sonora instrumental da animação, composta e orquestrada por George Martin. O filme acabou sendo sucesso entre fãs e críticos, sendo hoje considerado pioneiro no campo da animação; até os Beatles acabaram achando realmente bom. O disco, no entanto, comparado com todos os tesouros do Álbum Branco, era decepcionante; quase parecia um engodo ter sido lançado como se fosse de músicas novas dos Beatles. Derek Taylor fez o texto da contracapa, parecia que nem ele estava com disposição para o trabalho. Escreveu que se chamava Derek, nome dado por sua mãe, e que lhe pediram que escrevesse um texto para o álbum, mas na verdade não tinha nada de novo a dizer sobre os Beatles. Em vez disso, estranhamente reproduziu a resenha do Álbum Branco escrita por Tony Palmer. Que tampouco era nova, tendo já aparecido no Observer.
Eles só fizeram quatro músicas novas para o filme e o disco. Mesmo assim, ficava a sensação de que eram sobras consideradas abaixo do nível dos álbuns e singles anteriores. As outras músicas do filme eram antigas, como “When I’m Sixty Four”. O lado 2 do LP foi preenchido com a trilha sonora instrumental da animação, composta e orquestrada por George Martin. O filme acabou sendo sucesso entre fãs e críticos, sendo hoje considerado pioneiro no campo da animação; até os Beatles acabaram achando realmente bom. O disco, no entanto, comparado com todos os tesouros do Álbum Branco, era decepcionante; quase parecia um engodo ter sido lançado como se fosse de músicas novas dos Beatles. Derek Taylor fez o texto da contracapa, parecia que nem ele estava com disposição para o trabalho. Escreveu que se chamava Derek, nome dado por sua mãe, e que lhe pediram que escrevesse um texto para o álbum, mas na verdade não tinha nada de novo a dizer sobre os Beatles. Em vez disso, estranhamente reproduziu a resenha do Álbum Branco escrita por Tony Palmer. Que tampouco era nova, tendo já aparecido no Observer.
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