O "Coronel" Tom Parker, cujo nome verdadeiro era Andreas Cornelius van Kuijk, nasceu em Breda, Países Baixos, em 26 de junho de 1909. Se vivo estivesse estaria completando hoje 105 anos. Parker foi um empresário do ramo da música, se tornando conhecido mundialmente por gerenciar a carreira de Elvis Presley de 1955 até 1977. Talvez ele seja o empresário musical mais controverso de todos os tempos.
Durante os anos 30, o coronel trabalhava com o "Royal American Shows", um circo que viajava pelos Estados Unidos e até mesmo o Canadá em um trem particular que continha aproximandamente 70 vagões. Existem algumas divergências do que realmente ele fazia: alguns afirmam que o coronel vendia algodão doce e maçãs carameladas, no entanto, outros afirmam que ele era como um administrador da companhia, um trabalho de muita responsabilidade para alguém que na época tinha vinte e poucos anos. Podemos dizer que a escola de Tom Parker foi o circo, onde aprendeu, de certa forma, a manipular o público.
Antes de Elvis, Tom Parker cuidou da carreria de um cantor country americano Eddy Arnold, entre 1944 e 1953. A patente de "Coronel" é um título honorário, que lhe foi concedido por Jimmie Davis, então governador da Louisiana no ano de 1948. Segundo alguns historiadores e fãs de Elvis, o relacionamento dos dois era estritamente profissional e nada além disso. Nunca foram íntimos e conversavam na maioria das vezes para falar da carreira artística de Elvis. Quando da ida de Elvis ao exército no ano de 1958, a qual teria sido uma ideia de Tom Parker, Elvis nunca foi visitado pelo seu empresário, tudo isso devido a sua controversa identidade. Tom Parker é criticado por alguns fãs por não permitir que Elvis fizesse shows fora dos Estados Unidos, com exceção de cinco shows em 1957 no Canadá. No entanto, outros afirmam que Parker foi importante na divulgação de Elvis para o mundo, para que assim, todos conhecessem o talento do menino do sul dos EUA que viraria um mito.
Muitas histórias são contadas sobre Tom Parker, entre elas de como vendia cachorro-quente só com as pontas das salsichas aparecendo, e o interior do pães sem nada, ou então, como pintava pardais de amarelo e os vendia como canários, ou, como fazia seus perus dançarem colocando-os sobre uma chapa de ferro quente aquecida por uma resistência elétrica. Alguns afirmam que Tom Parker também era um homem com extraordinários poderes psíquicos. Esses mesmos dizem que ele era, por exemplo, um ótimo hipnotizador. Parker sofria de uma ruptura de disco na coluna, motivo pelo qual ele sempre usava uma bengala. Mas mesmo assim ele nunca se submeteu a uma cirurgia, preferindo, segundo alguns, controlar a dor, sendo às vezes insuportável, através do poder de sua mente. O coronel foi casado durante mais de 50 anos com Marie, e não teve filhos. Tom Parker, segundo alguns biógrafos, tinha somente duas paixões, fora o trabalho. Uma era comer, o que fez com que seu peso chegasse até os 150 kg, a outra era o jogo, inclusive, Parker tinha um apartamento em Las Vegas, para que, sempre que pudesse, jogasse nos cassinos da cidade.
Segundo testemunhas, o ouvido musical de Parker era zero e, das músicas que Elvis gravou, só gostava de “Are You Lonesome Tonight”. Porém, a relação com Elvis era de domínio quase total. Parker decidia quais músicas o cantor devia gravar. Também era ele que aprovava os roteiros dos filmes de Elvis em Hollywood - apesar de mal saber ler. Era, enfim, o coronel quem decidia sobre as amizades do cantor e até com quem deveria casar: pressionou Elvis a trocar alianças com Priscilla Beaulieu Presley em 1967, quando ela ficou grávida de Lisa Marie.
No show business, os empresários normalmente ganhavam 10% de comissão sobre os clientes. Parker, no fim da carreira de Elvis, cobrava 50%. E achava pouco. "Elvis é que tira 50% de tudo que eu ganho", disse. Durante a carreira do cantor, o coronel fez vista grossa à sua dependência de barbitúricos, tranquilizantes e anfetaminas. Elvis tentou uma rebelião contra a tirania. Em 1968, no especial de Natal da rede NBC, o coronel queria Elvis de Papai Noel cantando tolas músicas natalinas. Elvis se apresentou de couro preto dos pés à cabeça e cantou com garra as suas músicas prediletas - clássicos do Rock And Roll. Foi um dos melhores momentos da sua carreira.
Mas, quando Elvis morreu, em 16 de junho de 1977, continuava preso à relação doentia com o Coronel. Segundo a jornalista Alanna Nash, autora de The Colonel - The Extraordinary Story of Colonel Tom Parker and Elvis Presley (2003), Elvis sofria de síndrome idêntica à das esposas abusadas. "Ele não conseguia largá-lo, pois essa era a única vida que conhecia", diz ela.
O Coronel Tom Parker morreu com 88 anos, em Las Vegas em 21 de janeiro de 1997. Vinte anos depois de Elvis.
Sujeito mal encarado. Olha a primeira foto. Medo.
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