“I Am The Walrus” é só e apenas de John Lennon. É creditada a dupla Lennon e McCartney, e lançada no álbum Magical Mystery Tour em novembro de 1967. A gravação teve início em 5 de setembro e foi concluída em 29 de setembro de 1967. No dia 24 de novembro de 1967, “I Am The Walrus” foi lançada como lado B do single que tinha "Hello, Goodbye" de Paul McCartney como lado A . Este lançamento alcançou o primeiro lugar do Top Ten na Inglaterra e nos Estados Unidos.
John Lennon escreveu parte da letra, segundo ele próprio, em duas distintas "viagens" de ingestão de drogas, principalmente ácido. Alguns versos foram escritos após ler que um professor de sua antiga escola, Quarry Bank Grammar School, estava utilizando as letras das músicas dos Beatles para as aulas de inglês. Então ele criou versos totalmente sem sentido para confundir os que fossem utilizar esta canção para mais uma análise.
“I Am The Walrus” é a junção de três outras diferentes que Lennon resolveu fundir em uma. A primeira parte, era inspirada em uma sirene de ambulância: "I-am-he as you-are-he, "Mis-ter cit-y police-man". A segunda, inicia-se no verso: "Sitting in a english garden...". A terceira, é a mistura dos versos que ele escreveu para confundir os gramáticos. Toda a letra é, como um todo, sem sentido. Inúmeras interpretações vem sendo dadas ao longo dos anos para entendê-la. Os estudiosos não chegam sequer, à conclusão de quem ou o que seria de fato, o “walrus”. Walrus significaria "morsa" – uma espécie de leão marinho ou peixe-boi grande.
John Lennon dizia que essa música ainda era influência de Bob Dylan. O truque usado por Dylan era de nunca dizer o que você queria dizer, fazendo parecer que havia algo mais escondido. A letra da música é efetivamente nonsense com uma mistura de viagens de LSD.
Muitos dizem que o verso "estou chorando", que é repetido muitas vezes, se refere a morte de Brian Epstein, o qual John tinha uma figura muito próxima. A música foi gravada apenas 9 dias depois da tragédia. No final, o coro imenso de homens e mulheres cantam o verso "everybody's got one" (todo mundo tem um). Quando perguntado na histórica entrevista da Playboy, o que ele queria dizer com isso, simplesmente respondeu: "Qualquer coisa, você escolhe. Um pênis, uma vagina, um ânus - você escolhe". Esse verso é praticamente ininteligível porque mistura a base rock dos Beatles, aos violoncelos, barulhos eletrônicos, o som de alguém falando, tudo isso além do coro. No final da música muitos fãs que acreditam na morte de Paul dizem que ouvem, como em Strawberry Fields Forever, a frase "I buried Paul" (Eu enterrei Paul). Balela! Extraído do filme “Magical Mystery Tour”, o "clip" da música mostra os BEATLES, ora com roupas de estilo psicodélico coloridíssimas, ora vestidos de animais (entre eles a morsa - walrus) tocando a música. Em volta, diversas citações podem ser vistas: os eggman "homens-ovos" que são simplesmente pessoas vestidas de branco e com toucas em forma de ovo, agentes da polícia entre outros.
É curioso notar que no final, um dos "eggmans" têm um bigode parecido com o de Hitler, Lennon tinha tentado pôr Hitler na capa do Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, mas nenhum dos outros Beatles, nem George Martin, nem Brian concordaram. Além de estar no filme Magical Mistery Tour esse vídeo musical também apareceu no documentário “Anthology”.
A única parte séria da letra, aparentemente, era o início, com sua visão de unidade por trás de todas as coisas: "Eu sou ele como você é ele como você sou eu e nós todos estamos juntos". O "elementary penguin" que cantava "Hare Krishna" era John zombando de Allen Ginsberg que, na época cantava o mantra Hare Krishna em eventos públicos. A morsa, e tantas outras citações, vieram do poema de Lewis Carrol "the walrus and the carpenter".
A produção começou no início de setembro e foi realizada a gravação da base que orientaria o restante da música. No outro dia, John Lennon gravou suas vozes. Essa gravação base com a voz de John aparece no Anthology 2. A orquestra foi adicionada vinte dias depois, junto com as vozes dos cantores de Mike Sammes, que fazem os "ho-ho-hos", "hi-hi-his" e "hau-hau-haus". No dia 29 de setembro, Lennon sintonizou aleatoriamente a rádio BBC de Londres e gravou a audição de uma peça de Shakespeare, Rei Lear, ato quatro, cena seis, e a incluiu na gravação.
"I Am The Walrus" foi gravada nos dias 5 , 6 , 27 e 29 de setembro de 1967 nos estúdios da EMI em Abbey Road. Foi produzida por George Martin (claro) e teve Ken Scott e Geoff Emerick como engenheiros de som. John Lennon canta e toca o piano elétrico mellotron que domina a faixa inteira; George Harrison toca guitarra; Paul McCartney seu baixo Rickenbaker e pandeirola; e Ringo toca a velha bateria Ludwig com o bumbo redesenhado pelo “The Fool”.
Com arranjos de George Martin, uma orquestra participa com os seguintes instrumentos: 8 violinos , 6 violoncelos, uma clarineta e 3 trompas. Para o coral de vozes, foi chamado o conjunto vocal Mike Sammes Singers, muito famoso na Inglaterra, e que contribuiu com oito vozes masculinas e oito vozes femininas.
Além de todos os singles e do álbum Magical Mystery Tour, "I Am The Walrus" também apareceu nos álbuns “Rarities” (1980), Anthology 2 (1996) e “Love” (2006).
Overdose de ""I Am the Walrus". Espetacular!
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