Esta superpostagem sobre os pais dos Beatles foi publicada no dia 10 de agosto de 2014. Hoje, Especialmente em homenagem a todos os pais novos ou velhos, que passam sempre por aqui ou não. Feliz Dia dos Pais! Tudo o que eu mais queria era poder dar um beijo e um abração no meu. Valeu!
O pai de John Lennon, Alfred Lennon, nasceu em Liverpool em 14 de dezembro de 1912. Após a morte de seu pai, Jack Lennon, de doença hepática em 1921, Alfred, com nove anos de idade, foi colocado na Escola Bluecoat para órfãos, onde permaneceu até os quinze anos. Ao sair da escola, conseguiu um emprego como auxiliar de escritório, e foi durante este período que ele conheceu Julia Stanley - 14 anos de idade na época - em Sefton Park. Tempos depois, contra a vontade da família de Julia (o pai e a irmã Mimi), eles se casaram em 3 de dezembro de 1938. Trabalhando na Marinha Mercante, Alfred passava pouco tempo em casa e vivia em longas vigens pelo Meditarrãneo, Norte de África e das Índias Ocidentais e a família de Julia cobrava-lhe que deveria ter um emprego fixo em terra firme junto à família. Durante um curto período, tentou arrumar alguma coisa mas não conseguiu e voltou para o mar. Julia já estava grávida. John Winston Lennon nasceu em 9 de outubro de 1940, na enfermaria do segundo andar do Hospital Maternidade Oxford Street, em Liverpool. Alf só viu o filho pela primeira vez em novembro, quando ele apareceu depois de trabalhar como marinheiro mercante no transporte de tropas durante a Segunda Guerra Mundial. Durante seus períodos de ausência, sempre enviava parte do seu pagamento para ajudar Julia que morava com seu filho em Newcastle (casa da família Stanley). Alf, ocasionalmente, voltava para Liverpool, mas não para ficar por muito tempo quando embarcava de novo. Essa ajuda parou quando Alf desapareceu sem licença em 1943. Nem Julia nem a Marinha Mercante sabia do seu paradeiro. Julia, por sua vez, começou a sair para se divertir nas noites e conheceu um soldado galês chamado "Taffy" Williams. Alf se culpou por isso, pois, em suas cartas, dizia a ela que havia uma guerra e devia sair e se divertir. Julia seguiu o seu conselho, e muitas vezes dava para seu filho um pedaço de chocolate ou uma bobagem qualquer na manhã seguinte, já que ela tinha saido na noite anterior. Ficou grávida de Williams no final de 1944.
Quando Alf finalmente apareceu em casa em 13 de janeiro de 1945, ele se ofereceu para cuidar de Julia, do seu filho e do bebê que estava esperando, mas Julia rejeitou a ideia. Alf levou o pequeno John para a casa de seu irmão Sydney, num subúrbio de Liverpool - Maghull, poucos meses antes do nascimento da criança de Julia. A menina, Victoria, foi posteriormente doada para adoção (depois de intensa pressão do pai de Julia e da família) para uma família norueguesa. Então, Julia conheceu Bobby Dykins e foi viver com ele, mas depois de uma considerável pressão de Mimi - que por duas vezes há havia contatado o Serviço Social de Liverpool querendo a guarda de John, que dormia na mesma cama onde ela e o amante transavam. Julia relutantemente entregou o cuidado de seu filho a Mimi.Em julho de 1946, Alf visitou a casa de Mimi em Menlove Avenue e levou o pequeno John (agora com 5 anos) para Blackpool para umas ‘longas férias’ mas secretamente sua intenção era fugir para a Nova Zelândia com ele. Julia e Dykins descobriram e foram para Blackpool, e depois de uma discussão acalorada, Alf fez o menino escolher entre Julia ou ele. John escolheu Alf (duas vezes) e, em seguida, Julia foi embora, mas no final John, chorando, a seguiu. Alf perdeu contato com a família até a explosão da Beatlemania, quando ele e John se encontraram novamente.
Em 1958, quando Alf estava trabalhando com Charlie Lennon no Restaurante Celeiro, em Solihull, seu irmão Sydney lhe enviou um recorte de jornal do Liverpool Echo relatando que Julia tinha morrido. Alf entristecido deixou Solihull e mudou-se para Londres. Alf não fez nenhuma tentativa real para entrar em contato John novamente até os Beatles já serem famosos (dizendo que ele não sabia que John era um dos Beatles). Ele estava trabalhando como carregador de cozinha no Hotel Greyhound em Hampton, sul de Londres, quando alguém apontou uma fotografia de John Lennon em um jornal e perguntou se havia alguma relação entre eles. Quando os Beatles estavam filmando uma cena de “A Hard Day’s Night” no Teatro Scala, no Soho, em abril de 1964, Alf entrou no escritório de Brian Epstein na NEMS em Argyle Street com um jornalista. "Eu sou o pai de John Lennon", explicou a recepcionista. Quando Epstein foi informado, "entrou em pânico", e imediatamente enviou um carro para trazer John até o escritório da NEMS. Alf foi mal vestido, cabelo grisalho despenteado, aparência péssima. Ele estendeu a mão para John, mas John não retribuiu, dizendo: "O que você quer?". Alf respondeu: "Você não pode virar as costas para sua família, não importa o que eles fizeram". A conversa não durou muito tempo, com John logo ordenando que Alf e o jornalista fossem retirados do escritório. Poucas semanas depois, a esposa de John, Cynthia abriu a porta em Kenwood (sua casa em Weybridge) para um homem que "parecia um vagabundo", mas, de forma alarmante, tinha o mesmo rosto de John. Cynthia convidou Alf, e deu-lhe chá e biscoitos até John chegar em casa. Enquanto esperavam, Cynthia se ofereceu para cortar o cabelo e acertar as costeletas de Alf, o que ele permitiu que ela fizesse. Depois de esperar por um par de horas, Alf foi embora. John ficou muito irritado quando soube de sua visita. Mais tarde, ele cedeu um pouco. Alf foi contatado e poderia aparecer de vez em quando. Depois do Natal, em 1965, John tinha vergonha de ouvir que Alf tinha feito uma gravação: "Essa é Minha Vida" (That's My Life, My Love e My Home)”, lançado em dezembro de 1965. John pediu a Brian Epstein para fazer qualquer coisa para impedir que saísse ou que se tornasse um hit. Não vendeu nada. Em 1966, "Freddie Lennon" tentou novamente, e gravou mais três singles. Esses discos também não venderam nada. Hoje, um exemplar original de "Essa é Minha Vida", vale uma verdadeira fortuna.
Três anos depois do primeiro encontro com John no escritório da NEMS, Alf apareceu novamente em Kenwood, com sua noiva Pauline Jones, uma garota de 18 anos. Alf perguntou a John se ele poderia dar a Pauline um trabalho, de modo que ela foi contratada para ajudar a cuidar de Julian Lennon e também das pilhas de cartas de fãs. Pauline passou alguns meses morando em Kenwood no quarto do sótão. Alf e Pauline se mudaram para um apartamento em Patcham (um subúrbio de Brighton), Alf teve dois filhos com Pauline: Henry David Lennon e Robin Francis Lennon. Já no final da vida, Alf escreveu um manuscrito detalhando a história de sua vida que ele deixou para John. Foi a tentativa de Alf para preencher os anos perdidos quando ele não tinha estado em contato com o seu filho e explicar que foi Julia, e não ele, que havia acabado seu casamento. Em 1976, Alfred foi diagnosticado com câncer de estômago. Pauline procurou John via Apple Corps para se certificar de que ele sabia que seu pai estava morrendo. John enviou um grande buquê de flores para o hospital e ligou para Alf em seu leito de morte, pedindo desculpas por seu comportamento no passado. Alfred Lennon morreu em 1 de abril de 1976. Em 1990, Pauline publicou um livro chamado "Daddy, Come Home", detalhando sua vida com Alf e seus encontros com John. Pauline se casou novamente, e agora é conhecida como Pauline Stone.
James McCartney, o pai de Paul, conhecido apenas como Jim, nasceu em Everton, Liverpool, em 7 de julho de 1902, filho de Joe McCartney e Florença. Jim tinha dois irmãos e três irmãs. Uma queda feia aos 10 anos, resultou em um tímpano rompido, mas isso não o impediu de aprender a tocar piano sozinho. Começou a trabalhar com 14 anos como atendente em A. Hanney & Co, corretores de algodão de Chapel Street, Liverpool, onde recebia seis xelins por semana. Aos dezessete anos, começou a tocar ragtime e fez sua primeira aparição pública com uma banda no Salão de Vine Street. Eles se chamavam de Melody Makers Masked e usavam máscaras pretas. Foi durante este período que Jim escreveu um número instrumental chamado "Eloise". Com 28 anos, ele foi promovido para o cargo de vendedor e seu salário deu uma boa melhorada.
Em abril de 1941, com 39 anos, ele se casou com Mary Mohin na Igreja de St. Mohin Swithin em West Derby, em Liverpool e eles mudaram-se para uma casa em Anfield. O casal teve dois filhos, Paul e Michael. A fábrica de algodão foi fechada durante os anos de guerra e Jim foi trabalhar em Napier, uma firma de engenharia que produzia motores para o avião Sabre. Durante a noite, ficava de plantão como bombeiro voluntário. No final da guerra, ele encontrou trabalho como inspetor do no Departamento de Limpeza e depois retornou ao seu emprego na fábrica de algodão.
Os McCartney receberam uma casa da prefeitura em Forthlin Road 20, Allerton, onde os meninos passaram a juventude. Estavam morando em Forthlin Road fazia pouco tempo quando Mary começou a sentir dores no seio. As dores continuaram por 3 ou 4 semanas, desaparecendo e voltando, e ela pôs a culpa na menopausa. Falou com vários médicos, e eles concordaram com ela, aconselhando-a que procurasse esquecer. Mas as dores continuaram, cada vez mais fortes. Mary então decidiu procurar um especialista. Ele diagnosticou câncer. Operaram e ela morreu. Tudo aconteceu no espaço de um mês após ela ter sentido as primeiras dores realmente sérias.Paul lembra-se que fez um comentário maldoso logo que ficou sabendo. Disse "O que iremos fazer sem o dinheiro dela?". Arrependera-se durante meses de ter falado isso. Mas era verdade. Mary sempre ganhara mais do que Jim como parteira. Mas duas das irmãs dele ajudaram muito. Logo após a morte de Mary, Mike e Paul foram morar com Tia Jinny por uns tempos. Depois, uma delas vinha, uma vez por semana, a Forthlin Road, limpar a casa devidamente. Mas Jim estava arrasado, sentindo muito a falta da mulher. Teve então que confiar muito nos rapazes. O irmão de Paul, Michael, pensa que houve uma influência direta da morte de sua mãe sobre Paul. "Foi logo após a morte da mamãe que começou sua obsessão por guitarras. Tomou toda a sua vida. A gente perde a mãe e encontra uma guitarra? Não sei. Talvez tenha vindo naquela época e se tornou uma fuga". Sobre Jim, Michael comentou: "nós dois devemos muito a ele. Ele é um homem muito bom, e muito teimoso... teria sido fácil para ele ter ido embora quando minha mãe morreu, ou ter saído e ficar bêbado toda noite. Mas ele não fez. Ele ficava em casa e cuidou de nós". Em 1964, Paul disse ao pai para se aposentar e lhe comprou uma bela casa no Baskervyle Road, Heswall, Cheshire, por £ 8,750.
Para homenagear o pai, Paul também fez uma canção em Nashville com o título "Walking in The Park Com Eloise". Jim voltou a casar em 24 de novembro de 1964 com uma viúva, Angela Williams. Nos 10 anos seguintes, Jim tornou-se debilitado pela artrite e teve que se mudar para um bangalô mais próximo. O velho Jim McCartney morreu em 18 de março de 1976, de complicações pulmonares. Paul não teve tempo de visitá-lo nem de ir ao funeral. Estava em excursão com o Wings.
O nome do primeiro filho de Paul (homem) também é James, Jim, filho de Linda, seguindo a tradição. Quando Paul começou a ganhar dinheiro com os Beatles, chegou em casa e e disse ao pai que ele não precisaria mais trabalhar. O velho Jim disse que foi o dia mais feliz de sua vida!
Harold Hargreaves Harrison, nasceu em Liverpool em 28 de maio de 1909. Era filho de Henry Harrison e Thomson Jane. Seu pai foi morto na Primeira Guerra Mundial e sua mãe teve que criar vários filhos sozinha. Harold deixou a escola aos 14 anos para se tornar um garoto de entrega. Com 17 foi para o mar. Ele se juntou à linha White Star, que servia em navios de cruzeiro. Em 1929, durante uma de suas viagens para casa, ele conheceu sua futura esposa, Louise, enquanto ela estava trabalhando em uma mercearia de Liverpool, pediu o endereço dela e começou a escrever regularmente. Eles se casaram em 20 de maio de 1930. Longas viagens marítimas não estavam propícias para a vida de casado e ele deixou o mar em 1936, para passar 15 meses desempregado antes de encontrar um trabalho como motorista de ônibus. Harold e Louise viviam na área do Liverpool Wavertree, Speke, onde seus quatro filhos, Louise, Harry, Peter e George, nasceram. A vida social de Harold girava em torno da Corporação do Centro de Condutores e Motoristas de Liverpool. Ele se tornou um líder sindicalista e também mestre de cerimônias nas noites de sábado no Depot Speke Social Club, do qual ele era presidente. Ele e Louise também davam aulas de dança de salão no clube há mais de dez anos.
Em 1 de janeiro de 1959, Harold e toda a família foram assistir a apresentação de um grupo “The Quarry Men”, do qual, seu filho caçula era guitarrista no Salão Wilson do clube social na festa de Natal. Quando os Beatles explodiram internacionalmente, Harold e Louise estiveram particularmente perto de fãs, recebendo-os em sua casa e respondendo todas as cartas que chegavam para George por correio.
Em 1965, George perguntou ao pai quanto ele ganhava como motorista de ônibus. Harold disse-lhe o seu salário ainda era de 10 libras por semana, então George se ofereceu para pagar-lhe 50 por semana, para que ele se aposentasse mais cedo. George comprou para os pais, uma bela casa em Appleton. Louise morreu de câncer em 1970. George estava a seu lado. Harold continuou a visitar George em Friar Park e, ocasionalmente, viajou com ele em excursões e passeios como na excursão americana de 1974.
Chis O'Dell, Harold e Pattie
Depois de uma vida inteira fumando sem parar, Harold Harrison morreu de câncer do pulmão em maio de 1978. Aliás, toda a família de George Harrison foi dizimada por essa doença: ele, os irmãos, o pai e a mãe Louise. Com exceção de Louise, a filha, que ainda está viva.
Esta foto é jóia. Se clicar nela, acho que amplia um pouco. Em primeiro plano aparecem: Harold, Pattie e George. Lá atrás, Paul, Linda, Ringo e John. Estranhamente, a figura de Yoko Ono não aparece na foto. Estaria agachada?
Harold Harrison também aparece na capa interna do álbum 33&1/3.
A saga da vida de Ringo, começou de forma bem mais difícil em comparação com os outros, que vinham das classes média (John) e operária (Paul e George). Ringo era “comum, pobre”, um caso de vida dura. “Ele não era uma criança maltrapilha, descalça”, lembra Marie Maguire Crawford, vizinha e espécie de irmã postiça de Ringo. “Mas, assim como todas as famílias que moravam em Dingle, travava uma luta permanente para sobreviver”.
Quando Richard Starkey casou-se com Elsie Gleave em 1936, formou seu lar muito próximo da casa onde foi criado, em Dingle, bairro pobre de Liverpool. Eles se conheceram numa padaria, onde Richard trabalhava. Richard Starkey Jr., em homenagem a seu pai (uma tradição da classe trabalhadora da época), nasceu em 7 de julho de 1940. Alguns meses depois do seu nascimento, as coisas começaram a sair dos eixos. Richard (pai) pai, substituído pelo filho, se afastou cada vez mais da família. Tornou-se um boêmio e pouco ficava em casa. Depois de algum tempo, se divorciaram. O pequeno Richie estava com três anos.
Algumas histórias afirmam que Starkey saiu de Liverpool e foi para o mar em um dos luxuosos navios de passageiros que atracavam em Liverpool; outras, que ele se casou novamente e se estabeleceu “do outro lado da água”, Em Wirral. O mais provável, porém, é que Richard tenha permanecido perto do trabalho. Ringo o viu poucas vezes depois que foi embora. Pouco se sabe sobre ele desde então. Em 1980, o Daily Express publicou uma matéria sobre ele, na época, limpador de janelas. Sobre Ringo, ele disse: "Ele está muito bom, o rapaz. Desejo boa sorte para ele, mas ele não me deve nada”. Quem souber qualquer coisa sobre Richard Starkey (o pai), conte pra gente. Elsie casou-se novamente com Harry Graves, que fez o que pôde para trazer mais conforto à vida de Richie.
Ringo, Elsie e o padrasto Harry Graves em 1964
Para encerrar, a gente confere Alfred Lennon - O pai de John lançou seu primeiro e único single em 1965. Em "That's My Life", que foi composta pelo próprio Fred e pelo seu “manager” Tony Cartwright. A canção tem sons do mar (Fred era marinheiro), a voz tem a característica típica de John e é mais falada do que cantada em tom “country”. Conta a história da vida dele. "That's My Life", existe em CD, editado em 1993 na coletânea dupla “The Piccadilly Story” pela Sequel Records. Na época em que foi lançada, para tentar evitar constrangimentos, John, já um grande astro, tentou impedir o lançamento da música, mas sem sucesso.
E aqui, "Walking In The Park With Eloise", a bonita homenagem que Paul fez para seu pai. Abração, aproveite bem o seu pai!
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