Allen Klein nasceu em Newark, Nova Jersey, EUA em 18 de dezembro de 1931 e morreu de Alzheimer em Nova York, no dia 4 de julho de 2009, com 77 anos. Foi empresário, promotor de vendas, produtor de discos e financista, notabilizado nos anos 60 e 70 na área do entretenimento musical, mais notadamente no rock, que ele descobriu ser uma mina de ouro na década de 1960. Como empresário audaz e agressivo nos negócios, durante uma época foi o mais bem sucedido e conhecido empresário musical do mundo, por ter, como contratados, as duas maiores bandas de todos os tempos: The Beatles e The Rolling Stones. O estilo de empreendedor brilhante e persuasivo porém sem medidas de Klein, lhe valeu processos de quase todos os seus contratados, de quem fez aquisições e assumiu o controle de seus trabalhos após conseguir para eles contratos extremamente vantajosos com suas gravadoras, além de ter sido investigado, julgado, condenado e cumprido pena por crime de informação privilegiada e fraude em investimentos financeiros. Filho de um açougueiro de origem judaica húngara de Nova Jersey, Klein tinha excelente memória para aritmética e trabalhou em diversos pequenos empregos na adolescência enquanto estudava a noite. Nos anos 50, cuidava dos livros-caixa de diversos artistas e fez auditorias para diversas gravadoras de Nova York.
Começou um pequeno negócio neste ramo em 1957, em sociedade com sua esposa Betty, até conhecer numa festa de casamento o cantor de sucesso entre as adolescentes americanas Bobby Darin, de quem após alguma conversa, achou que sua gravadora estava lhe devendo direitos de vendagem. Com a concordância de Darin, Klein fez uma auditoria em suas contas e de posse dos números envolveu-se numa discussão legal com a gravadora do artista, entregando ao fim da disputa um cheque de U$100 mil dólares em direitos não-pagos ao atônito Darin. A partir deste dia e pelo resto de sua carreira, Allen Klein passou a ser recomendado como agente entre os artistas do rock e a ser temido e odiado por suas gravadoras. Em 1965, quando os Rolling Stones explodiam nas paradas mundiais e se tornavam os grandes rivais dos também britânicos The Beatles, a maior banda do mundo na época, Andrew Loog Oldham, seu empresário desde o início da carreira, se afogava em drogas e ficava incapacitado de continuar gerindo os negócios do grupo.
Mick Jagger, formado em Economia, impressionado com o talento de Klein para os negócios e o resultado conseguido por ele com outros artistas, contratou-o para empresariar a banda e chegou a indicá-lo para Paul McCartney. Entretanto, com o tempo, Jagger começou a duvidar da probidade de Klein e em 1968 o demitiu, levando os Stones a criar seu próprio selo e gerirem seu próprio trabalho a partir de 1970, não sem antes Klein conseguir os direitos da maioria das músicas gravadas pelo grupo antes de 1971. Os direitos de vendagem de músicas como Satisfaction (I Can't Get No) e Simpathy for the Devil, até hoje não pertencem a seus autores, Mick Jagger e Keith Richards, mas a Allen Klein, que as comprou do produtor do grupo nesta época, Phil Spector, e lançou regularmente coletâneas com os principais clássicos dos Stones, através de sua empresa ABKCO.
Em 1969, a Apple, empresa fundada pelos Beatles para cuidar de seus negócios, estava completamente desestruturada economicamente e em via de falência depois da morte de Brian Epstein, o cérebro por trás do grupo, que cuidava dos contratos e da contabilidade da banda. Numa entrevista, John Lennon declarou que eles estariam quebrados em seis meses se as coisas continuassem como estavam. O esperto Klein então procurou Lennon e numa conversa impressionou o músico por seus conhecimentos dos meandros do negócio e por seu jeito de homem das ruas, simples no linguajar e sem a afetação do pai de Linda, Lee Eastman e outro pretendente ao cargo de empresário dos Beatles, atitudes estas que o tornaram simpático ao beatle. Mal sabia Lennon que estava botando a raposa para dormir no galinheiro.
Lennon então convenceu George Harrison e Ringo Starr a apoiarem a escolha de Klein, mesmo contra a vontade de Paul McCartney, que nunca colocou sua assinatura no contrato entre a banda e o empresário. Este desacordo sobre o escolhido para ser o novo empresário dos Beatles, aliado há uma década de ressentimentos internos, desconfianças mútuas e inseguranças emocionais e de poder entre eles, foi um dos fatores chave para o fim dos Beatles um ano depois. Com a péssima situação financeira da Apple, Klein propôs ao grupo trabalhar sob percentagem de lucros e em pouco tempo começou a mostrar seu estilo empresarial e de administração: renegociou os rendimentos do grupo com a EMI, gravadora detentora da maior parte do catálogo musical dos Fab Four, conseguindo para eles a mais alta percentagem em venda de discos da época; por outro lado, seu estilo abrasivo de negociação e administração causou a maior demissão em massa entre os profissionais que viviam em volta do grupo, na Apple e fora dela.
Seus métodos agressivos deram resultado, recuperando as finanças da empresa e dos integrantes do grupo. Entretanto, apesar do suceso de Klein, McCartney continuou desconfiando dele e viria a processar os outros três, Klein e a ABKCO no final de 1970. O tempo mostrou que Paul estava certo! As relações profissionais de Klein com John, George - com quem realizou o Concerto para Bangladesh (e roubou!) e depois ajudou a processar nas questões legais de acusações de plágio de seu sucesso My Sweet Lord - e Ringo viriam a durar até 1977, quando as batalhas legais de Allen Klein com os ex-Beatles foi resolvida, e ele teve que pagar $800,000 dólares ao grupo. Klein foi condenado por fraude fiscal em 1979 e foi para a cadeia por sonegação a receita por não informar seu lucro com vendas de discos promocionais dos Beatles e outros grupos.
Allen Klein foi diagnosticado com diabetes aos 40 anos. Sofreu vários ataques cardíacos ao longo dos anos, de gravidade variável. Em 2004, mesmo ano em que a ABKCO recebeu um Grammy Award por um documentário de Sam Cooke, Legend, Klein levou uma queda e quebrou os ossos do pé, tendo que passar por várias cirurgias. Ele foi posteriormente diagnosticado com a doença de Alzheimer e morreu em 4 de julho de 2009 em Nova York. A causa de sua morte foi insuficiência respiratória. Vai...
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