A genialidade de Vincent Van Gogh só foi reconhecida depois de sua morte. Em vida, o artista holandês, que passou fome e frio, viveu em barracos e conheceu a miséria, vendeu apenas uma pintura - "O Vinhedo Vermelho".
Em maio de 1990, uma de suas mais conhecidas obras, "O Retrato de Dr. Gachet", pintado um século antes, justamente no ano de sua morte, foi comercializado por US$ 82,5 milhões. Maior expoente do pós-impressionismo, ao lado de Paul Gauguin e Paul Cézanne, Vincent Willen Van Gogh, foi sempre sustentado pelo irmão Theodorus, com quem trocou mais de 750 correspondências - documentos fundamentais para um estudo mais aprofundado de sua arte. Na sua fase mais produtiva (1880/90), Vincent foi completamente ignorado pela crítica e pelos artistas. Atualmente, os seus quadros estão entre os mais caros do mundo.
Na infância, o jovem Vincent aprendeu inglês, francês e alemão. Com 15 anos, deixou os estudos para trabalhar na loja de um tio, em Haia (Holanda). Com 24, achou que sua vocação era trabalhar com a evangelização, chegando a estudar teologia, em Amsterdã. Pouco tempo depois, dividiu os seus poucos bens com os pobres e passou a ser sustentado pelo irmão, ao mesmo tempo em que iniciava a carreira profissional como pintor. Vincent, que também morou na França e na Bélgica (onde conviveu com mineiros extremamente pobres), pintou mais de 400 telas nos três anos anteriores à sua morte foram os mais produtivos.
Uma mudança fundamental na vida do pintor holandês aconteceu quando Vincent trocou Paris por Arles, mais ao sul da França. Na pequena cidade, alugou uma casa e intensificou o seu trabalho, ao lado de Gauguin. Após um período de ótima convivência, os dois pintores começam a discutir muito e Vincent ataca Gauguin com uma navalha em dezembro de 1888. Inconformado com o fracasso do ataque e completamente transtornado, Vincent corta o lóbulo de sua orelha esquerda com a própria arma. Em seguida, embrulha o lóbulo e o entrega a uma prostituta.
Internado em um hospital, recebe a visita do irmão Theodorus. No começo de janeiro de 1889, Vincent deixa o hospital, mas apresenta sinais evidentes de disfunção mental - às vezes, aparenta tranquilidade, em outras oportunidades, demonstra alucinações.
Internado pelo irmão em um asilo, Vincent não deixa de pintar. Por ironia, à medida que a sua saúde fica ainda mais deteriorada, a classe artística começa a reconhecer o seu talento, expondo alguns de seus trabalhos em museus. Quando deixou o asilo, o pintor holandês foi morar nas imediações da casa de seu irmão. Nesta época, pinta, em média, um quadro por dia.
Depois de ver os seus problemas mentais serem agravados, Theodorus decide que Vincent será tratado pelo médico Paul Gachet. Em maio de 1890, aparentando estar recuperado, Vincent passa a morar em Auvers-sur-Oise, a noroeste de Paris, onde pinta freneticamente.
Em julho, uma nova recaída no estado de saúde do artista, que também demonstra inconformismo com as dificuldades financeiras enfrentadas pelo seu irmão. No dia 27, Vincent sai para fazer um passeio e toma uma decisão drástica - atira contra si mesmo, no peito. Cambaleando, volta para sua casa, mas não diz a ninguém que tinha tentado o suicídio. Encontrado por amigos, Vincent passa as últimas 48 horas de sua vida, conversando com o seu irmão - os médicos não conseguiram retirar a bala do tórax. No dia 29, pela manhã, o artista morreu e o seu caixão foi coberto com girassóis, flor que ele tanto amava.
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