GIANT - ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE
Por Junior Brown
Houve uma época na história das “traduções” dos títulos de filmes estrangeiros, em que a licença poética encontrava caminhos, muitas vezes, mais interessantes para nós, que o original... tá bom! Pouquíssimas vezes! Entre erros e acertos, quem diria que um simples título como, “Shane” no original, se transformaria em “Os Brutos Também Amam”? “The Big Country” em “Da Terra Nascem os Homens”. E “Calamity Jane” em “Ardida Como Pimenta”. O caminho que os tradutores seguiram nesses três exemplos, encontrou a força necessária para atrair mais platéia aos cinemas, em uma época poética e sedenta de frases filosóficas.Por Junior Brown
Neste sentido, não podemos esquecer um dos títulos mais imponentes de todos os tempos: “Giant”! Para nós: “Assim Caminha a Humanidade”. Um título ainda mais grandioso que o americano. E a nossa história hoje é sobre este filme. Ou sobre o caminho... também pode ser sobre a humanidade... ou quem sabe, sobre o caminho da humanidade.
O filme, um épico texano produzido em 1956 e dirigido por George Stevens, conta com as brilhantes interpretações de Elizabeth Taylor, antes do Michael Jackson. Rock Hudson antes da AIDS. E James Dean antes de morrer. Este seria seu último filme antes do acidente que o catapultou ao status de ícone da rebeldia adolescente. Infelizmente, como diz o título do filme, a humanidade caminha. E Dean resolveu descansar no meio do caminho, deixando seus cigarros órfãos e uma legião de fãs prestes a se rebelar com o moralismo que a sociedade impunha à época. E foram estas, as mesmas imposições que tangeram Rock Hudson às fronteiras dos guetos homossexuais. Escondendo da humanidade a sua orientação. Mas Elizabeth Taylor, o vértice da tríade continua caminhando.
E por falar em tríade, falemos um pouco da trama. Visivelmente, o filme tinha a pretensão de se tornar um novo “E o Vento Levou”. Existe até uma cena de morte por queda de cavalo na película. Com uma história ambientada no Texas, envolvendo duas gerações e a descoberta de petróleo, o roteiro adaptado do best seller de Edna Ferber chegou a ser agraciado com o Oscar de direção. Hudson recebeu uma indicação a estatueta por seu personagem “Bick Benedict”, um rancheiro texano forte, bravo, íntegro e de valores enraizados na própria terra a qual o título original se refere. Liz, interpreta “Leslie”, sua esposa humanitária e preocupada com as mazelas alheias. Como no filme “Lassie”, só que agora, adulta e experiente. E James Dean, como “Jett Rink”, que dá vida a um alcóolatra que encontra petróleo e vira um novo rico em busca de status e respeito. Uma curiosidade sobre o personagem de Dean, é a maquiagem de envelhecimento. Uma das coisas mais bizarras que o cinema americano já produziu! Tá bom! Eles produziram muitas coisas bizarras. NÓS produzimos!
A humanidade continua caminhando. Alguns valores mudaram, outras nem tanto. Um exemplo disso é que a época em que o filme passou nos cinemas, podiamos fumar nas salas. Mas era terminantemente proibido a entrada no recinto de bermudas. Hoje, o inverso se faz presente. Apesar disso, a direção ainda é a mesma. Ainda tentamos desesperadamente deixar nossas marcas no solo. Na terra. E damos um valor gigantesco a isso.
Mas Elizabeth Taylor continua caminhando. Agora sem o amigo Michael. Os soropositivos sofrem menos preconceitos e os automóveis continuam matando em altas velocidades. Houve uma época na história das “traduções” dos títulos de filmes estrangeiros, em que a humanidade realmente acreditava que Deuses caminhavam sobre a terra.
Confira o trailer:
Ficou jóia, Brown! Parabéns! Abração!
ResponderExcluirpuxa que coincidência! acabei de rever GIANT, belo filme, execelente comentário. parabéns JUNIOR. o BAÚ TÁ MELHORANDO
ResponderExcluirLUIZ C
Não estava bom, Clementino?
ResponderExcluirGostei muito! Principalmente, claro, por causa do Jim que era um gato! Bjão, galera! Dri
ResponderExcluirBrown: podia ter começado fazendo uma ponte com os Beatles - A Hard Day's Night - virou Os Reis do Iê, iê, iê! Abraço
ResponderExcluir