São, sim. No início de setembro, no dia 9/9/9, a EMI relançou toda a discografia “oficial” dos Beatles em três formatos. Eles podem ser comprados separadamente ou em duas caixas - uma na versão estéreo e outra em mono. Os álbuns foram remasterizados e ganharam um mini documentário que acompanha cada disco. Neles, o produtor George Martin e os Beatles explicam o processo de gravação de cada um. Desde seu lançamento, os álbuns tem ganhado resenhas laudatórias por parte do primeiro escalão do jornalismo musical internacional. Mark Edwards do Independent, desculpou-se pelo uso de um clichê batido: “É como ouvir estes discos pela primeira vez”. E todos estão certos. Poucas experiências são tão emocionantes como ouvir os discos de uma maneira muito próxima à concebida pelos Beatles. Há de se fazer uma explicação sobre o porquê da remasterização estar sendo tratada como o Santo Graal. Quando o CD surgiu, no início da década de 80, boa parte das gravações foi transferida para a nova tecnologia. Eles eram digitalizados e passavam de LP para CD. O problema é que muitos dos técnicos que fizeram essas edições simplesmente transportaram esses álbuns sem a menor preocupação com detalhes como a mixagem dos trabalhos e o volume de cada instrumento, e nem sequer tiveram o cuidado de estudar o artista que estava sendo digitalizado. A discografia dos Beatles, lançada para CD em 1987, também foi tratada com descaso. Os Cds tinham um som “reto”, ou seja, não ressaltavam os detalhes de cada música. Alan House, técnico dos estúdios de Abbey Road, passou quatro anos cuidando do processo de remasterização dos álbuns dos Beatles. Ele pegou as masters mono e estéreo de cada disco e trabalhou faixa por faixa. O resultado é magistral. Há uma precisão de detalhes em cada música, que passavam despercebidos nas edições anteriores. Como o violão de Paul McCartney em Things We Sai Today e a bateria de Ringo em Taxman. Aliás, o trabalho de McCartney com o contra baixo se mostra soberbo e chega ao clímax em Abbey Road.Os fãs dos Beatles têm se dividido entre comprar a versão mono ou estéreo. Cada uma tem suas próprias características. A versão estéreo foi lançada numa caixa luxuosa, com fotos raras e um DVD com um documentários sobre as gravações - o mesmo que está dividido nos discos vendidos em separado. Em compensação, a caixinha mono tem versões diferentes das dos discos em estéreo (She’s Leaving Home, de Sgt. Pepper’s, é tocada num modo mais rápido, Strawberry Fields Forever btambém aparece de forma mais psicodélica). Os Beatlemaníacos mais xiitas defendem que o quarteto gravou aqueles discos com a tecnologia mono - e que ouví-los em estéreo seria um pecado contra a concepção de John, Paul, Georges (o Harrison e o Martin) e Ringo. Não importa. Seja mono, seja estéreo, num aparelho de última geração, num Ipod ou numa vitrola, o relançamento da discografia dos Beatles é essencial e imperdível!
Eu comprei as duas... mono e stereo... e estão espetaculares mesmo!!!
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