segunda-feira, 28 de junho de 2010

PAUL McCARTNEY BOTA LONDRES PARA DANÇAR

EX-BEATLE MOSTRA PORQUE AOS 68 ANOS, AINDA É O MELHOR!

O cenário não poderia ser melhor. Em pleno Hyde Park, no coração de Londres, logo após a derrota da Inglaterra para a Alemanha pelas oitavas de final da Copa do Mundo, quando a cidade, ainda que ensolarada, curtia uma certa tristeza pela derrota, Paul McCartney entra no palco do Hard Rock Calling Festival (que começou no dia 25 e já contou com Pearl Jam, Elvis Costello e Stevie Wonder) disposto a fazer valer a máxima "quem canta seus males espanta."

Não fosse este um dos (quase) últimos shows a céu aberto do ex-Beatle para um grande público (segundo números oficiais, cerca de 40 mil pessoas pagaram cerca de 70 libras - R$ 210,00 - para assistir ao "mestre Paul") a apresentação deste domingo não passaria de mais uma das centenas que ocorrem em dezenas de festivais de verão na Inglaterra.

Mas Paul estava disposto a provar porque, aos 68 anos, ainda tem fôlego para levar sua plateia ao delírio. Às 19h30 (15h30 do Brasil), subiu ao palco com pontualidade britânica e começou a esquentar uma plateia que parecia ainda um tanto amortecida. Pausa depois da primeira música: "Antes de realmente começar, deixem-me olhar bem para vocês. Esta será uma noite muito especial."

E o que se seguiu confirmou a previsão. Como poucos, Paul é capaz de tirar da inércia até mesmo o mais preguiçoso dos fãs. Sejam eles ingleses ou não. Como não poderia deixar de ser em um show beatlemaníaco, a plateia era heterogênea e "multi-idade". Pais, mães, filhos, netos. Ingleses, brasileiros, alemães, italianos… Mas a torcida torcia, unânime, para o show ser memorável. E foi. No set list, muito bem equilibrado entre clássicos para agradar os saudosos beatlemaníacos e sucessos pessoais com novas canções, não faltaram Got to Get Into My Life, The Long and Winding Road, Hey Jude, Something, A Day in the Life, Give Peace a Chance, Let It Be...

Nada seria digno de nova nota não fosse exatamente a direção cuidadosa do show e o talento de "showman" de Paul que, combinados, transformam um show cujo áudio deixava muito a desejar em uma "história cantada da vida do músico." Antes de My Love, a declaração: "Esta eu escrevi para Linda (sua primeira mulher, que morreu de câncer em 1998). E dedico a todos os amantes desta plateia". Como bem sintetizou o fã inglês, "Paul poderia simplesmente subir no palco, cantar e cantar, ir embora e já estaria bom demais. Mas ele faz questão de explicar início de canção por canção. Cada uma faz parte de uma fase de sua vida. Este show conta a vida dele."
De fato. Pequenos grandes detalhes que, ao final, fazem netos e avós darem as mãos para cantar Hey Jude por 10 minutos sem parar. E continuar mesmo depois que o cantor deixou o palco pela segunda vez, 'obrigando-o' a voltar por mais outra hora inteira. Após pequena pausa, voltou ao palco empunhando uma imensa bandeira da Inglaterra. Em dia de derrota, um tanto de patriotismo cai bem.

Já eram 22h18 quando o cantor tentou terminar pela terceira vez e mandou Helter Skelter, mas a plateia não deixava. "A gente tem que ir embora. A não ser que vocês queiram dormir no parque", disse Paul, que ouviu um sonoro: "Sim!" Para, finalmente, tentar expulsar o público, que nesta hora já pulava, dançava e não arredava pé, Ob-la-di, Ob-la-da... Life góes on... A vida continua e o show não acabava.

Para terminar, claro: Sargent Peppers Lonely Heart Club Band e, clichê dos clichês: "And in the end the love you take.. is equal to the love..you make." (O Amor que você ganha é o mesmo que você dá). Paul levou muito amor para casa neste domingo e garantiu: "Até a próxima." Quem sabe, com o fôlego inspirador, Paul não se animou com a bandeira brasileira que tremulava na plateia e não se anima a fazer, ao menos, uma última parada no Brasil. Vamos torcer!

Agora, você confere um trechinho do espetáculo de Sir Paul - Ob la di Ob la da

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