O Baú do Edu orgulhosamente apresenta agora uma entrevista rara e exclusiva com o criador do nosso blog preferido e mais bonito da internet: Eduardo Bonfim – ou Badfinger – como ele prefere ser chamado. Se existe um “culpado”, um responsável por tudo que sái aqui, é ele! "Desde o início do blog, muitas pessoas (parentes e amigos) perguntam por quê nunca apareço no Baú do Edu. “Pura falta de espaço”. Respondo. Na verdade, já apareci 3 vezes: uma recentemente, outra, no meu aniversário de 2008 e outra quando o Baú completou 1 ano".
Hoje, finalmente, todos vocês poderão me conhecer um pouco melhor. O que eu faço, o que eu penso e o que sinto. Muitos foram os amigos que se ofereceram para fazerem essa entrevista comigo. Mas concluí que a coisa só funcionaria se eu mesmo fizesse as perguntas sobre os assuntos que queria falar. Espero que gostem e se divirtam! Algumas passagens ficaram bem engraçadas. As fotografias são do amigo, irmão e camarada Mariozinho. Gostaria de dedicar essa postagem carinhosamente em homenagem ao meu pai. Obrigadão por tudo, velhinho! Muito obrigado a cada um de vocês por estarem sempre por aqui junto comigo. Valeu! Abração!
Pronto? Estou. Então, o que você faz da vida? Queria responder que passo meus dias fazendo o Baú do Edu, mas na verdade é bem na calada da noite que faço isso, como o Aranha e o Morcegão. E de dia? O que faz? Sou publicitário. Trabalho numa agência de propaganda. Como você se definiria? “Eu sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior”. Tenho 48 anos. Sou um velho chato e rabujento. Ansioso? Não. Desesperado! Se nada acontecer, farei 49 em 11 de maio de 2011 e ainda sou o garoto que ama os Beatles e Badfinger. Quantos filhos? Três. Cada um de uma mãe diferente. Quem são eles e quantos anos têm? O Pedro Ivo, este ano vaí completar 30. O Davi está com 15 e a Indira tem 12. Algum deles vive com você? Não. Como Bob Dylan, sou um cara “inconvivível”! Há dias em que nem eu mesmo me suporto! Acha que está velho? Velho e sistemático. Um “grande” e velho chato! Tem medo da morte? Da minha morte? Não. Tenho medo da morte das pessoas que amo. Tenho mais medo do sofrimento que da morte propriamente. Não pude deixar de observar que você tem um carinho especial por John Lennon. Ele é seu “Beatle preferido”? É! Um dos meus quatro Beatles preferidos! Rsrs... Como ficou sabendo que foi assassinado? Na manhã do dia 9 de dezembro de 1980. Meu irmão chegou em casa pálido como uma vela e e perguntou se eu já sabia o que tinha acontecido, eu disse que não. Então, ele disparou à queima-roupa: “O John Lennon foi assassinado com 5 tiros por um idiota ontém!”. Meu mundo desabou! Foi o 2º pior dia da minha vida! Qual foi o 1º? Ainda não chegou a hora de falar dele! Acho que os Beatles são o início, o meio e o fim de tudo. Sim? São, sim. Como tudo começou? Quando ainda era bem menino, nós morávamos em Carolina (linda cidade no sul do Maranhão). Lá, não existia nem televisão. De vez em quando, ouvia em alguma conversa de adultos que havia um conjunto de cabeludos que estavam fazendo muito sucesso. “Cabeludo” era sinônimo de drogados e arruaceiros. Não dei a menor bola. Em 1968, meu pai e alguns irmãos dele tinham uma fábrica de sabão em Anápolis. Então, saímos de Carolina e nos mudamos para Anápolis. Foi quase como mudar de país. Para mim, um menino de seis anos, era quase como Nova York. Finalmente, conhecemos a televisão. Eu, meu pai e meu irmão delirávamos com os desenhos animados e programas maravilhosos como “Jovem Guarda”. Onde entram os Beatles? Assistíamos jogos de futebol e novelas bobas quando um comercial anunciou que estrearia o programa “Beatles Cartoons”. No comercial, tinha uma música fantástica que nos encantou. Era “A Hard Day’s Night”, mas nós (eu e meu irmão) não conseguíamos falar aquilo nem por um decreto. Era simplesmente: “osbinarrardeisnaite”. E depois? Não perdíamos um episódio sequer. A fábrica começou a ter problemas e tivemos que voltar para Carolina. Essa volta foi terrível? Foi. Como resolveram? Quando voltamos, todos sentimos o baque. Principalmente o Papai que se preocupava tanto com nosso futuro. Um dia ele anunciou: vamos morar em Brasília”. Uau! Aquilo foi o máximo! Brasília era o “Eldorado”? Era. Ainda no avião, fiquei impressionado desde que que vi o “desenho do avião” pela 1ª vez. Fomos morar num apartamento enorme num lugar privilegiado que era de um irmão do papai até ele comprar o nosso. A televisão era para mim a maior invenção do homem! Estava completamente viciado. Assistia e decorava programas imortais como Batman, com Adam West e Burt Ward. Depois vieram “O Túnel do Tempo” e “Viagem ao Fundo do Mar” estrelando Richard Basehart (Almirante Nelson) e David Hadison (Capitão Crane). Ouvia falar dos Beatles vez por outra, como quando se separaram. Mas não dava a mínima. Estamos em que ano? 1970. Eu tinha 8 anos e meu irmão 10. Éramos bem felizes e adorávamos toda aquela “cultura inútil”, que depois ganhou o nome bacana de “cultura pop”. E os Beatles? Os Beatles só apareceriam definitivamente em minha vida nas férias de julho de 1975. Dois primos da minha idade estavam hospedados lá em casa. Num sábado à tarde, depois de um dia super divertido fomos procurar o que fazer no jornal e vimos que estava passando “Help!” no cinema 1. Lá fomos nós e gostamos! Eu, muito mais que eles, tanto que no outro dia propus que fôssemos novamente e eles não toparam. Fui sozinho para a sessão que começava às 14h. Quando acabou, permaneci no cinema para ver a das 16, das 18 e das 20h. Era hora de ir para casa. Quando cheguei, todos estavam preocupados e perguntaram o que tinha acontecido, respondi: “eu vi os Beatles!”. Durante toda a semana, repetia meu ritual. Chegava no cinema para a primeira sessão e só saia depois que acabava a última. Não tenho medo de errar ao afirmar que já assisti “Help!” mais de 500 vezes! E seu primeiro disco? Foi “Help”? Foi. Num daqueles dias quando saí do cinema, havia (e ainda há!) uma loja chamada “Discodil”, no Conjunto Nacional. Foi a 1ª vez que entrei numa loja de discos e fiquei encantado. Quando perguntei ao vendedor quanto custava um disco dos Beatles, levei um susto! Era uma fortuna! Então comecei a juntar as pequenas “mesadas” que o Papai nos dava (para mim e meu irmão) todos os sábados depois do almoço. Depois do mês mais longo da minha vida, fui á Discodil e comprei meu 1º “Help!”. Fico emocionado até de me lembrar. Tenho mais de 10! Qual foi o seguinte? Êita! Demorou meses! Todos os anos passávamos as férias de julho em Balsas (nossa cidade-natal) também no sul do Maranhão. Todos os anos, no meio e no final do ano, eu ficava de recuperação. Era uma luta. Em julho de 1976, voltamos mais cedo das férias por que o tal de Eduardo tinha que fazer uma prova. Voltamos para a civilização num domingo. Na mesma hora peguei o Correio (Baziliense) para ver os fimes e lá estavam eles (os Beatles) de novo! Dessa vez era “Os Reis do Ié, Ié, Ié”. Era o último dia de exibição no Cine Karim Márcia, também no Conjunto. Se corresse, daria tempo de ver pelo menos 3 sessões. Cheguei atrasado e o filme já havia começado. Quando entrei, me deparei com a imagem imensa de George Harrison em preto e branco cantando “I'm Happy Just to Dance with You”. Fiquei em êxtase. Dessa vez, estava com a grana em cima. Tinha ganhado um dinheiro em Balsas da saudosa Vovó Ritinha, mãe do Papai. Dava para comprar três! Saí do cinema e comprei “A Hard Day’s Night”, “Beatles For Sale” e “With The Beatles”. Como fazia para ouvir os discos? Isso era um problemão. Uma família enorme (meus pais, meu irmão Adelmar, eu e as duas meninas, a Lilinha e a Cacá!) e somente uma radiolazinha portátil Phillips que meus pais deram para meu irmão em seu aniversário. Briga toda hora, briga todo dia. Era bem feliz nessa época. Depois que o Papai percebeu que eu não desistiria nunca mais dos Beatles, comprou um aparelho 3 em 1 da Sharp. Foi demais! E na escola? Como era seu aproveitamento? Uma lástima! Me arrastava como podia. As malditas recuperações não me deixavam nunca! Desde muito cedo, demonstrei um certo talento para as artes plásticas. Meu pai era meu maior fã e incentivador. Ficava impressionado com os desenhos que fazia dos Beatles e outros astros do rock. Ele trabalhava como gerente-admistrativo numa fábrica de móveis. Depois que constatou que eu não tinha - de fato - nenhum interesse pela escola, me arrumou um estágio na fábrica como auxiliar de design de móveis. Foi ótimo! Foi com sua ajuda também que consegui meu 1º estágio numa agência de propaganda há mais de 30 anos. Estava com quantos anos? 17. Trabalhava como um louco na agência e à noite, frequentava a Escola de Artes de Brasília, onde o tive o privilégio de conhecer, ser aluno e me tornar amigo da artista plástica Sônia Paiva, que me ensinou muito. E sua relação com as garotas. Como era? Geralmente, platônicas. Quase nulas. Tinha uns namoricos, mas não dava a mínima para elas, nem elas para mim. O tempo que me sobrava, usava para ler, estudar e aprender tudo o que podia sobre os Beatles. Um dia apareceu uma que achava que fosse especial, mas logo mostrou que não era. Ficou grávida e “O Maravlhoso Mundo do Edu” começou a desmoronar. Vocês casaram? Sim.Talvez seja o maior arrependimento que tenho na vida em todos esses anos: ter casado tão jovem! Poderia ter sido um bom pai sem precisar casar. Na época não houve outro jeito. O que veio depois? Meu filho! Meu primogênito que batizei com o nome “Pedro Ivo” em homenagem ao meu pai que tanto me ajudava. Este ano, o “Pedrinho” completa 30 anos. Ele e Ingrid há dois anos, me deram a alegria de me tornar o “Vovô Dudu”. A Juju é uma garotinha linda e muito esperta. Na época que seu 1º filho nasceu, estava trabalhando onde? Na mesma agência onde comecei como estagiário. O contrato era para 3 meses de experiência, mas depois de 1 mês fui contratado. Então passei a trabalhar e conviver com os melhores profissionais da época. Meu primeiro salário, gastei todo, todinho mesmo com discos dos Beatles. Alguma lembrança especial dessa época? Sim. A agência que eu trabalhava (Atual Propaganda) era que atendia a conta do supermercado Jumbo, hoje, grupo Pão de Açúcar, estavam organizando um mega festival de rock que seria realizado aqui em Brasília. Toda a equipe de veteranos da agência ficou surpresa, quando o diretor Júlio César Figueiredo me deixou como responsável por toda a campanha do festival. Foi uma ciumeira só! Criei toda a programação visual do evento. Desde os cartazes até os crachás. Eu não tinha nem 20 anos. Como se chamou o festival? Rock Cerrado. Excelente, matador e definitivo. Foi você quem criou o nome? Não. Foi meu amigo Ludovico Ribondi. O festival foi um sucesso? Foi. Dizem que no Estádio Pelezão, havia mais de 30 mil pessoas para ver os shows de Raul Seixas, Rita Lee, Pepeu Gomes, Baby Consuelo e tantos outros. Engraçado sobre esse episódio, é que todo o pessoal da agência tinha passe livre até para os bastidores e quando chegou o dia, acabou que eu nem fui. Sabia que a acabação seria geral e eu não queria participar daquilo. Alguns amigos doidões, até hoje juram que que eu estava lá. Uns dizem atéque conversaram comigo. Êta maconhada boa!!!
Pronto? Estou. Então, o que você faz da vida? Queria responder que passo meus dias fazendo o Baú do Edu, mas na verdade é bem na calada da noite que faço isso, como o Aranha e o Morcegão. E de dia? O que faz? Sou publicitário. Trabalho numa agência de propaganda. Como você se definiria? “Eu sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior”. Tenho 48 anos. Sou um velho chato e rabujento. Ansioso? Não. Desesperado! Se nada acontecer, farei 49 em 11 de maio de 2011 e ainda sou o garoto que ama os Beatles e Badfinger. Quantos filhos? Três. Cada um de uma mãe diferente. Quem são eles e quantos anos têm? O Pedro Ivo, este ano vaí completar 30. O Davi está com 15 e a Indira tem 12. Algum deles vive com você? Não. Como Bob Dylan, sou um cara “inconvivível”! Há dias em que nem eu mesmo me suporto! Acha que está velho? Velho e sistemático. Um “grande” e velho chato! Tem medo da morte? Da minha morte? Não. Tenho medo da morte das pessoas que amo. Tenho mais medo do sofrimento que da morte propriamente. Não pude deixar de observar que você tem um carinho especial por John Lennon. Ele é seu “Beatle preferido”? É! Um dos meus quatro Beatles preferidos! Rsrs... Como ficou sabendo que foi assassinado? Na manhã do dia 9 de dezembro de 1980. Meu irmão chegou em casa pálido como uma vela e e perguntou se eu já sabia o que tinha acontecido, eu disse que não. Então, ele disparou à queima-roupa: “O John Lennon foi assassinado com 5 tiros por um idiota ontém!”. Meu mundo desabou! Foi o 2º pior dia da minha vida! Qual foi o 1º? Ainda não chegou a hora de falar dele! Acho que os Beatles são o início, o meio e o fim de tudo. Sim? São, sim. Como tudo começou? Quando ainda era bem menino, nós morávamos em Carolina (linda cidade no sul do Maranhão). Lá, não existia nem televisão. De vez em quando, ouvia em alguma conversa de adultos que havia um conjunto de cabeludos que estavam fazendo muito sucesso. “Cabeludo” era sinônimo de drogados e arruaceiros. Não dei a menor bola. Em 1968, meu pai e alguns irmãos dele tinham uma fábrica de sabão em Anápolis. Então, saímos de Carolina e nos mudamos para Anápolis. Foi quase como mudar de país. Para mim, um menino de seis anos, era quase como Nova York. Finalmente, conhecemos a televisão. Eu, meu pai e meu irmão delirávamos com os desenhos animados e programas maravilhosos como “Jovem Guarda”. Onde entram os Beatles? Assistíamos jogos de futebol e novelas bobas quando um comercial anunciou que estrearia o programa “Beatles Cartoons”. No comercial, tinha uma música fantástica que nos encantou. Era “A Hard Day’s Night”, mas nós (eu e meu irmão) não conseguíamos falar aquilo nem por um decreto. Era simplesmente: “osbinarrardeisnaite”. E depois? Não perdíamos um episódio sequer. A fábrica começou a ter problemas e tivemos que voltar para Carolina. Essa volta foi terrível? Foi. Como resolveram? Quando voltamos, todos sentimos o baque. Principalmente o Papai que se preocupava tanto com nosso futuro. Um dia ele anunciou: vamos morar em Brasília”. Uau! Aquilo foi o máximo! Brasília era o “Eldorado”? Era. Ainda no avião, fiquei impressionado desde que que vi o “desenho do avião” pela 1ª vez. Fomos morar num apartamento enorme num lugar privilegiado que era de um irmão do papai até ele comprar o nosso. A televisão era para mim a maior invenção do homem! Estava completamente viciado. Assistia e decorava programas imortais como Batman, com Adam West e Burt Ward. Depois vieram “O Túnel do Tempo” e “Viagem ao Fundo do Mar” estrelando Richard Basehart (Almirante Nelson) e David Hadison (Capitão Crane). Ouvia falar dos Beatles vez por outra, como quando se separaram. Mas não dava a mínima. Estamos em que ano? 1970. Eu tinha 8 anos e meu irmão 10. Éramos bem felizes e adorávamos toda aquela “cultura inútil”, que depois ganhou o nome bacana de “cultura pop”. E os Beatles? Os Beatles só apareceriam definitivamente em minha vida nas férias de julho de 1975. Dois primos da minha idade estavam hospedados lá em casa. Num sábado à tarde, depois de um dia super divertido fomos procurar o que fazer no jornal e vimos que estava passando “Help!” no cinema 1. Lá fomos nós e gostamos! Eu, muito mais que eles, tanto que no outro dia propus que fôssemos novamente e eles não toparam. Fui sozinho para a sessão que começava às 14h. Quando acabou, permaneci no cinema para ver a das 16, das 18 e das 20h. Era hora de ir para casa. Quando cheguei, todos estavam preocupados e perguntaram o que tinha acontecido, respondi: “eu vi os Beatles!”. Durante toda a semana, repetia meu ritual. Chegava no cinema para a primeira sessão e só saia depois que acabava a última. Não tenho medo de errar ao afirmar que já assisti “Help!” mais de 500 vezes! E seu primeiro disco? Foi “Help”? Foi. Num daqueles dias quando saí do cinema, havia (e ainda há!) uma loja chamada “Discodil”, no Conjunto Nacional. Foi a 1ª vez que entrei numa loja de discos e fiquei encantado. Quando perguntei ao vendedor quanto custava um disco dos Beatles, levei um susto! Era uma fortuna! Então comecei a juntar as pequenas “mesadas” que o Papai nos dava (para mim e meu irmão) todos os sábados depois do almoço. Depois do mês mais longo da minha vida, fui á Discodil e comprei meu 1º “Help!”. Fico emocionado até de me lembrar. Tenho mais de 10! Qual foi o seguinte? Êita! Demorou meses! Todos os anos passávamos as férias de julho em Balsas (nossa cidade-natal) também no sul do Maranhão. Todos os anos, no meio e no final do ano, eu ficava de recuperação. Era uma luta. Em julho de 1976, voltamos mais cedo das férias por que o tal de Eduardo tinha que fazer uma prova. Voltamos para a civilização num domingo. Na mesma hora peguei o Correio (Baziliense) para ver os fimes e lá estavam eles (os Beatles) de novo! Dessa vez era “Os Reis do Ié, Ié, Ié”. Era o último dia de exibição no Cine Karim Márcia, também no Conjunto. Se corresse, daria tempo de ver pelo menos 3 sessões. Cheguei atrasado e o filme já havia começado. Quando entrei, me deparei com a imagem imensa de George Harrison em preto e branco cantando “I'm Happy Just to Dance with You”. Fiquei em êxtase. Dessa vez, estava com a grana em cima. Tinha ganhado um dinheiro em Balsas da saudosa Vovó Ritinha, mãe do Papai. Dava para comprar três! Saí do cinema e comprei “A Hard Day’s Night”, “Beatles For Sale” e “With The Beatles”. Como fazia para ouvir os discos? Isso era um problemão. Uma família enorme (meus pais, meu irmão Adelmar, eu e as duas meninas, a Lilinha e a Cacá!) e somente uma radiolazinha portátil Phillips que meus pais deram para meu irmão em seu aniversário. Briga toda hora, briga todo dia. Era bem feliz nessa época. Depois que o Papai percebeu que eu não desistiria nunca mais dos Beatles, comprou um aparelho 3 em 1 da Sharp. Foi demais! E na escola? Como era seu aproveitamento? Uma lástima! Me arrastava como podia. As malditas recuperações não me deixavam nunca! Desde muito cedo, demonstrei um certo talento para as artes plásticas. Meu pai era meu maior fã e incentivador. Ficava impressionado com os desenhos que fazia dos Beatles e outros astros do rock. Ele trabalhava como gerente-admistrativo numa fábrica de móveis. Depois que constatou que eu não tinha - de fato - nenhum interesse pela escola, me arrumou um estágio na fábrica como auxiliar de design de móveis. Foi ótimo! Foi com sua ajuda também que consegui meu 1º estágio numa agência de propaganda há mais de 30 anos. Estava com quantos anos? 17. Trabalhava como um louco na agência e à noite, frequentava a Escola de Artes de Brasília, onde o tive o privilégio de conhecer, ser aluno e me tornar amigo da artista plástica Sônia Paiva, que me ensinou muito. E sua relação com as garotas. Como era? Geralmente, platônicas. Quase nulas. Tinha uns namoricos, mas não dava a mínima para elas, nem elas para mim. O tempo que me sobrava, usava para ler, estudar e aprender tudo o que podia sobre os Beatles. Um dia apareceu uma que achava que fosse especial, mas logo mostrou que não era. Ficou grávida e “O Maravlhoso Mundo do Edu” começou a desmoronar. Vocês casaram? Sim.Talvez seja o maior arrependimento que tenho na vida em todos esses anos: ter casado tão jovem! Poderia ter sido um bom pai sem precisar casar. Na época não houve outro jeito. O que veio depois? Meu filho! Meu primogênito que batizei com o nome “Pedro Ivo” em homenagem ao meu pai que tanto me ajudava. Este ano, o “Pedrinho” completa 30 anos. Ele e Ingrid há dois anos, me deram a alegria de me tornar o “Vovô Dudu”. A Juju é uma garotinha linda e muito esperta. Na época que seu 1º filho nasceu, estava trabalhando onde? Na mesma agência onde comecei como estagiário. O contrato era para 3 meses de experiência, mas depois de 1 mês fui contratado. Então passei a trabalhar e conviver com os melhores profissionais da época. Meu primeiro salário, gastei todo, todinho mesmo com discos dos Beatles. Alguma lembrança especial dessa época? Sim. A agência que eu trabalhava (Atual Propaganda) era que atendia a conta do supermercado Jumbo, hoje, grupo Pão de Açúcar, estavam organizando um mega festival de rock que seria realizado aqui em Brasília. Toda a equipe de veteranos da agência ficou surpresa, quando o diretor Júlio César Figueiredo me deixou como responsável por toda a campanha do festival. Foi uma ciumeira só! Criei toda a programação visual do evento. Desde os cartazes até os crachás. Eu não tinha nem 20 anos. Como se chamou o festival? Rock Cerrado. Excelente, matador e definitivo. Foi você quem criou o nome? Não. Foi meu amigo Ludovico Ribondi. O festival foi um sucesso? Foi. Dizem que no Estádio Pelezão, havia mais de 30 mil pessoas para ver os shows de Raul Seixas, Rita Lee, Pepeu Gomes, Baby Consuelo e tantos outros. Engraçado sobre esse episódio, é que todo o pessoal da agência tinha passe livre até para os bastidores e quando chegou o dia, acabou que eu nem fui. Sabia que a acabação seria geral e eu não queria participar daquilo. Alguns amigos doidões, até hoje juram que que eu estava lá. Uns dizem atéque conversaram comigo. Êta maconhada boa!!!
Quanto tempo ficou na Atual? Uns dois anos. Porque saiu? Rebeldia. Houve uma rebelião de toda a equipe por melhor remanejamento dos horários e melhores salários. Todos fomos despedidos! Como se virou? Uma semana depois, fui contratado como Arte-Finalista da “Know How Promoções e Publicidade” do saudoso Wanderley Mattos que era um homem de comunicação como poucos. Minha chance chegou quando o “Diretor de Arte” oficial se demitiu e deixou a vaga livre. Então, tomei a frente e me tornei “Diretor de Arte” – que era meu sonho! Fiquei lá por oito anos até a morte do Wanderley. E o casório, quanto tempo durou e como terminou? Meu casamento era a maior chatice do mundo! Parecia natural que terminasse da pior forma possível com barracos internacionais. Durou longos 5 anos. Quantos discos você tem hoje? Tenho muitos. Mais do que consigo guardar. Mais de 1.000? Sim! Mais de 2.000? Hoje, não mais. Ano passado vendi 500 LPs para um sebo de um amigo. Estava duro? Hoje em dia, só ando duro. Mas não foi por grana que vendi não. Foi puramente por espaço. Eram discos que não gostava. Muitos, nunca tinha nem ouvido. O que você tem? Tenho todos os discos dos Beatles, vários de cada, dos ex-Beatles, todos do Badfinger, todos dos Rolling Stones até 1990, e muitos, muitos de outras bandas que não caberiam aqui. E o que você não tem? Não tenho os LPs lançados nos últimos 10 anos. Yellow Submarine, 1, Love, Naked, os Anthologys e todos esses remasterizados lançados em 2009. Eles saíram em LP? Aqui no Brasil, não. Muitos só foram lançados no Japão. Os CDs você tem? Tenho. Acha que ainda vai conseguir ter esses LPs? Tenho tanta certeza disso como o dia irá nascer amanhã! Depois da Know How e do fim do casamento, o que foi fazer? Fui parar numa comunidade de Rajneeshs. Era um apartamento enorme da UnB. Para se ter idéia do tamanho, eu alugava apenas a parte dos fundos com quarto, área de serviço e um banheiro. Era um palacete! Eu não me envolvia com os Rajneeshs nem eles comigo. Apenas pediam que mantivesse o “som” baixo enquanto havia os “rituais”. Foi uma época ótima! Fui contratado pelo amigo Ratão como Diretor de Arte da Ratto Propaganda, onde fiz um trabalho primoroso. E os Beatles? Ainda se lembrava deles? Não existe um dia sequer que não pense neles, leia alguma coisa sobre eles, ou escute pelo menos 1 álbum inteiro por dia. Todos os dias! Foi durante essa época que começou o problema da falta de espaço para guardar os discos que aumentavam rapidamente. O que mais você fazia?Ainda era jovem, bonitão e ganhava uma grana bacana. Tinha tudo o que queria e precisava! Zanzava de cima para baixo de táxi (nunca aprendi a dirigir) e tinha umas namoradinhas legais. Esta foi, com certeza a melhor época da minha vida! A mais Rock And Roll! Enfim, era livre! Foi durante essa época que pude ir ao Rio assistir os dois shows de Paul McCartney no Maracanã. Já que tocou no assunto, não teve vontade de ver os shows dele em 2010 em Porto Alegre e São Paulo? Um pouco. Até porque seria a oportunidade de conhecer pessoalmente vários amigos que conheço apenas aqui no Baú do Edu. Mas a vontade não era tão grande assim. Estou velho para esse tipo de evento e não tenho paciência para enfrentar multidões. Além do mais, minha grana agora anda curta. Se tivesse sido aqui em Brasília, iria com certeza! E, no dia do 2º show em São Paulo, nosso blog alcançou seu recorde de acessos. Está usando uma camiseta do show no Morumbi. Como conseguiu? Ah, isso foi presente de uma amiga espetacular, muito querida, que tive o privilégio de “conhecer” aqui no Baú do Edu: a incrível e incomparável Lara Selem!
Vamos de volta ao passado... o que houve depois da Ratto Propaganda? Os anos que se seguiram não foram bons não! Cheguei a ter minha própria agência, a “OUR Publicidade” junto com meu amigo João Neiva. Apesar de resistirmos por 5 anos lutando contra gigantes, sucumbimos e nos separamos. O que veio depois? Conheci outra mulher. Novamente achei que era especial e quebrei a cara de novo! Ela ficou grávida e nasceu o Davi. Então eu e o Beto Cordeiro – redator que havia conhecido na Ratto, fomos contratados como dupla de criação por uma grande agência, a “melhor agência de Brasília”, a D&M. Ganhávamos um bom dinheiro mas não nos entendíamos. Essa época era o inferno! Chegamos a “sair na porrada” certa vez. Depois de um tempo, pedi para ser demitido e ganhei uma grana preta. Eu e a mãe do Davi fomos passar um tempo em Porto Seguro tentando salvar a união, mas já estava decretado o fim. Quando voltei, tinha tudo na cabeça para escrever um livro. E assim foi! Como resolveram? Um dia o barraco desabou de verdade e ela foi embora para a cidade dela levando o Davi. Estava acabado, era o fim. E então? Foi nessa época que (re) encontrei uma grande amiga do tempo da escola (aquela que eu tinha um amor platônico) que não via há 20 anos. Então veio a Indira, uma gatinha linda que vai fazer 13 anos. Xô, urubus! Disse que escreveu um livro? Que interessante. Como era? Na época, eu estava fascinado por “pockets books” que infestavam as livrarias. Tinham um preço bom e eu “devorava” quantos podia ler. Às vezes, 3 ao mesmo tempo! Então passei a imaginar como ficaria o meu naquele formatinho simpático e comecei a escrever a história usando coisas que tinha aprendido com os Beatles em todos esses anos. “Uma Tarde do Outro Mundo” conta as aventuras de Edmundo Macalé, meu alter-ego, que vive perambulando entre dois mundos, o real e o imaginário, junto com os Beatles. No final, acabou ficando bem bacana. Deu certo? De certa forma, sim. Pedi aos amigos Djair e Osmar da gráfica Lasercor que fizessem apenas 100 exemplares. Eles fizeram 500! Todos acabaram rapidamente e eu mesmo, não tenho nenhum. E a Beatlemania? Continuava firme? Continuava. Mas confesso que, durante um certo período perdi minha fé e não tinha mais paciência para ouvir as músicas. O que aconteceu? Estava completamente hipnotizado, embriagado, alucinado por Badfinger. Foi nessa época que apareceram os primeiros sinais de depressão.
Estava trabalhando onde? No “Grupo 108 de Comunicação” dos queridíssimos amigos Regina Dantas e Antonio Burity. Fui convidado para ser diretor de arte pelo amigo Ludovico que era diretor de criação. Fiquei lá por uns oito anos. No meio de tantas crises, o que fez?Nada. Deixei ser levado pela correnteza. “Down To The River”. Então, saí do Grupo 108 amigavelmente sem saber o que viria a seguir. O Ludovico era um cara muito safo e “armou” para ele, eu e o Marcão (Marco Miranda – redator) e fomos os três para a DQV dos amigos Éber e João, onde estou até hoje. O Ludovico e o Marco, não. Foi legal? Por um lado, sim. Por outro, não! Quando chegamos a agência era um stress terrível. Em todos esses anos nunca tinha trabalhado tanto! O Ludovico era um feitor e eu e o Marco passamos à odiá-lo. O stress era tamanho que, um dia, tive um colapso nervoso e e fiquei uns 40 dias de molho. Como herança, apareceu uma dor terrível no pescoço e ombro esquerdo. Engraçado e curioso, é que todos os especialistas que procurei diziam que a dor era puramente psicológica. Fiz acunpuntura, RPG, nada! Até hoje convivo diariamente com ela. Dias mais, dias menos. Como e quando surgiu o Baú do Edu? Há muitos anos imaginava uma forma de compartilhar minha Beatlemania com outras pessoas que também fossem como eu. Depois de 5 anos, a verdade é que eu já estava com o saco cheio da DQV e eles também se encheram de mim. Então, me despediram. Foi um período bem ruim. Andava muito triste e preocupado com o estado de saúde do meu pai que se agravava rapidamente e ele foi internado novamente. Pelo menos, desta vez, o hospital era (e ainda é) do lado da minha casa e eu podia passar mais tempo com eles. Estava trabalhando em propaganda somente com “free-lancer” e foi quando tive a idéia de criar o blog. A tese do meu filho Pedro para a faculdade foi sobre novas mídias. Foi a 1ª vez que ouvi falar em blogs e pensei: “é isso que eu preciso!”. O Pedro me ensinou algumas coisas e roda começou a andar. Mandava para todos os meus amigos e passei a viver sob a expectativa de quantos acessos tinha por dia. Primeiro 10, 20, 30, 50... quando chegou em 100, tomei um porre internacional!
E o trabalho? Então, depois de um ano de molho, o pessoal da DQV me chamou de volta. Fiquei feliz. “Sentiram minha falta”, pensei. Mas a verdade é que fui eu que senti muita falta deles! Voltei de outra forma, com uma nova postura e uma forma bem diferente de ver as coisas. Aprendi muito com a doença do Papai. Agora, já tem mais de 2 anos que voltei para a DQV e somos todos uma grande família feliz. Naquela época, estava realmente feliz com meu emprego de volta e o Baú do Edu bombando na internet. Então, o Papai começou a piorar... E então? Prefiro não falar muito sobre isso. No dia 12 de fevereiro de 2010, ele finalmente faleceu depois de um sofrimento maior que o de Jesus Cristo. Mantinha o Blog atualizado? Sempre! Nunca parei. Conto nos dedos apenas de uma mão os dias que não houve alguma postagem nesses quase 3 anos. No blog, informava a todos do estado do meu pai e pedia que nos uníssemos em orações. Como está sua mãe, Dª Leonor? Eles foram casados 52 anos. Nunca vi outro amor como este! Ela está arrasada, devastada e muito cansada. Não se conforma um dia sequer. O Papai era o nosso “norte”, nosso capitão. Sem ele, passamos apenas a vagar. Esse 2010 foi barra pesada principalmente para ela. Em fevereiro foi o Papai e em dezembro, a mãe dela, minha vozinha de 97 anos. Não quero mais falar nisso! Claro, mestre! O senhor é quem manda. Sobre o que mais quer falar? Do nosso blog preferido. Mas agora quero ir para o bar. Ótima idéia! Então, quantas postagens tem no Baú do Edu? Cerca de 1.400. Todas sobre os Beatles? Não. 70% sobre os Beatles. Os outros 30 são reservados para outros artistas que eu gosto ou que o pessoal pede. Como você escolhe as postagens? Todos os dias faço uma pauta com as coisas que consigo lembrar. Anoto tudo e escrevo a maioria dos textos em caderninhos como esse que tenho aqui. Já enchi 20 caderninhos e gastei dezenas de canetas. Também, no dia anterior, consulto um livro maravilhoso que tenho sobre tudo o que aconteceu com os Beatles durante o tempo em que estiveram juntos. Dia após dia. No Wikipédia, vejo quem nasceu e quem morreu no dia seguinte. Se for do meu interesse, pimba! Quais artistas já conheceu pessoalmente? Vários. Erasmo Carlos, Celso Blues Boy, os Pholhas, os Fevers e o grande Renato Barros & Seus Blue Caps, de quem sou fã de carteirinha! Meu sonho é uma foto com Roberto Carlos. Também tive o privilégio de conhecer e conversar por 20 minutos com Raul Seixas quando ele foi na agência assinar o contrato do festival que falei lá atrás.
E esse violão? Esse violão era do meu amigo Eduardo Kruger. No dia em que botei os olhos nele, quis o bichão. Não lembro se meu amigo me deu ou vendeu. Agora está aqui. Sabe tocar? Não. Nunca quis aprender? Na verdade, não. Quando era bem mais jovem sabia tocar "Let It Be" e "Imagine". Você é um cara organizado? Sou. Esses “Arquivos do Fundo do Baú” são coisas do arco da velha. Lá tem centenas de matérias, reportagens e entrevistas com os Beatles em mais de 40 anos. Tudo organizado, bonitinho nas pastinhas. Também aprendi isso com meu pai. De todos esses discos, de todas essas músicas... existe uma preferida? Não. São tantas que seria injusto escolher uma. Então, escolha duas! Dos Beatles? É! “Help!” e “Get Back”. E de outros artistas? “Know One Knows" e “No Matter What” do Badfinger. Qual sua música preferida de John Lennon? Com os Beatles “In My Life”, da carreira solo “Aisumasen” que está no álbum Mind Games. É o solo de guitarra mais bonito que já ouvi em toda a minha vida. Esse solo é de um cara chamado David Spinoza. Demais! E de Paul McCartney? Com os Beatles “You Never Give Me Your Money”, da carreira solo “Maybe I’m Amazed”. E de George? Com os Beatles “Think For Yourself”, da carreira solo “Your Love Is Forever”. Qual a melhor cover dos Beatles para você? Essa é fácil! Deles mesmos! É a versão de “Get Back” do disco “Love”. É demais! No meu MP3zinho tem 10 vezes seguidas. Tem alguma que lhe deixa "triste"? Tem. Free As a Bird e Real Love, apesar de serem lindas! De todos os discos que você tem, existe algum que você tem um “chamego” especial? Tem. O álbum triplo “Wings Over America” que eu roubei na Sears. Roubou??? (Rindo) É. Roubei, sim. Essa deve ser boa. Dá pra contar? (Rindo muito) Dá. Mas não tentem fazer isso! O ano era 1978. Eu tinha 16 anos e vivia o auge da minha beatlemania. Graças a Deus, não existiam os mecanismos tecnológicos de segurança que existem hoje! Um dia, no Conjunto Nacional, tive meu primeiro contato imediato de 3º grau com o objeto que me fascinou. Meu Deus! O bichão era triplo, enorme e pesadão! Quando abria, aparecia uma ilustração belíssima dos Wings em ação. Aquilo tinha que ser meu! Dormia, sonhava e acordava imaginando uma forma de conseguir o discão. Naquela época, passava meses juntando grana para comprar um disco. Esse era triplo! Levaria 1 ano para ter o dinheiro para aquele álbum. Numa sexta-feira, dia 13 de janeiro de 1978, elaborei o plano que seria executado no outro dia, sábado à tarde. Precisava de dois amigos. Convoquei o Nelson e o Cacá. Cada um ficaria numa das extremidades da prateleira onde estava o disco de Paul. Tudo calculado milimetricamente. Chegamos ao Conjunto Nacional e fomos para a Discodil onde comprei um disco bem barato. Eu só queria a sacola da Discodil. E fomos para a Sears. A operação não demorou 5 minutos. Enquanto os meninos vigiavam, rapidamente enfiei o “Wings Over America” na sacola da Discodil. Na maior cara-de-pau do mundo, chamei um dos vendedores e perguntei onde estavam as fitas cassetes. Peguei duas e fui para o caixa. Paguei as duas fitas e saimos da loja com um medo absurdo de que a qualquer momento seríamos pegos pela polícia. Chegamos na rodoviária, entramos no ônibus e fomos no caminho de casa. Comecei a me sentir feliz por achar que tudo tinha dado certo. E então? Finalmente entrei em casa! Alí, acontecesse o que tivesse que acontecer, estava à salvo. O Papai percebeu minha excitação e desconfiado perguntou: “O que você tem aí?”. “Nada! Um disco do Big Boy. O senhor não vai gostar”. Entrei no quarto. Meu irmão não estava. Tranquei a porta, cerrei os punhos, levantei as mãos para o alto, me ajoelhei e como “O Conde de Monte Cristo”, gritei: “o mundo é meu! O mundo é meu!”.
Jesus Cristo! Ele também estava lá! O que aconteceu com o Nelson e o Cacá? O Nelson toca violino na orquestra sinfônica de Portugal e o Cacá faz computação gráfica na Rede Globo. Ainda se encontram? Não vejo o Nelson há mais de 15 anos. Um dia, vou visitá-lo e conhecer os meninos. O Cacá eu encontro sempre. A Rede Globo é do lado da DQV. Tem duas filhas lindas e foi ele quem foi comigo ao Rio ver Paul McCartney no Maracanã. Como se imagina com 60 anos? Não consigo. Não me imaginava nem com 40. Algum novo projeto para 2011? Tenho. Mas não vou contar! É um trabalho enorme e pelos meus cálculos, só vou conseguir terminar no fim do ano. É sobre os Beatles? Claro! Existe algo lhe aborrece com o blog? Não... na verdade, tem sim! Muitas pessoas não compreendem que a única forma de manter o blog vivo é fazendo comentários. Os comentários são o alimento do blogger. Se não há comentários, não dá vontade de fazer nada! E o que mais lhe diverte ao fazer o blog? Aquela janelinha que aparece quando alguém deixa um comentário: “Seu comentário foi salvo e estará sujeito à aprovação do dono do blog”. Me sinto o máximo! Quando não está na agência ou fazendo o Baú do Edu, o que mais gosta de fazer? Jogar xadrez on line com a negada. Meu nick é Mahakala. Você é bom? Tem dias que sim, tem dias que não. Também sei jogar! Vamos? (Tiro um pequenino mini-xadrez do bolso e vamos começar a partida observada por uns 4 caras que estavam no bar). Vamos. Quem perder paga a conta. Para terminar, quer deixar uma mensagem para todas as pessoas que irão ler isso? Já deixei lá em cima! Dá para falar de novo? Espero que todos sejamos felizes e continuem acessando nosso blog preferido todos os dias, deixando seus comentários e enviando para os amigos. BEATLES 4 EVER! BADFINGER BOOGIE! Então, começa a partida. Em menos de 5 minutos sou derrotado de forma espetacular. Todo metido, ele se levanta e diz: “tchau, Baú do Edu. Nos vemos amanhã!”. Tchau Edu do Baú. Foi um prazer conversar com você e encerro. Depois de levar uma surra, ainda vou ter que pagar a conta! Mas valeu à pena! Até a próxima! Abração!
Putz cara demais essa entrevista, mucho loca, gostei demais!
ResponderExcluirEdu , muito legal !!!!
ResponderExcluirConhecer um pouquinho da sua vida faz você parecer mais proximo de nós.Continue sempre assim !!!!
VIDA LONGA AO ´´ BAU DO EDU ``
Hare Krishna e um Grande Abraço !!!!
Fala Edu. Muito boa a entrevista. Gostaria de ver um dia no seu blog um post sobre o Dire Straits. Abraço
ResponderExcluirHuahuahua! Genial, Edu! Com um entrevistador que sabe o que perguntar e com um entrevistado que sabe mto bem o que responder a entrevista não podia ser melhor! Huahuahuahuahua! Acho que só podemos agradecer por vc querer dividir sua beatlemania com as pessoas.
ResponderExcluirPeace and Love.
Muito bom post, adoro o blog e visito todo dia, concordo com o victor e tambem adoraria ver um post sobre dire straits no bau ! vlw
ResponderExcluirAdorei a entrevista. Lembrei de tantas coisas.... saudade.
ResponderExcluirBeijos, da sua irmã,
Cacá
Muito boa. O entrevistador não deu mole.Pagou a conta mas valeu!
ResponderExcluirHahahhaa muito bom Edu ! Sou fa do seu blog, visito todo dia e vou entrar na corrente de pedir por um post sobre dire straits, que é uma das minhas bandas favortas ! Abração Edu continue o bom trabalho e boa sorte com tudo !
ResponderExcluirAdorei! Sorri muito lendo a entrevista, valeu a pena cada perguntinha feita. Que bom q vc voltou de férias estava com saudade de vc.
ResponderExcluirBjs :)
Muito bem, Edu do Baú. Quanto mais reviramos mais nos surpreendemos. Tenho sorte de ter presenciado alguns destes capítulos da sua história. Espero fazer parte de muitos outros por muito tempo. Um grande abraço.
ResponderExcluirMarco Firanda.
Fantástico. Percebe-se que és um cara do bem, que curte ouvir seu som & admite suas manias (todos temos!)....rs
ResponderExcluirDesejo tudo de bom pra você e que continue sempre assim. Ah, rola alguma matéria sobre AC DC ???
Será que podes postar de novo os links para os discos remasterizados dos Beatles ?
ResponderExcluirGrande abraço !!!
E aí meu amigo véi! Só eu sei de onde vem essa dor no pescoço e no ombro esquerdo... te lembras??? hehehehehehe... melhor deixar quieto... abração e parabéns pela entrevista.
ResponderExcluirEdu, gostei muito da entrevista. Cara, você ainda é muito novo pra dizer que é um velho - sou mais velho que você (sou de 25/9/53). Enfim, isso é bobagem. O que eu quero dizer é que gostei muito da entrevista e também que não entro tanto no seu espetacular blog por falta de tempo. Ah, uma outra coisa: meus pais eram maranhenses, ambos de São Luís. Embora eu tenha nascido em Fortaleza, porque minha mãe por acaso estava por lá, e ter vindo para o Rio com apenas um ano, meu dna é 100 pct maranhense. Forte abraço do fã, Carlos Cesar Silva Maia
ResponderExcluirAdorei! Adorei! Adorei!
ResponderExcluirExcelente Edu! Essa vida daria uns bons pocket books, com certeza. Abraços, vida longa.
ResponderExcluirEdu, talvez você já tenha colocado alguma coisa desse cara, Stevie Rikks, por aqui - caso contrário, cara, hilário: veja aqui -
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=I0iyu4HHNfU&feature=related
Edu, acabei de ler sua entrevista (tinha lido a metade na semana passada) e adorei sua sinceridade e seu modo natural de ser, sem máscaras e mentiras !
ResponderExcluirSó não gostei de vc se achar "velho" ! Eu tenho 55 anos e estou no auge da meia idade... tenho um pique invejável... rsrsrs
Estou divulgando seu blog entre meus amigos (tenho amigos de minha idade e outros que podem ser meus filhos e netos). Aos poucos vc vai vê-los por aí ! Todos meus amigos são beatlemaníacos, tanto os novos, como os velhos. É um prazer tê-lo como amigo e mais uma vez demonstro o meu carinho e a vontade de conhecê-lo pessoalmente. Vc deve ser uma figura !
Abraços, meu xará e amigo !
Eduardo (Barbacena/MG)
E aí, preguinho safado, bora uma no IXC? rssrrsrsrsrs
ResponderExcluirAbração, amigo velho.
Lembrei de tanta coisa!
ResponderExcluirFui ao Rock Cerrado... e nem sabia que aquela arte era sua. Tudo a ver. Perfeita.
O festival foi mágico e marcou profundamente uma época, nessa nossa Brasília de 1980. Nem foi tanta acabação assim.
Muito boa a entrevista Eduardo! Não conhecia o blog e adorei! Estou escrevendo para o site do filme "Faroeste Caboclo" e gostaria de saber se posso utilizar a imagem do cartaz "Rock Cerrado" na minha matéria? Aguardo sua resposa! Obrigada desde já pela atenção! Meu e-mail é joycegomesjor@hotmail.com Abraços!Joyce Gomes
ResponderExcluirGoste Edu, parabéns pelo blog. Vc me fez lembrar de um dos dias mais loucos da minha vida... no rock cerrado! Não sei como saí vivo!!! Valeu!!
ResponderExcluirCARA, ADOREI A MATÉRIA. DESDE 1986 A GENTE PROMOVE O FESTIVAL ROCK CERRADO DO GAMA. SUA HISTÓRIA ACABA SENDO A HISTÓRIA DE MUITA GENTE DE BRASÍLIA.
ResponderExcluirABRAÇOS,
CARLOS TRINDADE.
MEU EMAIL carlosptrindade@bol.com.br
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ResponderExcluirbе having іntеrnеt browѕег compatibility problems.
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Olá Edu, procuro seu contato para conversar sobre um projeto de cartazes no qual o Rock Cerrado seria participante.
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