sexta-feira, 15 de abril de 2011

UM DIA NA VIDA DOS BEATLES

O livro "Um dia na vida dos Beatles" reúne 92 fotos, muitas inéditas, tiradas em um único dia por Don McCullin em 1968.
Os Beatles viveram superexpostos ao público em seus oito anos de estrelato, de 1962 a 1970. Cada lugar em que a banda britânica tocou, cada deslize que deu, tudo foi documentado em minúcia. E os registros continuam a sair. O álbum Um dia na vida dos Beatles (CosacNaify, 144 páginas, R$ 69) reúne 92 fotos, a maior parte inéditas, tiradas em um único dia pelo inglês Don McCullin.
Era junho de 1968. O grupo (ainda não havia a palavra “banda”) vivia uma “fase sombria”, nas palavras de Paul McCartney no prefácio do livro. Foi nesse período que, segundo o músico, surgiu o termo “heavy” (pesado) para designar o estado de espírito dominante. A revolta estudantil na França havia sido sufocada, a Guerra do Vietnã e a fome na África estavam no auge. Paul, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr trabalhavam no Álbum branco – e queriam alterar a imagem e a atitude após a onda psicodélica que geraram pelo álbum de 1967, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Segundo Paul, os quatro músicos ansiavam por algo diferente para capas de discos, revistas e promoções. Assim chamaram Don McCullin para o novo trabalho. Ele já era famoso por suas aventuras no Vietnã e na África como contratado pela agência Magnum e pelo jornal The Sunday Times. “Pensei que fosse uma brincadeira quando atendi o telefonema da gravadora Apple”, diz McCullin a ÉPOCA. “Eles me ofereceram 200 libras para fotografar os Beatles. Eu disse que pagaria 200 libras por isso!” A quantia era alta, e ainda fizeram outra oferta: 500 libras para a foto da capa da revista Life, além do direito sobre os negativos.
McCullin, hoje com 75 anos, 20 livros publicados e se recuperando de uma cirurgia no coração, conta que tinha acabado de chegar do Vietnã, onde havia testemunhado as batalhas mais sangrentas. “Eu já era o que sou hoje: um fotógrafo interessado em temas políticos e em denunciar a violência da guerra e a miséria do Terceiro Mundo”, diz. “Não tinha nada a ver com os Beatles. Eu me sentia desconfortável diante de gente famosa.” Mesmo assim, venceu a rejeição e marcou o encontro para um domingo.
 “Começamos em um estúdio no prédio do Sunday Times”, diz McCullin. “Eles eram rapazes bacanas e atenciosos, embora não deixassem de se comportar com a extravagância das celebridades.” McCullin notou que o quarteto não estava acompanhado por assessores. A exceção foi Yoko Ono, mulher de John, que monitorou de perto o passeio. Fizeram as fotos coloridas para a revista, entre brincadeiras. Em seguida, McCullin levou-os a passear pela cidade.

2 comentários:

  1. Talvez inconscientemente tenham convocado o DON exatamente pelo clima belicoso que rondava a banda (e um dos motivos ,segundo o post,estava ali por perto,fuçando).Afinal ele tinha vasta experiência com fotos de batalhas.

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  2. Conheço algumas dessas fotos e elas são muito bonitas , fiquei curioso para ver as outras.Com certeza podemos dizer que são fotos do inicio do fim da banda apesar deles não demostrarem isso claramente nelas.

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