domingo, 31 de julho de 2011

RINGO STARR - STOP AND SMELL THE ROSES

A dura verdade, é que depois da separação dos Beatles, a carreira musical de Ringo Starr como artista-solo, se mostrava a mais duvidosa de êxito. Começou em 1970 com “Sentimental Journey” e seguiu-se com “Beaucoups of Blues”. Ambos irrelevantes. Então, em 73, Ringo apareceu com um disco de enorme sucesso, talvez, seu maior e melhor: O álbum “RINGO”, de 1973, que para os fãs era quase como uma “volta dos Beatles”, com participações de todos em partes separadas. Depois veio o apenas razoável “Goodnight Vienna” em 74 também com a colaboração de John Lennon.
Durante essa época, as companhias de Ringo eram as piores possíveis: John Lennon, Harry Nilson e Keith Moon. Nosso querido Ringo estava realmente com problemas, bebendo demais e enfiando o nariz onde não devia. O casamento com Maureen estava acabado e, de fato, sua carreira parecia encerrada. Nos anos seguintes, Ringo lançou discos lastimáveis como “Blast from your pass” (75), “The 4th” (77) e “Bad Boy” (78), com exceção do ótimo “Rotogravure” de 1976 (também com participações dos outros três ex-Beatles) só retornando 3 anos depois com esse “Stop And Smell The Roses” de 1981.

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A capa é horrorosa. Traz uma foto breguíssima de Ringo segurando algumas rosas vermelhas. Na contra-capa uma foto de Ringo onde percebe-se que está vestido de policial no melhor estilo Village People. Apesar da capa, “Stop And Smell The Roses” não é, de todo tão ruim. Começa de forma divertida e entusiasmada com “Private Property”, de Paul McCartney e emenda com o sucesso ”Wrack My Brain” de George Harrison. Depois da chatinha "Drumming Is My Madness", de Harry Nilsson, novamente outra colaboração de McCartney – “Attention”. O disco ainda traria outro grande (e último) momento com a excelente regravação de “You Belong To Me”. A faixa-título do oitavo disco de Ringo, lançado em 1981, é uma parceria do ex-beatle com Harry Nilsson. Com a melodia no estilo vaudeville, Ringo pede para as pessoas darem um tempo com que estão fazendo e se dediquem a atividades prosaicas como cheirar as rosas e comprar o disco em que ele estava lançando na época. Infelizmente, o disco que se seguiu era ainda mais fraco “Old Wave” em 1983. Ringo só faria as pazes com público e crítica novamente em 1992 com o excelente e aclamado “Time Takes Time”. http://obaudoedu.blogspot.com/2011/05/ringo-starr-time-takes-time.html

Em 1982,Paul McCartney produziu um curta chamado “The Cooler” com vários videos promocionais de Ringo Starr para o álbum Stop and Smell The Roses. As músicas são Private Property, Sure To Fall e Attention.

THE CONCERT FOR BANGLADESH - 40 ANOS

Para comemorar os 40 anos do “The Concert For Bangladesh”, o filme está sendo transmitido na íntegra desde ontém e permanecerá até amanhã (1º) numa maratona on-line grátis de 72 horas. Acesse os sites do Concerto Por Bangladesh http://www.theconcertforbangladesh.com/
 ou do George Harrison http://www.georgeharrison.com/. Show!

sábado, 30 de julho de 2011

HERE COMES THE SUN - GEORGE HARRISON

A belíssima "Here Comes the Sun" é uma das músicas dos Beatles que todos mais se lembram e também uma das mais otimistas que celebram um “novo dia”. Composta por George Harrison, foi lançada no álbum Abbey Road de 1969. A gravação teve início em 7 de julho de 1969 e foi concluída em 19 de agosto. "Here Comes the Sun" dura exatos 3’05". George Harrison canta, toca violão, guitarra, sintetizador moog, e bate palmas. Paul McCartney faz o coro, toca baixo, e bate palmas. Ringo Starr toca bateria e bate palmas. Por estar se recuperando de um acidente de carro, John Lennon não participou da gravação dessa música. Houve também a participação de instrumentos de orquestra: quatro violas, quatro violoncelos, um baixo, dois pícolos, duas flautas, duas flautas alto e duas clarinetas.
Para escapar da pressão do trabalho em um dos primeiros dias da primavera inglesa, George tirou um dia de folga das sessões de gravação e se refugiou no jardim da casa de Eric Clapton, onde compôs a música.
Em sua segunda contribuição para o futuro (bem próximo) “Abbey Road”, George assumiu os solos vocais e a maior parte da instrumentação - com a óbvia exceção da orquestra gravada em cima da faixa básica, do baixo e da bateria. A canção, gravada em 15 tomadas com acréscimos, começa no canal esquerdo com o violão e o sintetizador, que flutuam para o canal direito quando George entra com o vocal. Essa gravação tem um dedilhado de guitarra semelhante ao de "Badge", composta por George e Eric Clapton e gravada pelo Cream, também composta na casa de Clapton.
Confira aqui, alguns artistas que já regravaram "Here Comes The Sun": Joe Brown, Peter Tosh, Richie Havens, Steve Harley, Nina Simone, James Last, Linda Eder, Bill Laswell, Gary Glitter, Nick Cave and the Bad Seeds, Paul Simon, Eric Idle, Belle & Sebastian, Les Fradkin, Voodoo Glow Skulls, Yo-Yo Ma, Acen, The Punkles, Bob Khaleel, Sheryl Crow, Mark Reale, Rockapella, Sarah Bettens, Travis, Tommy Emmanuel, John Pizzarelli, Groove Armada, Sandy Farina, Denny Doherty, U2, Bon Jovi, Lulu Santos, Massive Attack, Mikal Blue and Colbie Caillat, Phil Keaggy, Coldplay, The Bastard Sons of Dioniso, Dave Edmunds, Debbie Gibson and Raffi, e Ghost.
Uma curiosidade: o astrônomo, cientista, pesquisador e divulgador da ciência Carl Sagan queria que "Here Comes the Sun" fosse incluída no disco de ouro “Voyager”, cujas cópias seriam anexadas em ambas as sondas do programa Voyager para fornecer qualquer identidade para quem as recuperasse, como uma amostra representativa do que era a civilização humana. Apesar de todos gostarem da idéia, a EMI se recusou a liberar os direitos e, quando as sondas foram lançadas em 1977 a canção não foi incluída.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

PETE BEST É HOMENAGEADO EM LIVERPOOL

Pete Best, baterista da primeira formação dos Beatles, foi homenageado em Liverpool e ganhou uma rua com seu nome e outra no nome de sua mãe, Mona Best. A homenagem só aconteceu depois que uma campanha foi feita pelo Facebook, que conseguiu o apoio de 10 mil pessoas e convenceu as autoridades da cidade. Uma das ruas é chamada Pete Best Drive e a outra Casbah Close, que lembra o The Casbah Club, onde sua mãe trabalhava. Pete tocou com os Beatles de 1960 a 1962.

JUSTA HOMENAGEM PARA UM EX-BLUE CAP

Edson Vieira de Barros, o Ed Wison, nasceu no Rio de Janeiro em 29 de julho de 1945. Ed Wilson, foi um cantor e compositor brasileiro que fez parte do movimento da Jovem Guarda, e co-fundou a banda Renato e Seus Blue Caps junto com os irmãos Renato e Paulo César Barros. Ed Wilson foi criado no bairro carioca de Piedade, Rio de Janeiro. Permaneceu no grupo Renato e Seus Blue Caps até 1961. Em 1962, iniciou sua carreira solo e posteriormente o próprio grupo Renato e Seus Blue Caps gravou uma música sua ("Comanche"). Nos anos 90, Ed Wilson regravou uma coletânea de sucessos da Jovem Guarda ao lado de artistas da MPB como Erasmo Carlos, Leno e Lilian, Wanderléia e Golden Boys. No meio da música gospel, teve suas músicas regravadas por Alex Gonzaga, vocalista da banda Novo Som. Wilson passou também por diversas gravadoras como RCA, Odeon, CBS, Line Records e Top Gospel. Foi um dos criadores da banda The Originals em 2005 e com eles gravou três CDs/DVDs. O artista enfrentava há algum tempo uma luta contra um câncer na tireóide, que o levou à morte na madrugada do dia 4 de outubro de 2010. Ele estava com 65 anos. Eu não sabia. Uma pena.

PAUL NA ABERTURA DOS JOGOS OLÍMPICOS 2012

Paul McCartney disse "sim" ao convite dos organizadores dos Jogos Olímpicos de 2012, que acontecem em Londres, para tocar na cerimônia de abertura. O músico se apresentará no dia 27 de julho de 2012, mas tanto as músicas tocadas como os arranjos finais ainda estão sendo finalizados. Paul não vai, no entanto, dividir o palco com seu ex-companheiro Ringo Starr porque, durante a abertura da Olimpíada, Ringo estará em turnê pelos EUA. Outras lendas da música britânica como os Rolling Stones e Led Zeppelin decidiram não participar do evento. "A esperança era ter a nata da música britânica no line-up, mas agora parece que Paul será acompanhado, no palco, por algumas estrelas mais jovens". Disse uma fonte não identificada ao jornal Daily Mail. "Mas, de todas os músicos que você quer, McCartney é o número um. Ele é um showman e é perfeito para dar ao Jogos Olímpicos uma grande abertura", disse a fonte. Além de Paul, a família McCartney estará representada na Olimpíada de 2012 na figura de Stella McCartney, que é estilista. Ela está criando o visual que a equipe olímpica britânica irá usar nos jogos.

THE BEATLES - UM DIA NA VIDA


O dia 28 de julho de 1968 (domingo) entrou para a história como “MAD DAY OUT”, um dia em que os Beatles saíram completamente da rotina (as gravações do álbum branco) para passarem o dia sendo fotografados por alguns fotógrafos comandados pelo experiente Don McCullin em em St Pancras Gardens, em Londres.
Precisavam fazer essas fotos porque sabiam que seu material de divulgação para o novo disco da Apple estavam velhas, e mostravam uma imagem “ultrapassada”. Várias dessas fotos foram usadas para a promoção de novos singles e o próximo álbum, o “Branco”.
Naquele dia, eles fizeram o que tinham de fazer: relaxaram, e aceitaram bem às sessões com tantos fotógrafos. Todos se comportaram bem e a imagem que passavam era a de que estavam felizes. Os Beatles escolheram Don McCullin (veterano de guerras) como fotógrafo oficial. Mas também havia mais outro grupo de fotógrafos: Tom Murray, Tony Bramwell, Ronald Fitzgibbon e Stephen Goldblatt.
Com seu estilo característico, McCullin usou cerca de 15 rolos de filme para registrar a banda da Old Street até a área de Limehouse, voltando até a casa de Paul no bairro St. John’s Wood. Embora a existência das fotos fosse conhecida por muitos, quase todas essas imagens permaneceram inéditas. Para a geração que viveu aqueles anos, elas despertam lembranças comoventes de uma antiga juventude. Para os mais jovens, apresentam o vislumbre da história concentrado em um único dia.
No dia 12 de novembro de 2010 foi lançado o livro “Mad Day Out”, repleto de fotografias dos Beatles naquele dia. Muitas delas inéditas! A edição é limitadíssima. Foram apenas cem cópias acondicionadas dentro de uma embalagem especial que imita uma caixa de bombons, produzida em cetim estampado. Os livros são numerados e assinados a mão pelo autor, o renomado fotógrafo e cineasta Stephen Goldblatt. “Mad Day Out” tem 110 páginas, e custa a bagatela de U$ 495.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

BARBARA BACH - RINGO STARR É O CARA!

"Você acredita em amor à primeira vista?" Isso lhe parece familiar? Richard Starkey quando adotou o nome de "Ringo Starr", sabia muito bem o que estava fazendo. Quando trocou os "Hurrycanes" de Rory Storm pelos Beatles, mostrava para ele mesmo que não era um ninguém, e sim, o melhor baterista de Liverpool. Junto com os Beatles, Ringo se tornou imortal. Sempre manteve as coisas sob controle, e continuou o melhor amigo dos outros três 'fellows', depois da separação dos Beatles. O caráter de Ringo é indiscutível, e foi, pelo caráter e carisma que caiu nas graças da bela Barbara por quem se apaixonou à primeira vista. Você acredita em amor assim? Claro. Acontece toda hora.
Barbara Bach, é o nome artístico de Barbara Goldbach, nascida no Queens, em Nova Iorque, em 27 de agosto de 1947. Ex-Playmate, é atriz, ex-Bond-Girl e esposa do ex-baterista dos Beatles, Mr. Ringo Starr.
Barbara trabalhou como modelo internacional de sucesso nos Estados Unidos e na Europa, com capas para revistas como Elle e Vogue e Playboy. Baseada na Europa, no começo dos anos 70, com seu primeiro marido, o empresário italiano Augusto Gregorini, lançou-se no cinema em 1971 com um pequeno papel no filme de horror italiano “La Tarantola dal ventre nero “, estrelado por duas outras Bond-Girls, Claudine Auger e Barbara Bouchet, depois seguindo para a participação em outros filmes menores na Itália. Em 1975, se separou do marido e voltou aos Estados Unidos com os dois filhos pequenos, trabalhando novamente como modelo.
Dois anos depois conseguiu fama como a Bond-Girl de 007 O Espião Que Me Amava, terceiro filme da série de James Bond estrelado por Roger Moore e que a transformou numa sex-symbol internacional.
Em 1980 conheceu o ex-Beatle Ringo Starr durante as filmagens de Caveman e casaram-se em abril de 1981, aparecendo nos anos seguintes em diversos videoclipes e gravações de Ringo.
Formada em psicologia pela UCLA em 1993, Barbara abandonou o cinema na metade década de 1980, e hoje dirige uma fundação junto com o marido, a Lotus Foundation, dedicada à caridade.
Para ver ou rever a postagem sobre o casamento de Ringo e Bárbara, publicada originalmente em 15 de dezembro de 2010, o link é:

quarta-feira, 27 de julho de 2011

"McCARTNEY & RICHARDS" - UMA PARCERIA?

Keith Richards e Paul McCartney posaram juntos para a capa da revista Uncut "100 Rock and Roll Movie Icons" em setembro de 2005.
Keith Richards, o lendário guitarrista dos Rolling Stones, revelou em sua biografia “Life”, que durante uma viagem à praia com o ex-beatle, nos anos 60, ele lhe contou da mágica de tocar “como um espelho” junto com John Lennon (já que Paul é canhoto), o que intrigou o Rolling Stone, que quis tocar e quem sabe, compor uma música com o baixista dos Beatles. Dessa brincadeira surgiu uma canção, cuja letra ficou pendurada na parede de Richards durante semanas. E acabou por isso mesmo. A faixa nunca foi gravada ou tocada ao vivo.
Paul McCartney recusou recentemente um convite de Richards para se apresentarem juntos no Super Bowl americano, e agora disputa com os Rolling Stones o posto de banda de abertura das Olimpíadas, que terão sede em Londres em 2012.

PAUL McCARTNEY & WINGS - "LIVE AND LET DIE"

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"Live and Let Die" é uma canção de Paul McCartney e do grupo Wings, composta por Paul em parceria com sua esposa Linda em Londres e Campbelltown, Escócia - para o oitavo filme de James Bond, “Viva e Deixe Morrer”. Após seu lançamento em 1973, a música tornou-se um grande sucesso, chegando ao segundo lugar nas paradas americanas e o sétimo nas britânicas, e mais tarde foi indicada ao Oscar de melhor canção (perdendo para "The Way We Were" - composta por Marvin Hamlisch, Marilyn Bergman e Alan Bergman para o filme “Nosso Amor de Ontem”).
O produtor musical John Barry não estava disponível para a compor a trilha sonora. Após os produtores do filme contratarem o produtor dos Beatles George Martin para a trilha sonora, pediram a ele que chamasse McCartney para compor a música-tema, mas com a intenção de outro artista cantar. Ele concordou, desde que a versão dos créditos fosse dos próprios Wings, e acataram a sugestão. A música também aparece nos filmes Shrek Terceiro, Grosse Pointe Blank e The In-Laws, bem como em um episódio da série de televisão Life on Mars.
Paul compôs a canção-tema do filme após ler a adaptação do filme em apenas uma tarde de sábado, finalizando-a no domingo. Linda escreveu o trecho “what’s the matter to ya”, em ritmo de reggae. A canção foi gravada durante as sessões do álbum Red Rose Speedway. Durante o filme, outra versão da música é apresentada, cantada por Brenda Arnau enquanto Bond está em um clube, mas esta não aparece no álbum da trilha sonora. O compacto dos Wings com Live and Let Die / I Lie Around foi lançado em 1/6/1973 no Reino Unido e em 18/6 nos Estados Unidos.
A primeira cover da música foi uma versão big band por Stan Kenton e sua orquestra, em 1973. Os Pretenders também fizeram uma versão da música para o álbum do compositor David Arnold Shaken and Stirred: The David Arnold James Bond Project. A cantora Fergie gravou a canção para um especial da CBS, e uma versão feita pela cantora Duffy foi lançada no álbum de caridade Heroes, em 2009. A então ex-Spice Girls Geri Halliwell, gravou a música para o lançamento de Lift Me Up, 3º single do seu primeiro álbum solo, Schizophonic, em 1999. "Live and Let Die" também foi lançada como segundo single do álbum Use Your Illusion I da banda Guns “n” Roses. Tornou-se um hit top 40, chegando a 33 no Chart Hot 100 e também ficou em # 20 no Mainstream Rock.
O filme “Live and Let Die” - 1973, foi o oitavo da série James Bond e o primeiro com Roger Moore no papel do agente 007. Conhecido em Portugal por 007 - Vive e Deixa Morrer e no Brasil por 007 - Viva e Deixe Morrer, o filme foi realizado por Guy Hamilton e produzido por Albert Broccoli e Harry Saltzman e é baseado no romance homónimo de Ian Fleming.Em 5 de Julho de 1973, Live and Let Die estreou em Londres e obteve mais um recorde na bilheteria, faturando 36 milhões de dólares nos EUA e 161 milhões no resto do mundo.Muitos criticaram a enfase exagerada na comédia. No final,os produtores conseguiram fazer a maior proeza de todas: deram ao mundo um novo 007. Abaixo, a gente confere o trailer do filme e a abertura com Paul & Wings e a matadora gravação de "Live and Let Die”. Espero que tenham gostado. Abração a todos!

terça-feira, 26 de julho de 2011

OS ÁLBUNS TIPICAMENTE BRASILEIROS

Fonte: THE BEATLES - Gravações Comentadas - Jeff Russel
Tratar de uma discografia brasileira dos Beatles é falar em discos de vinil, uma vez que a partir de 1988 os lançamentos do grupo no Brasil passaram a seguir as versões em CD da discografia do Reino Unido - que acompanha, com pequenas variações, os lançamentos originais dos álbuns britânicos. Até março de 1966, quando, com Rubber Soul, a Odeon passa a acompanhar a discografia britânica, tanto na ordem e no conteúdo como na ilustração da capa, os LPs dos Beatles lançados no Brasil tinham composição do repertório própria, diferente tanto da dos álbuns originais britânicos, quanto da dos LPs americanos. A rigor, quase ninguém reparou quando os Beatles chegaram ao Brasil. O grupo musical mais importante do século XX aportou aqui a bordo do disco Twistin' (LPG 46.612), de Tony Sheridan, lançado pela gravadora Polydor em novembro de 1962. O LP foi gravado pelo cantor e compositor britânico em Hamburgo, na Alemanha, em junho de 1961, e conta com John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Pete Best em três faixas: "My Bonnie", "(When) The Saints (Go Marching In)" e "Sweet Georgia Brown". Na capa do disco, o crédito aos Beat Brothers não se refere especificamente aos Beatles: era um nome genérico usado por todos os músicos que tocaram com Tony Sheridan entre 1961 e 1963. No Brasil, com mais de um ano de atraso, a discografia dos Beatles começa para valer em janeiro de 1964, com o compacto simples "Please Please Me" / "Love Me Do", lançado pela Odeon, representante da EMI. Mesmo após o sucesso internacional da banda, os discos eram lançados aqui com atraso de até quatro meses - e com o conteúdo um pouco diferente. A exemplo de outros países, a discografia nacional do grupo é desordenada em relação à oficial, britânica, pois cada gravadora podia fazer seus próprios álbuns ou compactos simples (singles) e duplos (EPs) com capas, títulos e repertórios que considerasse mais adequados. Apenas em 1975, cinco anos após a dissolução do grupo, a EMI lançou "The Beatles Collection" em LP e fita cassete, com os álbuns de acordo com a discografia inglesa. E 'Beatlemania', 'The Beatles Again', 'The Beatles' (ou 'Beatles 65', como ficou conhecido) e "Help!' foram retirados de circulação - o que os transformou em objeto de desejo para colecionadores aficcionados em todo o mundo. A única "criação" brasileira que restou - até a capa vermelha foi mantida - foi o 'Os reis do ié, ié, ié' , por ter exatamente o mesmo repertório. Até o início dos anos 1970, os LPs da Odeon apresentavam as famosas capas sanduíche: eram totalmente envoltas em plástico. Isso ocorria inclusive com os discos dos Beatles, com exceção de The Beatles (o chamado 'Álbum Branco'). No caso de 'Sgt Peppers', que tinha capa dupla, esse envoltório plástico provocou o corte e a separação em mais de 1 cm da grande foto da parte interna da capa; além disso, se não manuseado com cuidado, o plástico poderia se rasgar mais facilmente que o cartão da capa original, provocando a separação das duas partes da capa dupla.
TWISTIN' - TONY SHERIDAN
Como dito antes, a primeira vez que o Brasil ouviu os Beatles em disco, passou despercebida. Nem o nome da banda saiu no LP em que eles apareciam, na condição de animados coadjuvantes.
BEATLEMANIA
O primeiro LP lançado dos Beatles no Brasil, além da foto da capa, trazia nove faixas do segundo álbum britânico, 'With The Beatles', mais 'She Loves You' e 'I Want To Hold Your Hand', de compactos simples de 1963, e 'I Saw Her Standig There', faixa de abertura de 'Please Please Me', o primeiro LP inglês. As faixas vem da mixagem em mono dos originais ingleses. Lado Um: I Want To Hold Your Hand, It Won't Be Long, All I've Got To Do, Little Child, Don't Bother Me; Lado Dois: She Loves You, Roll Over Beethoven, You Really Got A Hold On Me, I Wanna Be Your Man, Devil In Her Heart, I Saw Her Standing There.
THE BEATLES AGAIN
Da capa ao repertório, o segundo LP dos Beatles é uma criação da Odeon. O disco reúne três faixas de 'With The Beatles' não incluídas em 'Beatlemania'; seis músicas de 'Please Please Me', não lançado no Brasil, duas de compactos lançados em 1963 e o mais recente sucesso do grupo na Inglaterra, 'Can't Buy Me Love', lançada 'apenas' três meses antes. Todas as músicas são mixagens dos originais ingleses. Lado Um: Please Please Me, Twist And Shout, From Me To You, Baby It's You, I'll Get You; Lado Dois: Hold Me Tight, Money, Do You Want To Know a Secret?, All My Loving, Love Me Do, Can't Buy Me Love.
OS REIS DO IÉ, IÉ, IÉ
O terceiro LP original dos Beatles foi também o terceiro no Brasil - sendo o primeiro a repetir exatamente o repertório do álbum britânico (também em mono), inclusive na ordem das canções, o que só aconteceria de novo em 1966, com 'Rubber Soul'. O título reproduzia o nome brasileiro - Os Reis do Ié Ié Ié - do primeiro filme da banda, 'A Hard Day's Night', fazendo lembrar também, o movimento musical que crescia no Brasil, a Jovem Guarda, em que o tipo de rock executado tinha como principal referência a música dos Beatles, chamada aqui de "ié, ié, ié"; já a música da jovem guarda por similaridade, ganhava o nome de 'iê, iê, iê". Na capa brasileira, o azul do original foi substituído pelo vermelho, mantido nas edições posteriores, mesmo quando a discografia brasileira foi modificada de modo a seguir a original britânica, até o final da década de 80. Lado Um: A Hard Day's Night, I Should Have Known Better, If I Fell, I'm Happy Just To Dance With You, And I Love Her, Tell Me Why, Can't Buy Me Love; Lado Dois: Anytime At All, I'll Cry Instead, Things We Said, When I Get I Home, You Can't Do That, I'll Be Back
THE BEATLES (65)
O quarto LP dos Beatles no Brasil, tornou-se conhecido como "Beatles 65", como estava escrito na contracapa. Na capa foi usada a foto de uma apresentação da banda na cidade de Washington em 1964, apesar de o disco não ser ao vivo nem conter músicas da época desse show. O repertório, totalmente em mono, era o de 'Beatles For Sale' - apesar de trazer duas músicas a menos. As faixas foram mantidas no mesmo lado do disco original, apesar de terem a ordem alterada. Não foram incluiídas 'Baby's In Black' e 'Every Little Thing', que só seriam lançadas no Brasil 10 anos depois, em 1975. Uma curiosidade é que os fãs brasileiros conheciam 'Baby's In Black' como tema de um dos curtos desenhos animados feitos na época com os Beatles. Essas animações tinham uma pequena história, com John, Paul, George e Ringo caricaturalmente desenhados, em que eles geralmente acabavam correndo para um lado e para o outro fugindo das fãs, com uma música da banda na cena final. Assim, 'Baby's In Black' tem a peculiaridade de não haver sido lançada em disco durante a existência dos Beatles como grupo, mas ter sido "vista" e ouvido muitos sábados à tarde na hoje extinta TV Tupi. Lado Um: Rock And Roll Music, Kansas City, I'm Loser, No Reply, Mr. Moonlight, I'll Follow The Sun; Lado Dois: Eight Days A Week, Honey Don't, What You're Doing, Everybody's Trying To Be My Baby, I Don't Want To Spoil The Party, Words Of Love
HELP!
O quinto álbum dos Beatles lançado no Brasil é o penúltimo tipicamente brasileiro - e um dos mais interessantes do mundo. As sete primeiras músicas, ou seja, as seis do lado 1 e a primeira do lado 2, são as que tocam no filme. A seguir, "I'm Down", lado B do single "Help!", "I Feel Fine", de 1964, e três músicas de 1962 e 1963 ainda inéditas no Brasil: "Thank You Girl", "Ask Me Why" e "P.S. I Love You" - estas duas de 'Please Please Me', o primeiro álbum dos Beatles. As sete faixas das músicas do filme tomaram como base as fitas em falso mono da edição americana; as cinco que completam o disco vem das originais em mono inglesas. As músicas do lado 2 da versão original britânica só foram lançadas no Brasil em compactos duplos, em 1966 - com exceção de "Yesterday", que além de sair em compacto duplo também foi lançada por aqui em compacto simples, com "Michelle" do outro lado, e de "I've Just Seen A Face", que só seria lançada quase dez anos depois, em 1975, quando os Beatles já não existiam mais como banda. No ínicio da primeira faixa da versão brasileira foi colocada a introdução orquestral ("The James Bond Theme") existente na edição americana - embora sem o crédito especifico da faixa -, o que indica que a Odeon também usava os discos da americana Capitol para produzir seus lançamentos. Tanto na contracapa quanto no selo, "You're Going To Loose That Girl" aparece grafada "You're Gonna Lose That Girl", ou seja, exatamente como aparece na capa da versão americana de Help! Na capa brasileira, foram usados a foto e o título 'Help!' da edição britânica, porém em tamanho bem maior. Na terça parte de baixo, o nome "The Beatles" aparece em grandes letras pretas sobrepostas a uma tarja vermelha. Na contracapa, a chamada: "Trilha Sonora do Filme 'Socorro!'"Lado Um: (The James Bond Theme - não creditada), Help!,The Night Before, I Need You, You've Got To Hide Your Love Away, You're Gonna Lose That Girl, Another Girl; Lado Dois: Ticket To Ride, I'm Down, I Feel Fine, Thank You Girl, Ask Me Why, P.S. I Love You
BEATLES FOREVER
O LP “Beatles Forever” foi o sexto e último tipicamente brasileiro. Foi lançado também na Espanha e Argentina com o título “Píer siempre”. Trata-se de uma coletânea aparentemente aleatória. Reúne três músicas de Magical Mystery Tour que aparecem em verdadeiro estéreo pela primeira vez no Brasil (Blue Jay Way, Your Mother Should Know e The Fool On The Hill) e outras faixas lançadas em compactos simples e duplos. O destaque fica por conta da mundialmente famosa falha em “Penny Lane”, que só aparece na edição brasileira. Neste álbum foi usada a mesma versão já lançada no Brasil em compacto simples em 1967, e que apresenta um brusco corte após o verso “Fullof fish and fingerpies”. Por motivos desconhecidos apenas pela EMI do Brasil, as palavras “in summer” foram excluídas de quase todos os lançamentos com essa música no país. Técnicos brasileiros contam que, como a matriz recebida da Inglaterra tinha defeito nesse trecho e não era possível pedir um novo original em tempo para o prazo de lançamento, recorreu-se à edição. Foi lançado em julho de 1972. Lado Um: Day Tripper, Yes It Is, I'm Down, The Fool On The Hill, Strawberry Fields Forever, We Can Work It Out Lado Dois: Your Mother Should Know, Penny Laine, Baby You're The Rich Man, I Call Your Name, The Inner Light (George Harrison), Blue Jay Way (George Harrison)