Sem dúvida alguma, de todos os trabalhos que já realizei nessa longa estrada da vida, o que mais me enche de orgulho e satisfação é “O Baú do Edu”, que criei há quase 4 anos como forma de compartilhar minha paixão e admiração pelos Beatles com quem quer que fosse, e ainda é capaz de me emocionar como no tempo dos meus primeiros anos de Beatlemania. A oportunidade de conhecer tantos novos amigos que partilham a mesma paixão que eu, sem ciúmes, inveja, melindres ou outros sentimentos menos nobres, não tem preço. E um desses grandes novos amigos que tive a oportunidade de conhecer, é exatamente esse nordestino cabra arretado, o João Carlos, de quem consegui me aproximar, tornei-me amigo e desejei que um dia ele realizasse o sonho de assistir a uma das passagens do nosso grande Paul McCartney pelo Brasil. Ontem à noite, ele realizou esse sonho. O que a gente confere a seguir é o depoimento emocionado deste jovem senhor, que ontem, voltou a ser menino, graças à magia interminável da maior e melhor banda de todos os tempos. Espero que gostem como eu gostei. Quando terminei de ler o texto, só consegui dizer: Do caralho! Do caralho! Do caralho! – Desculpem pela expressão pouco educada, mas a emoção foi maior. Para meu amigo JC, deixo aqui o meu abraço e a satisfação pela realização de um sonho. Não é todo dia que isso acontece. Muito obrigado e aquele abraço do fundo do coração do Baú do Edu!
“POVO ARRETADO!” Quando Macca disse isso e o estádio quase explode, definitivamente eu passei a acreditar em “milagres”. Afinal, a montanha veio a Maomé. O filme veio à mente e ao coração, e nele lá estou eu em 1963 ouvindo aquelas músicas no rádio para depois descobrir que não eram vários artistas mas, apenas um, aliás uma banda, que eu vi na TV em preto-e-branco. Desde então, vírus devidamente instalado, virei fã incondicional. Acompanhei em tempo toda a história. Enquanto eles cresciam eu crescia junto. Sucessos, desarmonias e tragédias depois, estou aqui no Arrudão frente à frente comigo mesmo. Não era apenas Macca ali. Era a minha vida (e certamente a da grande maioria presente). Acreditem, para mim que estou bem mais próximo de “when I’m 64” do que da garota de 17 anos de I SAW HER STANDING THERE, o que mais emociona é testemunhar a molecada (10 anos no máximo) exibindo orgulhosa suas camisetas, cantando junto e dançando. Imagine a emoção de ver meu filho se emocionar com MAYBE I’M AMAZED ? Aquele pingo de gente que um dia desses pulava aos berros de “faive lô oh (como ele entendia Can’t Buy Me Love). Desconheço algo com tanta magia. A fantástica e indecifrável magia dos Beatles.
O show teve poucas surpresas (ainda bem). Uma versão beatle, com bongô e que tais de AND I LOVE HER. Também não esperava THINGS WE SAID TODAY nem a ausência de MY LOVE. À LINDA ele dedicou MAYBE... assim como fez com sua atual esposa com uma comovente MY VALENTINE (com Portman e Deep no vídeo). Voz no ponto, banda afiada e som perfeito. Momentos de dança e euforia, outros mais leves e outros comoventes. SOMETHING com as imagens de Harrison então... A DAY IN THE LIFE quase completa, desta vez. ABE magnetizando com suas coreografias em DANCE TONIGHT. Eles se divertem. Adoram estar ali e isso, pela espontaneidade passa direto para o público. Meus queridos, Macca certamente tem músicas mais belas, mas nada de sua carreira solo contagia tanto, é tão eficaz e poderosa quanto LIVE AND LET DIE. É a não-surpresa mais surpreendente... sempre! Nenhuma platéia no planeta é tão parte do show como a de Paul. Seja aqui no NE, seja no Sul, em Honolulu, na Rússia, Israel... Macca evidencia que somos um só. Iguais. A raça humana como sonhava Lennon.
Típico dos pernambucanos; Paul emociona ao homenagear Lennon e George. Mas o que fez a galera ? Gritou junto RINGO! RINGO! E ele? Cantou YELLOW SUBMARINE! Fantástico! Então, vir à Recife foi oportuno e justo. Convenhamos, a gente merecia. Em termos de beatlemania a gente não é menos (e nem mais) que ninguém. Para o Norte, temos João Pessoa (1:30 Hs), Natal (4 Hs) e Fortaleza (12 Hs ). Para o Sul temos Maceió (3 Hs), Aracaju (4 Hs) e Salvador (12 Hs). Esses tempos, considerando a viagem de automóvel. 8% dos ingressos com os paraibanos e 13% com os alagoanos. Mas tinha gente de Sampa, Curitiba, Rio e até das “estranjas”. O clima “paz e amor” era visível. Muita confraternização e camaradagem. Na saída ouvi um policial suspirar: Ah! Se fosse sempre assim! Aliás, o show terminou de fato com a sequência final de Abbey Road. Várias vezes o velhão aqui marejou, mas como me preparei para tal, dancei e fiz vocais maravilhosos (se ele ouvisse me chamaria pro palco).
Bom pessoal, foi isso. Vocês devem imaginar. Agora, tiro a indumentária de repórter do Baú e como pernambucano, nordestino, quero agradecer à todos os brasileiros que torceram, vibraram e se irmanaram à nossa alegria por sermos também lembrados pelos promotores de Paul McCartney. Um beijo no coração de todos vocês. Próxima parada? Manaus ou Belém! Como diria o “nariz”, why not ? E para McCartney, um homem merecidamente iluminado, o maior artista da minha e de várias gerações, emulo a voz de John Lennon em No Reply: "I SAW THE LIGHT! I SAW THE LIGHT!". João Carlos W. de Mendonça
Êita, ferro! São essas emoções que ainda vão acabar comigo. Para encerrar, a gente fica com LIVE AND LET DIE. Infelizmente, não é da apresentação de ontem, em Recife, e sim a de Buenos Aires em 2010. Acho que isso não importa. O cacete foi o mesmo! Nitroglicerina pura, como diz nosso amigo Valdir. Abração a todos! Longa vida, Paul!
Maravilha JC !!!
ResponderExcluirLendo seu excelente texto me emocionei ( outra vez ) e como você mesmo disse e acertou em cheio " Não era apenas Macca ali. Era a minha vida " , e é a vida de todos nós fãs que esta definitivamente marcada com essa trilha sonora " do bem " !!!
Fico feliz de você e outros puderam finalmente ver o Paul, e que ele venha outra vez e e que mais e mais gente possa ter essa "Magical Mystery Tour " !!!!
Abração a todos !!
P.S : Voltar a nossa realidade depois de um show do Paul, isso sim é que é difícil e duro de acostumar !!
Muito obrigado EDU!
ResponderExcluirParabéns, JC, Você traduziu muito bem a emoção de realizar um sonho. E compartilhar isso com a gente é muita generosidade. Fico feliz com o erro de Jhon. Na verdade, o sonho nunca acabou e tomara que muitos ainda compartilhem esse sonho. E viva o nordestão brasileiro. Terra de gente danada de porreta.
ResponderExcluirEdu, não tem o Anthology legendado pelo youtube não? Se tem coloca o link ai,por favor. Alias, pouquissimas coisas dos Beatles são legendados em PT, acho um absurdo.Apesar de fakar razoalvemente o ingles, as vezes não entendo nada do que eles dizem.
ResponderExcluirNinguém mais credenciado do que João CArlos para a reportagem desse grande momento da vida artístico-musical pernambucana. Expert em música - seja como teórico, seja como ativo participante de bandas mil -, nosso "maestro" é, além de tudo, um primoroso escritor, dono de um estilo aliciante. Semanalmente, no Blog do Domingos - o Fusca, ele nos deleita com a sua coluna SábadoSom, abordando, com rara acuidade crítica, grandes protagonistas da cena musical do nosso planeta. Parabéns ao Edu por essa "contratação" !
ResponderExcluirÔ, inveja lascada!
ResponderExcluirTudo que foi dito no depoimento de JC foi...A MAIS PURA VERDADE!
ResponderExcluirlINDO DE SENTIR, VER E OUVIR...!
Paul obrigada meu querido foi emoção pura mesmo!