segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
THE BEATLES - THAT MEANS A LOT
Rejeitada por John e Paul, “That Means a Lot” foi lançada em setembro de 1965 por P.J. Proby, um obscuro cantor e compositor americano que vivia em Londres. Ele conheceu os Beatles nos bastidores de um show de televisão e insistiu para que a dupla desse uma canção para ele. Antes deste nome, o cantor se chamou Jett Powers e depois mudou para Orville Woods. John disse que a voz dele parecia a de Elvis numa garrafa. Já para Paul, parecia a voz do Pluto latindo para o Mickey. P.J. Proby hoje está com 73 anos e vive no Texas.
RETRÔ 2012 - YOU KNOW MY NAME
Matéria publicada originalmente em 10 de julho de 2012.
"You Know My Name (Look Up the Number)" é uma canção dos Beatles composta por John Lennon, creditada à dupla Lennon & McCartney, e lançada como Lado B do single Let It Be de 1970. Foi gravada em 1967, durante as sessões de Pepper, porém só foi lançada como single, três anos depois. Nessa época os Beatles já tinham perdido o foco de suas criações e estavam fazendo muito experimentalismo com um bom número de canções e técnicas diferentes de gravação.
Segundo Paul McCartney na biografia "Many Years From Now", de Barry Miles: "John veio uma noite com essa canção que era basicamente um mantra, "você sabe meu nome, procure o número." E eu nunca percebi o que ele quis dizer com aquilo, poderia ter alguma presença de Yoko, talvez. Era a idéia original de John e era toda a letra. Ele trouxe originalmente e ficamos uns 15 minutos pensando na estrutura enquanto ele ficava meio fora do ar e então nós dissemos, 'O que iremos fazer com isso então?' e ele disse, "Vamos fazendo, igual a um mantra." Então eu disse, "Beleza, vamos fazer isso".
Na verdade a canção foi inspirada em um slogan que ficava em uma lista telefônica na casa de McCartney, como explicou Lennon em entrevista para a revista Playboy em 1980: "Eu estava esperando Paul em sua casa, e eu vi a lista telefônica em cima do piano com a frase "Você sabe meu nome, procure o número." Era igual a um slogan e eu logo mudei. Era para ser quatro tipos de som, e os acordes mudariam em instantes, mas nunca se desenvolveu, então fizemos um monte de palhaçada com ela."
A estrutura de "You Know My Name (Look Up The Number)" consiste em cinco partes separadas, A primeira mais convencional traz o título da canção cantada por Lennon e McCartney com o fundo de piano. A parte dois, foi mais tarde editada por John, que repetia um vocal de apoio estilo Ska, parte esta que, foi restaurada em 1996 para o “Anthology 2.” A parte três era a sessão da boate, com Lennon dizendo: "Boa noite e bem vindo ao Slaggers. Apresentando Dennis O’Bell".
O’Bell era um artista fictício interpretado por Paul McCartney. O nome era do produtor cinematográfico Dennis O’Dell, que trabalhou em Os Reis do Iê, Iê, Iê (A Hard Day's Night) e com John Lennon em Como Ganhei a Guerra (How I Won The War). O'Dell mais tarde produziu o filme Magical Mystery Tour e se tornou chefe da Apple Films. Após o lançamento da canção, ele recebeu muitos telefonemas de fãs dos Beatles levando ao pé da letra o convite da canção e alguns diziam, “Eu sei o seu nome e agora tenho seu número!” A parte quatro, gravada como última parte, (já que uma parte cinco foi adicionada em 1969 para o lançamento do single), era uma parte cômica ao estilo Monty Python, com sons de relógio cuco, gaita, bongos, piano, vozes bobinhas e outros efeitos da coleção Abbey Road. A parte final era outro piano estilo jazz, com trechos de vibra fone e vocais incompreensíveis. Traz também a participação de Brian Jones, da banda inglesa Rolling Stones, que veio visitá-los na sessão e acabou fazendo um solo de saxofone. A canção ficou intocável até 30 de abril de 1969, quando Lennon e McCartney voltaram a trabalhar nela para o lançamento, com a ajuda de Mal Evans e sem a participação de George e Ringo.
Em 1988, Paul McCartney, inesperadamente disse que esta era sua canção favorita dos Beatles, no livro The Complete Beatles Recording Sessions de Mark Lewisohn: "As pessoas estão descobrindo os lados-B dos singles dos Beatles. Estão descobrindo faixas como "You Know My Name (Look Up The Number)", provavelmente minha canção favorita por ser tão insana."
Os Beatles começaram gravando 14 takes em 17 de maio de 1967, com os instrumentos principais. Em 7 de junho voltaram e adicionaram um bom número de overdubs, o que tornou uma canção de 20 minutos. A instrumentação ainda trazia flautas e tamborim. Na madrugada para o dia 8 de junho foi gravado mais alguns takes e o solo de saxofone feito por Brian Jones. Paul McCartney comenta sua participação na autobiografia “Many Years From Now”, de Barry Miles: “Ele chegou no estúdio com um grande casaco afegão. E estava constantemente tenso, inseguro e estava realmente tenso por estar numa sessão dos Beatles. Ele estava nervoso a ponto de tremer, acendendo cigarro atrás de cigarro. Eu gostava muito de Brian. Eu achei que seria uma ótima idéia traze-lo talvez com uma guitarra e fazer ele tocar alguma levada, mas para nossa surpresa ele trouxe um saxofone. Ele abriu o case e começou a aquecer tocando um pouco. Ele era um saxofonista tão ruim, que eu pensei ‘há-há, teremos apenas uma palhinha."
A canção foi editada em 9 de junho de 1967 em versão mono. E em 30 de abril de 1969, foi feito uma reedição em estéreo, adicionando mais vocais e alguns efeitos. Alguns dos efeitos incluíam o som do assistente Mal Evans, cavando pedras com uma pá, além de vozes bizarras e palmas. Lennon reduziu o tempo da canção de 6’08 para 4’19 e a canção quase foi lançada como Lado A do novo single da Plastic Ono Band. Lennon queria essa com “What's The New Mary Jane” no lado B. Porém, mesmo após ter imprimido selos, e autorizado pela Apple Records, o restante da banda vetou o lançamento.
Três meses depois a canção foi lançada como Lado B de "Let It Be". A canção "What's the New Mary Jane" não foi oficialmente lançada até 1996 no Anthology 3 embora antes tenha aparecido em botlegs. Foi a última canção inédita lançada pelos Beatles, (até 1995-1996, com "Free As a Bird", "Real Love" e outras canções). A primeira versão em CD foi em 1988, na coletânea, "Past Masters, Volume Two". Nas versões americanas, a canção aparecia escrita errada com o título: “You Know My Name (Look Up My Number)”. Participaram da gravação: John Lennon - vocais, guitarra, maracas, palmas; Paul McCartney: vocais, piano, baixo, palmas; George Harrison: vocais de apoio, guitarra, vibratos, palmas; Ringo Starr: vocais, bateria, bongos, palmas; Mal Evans: efeitos sonoros e Brian Jones: solo de saxofone.
domingo, 30 de dezembro de 2012
UM GÊNIO CHAMADO IRWIN ALLEN
Matéria publicada originalmente em 28 de julho de 2009
Irwin Allen nasceu no dia 12 de junho de 1916, em Nova Iorque, estudou jornalismo e propaganda na Universidade de Columbia e depois começou a trabalhar na rádio onde produzia, escrevia roteiros e também foi apresentador por quase onze anos. Durante esse tempo foi se entrosando com a televisão e o cinema e em 1944 criou uma agência com uma equipe de redatores que escreviam roteiro para a televisão e o cinema. Nos anos 60 o estúdio Fox abriu as portas para Allen e o encarregou de dirigir os novos longas-metragens de ficção científica. Dentro dessa nova fase, Allen deu início com o filme "The Lost World" (O Mundo Perdido) baseado na fabulosa obra de Sir Arthur Connan Doyle, produzido por Irwin Allen e Cliff Reid, direção de Allen e roteiros escritos por Allen e Charles Bennett. Em 1961, Irwin Allen começa a trabalhar no filme "Voyage to the Botton of the Sea" (Viagem ao Fundo do Mar), produzido e dirigido por Irwin Allen e roteiros dele e Charles Bennet. A história tem início quando um meteoro entra dentro da atmosfera terreste causando um efeito estufa e colocando em perigo a segurança mundial fazendo elevar a temperatura do mundo. Em 1964, Irwin Allen chega a televisão e inicia as suas produções de seriados começando por readaptar e reaproveitar a produção do filme "Voyage to the Botton of the Sea" de 1961, para uma série de televisão de mesmo nome, mostrando as aventuras da tripulação de um submarino nuclear. Viagem ao Fundo do Mar foi um enorme sucesso e durou até março de 1968, num total de 110 episódios, dos quais 32 foram produzidas em preto e branco e o restante a cores. A série era estrelado por Richard Basehart como Almirante Nelson e David Hadson como Capitão Crane. Depois de Viagem vieram outros megasucessos :”Lost in Space" (Perdidos no Espaço) em 1965, "The Time Tunnel" (O Túnel do Tempo) em 1966 e "Land of the Giants" (Terra de Gigantes) em 1968. O "Julio Verne da televisão" vinha idealizando vários projetos, como a criação de seu parque de diversão temático, e novas versôes para vários clássicos. Infelizmente, o seu tempo entre nós esgotou-se e faleceu no dia 02/11/1991 em Malibu, Califórnia. A notícia da morte de Irwin Allen foi ofuscada pela do produtor e criador de Jornada nas Estrelas, Gene Roddenberry. O gênio Irwin Allen foi inegualável. Desses que só acontecem uma vez em cada século. Como diretor, produtor ou roteirista ganhou o Oscar. Ele teve uma dúzia de indicações e levantou em cinco oportunidades a estatueta tão cobiçada. Que sua memória seja preservada por todos os seus trabalhos e cabe aos seus admiradores espalhados pelo mundo mantê-la acesa. Eu sou um deles, com certeza!
VIAGEM AO FUNDO DO MAR Viagem ao Fundo do Mar teve seu início no outono de 1964, as aventuras do submarino Seaview e a sua tripulação continuaram durante quatro anos É indiscutível que a estrela do seriado era o Seaview, o submarino mais poderoso e avançado da terra, um testemunho para o gênio de seu criador, Harriman Nelson. O Seaview assumiu uma variedade de missões, e por conseguinte levou muitos passageiros: espiões, políticos, líderes mundiais, homens militares, náufragos, estrangeiros, monstros e cientistas. A tripulação do Seaview era: o Almirante Nelson brilhante, o último cientista; o Capitão Crane corajoso, muito dedicado ao navio; o firme primeiro oficial, Chip Morton; o Curley Jones tristemente, saiu depois do primeiro ano da série mas competentemente substituido pelo Chefe Sharkey; e os Marinheiros, Kowalski, Patterson, Riley, e muitos outros menos afortunados que deram a vida deles pelo navio.
O TÚNEL DO TEMPO Num deserto americano uma base do governo trabalha no projeto conhecido internamente como Túnel do Tempo, um projeto ultra secreto que está aperfeiçoando as viagens atrevés do tempo. Com a ameaça de corte de verba no projeto antes que o mesmo possa demonstrar sua eficácia, o cientista Tony Newman (James Darren) entra no túnel , volta no tempo, e acaba aparecendo no transatlântico Titanic, no dia em que acontecerá o fatídico acidente. Na tentativa de resgatar Tony, seu companheiro de projeto, o cientista Douglas Phillips (Robert Colbert) também entra no túnel mas não consegue convencer o capitão do navio do triste destino que o futuro lhe reserva. Para salvar ambos do naufrágio do Titanic os cientistas resolvem transportá-los para uma outra época qualquer. A partir deste momento Tony e Doug acabam perdidos no tempo, vivendo suas aventuras viajando para o passado e para o futuro até que possam ser resgatados pelos cientistas do Túnel e voltar a sua própria época.Este foi um estupendo seriado criado por Irwin Allen mas que infelizmente teve apenas uma temporada com 30 episódios produzidos de 1966 a 1967 e exibidos no Brasil nos anos 70 e 80.
PERDIDOS NO ESPAÇO Seguindo a linha de produção de Irwin Allen, logo se seguiu a série de maior sucesso de todas que Allen produziu: Perdidos no Espaço (Lost in Space). Começou em 1965 e foi até 1968. A série tem início com a partida da espaçonave Júpiter 2 em busca de um planeta para salvar a humanidade da superpopulação. A nave decolou em 16/10/1997, com um sabotador a bordo, o Dr. Zachary Smith. Ao sabotar o robô que acompanha a missão, Smith coloca os tripulantes em perigo e literalmente perdidos no espaço. Jonathan Harris, que deveria morrer no sexto capítulo, acabou conquistando o público e “sobrevivendo”. Infelizmente, a série decaiu quando os produtores resolveram levar a coisa pro lado do humor, beirando o ridículo, às vezes. As estrelas desses pastiches eram o trio formado por Smith, o robô e Will Robinson. Mas quando se é criança tudo é diversão. Uma refilmagem da série foi feita em 1998, com efeitos impressionantes e visual caprichado, mas roteiro fraco, que não conquistou os fãs antigos (nem fez novos) e muito menos a crítica.
O TÚNEL DO TEMPO Num deserto americano uma base do governo trabalha no projeto conhecido internamente como Túnel do Tempo, um projeto ultra secreto que está aperfeiçoando as viagens atrevés do tempo. Com a ameaça de corte de verba no projeto antes que o mesmo possa demonstrar sua eficácia, o cientista Tony Newman (James Darren) entra no túnel , volta no tempo, e acaba aparecendo no transatlântico Titanic, no dia em que acontecerá o fatídico acidente. Na tentativa de resgatar Tony, seu companheiro de projeto, o cientista Douglas Phillips (Robert Colbert) também entra no túnel mas não consegue convencer o capitão do navio do triste destino que o futuro lhe reserva. Para salvar ambos do naufrágio do Titanic os cientistas resolvem transportá-los para uma outra época qualquer. A partir deste momento Tony e Doug acabam perdidos no tempo, vivendo suas aventuras viajando para o passado e para o futuro até que possam ser resgatados pelos cientistas do Túnel e voltar a sua própria época.Este foi um estupendo seriado criado por Irwin Allen mas que infelizmente teve apenas uma temporada com 30 episódios produzidos de 1966 a 1967 e exibidos no Brasil nos anos 70 e 80.
PERDIDOS NO ESPAÇO Seguindo a linha de produção de Irwin Allen, logo se seguiu a série de maior sucesso de todas que Allen produziu: Perdidos no Espaço (Lost in Space). Começou em 1965 e foi até 1968. A série tem início com a partida da espaçonave Júpiter 2 em busca de um planeta para salvar a humanidade da superpopulação. A nave decolou em 16/10/1997, com um sabotador a bordo, o Dr. Zachary Smith. Ao sabotar o robô que acompanha a missão, Smith coloca os tripulantes em perigo e literalmente perdidos no espaço. Jonathan Harris, que deveria morrer no sexto capítulo, acabou conquistando o público e “sobrevivendo”. Infelizmente, a série decaiu quando os produtores resolveram levar a coisa pro lado do humor, beirando o ridículo, às vezes. As estrelas desses pastiches eram o trio formado por Smith, o robô e Will Robinson. Mas quando se é criança tudo é diversão. Uma refilmagem da série foi feita em 1998, com efeitos impressionantes e visual caprichado, mas roteiro fraco, que não conquistou os fãs antigos (nem fez novos) e muito menos a crítica.
TERRA DE GIGANTES
Irwin Allen produziu TERRA DE GIGANTES de setembro de 68 a março de 1970. Contava a história de uma nave espacial em um vôo comercial de Nova York a Londres que se perde após passar por uma nuvem estranha, indo parar num planeta idêntico a Terra, mas onde as pessoas são gigantes. As 7 pessoas que estavam na nave, incluindo o garoto Barry, além do cão Chipper, têm de fugir das pessoas que querem capturá-los, durante todos os episódios. Era sempre engraçado ver um gigante agarrando um deles. A cena mostrava apenas as pernas se movimentando, num efeito mecânico das pernas se mexendo por entre a mão fechada do gigante. "Terra de Gigantes" tinha um alto custo de produção devido, principalmente, aos cenários.Bom, é isso! Espero que tenham gostado e deixem seus comentários. Esta homenagem ao grande Irwin Allen é dedicada especialmente ao meu primo e amigo Jonas e todos da minha geração que embarcavam todas as tardes nas aventuras do incrível Seaview e sua corajosa tripulação. Valeu, abração!
THE BEATLES - THE WORD
Gravada dois anos depois de "She LovesYou" e dois anos antes de "All You Need Is Love", "The Word" marca a transição do amor garoto-encontra-garota da beatlemania para o amor-paz-e-harmonia da era hippie. Interpretada na época apenas como mais uma canção de amor dos Beatles, ela na verdade estava cheia de pistas que indicavam uma composição de outro tipo. O amor cantado por John era aquele que oferecia "liberdade", "luz" e até "o caminho". "The Word" poderia ser até uma alusão à "palavra" em termos evangélicos (de "pregar a palavra"). Em seu estudo clássico, TheVarieties Of Psychedelic Experience, Robert Masters e Jean Houston descobriram que o LSD não só produzia experiências de natureza religiosa, mas também dava às pessoas a ideia de que "um amor universal ou fraternal é possível e constitui a melhor chance do homem, se não a única". É por essa razão que "o amor" se tornou uma palavra tão na moda dentro da cultura das drogas da segunda metade da década de 1960, e John tinha sido um dos primeiros compositores a captar essa tendência. Mais tarde, ele se lembrou da música como uma das primeiras "canções-mensagem" dos Beatles e o começo da função do grupo como líderes culturais de quem se esperavam respostas para questões sociais e espirituais. John disse à Playboy que se tratava de uma canção sobre "ficar esperto", na acepção dos usuários de maconha e LSD. Ele afirmou: "É o amor. É a fase da maconha. É a coisa da paz e amor. A palavra é 'amor', certo?".
Como convinha, quando John e Paul terminaram de escrevê-la, enrolaram baseados e escreveram uma partitura com desenhos psicodélicos, que John deu depois ao compositor John Cage quando este fez 50 anos. Uma reprodução pode ser vista no livro de Cage Notations.
GEORGE HARRISON - BLOW AWAY
O dia 30 de dezembro de 1999 foi marcado pelo terrível atentado contra George Harrison. Um débil mental chamado Michael Abram invadiu sua casa durante a noite e o esfaqueou no peito várias vezes. Olivia acertou a cabeça do invasor com um abajur. Ele caiu e foi dominado por George e Olivia até a chegada da polícia e da ambulância. Abram foi internado em um hospício. George teve o pulmão perfurado, o que agravou seu estado de saúde. No dia 26 de novembro de 2012, o Baú do Edu publicou uma matéria sobre o terrível incidente, o link é: http://obaudoedu.blogspot.com.br/2012/11/o-terrivel-atentado-contra-george.html
ARQUIVOS DO FUNDO DO BAÚ - O SOM DE LIVERPOOL - THE BEATLES - A GÊNESIS
Matéria publicada originalmente em 11 de dezembro de 2009
Por René Ferri“Jamais tive qualquer instrução musical. Ninguém me disse como cantar, ou o que fazer num certo ponto da canção, nem como apresentar canções. Nem Brian Epstein, pois Brian também não sabia – ele era tão amador quanto todos nós!” Esta declaração de Cilla Black, figura central da cena musical de Liverpool, muito semelhante ao que disse Marianne Faithfull a respeito da cena pop/ rythim & blues de Londres, envolvendo os Rolling Stones e Andrew Oldham, pode dar uma visão distorcida sobre a grande revolução musical dos anos 60 como se tudo tivesse acontecido por mero acaso. Claro que tudo não aconteceu dessa forma tão prosaica, mas a declaração de Cilla Black sumariza esplendidamente a situação de amadores, que agindo por intuição e entusiasmo e, com grande paixão, acabaram se dando muito bem. Manfred Mann, que por anos liderou um grupo que seu nome, desmente que o “Mersey Sound” tenha existido, dizendo que a diferença do som de Liverpool, era apenas o sotaque dos cantores, e o resto foi feito pela imprensa. Mann nunca engoliu ter sido “vendido” nos EUA como parte do “Mersey Sound”, pois em 64 quando o o mundo inteiro começava a se deslumbrar com a música dos Beatles, na Inglaterra, o “Mersey Sound” já estava completamente fora de moda, sendo substituído por uma nova tendência, o “Swinging London”, mais sedutora, mais moderna e urbana. E também mais fácil de vender, por ser mais comercial. Porém, toda a cena musical inglesa dos anos 60, tanto o “Mersey Sound” quanto o “Swinging London”, que incorporava o “British Rythim & Blues” dos Rolling Stones, Pretty Things, Yardbirds e Manfred Mann, tinha a mesma origem, decalcada da música negra estados-unidenses (norte-americana), o jazz, o folk e o blues. Liverpool era uma cidade operária e grande, a terceira maior de toda a Inglaterrra, com uma mistura étnica, das pessoas das mais diferentes origens, irlandeses, galeses, indianos, africanos, chineses, convivendo juntas, que a tornava um pouco diferente das outras cidades inglesas, também por este aspecto. Também tinha uma cena musical própria e forte, baseada no jazz tradicional, cultivado na Inglaterra desde o final dos anos 40 por orquestras como as de Ken Colyer, Chris Barber e Humphrey, Lyttelton. As bandas de jazz tradicional inglesas foram se interessar no começo dos anos 50, por uma forma de Jazz, conhecida como “skiffle”, que se originou na América nos anos 20. O “skiffle” era um conceito de se fazer música (jazz) de forma amadora, com amigos se reunindo e tocando seus instrumentos em festas, muitas vezes, instrumentos musicais improvisados, como a clássica “washboard”, a tábua de lavar roupa, usada como percursão. O “skiffle” era estritamente instrumental até que Chris Barber formou seu grupo de “skiffle” e gravou um LP em meados dos anos 50. Uma das músicas deste álbum, “Rock Island Line”, tinha como convidado o guitarrista Lonnie Donegan, o qual mostrou sua abordagem diferente do gênero, acrescentando vocais e uma forte dose de country music com influência folk, mais os sons primitivos do blues rural. Em ’56, o “skiffle” vocal de Lonnie Donegan tinha virado uma mania na Inglaterra, tendo até um programa exclusivo na rádio BBC. “The Six Five Special”. A febre do “skiffle” precedeu outra tendência revolucionária, o rock’n’roll que chegava com os primeiros filmes e os primeiros discos de Bill Halley, Freddie Bell & Bell Boys e Elvis. A Inglaterra tinha sua própria cultura pop, mas a música produzida, e os interpretes, eram cópias do pop estados-unidenses (norte-americano) e com o rock’n’roll não foi diferente – logo apareceram os ídolos do rock Made In England, que nada tinham de original. Rigorosamente, até o aparecimento da música beat, o “Mersey Sound” de Liverpool, somente The Shadows, com seu som instrumental épico, baseado em guitarras e Joe Brown & The Bruvvers, com seu enfoque muito pessoal do rock´n´roll, misturando rock ao country & western e music – hall tradicional, foram os únicos britânicos a fazer sucesso, com um som marcadamente original.
Em Liverpool, o desenvolvimento do rock’n’roll tomou um rumo muito diferente de Londres – a cidade não tinha estúdios, nem gravadoras, nem editoras musicais, mas tinha uma quantidade anormal de clubes onde se cultivava música ao vivo e muitos bares e locais onde as pessoas freqüentavam para dançar, ao som dos discos, que chegavam vindos dos EUA, com mais rapidez e facilidade, devido ao porto da Marinha Mercante no rio Mersey (o qual logicamente, originou os termos “Mersey Sound” e “Mersey Beat) que corta a cidade, e não apenas os sucessos de Hit Parade, mas também os discos de rythim’n’blues e country & western. Bob Wooler, o primeiro DJ profissional de Liverpool, fala sobre a excitação que ele provocava entre os mais jovens quando começava a tocar os últimos discos que tinha recebido; e o assédio que recebia dos músicos locais, que pediam que ele indicasse músicas “novas” para agregarem ao repertório. O som de Liverpool, nos seus anos formativos, refletiam o gosto musical dos seus DJs. A falta de estações de rádio e TV locais, ajudavam a uniformizar o gosto médio da população, em torno da própria música feita ou tocada na cidade, uma vez que isolada, ficava imune aos modismos e tendências que vinham de Londres. É um engano pensar que os Beatles originaram qualquer coisa em Liverpool, em termos de tendência musical; ao contrário eles eram um produto do meio, vieram no bojo de um movimento musical espontâneo, que começou a se desenvolver quando Lonnie Donegan apresentou o “skiffle” e quando a Inglaterra forjou seu primeiro “Elvis”; o cantor “cockney” Tommy Steele, em ’58.
Em Liverpool, o desenvolvimento do rock’n’roll tomou um rumo muito diferente de Londres – a cidade não tinha estúdios, nem gravadoras, nem editoras musicais, mas tinha uma quantidade anormal de clubes onde se cultivava música ao vivo e muitos bares e locais onde as pessoas freqüentavam para dançar, ao som dos discos, que chegavam vindos dos EUA, com mais rapidez e facilidade, devido ao porto da Marinha Mercante no rio Mersey (o qual logicamente, originou os termos “Mersey Sound” e “Mersey Beat) que corta a cidade, e não apenas os sucessos de Hit Parade, mas também os discos de rythim’n’blues e country & western. Bob Wooler, o primeiro DJ profissional de Liverpool, fala sobre a excitação que ele provocava entre os mais jovens quando começava a tocar os últimos discos que tinha recebido; e o assédio que recebia dos músicos locais, que pediam que ele indicasse músicas “novas” para agregarem ao repertório. O som de Liverpool, nos seus anos formativos, refletiam o gosto musical dos seus DJs. A falta de estações de rádio e TV locais, ajudavam a uniformizar o gosto médio da população, em torno da própria música feita ou tocada na cidade, uma vez que isolada, ficava imune aos modismos e tendências que vinham de Londres. É um engano pensar que os Beatles originaram qualquer coisa em Liverpool, em termos de tendência musical; ao contrário eles eram um produto do meio, vieram no bojo de um movimento musical espontâneo, que começou a se desenvolver quando Lonnie Donegan apresentou o “skiffle” e quando a Inglaterra forjou seu primeiro “Elvis”; o cantor “cockney” Tommy Steele, em ’58.
Liverpool tinha uma escola de arte que atraía os talentos jovens da dispersos, a Liverpool Art College. Parece que todos os músicos importantes de Liverpool dos anos 60, foram egressos de escolas de arte, como John Lennon e Paul McCartney, que entraram na música pegando onda “skiffle”, formando The Quarrymen, e tiveram diversos nomes e formações até chegar ao quarteto, THE BEATLES, com John, Paul, George Harrison e Ringo Starr, conforme a saga já exaustivamente contada. Então, o que fez a diferença? Por que os Beatles foram (ainda são) um sucesso extraordinário, enquanto todos os outros, centenas deles, desapareceram, assim que o movimento beat se esvaziou? A rigor, apenas Cilla Black e Gerry Marsden (Gerry & Peacemakers), sobreviveram artisticamente depois da falência do “Mersey Sound”. A diferença, esteve na serie formidável de casualidades que aconteceram nos anos formativos dos Beatles e que sempre os favoreceram – todo o fenômeno tem explicação, já os mistérios, como os talentos extraordinários de John e Paul como compositores, são inexplicáveis. Mas nem o talento nato dos dois teriam valido, se não tivesse aflorado e desenvolvido na mesma época , por volta do início de ’63 (sessenta e três). É bom lembrar que George Harrison somente se tornou bom compositor, muitos anos depois. E se isto tivesse acontecido com Paul McCartney? Também foi importantíssimo que o empresário Alan Williams os tivessem enviado para a Alemanha em 1960. Na barra-pesada de Hamburgo, o grupo se uniu e fez a opção defintiva pelo caminho da música, passando pelo batismo de fogo das tentações, amadureceram com a experiência. A saída de Stu Stucliff, que nada tinha a ver, musicalmente, com eles, foi muito positiva, assim como a aproximação da fotógrafa Astrid Kircherrr e do então artista gráfico, Klaus Voorman, que lhes deram apoio moral e material. Se não fosse por Astrid e Klaus, quem sabe eles teriam largado tudo, como Stu largou. Caso não tivesse ido a Hamburgo, conforme foi, a banda não teria ganho a força, a experiência e a unidade, e com as comodidades familiares perto, ficaria patinando na mediocridade até desaparecer, como tantas outras bandas de qualidade. Brian Epstein também apareceu na hora certa, outra casualidade. A própria inexperiência de Brian foi boa, pois se ele tivesse se comportado como um empresário profissional, teria tentado fazer com que os Beatles mudassem de estilo, talvez transformá-los numa banda de twist, ou qualquer coisa que estivesse em voga. Imaginar que os Beatles pudessem se transformar numa imitação de Joey Dee & Starlighters, é um pesadelo cruel, mas era o que poderia ter acontecido naquele início dos anos 60 e assim, arruinado tudo.Ao adotar os Beatles como seus protegidos, Brian deu a segurança que eles precisavam; estavam cansados das dificuldades e das vantagens boemias de se tocar numa banda de rock. Naquele momento, queriam se profissionalizar; ganhar dinheiro, fama e respeito e aceitaram tudo o que Brian lhes sugeriu. Brian mudou o visual dos Beatles, limpou aquela imagem retrô que eles tinham, roupas de couro e tudo mais que estava muito ultrapassada e lhes deu uma identidade visual totalmente nova. E dos quatro, quem mais representava essa imagem de rocker decadente era Pete Best. A troca de Best por Ringo Starr não foi benéfica apenas musicalmente, em termos visuais e em relação ao carisma, a banda teve um ganho excepcional. Carisma é outro item importante. E outro mistério. O carisma nasce com a pessoa e Ringo acabou revelando o mais carismático dos quatro, era nele que as atenções eram mais concentradas. Ringo agradava também as crianças e as pessoas mais velhas que nem tinham tanto interesse na musica dos Beatles. A entrada de Ringo melhorou muito o astral e o entusiasmo da banda, que com Best ficava meio para baixo, como os músicos competindo entre si. Outra contribuição enorme de Ringo aos Beatles foi o sentido do profissionalismo – Ringo era mais experiente e responsável em termos profissionais do que Paul, Josh ou George. Ringo era um músico sério, completo, profissional, já na época, capaz de tocar em qualquer banda ou orquestra do mundo. Houve a questão visual, dos cabelos compridos que na época foi uma tremenda revolução, algo verdadeiramente transgressor, com uma força simbólica, em relação à revolução dos costumes, hoje difícil de verbalizar ou compreender. Conta-se que Astrid Kirchherr criou o penteado com as franjas e o cabelo comprido. Talvez. Mas de qualquer forma, os Beatles foram os primeiros a adota´-lo. Na questão visual, aconteceu com os Beatles a uniformidade, que no Palco dava um efeito muito bom, isto é; os três que ficavam na frente, tinham a mesma altura e mais ou menos as mesmas características físicas e para melhorar; Paul era canhoto e assim, podia dividir o microfone quando cantava em dueto com George ou com John, se aproximando bastante sem que precisasse tomar cuidado para não esbarrar no outro. Aquele ângulo em “V” que o baixo de Paul formava com a guitarra mais próxima, era muito interessante visualmente, algo que a gente sentia falta quando olhava para qualquer outro grupo. Desta forma, a disposição das guitarras e do baixo, os cabelos compridos com as franjas, as botas de salto alto (também altamente transgressor), os ternos Pierre Cardin sem gola, combinando com aquela música, não podia dar errado, pois era simplesmente irresistível! Seis meses antes, qual seria a reação daqueles rockers bárbaros, de extração proletária e machista, com aquelas roupas de couro ensebadas e postura de arrogância e desafio, se um cara afetado e afeminado como Epstein lhes dissesse como agir e o que vestir?É sabido que os Beatles foram recusados pela Decca; o homem que assistiu à audição, Mike Smith gostou muito, mas os Beatles acabaram vetados pelo supervisor de Smith, Dick Rowe. È de se surpreender que naquele começo de 1962. Rowe não tenha tido a sensibilidade de perceber o talento emergente que estava naqueles rapazes, mas é bom lembrar que Brian Epstein passou os primeiros quatro meses daquele ano tentando assegurar um contrato com uma gravadora e os tapes (fitas) dos Beatles que Epstein levou pra Londres, foram recusados também peã Pye, Columbia, HMV e EMI. Era opinião generalizada nos meios musicais, que bandas de rock com guitarras não tinha futuro. E Dick Rowe tinha uma certa razão, pois a imagem que os Beatles passavam naquela época, ainda era aquela antiga, ultrapassada, um mix de James Dean com Gene Vincent, que na América (Estados Unidos), de onde vinham todos os modismos, não existia mais há tempos. É compreensível que Rowe tenha desgostado daquela profusão de topetes, costelas e blusões de couro. E até foi bom que tenha acontecido assim, pois nenhum dos grupos beat, contratados pela Decca depois, deram certo, nem mesmo os Mojos, da primeiríssima linha de bandas de Liverpool, e o Big Three, que até mesmo os Beatles consideravam os melhores do “Mersey Sound”.
Mas em maio de ’62 (sessenta e dois), Epstein mostrou os tapes para George Martin, que entre outras coisas era um homem de A & R (Artists & Repertoire) da Parlophone, uma subsidiária da EMI, que se interessou. Os Beatles voltaram da sua terceira viagem de Hamburgo para uma audição com Martin na Parlophone. Martin gostou muito dos Beatles, mas não aprovou o baterista, Peter Best, que foi mandado de volta a Liverpool. Ringo, o baterista de Rory Storm foi convidado a se juntar ao grupo definitvamente, pois em diversas ocasiões anteriores, ele já havia tocado com os Beatles. Uma sessão foi marcada nos estúdios da EMI na afamada Abbey Road, e em outubro, Love Me Do foi editado. O som do single Love Me Do / P.S. I Love You era totalmente novo e diferente de tudo que se conhecia em rock, graças à produção de George Martin, um homem que possuía uma orquestra, com gosto mais voltado para música instrumental, para o clássico ligeiro e que antes dos Beatles, jamais tinha produzido um disco de rock. Os dois lados do disco eram composições de Lennon e McCartney, um risco consciente que correram, pois teria sido mais seguro terem gravado pelo menos no Lado A, uma música de algum compositor “profissional”. Love Me Do tem uma ligeira influencia “country” (por mais estranho que pareça, o country & western era um gênero muito apreciado e cultivado em Liverpool), com as longas frases de gaita-de-boca de Lennon, um hit de Bruce Channel, do começo de ’62, Hey Baby. Já P.S I Love You tem um leve toque latino na percursão, um recurso que os Beatles iriam usar várias vezes. A questão é que os Beatles tivessem caído nas mãos de um produtor convencional, seu primeiro disco teria saído muito diferente, com outras músicas, possivelmente, e com as cordas que sempre adocicaram os discos de rockers ingleses como Marty Wilde, Cliff Richard e Billy Fury. Em 11 de outubro de ’62, Love Me Do entrava no Hit Parade e em semanas atingiria sua posição mais alta 17º lugar.
Com a campanha e um disco colocado no Top 20, os Beatles saltavam bem à frente dos rivais em Liverpool, Brian Epstein, cuja família possuía uma rede de lojas de discos, onde pela sua primeira vez sua atenção chamada para os Beatles, quando um cliente lhe perguntou sobre uma gravação My Bonnie, feita pelos Beatles na Alemanha, conforme o próprio Brian relata na sua autobiografia A Cellar Full Of Noise de ’64, anotando até a data da ocasião, 28 de outubro de 61 ), criou a Nems Enterprises, para empresariar os talentos promissores de Liverpool. Em janeiro de ’63 (sessenta e três) saía o segundo single dos Beatles, Please, Please Me / Ask Me Why, que foi para o 1º lugar: Porém, quando semanas depois, o primeiro disco de Gerry & The Peacemakers, outro contratado da Nems, How Do You Do It / Away From You em selo HMV, foi também para o 1º lugar, ficou claro que o “Mersey Sound” estava estourando.
O ano de 1963 foi o ano do “Mersey Sound” na Inglaterra, com nada menos que 10 singles colocados em 1º lugar durante todo o ano e mais dúzias de discos colocados em altas posições no Hit Parade. Esta foi a época em que aflorou o extraordinário talento de Paul e John como compositores, que garantiu que os Beatles ficassem muito acima dos concorrentes em termos de sucesso. Depois dos Beatles, de John e Paul, a figura do compositor ficaria para sempre vinculada ao interprete. Antes dos Beatles, raramente o interprete escrevia suas próprias músicas.
Enquanto os Beatles iam quebrando recordes, como enfileirar 12 singles em 1º lugar, colocar um EP Twist & Shout na parada de singles, devido à quantidade que vendeu, e She Loves You, seu quarto single, ter vendido 500 mil cópias antes de ser editado, a maior venda antecipada da década, na Inglaterra, as bandas de Liverpool iam consolidando o “Mersey Sound” com discos de grande sucesso e excelente aceitação critica: Gerry & The Peacemakers, colocou seus três primeiros discos, todos editados em ’63, em 1º lugar: Billy J. Kramer teve dois singles em primeiro lugar e o terceiro apenas em 4º lugar durante o mesmo ano, com composições de John e Paul, “Do You Want To Know A Secret?”, “Bad To Me” e “I’ll Keep You Satisfied”, os Searchers, que não tem eram ligados a Epstein, tiveram um 1º lugar em junho de ’63, com Sweets For My Sweet e um 2º lugar em outubro com Sugar & Spice. Os Swinging Blue Jeans, tiveram um 2º lugar em dezembro de 63, com uma espetacular regravação de”Hippy Hippy Shake”, de um obscuro rocker estados unidense chamado Chan Romero – neste mesmo mês, fechando o ano, os Beatles tinham nada menos que sete singles colocados nos Top 20. Com todos os jornais escrevendo grandes matérias sobre Liverpool, a BBC produziu um detalhado documentário para a TV, chamado “The Sound of City”. A ironia é que quando o programa foi ao ar, os músicos que tinham inventado o “Mersey Sound”, os responsáveis pela lenda da “Beat City”, já tinham se bandeado para Londres buscando uma oportunidade. Alguns tiveram seu momento de glória, mas a grande maioria acabou voltando para Liverpool, que drenada dos seus melhores músicos e talentos, assistiu o “Mersey Sound” definhar e morrer, marcando o fim de uma extraordinária era na história da música pop.
Com a campanha e um disco colocado no Top 20, os Beatles saltavam bem à frente dos rivais em Liverpool, Brian Epstein, cuja família possuía uma rede de lojas de discos, onde pela sua primeira vez sua atenção chamada para os Beatles, quando um cliente lhe perguntou sobre uma gravação My Bonnie, feita pelos Beatles na Alemanha, conforme o próprio Brian relata na sua autobiografia A Cellar Full Of Noise de ’64, anotando até a data da ocasião, 28 de outubro de 61 ), criou a Nems Enterprises, para empresariar os talentos promissores de Liverpool. Em janeiro de ’63 (sessenta e três) saía o segundo single dos Beatles, Please, Please Me / Ask Me Why, que foi para o 1º lugar: Porém, quando semanas depois, o primeiro disco de Gerry & The Peacemakers, outro contratado da Nems, How Do You Do It / Away From You em selo HMV, foi também para o 1º lugar, ficou claro que o “Mersey Sound” estava estourando.
O ano de 1963 foi o ano do “Mersey Sound” na Inglaterra, com nada menos que 10 singles colocados em 1º lugar durante todo o ano e mais dúzias de discos colocados em altas posições no Hit Parade. Esta foi a época em que aflorou o extraordinário talento de Paul e John como compositores, que garantiu que os Beatles ficassem muito acima dos concorrentes em termos de sucesso. Depois dos Beatles, de John e Paul, a figura do compositor ficaria para sempre vinculada ao interprete. Antes dos Beatles, raramente o interprete escrevia suas próprias músicas.
Enquanto os Beatles iam quebrando recordes, como enfileirar 12 singles em 1º lugar, colocar um EP Twist & Shout na parada de singles, devido à quantidade que vendeu, e She Loves You, seu quarto single, ter vendido 500 mil cópias antes de ser editado, a maior venda antecipada da década, na Inglaterra, as bandas de Liverpool iam consolidando o “Mersey Sound” com discos de grande sucesso e excelente aceitação critica: Gerry & The Peacemakers, colocou seus três primeiros discos, todos editados em ’63, em 1º lugar: Billy J. Kramer teve dois singles em primeiro lugar e o terceiro apenas em 4º lugar durante o mesmo ano, com composições de John e Paul, “Do You Want To Know A Secret?”, “Bad To Me” e “I’ll Keep You Satisfied”, os Searchers, que não tem eram ligados a Epstein, tiveram um 1º lugar em junho de ’63, com Sweets For My Sweet e um 2º lugar em outubro com Sugar & Spice. Os Swinging Blue Jeans, tiveram um 2º lugar em dezembro de 63, com uma espetacular regravação de”Hippy Hippy Shake”, de um obscuro rocker estados unidense chamado Chan Romero – neste mesmo mês, fechando o ano, os Beatles tinham nada menos que sete singles colocados nos Top 20. Com todos os jornais escrevendo grandes matérias sobre Liverpool, a BBC produziu um detalhado documentário para a TV, chamado “The Sound of City”. A ironia é que quando o programa foi ao ar, os músicos que tinham inventado o “Mersey Sound”, os responsáveis pela lenda da “Beat City”, já tinham se bandeado para Londres buscando uma oportunidade. Alguns tiveram seu momento de glória, mas a grande maioria acabou voltando para Liverpool, que drenada dos seus melhores músicos e talentos, assistiu o “Mersey Sound” definhar e morrer, marcando o fim de uma extraordinária era na história da música pop.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
THE BEATLES - LADY MADONNA - SEMPRE DEMAIS!
Link para a postagem especial de Lady Madonna:http://obaudoedu.blogspot.com.br/2012/06/beatles-lady-madonna-fantastica.html
GEORGE HARRISON - WITHIN YOU WITHOUT YOU
George se interessou pelo pensamento oriental depois de descobrir a cítara em 196c, e, ao estudar o instrumento com Ravi Shankar, fez a primeira declaração explícita de sua recém-descoberta filosofia em "Within You Without You". Escrita como a recordação de uma conversa, a música revela a visão de que o individualismo ocidental — a ideia de que cada um de nós tem seu próprio ego - se baseia em uma ilusão que encoraja a separação e a divisão. Para nos aproximarmos e acabarmos com a "distância entre nós", precisamos abrir mão dessa ilusão de ego e perceber que somos essencialmente "um só". Apesar de a visão expressada em "Within You Without You" ter sido extraída de ensinamentos hindus, ela ressoou entre os adeptos do ácido daquela época. Através de uma destruição do ego quimicamente induzida, os usuários de ácido muitas vezes sentiam como se tivessem sido absorvidos por uma "consciência cósmica". A frase sobre ganhar o mundo, mas perder a alma, foi tirada de um alerta feito por Jesus e registrado em dois dos evangelhos (Mateus 16:26, Marcos 8:36).
George começou a compor a música depois de um jantar na casa de Klaus Voormann, artista e músico alemão que ele conheceu em Hamburgo e que havia feito a capa de Revolver. Voormann estava morando em Londres, era casado com Christine Hargreaves, atriz de Coronation Street, e tocava baixo com Manfred Mann. Tony King e Pattie Harrison também estavam presentes. King, que trabalharia na Apple, conhecia os Beatles desde sua chegada a Londres em 1963. Ele recorda: "Klaus tinha um harmônio de pedal, e George entrou na sala ao lado e começou a mexer nele. Saíram uns grunhidos horríveis, e, até o fim da noite, ele estava começando a cantar fragmentos para nós. É interessante que a gravação final de 'WithinYou WithoutYou' tenha tido o mesmo grunhido que eu ouvi no harmônio, porque John uma vez me disse que o instrumento em que você compõe uma música determina o som da música. Uma composição ao piano soa totalmente diferente de uma feita ao violão". A lembrança que King tem dessa noite é a de uma típica noitada de descolados dos anos 1960, com baseados queimando e ideias cósmicas flutuando: "Estávamos todos conversando sobre o muro de ilusão e sobre o amor que fluía entre nós, mas ninguém sabia do que estava falando. Foi um pouco ridículo na verdade. Era como se, de uma hora para outra, fôssemos sábios. Todos nós sentimos que tínhamos captado o significado do universo". "Quando conheci George, em 1963, ele era o senhor Diversão, passava as noites todas na rua. Então, de repente, ele descobriu o LSD e a religião indiana e ficou muito sério. Os fins de semana divertidos, em que comíamos carne e torta de fígado e ficávamos sentados rindo, se transformaram em fins de semana bem sérios, com todo mundo eufórico falando sobre o significado do universo. Nunca foi a minha, mas nós todos nos envolvemos com isso porque éramos jovens, facilmente influenciáveis e andávamos com pessoas famosas. Eu lembro quando os artistas holandeses Simon e Marijke, que haviam pintado a fachada da loja da Apple, estavam na casa de George. Eu me enchi de tudo e fui para o bar. Assim que passei pela entrada da casa de George, Simon e Marijke vieram flutuando em metros de chiffon e disseram 'uhhh, aonde você vai, cara?'. Eu disse a eles que ia tomar uma Guinness. Eles disseram 'Oh. Fale algo bonito para nós'." Em uma entrevista para o International Times, em 1967, George declarou: "Somos todos um. A compreensão da reciprocidade do amor humano é incrível. É uma boa vibração, que faz você se sentir bem. Essas vibrações que a ioga, os cânticos cósmicos e coisas assim trazem são uma viagem. Uma viagem que te leva pra qualquer lugar. Não tem nada a ver com remédios. É só você na sua cabeça, a compreensão. É uma viagem.Te leva direto para o plano astral". Nenhum dos outros Beatles estava presente quando "WithinYou Without You" foi gravada. George e NeilAspinall tocavam tamburas enquanto músicos de estúdio tocavam diversos instrumentos incluindo dilruba, tabla, violino e violoncelo. "Não foi difícil organizar os músicos indianos para a gravação", lembra George Martin. "Difícil foi escrever uma partitura para os violoncelos e violinos, de modo que os músicos ingleses conseguissem tocar como os indianos. O tocador de dilruba, por exemplo, estava fazendo todo tipo de movimento, então tive de orquestrar isso para as cordas e instruir os músicos a seguirem-no." "A risada bem no final da faixa era de George Harrison. Ele simplesmente achou que seria uma boa ideia se expressar", lembra Martin.