Gravada dois anos depois de "She LovesYou" e dois anos antes de "All You Need Is Love", "The Word" marca a transição do amor garoto-encontra-garota da beatlemania para o amor-paz-e-harmonia da era hippie. Interpretada na época apenas como mais uma canção de amor dos Beatles, ela na verdade estava cheia de pistas que indicavam uma composição de outro tipo. O amor cantado por John era aquele que oferecia "liberdade", "luz" e até "o caminho". "The Word" poderia ser até uma alusão à "palavra" em termos evangélicos (de "pregar a palavra"). Em seu estudo clássico, TheVarieties Of Psychedelic Experience, Robert Masters e Jean Houston descobriram que o LSD não só produzia experiências de natureza religiosa, mas também dava às pessoas a ideia de que "um amor universal ou fraternal é possível e constitui a melhor chance do homem, se não a única". É por essa razão que "o amor" se tornou uma palavra tão na moda dentro da cultura das drogas da segunda metade da década de 1960, e John tinha sido um dos primeiros compositores a captar essa tendência. Mais tarde, ele se lembrou da música como uma das primeiras "canções-mensagem" dos Beatles e o começo da função do grupo como líderes culturais de quem se esperavam respostas para questões sociais e espirituais. John disse à Playboy que se tratava de uma canção sobre "ficar esperto", na acepção dos usuários de maconha e LSD. Ele afirmou: "É o amor. É a fase da maconha. É a coisa da paz e amor. A palavra é 'amor', certo?".
Como convinha, quando John e Paul terminaram de escrevê-la, enrolaram baseados e escreveram uma partitura com desenhos psicodélicos, que John deu depois ao compositor John Cage quando este fez 50 anos. Uma reprodução pode ser vista no livro de Cage Notations.
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