quinta-feira, 31 de julho de 2014

A SENSACIONAL PROMOÇÃO "RINGO STARR AND HIS ALL STAR BAND"


E atenção, atenção, negada! Durante esse o mês de julho em que o nosso baterista preferido completou 74 anos, quem deixou seus comments no Baú, está concorrendo à incrível Box Set "Ringo Starr &he All Star Band - Anthology... So Far" – com nada menos que 3 CDs gravados ao vivo. São 48 faixas com alguns dos maiores sucessos de Ringo Starr e uma superbanda só de feras. Uma peça que, sem dúvida, não pode faltar na coleção de nenhum Beatlemaníaco que se preze.

Então? A promoção termina hoje à meia noite.  Não perca tempo! Participe! O sorteio será no dia 31 de julho no Bar dos Cunhados (115 norte). Boa sorte a todos! Agora, a gente fica com a All Starr em 1997 com o incrível Peter Frampton. Abração, Planeta Beatles!

OS BEATLES SÃO MAIS POPULARES DO QUE JESUS?


Tavez, nesses tempos com tanta tecnologia, seja difícil para os mais novos entender completamente o tamanho do incrível poder da Beatlemania naqueles anos. No auge de sua popularidade, na primavera de 1966, boa parte do público americano demonstrou como esse amor avassalador poderia se transformar em ódio muito rapidamente. Em 04 de março de 1966, esta citação de John Lennon, apareceu em uma entrevista feita pela repórter Maureen Cleave no London Evening Standard para uma matéria "Como Vive um Beatle? Eu vivo assim - John Lennon".

Quando Lennon disse isso, este pequeno trecho fazia parte de toda uma explanação sobre o cristianismo. Na Inglaterra não houve problemas, porém quase cinco meses depois, em 29 de julho, uma revista teen americana, "Datebook", publicou novamente a citação fora do contexto como parte de uma matéria de capa intitulada "Os Dez Adultos Que Você Mais Odeia".
O inferno começou. Estações de rádio no sul baniram a música dos Beatles. Em 31 de julho, os noticiários da BBC exibiram cristãos fanáticos em Birmingham, no Alabama, queimando discos dos Beatles em uma grande fogueira, da mesma forma que os nazistas queimavam livros. E a coisa só foi piorando. No dia 6 de agosto, Brian foi aos Estados Unidos para tentar contornar os problemas causados pelos comentários de John. Temia-se que a turnê no país tivesse que ser cancelada. Até essa data, 30 estações de rádio americanas já haviam excluído os Beatles de suas programações.
Os discos dos Beatles foram proibidos de ser executados também na África do Sul, sob a alegação de que os comentários, supostamente antirreligiosos, de John feriram o regime do apartheid. O veto durou cinco anos e, quando expirou, os Beatles já haviam se separado. Depois de vários dias sob pressão e muita tensão, finalmente os Beatles chegam nos Estados Unidos no dia 11 de agosto de 1966, fazendo uma escala em Boston e, chegando em Chicago às 16h18.
Quase toda a imprensa e todas as três redes de televisão estavam esperando a banda em Chicago, e não falavam de outro assunto que não fosse a declaração sobre Jesus. Os Beatles tiveram de fazer um entrevista coletiva, transmitida ao vivo, no 27º andar do Astor Towers Hotel, onde ficaram hospedados. John estava visivelmente constrangido, pois estava sendo obrigado a se desculpar por algo que os americanos haviam tirado do contexto.
John Lennon alegou ter sido mal interpretado, e se explicando logo depois: "Olhe, não sou antideus, nem anticristo, nem antireligião" disse ele. "Eu não quis dizer que os Beatles são melhores que Deus ou Jesus. Apenas usei o nome dos Beatles, pois para mim é mais fácil falar sobre os Beatles. Eu poderia ter citado a 'TV' ou o 'cinema' ou 'carros de corrida' ou qualquer outra cois que fosse popular e teria me saído bem dessa. Sim, eu acredito que Deus é como uma usina de força, que ele é um poder supremo, que não é nem bom nem ruim, nem de direita nem de esquerda, nem branco nem preto, Ele simplesmente É. Eu não disse aquilo que dizem que eu disse e, realmente, me arrependo de tê-lo dito. Eu não pretendia que minhas palavras fossem um desprezível comentário antirreligioso. Por tudo que tenho lido e observado, parece-me que o cristianismo está enfraquecendo, perdendo contato", declarou John, ao que um repórte respondeu: "O DJ de Birmingham, no Alabama, um dos que deu início a toda essa repercussão, exige que você peça desculpas". "Pois não, peço desculpas", respondeu John.

Em 13 de agosto, a estação de rádio Station KLUE, de Longview, aderiu - tardiamente - à onda de manifestações contra os Beatles e organizou uma queima pública de discos da banda. O diretor da estação declarou: "Estamos pedindo aos adolescentes da região para que tragam seus discos e quaisquer outros símbolos da popularidade dos Beatles, para serem queimados em uma fogueira pública, na noite de sexta-feira, 13 de agosto". O dia e o mês do cachorro-louco. Eu, héin?
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THE BEATLES - THE WORD - SENSACIONAL!

Gravada dois anos depois de "She LovesYou" e dois anos antes de "All You Need Is Love", "The Word" marca a transição do amor garoto-encontra-garota da beatlemania para o amor-paz-e-harmonia da era hippie. Interpretada na época apenas como mais uma canção de amor dos Beatles, ela na verdade estava cheia de pistas que indicavam uma composição de outro tipo. O amor cantado por John era aquele que oferecia "liberdade", "luz" e até "o caminho". "The Word" poderia ser até uma alusão à "palavra" em termos evangélicos (de "pregar a palavra"). Em seu estudo clássico, TheVarieties Of Psychedelic Experience, Robert Masters e Jean Houston descobriram que o LSD não só produzia experiências de natureza religiosa, mas também dava às pessoas a ideia de que "um amor universal ou fraternal é possível e constitui a melhor chance do homem, se não a única". É por essa razão que "o amor" se tornou uma palavra tão na moda dentro da cultura das drogas da segunda metade da década de 1960, e John tinha sido um dos primeiros compositores a captar essa tendência. Mais tarde, ele se lembrou da música como uma das primeiras "canções-mensagem" dos Beatles e o começo da função do grupo como líderes culturais de quem se esperavam respostas para questões sociais e espirituais. John disse à Playboy que se tratava de uma canção sobre "ficar esperto", na acepção dos usuários de maconha e LSD. Ele afirmou: "É o amor. É a fase da maconha. É a coisa da paz e amor. A palavra é 'amor', certo?".
Como convinha, quando John e Paul terminaram de escrevê-la, enrolaram baseados e escreveram uma partitura com desenhos psicodélicos, que John deu depois ao compositor John Cage quando este fez 50 anos. Uma reprodução pode ser vista no livro de Cage Notations.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

ESPECIAL SENSACIONAL! FAMÍLIA DINOSSAUROS - IMPERDÍVEL!


“Não é a mamãe! Não é a mamãe!”. Quem não se lembra do irritante e horroroso bebê gritando isso? Aposto que mesmo os mais ranzinzas, que torciam o nariz, sabem do que estou falando. Há milhões de anos atrás, quanto a Terra ainda era dominada por répteis gigantes, uma cômica família de dinossauros, a Silva Sauro, vive em um cotidiano que serve de pretexto para inúmeras crônicas e sátiras aos hábitos e costumes da classe média.

Foi no início da década de 90 que a Disney começou a negociar a compra da Jim Henson Productions, criadora dos Muppets. E a primeira coisa que o chefe Jim Henson mostrou para os novos parceiros foi sua ideia de fazer uma sitcom estrelada por dinossauros. Ficou combinado que a Disney financiaria a série e escalaria os produtores para cuidar dela, enquanto a companhia de Henson criaria os bonecos e cenários. Mas Henson acabou falecendo em maio de 1990, antes de assinar o acordo e dar forma ao projeto. A Disney já tinha se comprometido contratualmente a fazer a série, porém a família de Henson resolveu não vender mais a empresa – daí as negociações se complicaram e teve início uma batalha na justiça. Mas eles acabaram entrando num acordo com relação à série. “Este programa é tão grande, tão ambicioso, que a Disney é provavelmente a única companhia com a qual nós poderíamos ter feito esta parceria,” disse Brian Henson, que ficou no comando da Jim Henson Productions após a morte de seu pai. “Mesmo durante os problemas de negociação, nós dizíamos, ‘Não podemos deixar isso afetar Família Dinossauros.’”

Família Dinossauros, um dos programas de TV mais populares dos anos 90, estreou na ABC em abril de 1991, apresentando Dino da Silva Sauro, um megalossauro que trabalhava derrubando árvores para a empresa “Isso É Assim”. Casado com Fran, a personagem mais sensata da série, tinha três filhos: Bobbie, um contestador rapaz de 15 anos; Charlene, garota esperta e consumista; e Baby, cuja grande diversão era encher o saco de Dino com o bordão “Não é a mamãe!”. Coadjuvantes como Roy, Sr. Richfield e a sogra Zilda ajudavam a criar as situações bizarras vividas pela família.

O que mais chama atenção na série até hoje com certeza é a perfeição visual alcançada através dos animatrônicos, tecnologia que envolvia manipulação eletrônica e atores fantasiados. Um sistema computadorizado bolado por Jim Henson permitia que cada personagem tivesse entre 30 e 50 expressões faciais. “Eu diria que este é o programa mais difícil de produzir na televisão,” disse Ted Harbert, então vice-presidente executivo do horário nobre da ABC. “É simplesmente ridículo. É quase impossível.” A Jim Henson Productions já tinha usado método parecido para criar os personagens de filmes como os das Tartarugas Ninja, mas agora tinha alcançado uma sofisticação sem precedentes.

Uma pessoa ficava dentro da fantasia de dinossauro, movendo os membros do personagem, enquanto outra controlava eletronicamente os movimentos faciais. Fora do cenário, o manipulador de bonecos Mak Wilson mexia suas mãos para ativar cada um dos 30 pequenos motores implantados na cabeça de Dino e assim operar sua boca, olhos e expressões. Agitando os dedos da sua mão direita dentro da luva mecânica, ele fazia os lábios de Dino ondularem. Mexendo a sua mão esquerda ele fazia a boca de Dino produzir um “Ffff”, e mexendo a mão direita tinha-se um “Ohhh.” Inclinando a mão para baixo ele fazia Dino sorrir. O resultado era tão perfeito que, quando criança, eu tinha certeza de que tudo aquilo era computação gráfica.

O investimento na série era alto. Dizia-se que os gastos com cada episódio ficavam entre $1 milhão e $1.5 milhão – mas era algo aceitável para a Disney. “Este é o tipo de programa em que eu posso me dar ao luxo de investir um pouquinho mais,” disse Rich Frank, então presidente da Walt Disney Studios, “porque há benefícios colaterais em ter os personagens nos parques, brinquedos nas lojas, vídeos na estante.” De fato, na época não faltou merchandising e produtos licenciados. Quem tem mais de 25 anos provavelmente se lembra do sucesso que faziam os bonecos do Baby, que repetiam as frases mais famosas do personagem.

A febre dos dinossauros também atingiu o Brasil. A série era exibida por aqui na hora do almoço, na Globo, e conseguia levantar a média de audiência de 12 para 20 pontos. Aos domingos, quando eram passados apenas episódios inéditos, os números batiam em 23 pontos.

Tinha mesmo um grande apelo a ideia de uma sitcom estrelada por dinossauros. Os seres pré-históricos mostrados ali eram iguais a nós em quase tudo, mas o potencial cômico geralmente estava em ver as características mais conhecidas dessas criaturas se encontrando com o mundo normal ao qual estamos acostumados. Como ao observar que o jornal lido por Dino se chamava “Notícias de Pangéia”. Ou ver o Bobbie tentando entender por que eles estavam no ano 60.000.003 e o ano seguinte seria 60,000,002. O programa ainda tomava a liberdade de ignorar um pouco os fatos históricos e mostrava os dinossauros convivendo com humanos, que eram selvagens irracionais, desprezados pelos dinos.

Logo que surgiu, Família Dinossauros foi alvo de muitas comparações com outras séries do gênero, especialmente Os Simpsons. Os críticos diziam que, por trás daquele visual impressionante, havia apenas uma sitcom igual a todas as outras. “De certa forma, isso é injusto, porque ninguém jamais havia escrito sobre um mundo de dinossauros refletindo o estilo de vida humano antes,” defendeu Henson. Michael Jacobs, um dos roteiristas, explicava que, por terem uma aparência tão estranha e viverem em cenários tão incomuns, os personagens precisavam parecer familiares para os espectadores seguindo uma estrutura mais padrão das sitcoms.

De qualquer forma, a série com certeza era mais do que aquelas fantasias. Ela abordava temas adultos que dificilmente apareceriam em outro programa voltado para um público tão amplo – sexo, drogas, morte, racismo, assédio sexual, homossexualidade e outras coisas do tipo apareciam ali com naturalidade através de metáforas e muito bom humor. Família Dinossauros também ganhava pontos porque era estrelada por personagens que não eram exatamente bonzinhos. Era uma série sem frescura, que não se deixava cair em momentos melosos e não tinha problemas em mostrar Bobbie arremessando Baby contra a parede ou Dino comemorando e rindo ao achar que sua sogra tinha morrido.

O cinismo da série durou até o seu último episódio. Diferente de qualquer outra sitcom familiar que tenha surgido antes ou depois, Família Dinossauros se despediu do público com um episódio que abriu mão de finais felizes. É quase impossível assistir sem ficar meio chocado. Espero que tenham gostado. Valeu, abração!

PAUL McCARTNEY - LISTEN WHAT THE MAN SAID

Sir Paul McCartney resgatará parte do material inédito dos Wings, banda formada por ele em 1971, com a reedição dos discos "Wings At the Speed of Sound" e "Venus and Mars", que deverão ser lançados no próximo dia 23 de setembro. A gravadora Universal Music informou que ambos os álbuns serão publicados em uma grande variedade de formatos, sendo que o primeiro volume incluirá o material original remasterizado e, o segundo, várias demos de faixas desconhecidas para o grande público. Além da "deluxe", que incluirá um livro com entrevistas e materiais do próprio arquivo pessoal do artista, outra edição especial acrescentará um DVD com as gravações da época e cenas que nunca foram exibidas antes.
Depois do fim dos Beatles, Paul formou os Wings junto de sua esposa, Linda, e do guitarrista Denny Laine. No total, a banda teve três formações diferentes e lançou nove discos até sua dissolução, como "Band on the Run" (1973). Seguindo o êxito comercial deste álbum e um estilo muito similar, a banda lançou em 1975 o disco "Venus and Mars", já com Jimmy McCulloch e Geoff Britton na formação, embora este último tenha sido substituído por Joe English. O disco, gravado entre Londres e Nova Orleans, alcançou o topo das paradas tanto no Reino Unido como nos EUA e trazia faixas como "Listen to What the Man Said".
Na sequência, apenas um ano depois, a banda lançou o clássico "Wings at the Speed of Sound" (1976), que repetiu o mesmo sucesso do anterior e liderou as vendas nos EUA (número 2 no Reino Unido). Em seu repertório figuram clássicos como "Silly love Songs" e "LeT "em in".

terça-feira, 29 de julho de 2014

THE BEATLES - MAD DAY OUT - UM DIA NA VIDA


O dia 28 de julho de 1968 -  um domingo, entrou para a história como “MAD DAY OUT”, um dia em que os Beatles saíram completamente da rotina exaustante das gravações do álbum branco, para passarem o dia posando para centenas (talvez, milhares, sem exagero) de fotos feitas por um time de fotógrafos comandados pelo experiente Don McCullin em em St Pancras Gardens, jardins da igreja que leva o nome, em Londres.
Precisavam fazer essas fotos porque sabiam que seu material de divulgação para o novo disco da Apple estavam velhas, e mostravam uma imagem “ultrapassada”. Várias dessas fotos foram usadas para a promoção de novos singles e o próximo álbum, o “Branco”.
Naquele dia, eles fizeram o que tinham de fazer: relaxaram, e aceitaram bem às sessões com tantos fotógrafos. Todos se comportaram bem e a imagem que passavam era a de que estavam felizes. Os Beatles escolheram Don McCullin (veterano de guerras) como fotógrafo oficial. Mas também havia mais outro grupo de fotógrafos: Tom Murray, Tony Bramwell, Ronald Fitzgibbon e Stephen Goldblatt.
Com seu estilo característico, McCullin usou cerca de 15 rolos de filme para registrar a banda da Old Street até a área de Limehouse, voltando até a casa de Paul no bairro St. John’s Wood. Embora a existência das fotos fosse conhecida por muitos, quase todas essas imagens permaneceram inéditas. Para a geração que viveu aqueles anos, elas despertam lembranças comoventes de uma antiga juventude. Para os mais jovens, apresentam o vislumbre da história concentrado em um único dia.
No dia 12 de novembro de 2010 foi lançado o livro “Mad Day Out”, repleto de fotografias dos Beatles naquele dia. Muitas delas inéditas! A edição é limitadíssima. Foram apenas cem cópias acondicionadas dentro de uma embalagem especial que imita uma caixa de bombons, produzida em cetim estampado. Os livros são numerados e assinados a mão pelo autor, o renomado fotógrafo e cineasta Stephen Goldblatt. “Mad Day Out” tem 110 páginas, e custa a bagatela de U$ 495.

JULIAN LENNON - VALOTTE



 Não deixe de conferir a superpostagem sobre esse álbum, publicada em 15 de outubro de 2013: http://obaudoedu.blogspot.com.br/2013/10/julian-lennon-valotte-1984.html

GEORGE HARRISON - DEEP BLUE


"Deep Blue" é uma canção de George Harrison lançada como lado B de seu single de "Bangla Desh " de 1971. Harrison escreveu a canção em 1970, no meio das sessões para seu álbum triplo All Things Must Pass, e gravou em Los Angeles, no ano do concerto . A letra foi inspirada pela condição de deterioração de sua mãe antes de ela sucumbir ao câncer em julho de 1970, e pelas visitas freqüentes de Harrison para vê-la no hospital, no norte da Inglaterra. Dado o tema, a música serviu como um comentário sobre a doença generalizada e doença entre os milhões de refugiados de guerra de Bangladesh. Bem recebida pelos críticos de música, "Deep Blue" não estava disponível oficialmente há mais de 30 anos depois de aparecer no single. Nesse anos ganhou a reputação de um grande "perdido" Lado B. Só veria a luz do sol novamente em setembro de 2006, quando a EMI incluiu a canção como faixa bônus na reedição do álbum Living in the Material World.



RONNIE VON – O PRÍNCIPE QUE PODIA SER REI

Ele poderia ter sido piloto de avião. Economista, talvez. Ou simplesmente se deitado no berço esplêndido de onde viera. Mas não. Tornou-se cantor quase por acidente; bateu de frente com Roberto Carlos sem intenção; foi fundo na psicodelia, apesar de não ter experimentado drogas alucinógenas; conheceu o sucesso popular meio que por acaso. Também – e isso por muito querer – tornou-se uma “mãe de gravata” e desafiou a morte. Enfim, Ronnie Von nunca se deteve diante da vida e buscou fazer diferente. Aos 70 anos, completados no dia 17, Ronaldo Lindenberg von Schilgen Cintra Nogueira ganhou a biografia Ronnie Von – O príncipe que podia ser rei (Planeta), dos jornalistas Antonio Guerreiro e Luiz Cesar Pimentel. É mesmo um presentão. Recheado de fotos e com a discografia completa, a narrativa – resultado de 100 horas de conversa com Ronnie, além de entrevistas com 50 pessoas que convivem ou conviveram com ele – apresenta um retrato simpático do biografado. Por vezes recai mais num perfil, evitando polemizar ou aprofundar-se em assuntos mais difíceis. Mas carrega como maior mérito conseguir traduzir a trajetória de Ronnie Von, que nunca se deteve em um só aspecto. Ronnie Von é hoje um senhor que conversa amenidades de toda sorte (e com conhecimento de causa) em programa diário que, a despeito de seu alcance limitado (o Todo seu é exibido pela TV Gazeta, disponível apenas em São Paulo), é referência no país (houve quem apostasse que ele seria o substituto de Hebe Camargo). Também tem seu lado empresário, mas o que interessa aqui são os diferentes matizes que compõem seu passado.
Apaixonado pelos Beatles e com um fraco pelo existencialismo, foi alçado ao posto de novo ídolo jovem na década de 1960 graças a uma versão para um lado B de Rubber soul, dos Beatles. Com a ajuda do pai, que nem em seus maiores pesadelos poderia imaginar um filho cantor, Ronnie criou a versão para Girl, de Lennon e McCartney (um dos primeiros a verter os Beatles no Brasil). Meu bem foi a porta de entrada para o universo jovem. Em contraponto ao Rei Roberto, Ronnie – com seus cabelos longos e aquele rosto de parar o trânsito – tornou-se o Pequeno Príncipe. Não entrou para a Jovem Guarda – Roberto inclusive proibia que artistas que participassem de seu programa fossem ao dele –, mas conseguiu virar febre da juventude. Os então recém-formados Mutantes se tornaram sua banda de apoio e, na virada dos 1960 para os 1970, no auge da popularidade, Ronnie gravou três álbuns que só foram compreendidos 30 anos mais tarde. A chamada fase psicodélica, que gerou os LPs reeditados recentemente Ronnie Von (1968), A misteriosa luta do reino de parassempre contra o império de nunca mais (1969) e Máquina voadora (1970), fez dele objeto de culto mundo afora. Na segunda metade dos anos 1970 se reconciliou com o público mais popular. Virou figura fácil dos programas de auditório comandados por Silvio Santos e voltou a fazer muitos shows com seu viés de cantor romântico. Até que pouco antes da virada dos anos 1980, passou pelos maiores percalços da vida – fim conturbado do primeiro casamento e diagnóstico de uma doença rara, que lhe tirou os movimentos e o levou a ser desenganado pelos médicos. Ronnie Von sobreviveu a tudo, criou os filhos (até hoje ganha presente no Dia das Mães) e deu outro foco tanto à carreira quanto à vida pessoal. É o produtor Arnaldo Saccomani, que trabalhou a seu lado durante anos, quem o melhor o resume: “Você vê que ele sempre buscou a diferenciação. Buscou ser uma pessoa distante da Jovem Guarda. Às vezes de maneira correta, às vezes de maneira errada, não importa. O que importa é que ele nunca foi na mesmice”. RONNIE VON – O PRÍNCIPE QUE PODIA SER REI - De Antonio Guerreiro e Luiz Cesar Pimentel - Editora Planeta, 120 páginas, R$ 34,90.
Trecho: “Quando, em 15 de outubro de 1996, Ronnie estreou O pequeno mundo de Ronnie Von na mesma Record, Roberto Carlos sentiu o seu castelo estremecer. Nos bastidores, alguns pauzinhos foram movidos e os convidados do Jovem Guarda ficaram impedidos de entrar no mundo de Ronnie. Mas, apesar disso e da gritante carência de recursos, o programa decolou. Decolou tanto que apenas dois meses depois, segundo conta quem estava no estúdio, o Rei teria colocado uma foto do Príncipe na sua frente e cantado, com a ajuda dos pulmões e do fígado, a música "querem acabar comigo/ isso eu não vou deixar”.
Aqui,a gente confere Ronnie Von interpretando o astro Ricky Ricardo em dois momentos no Filme 'Janaína, A Virgem Proibida', produção de 1972 - "Minha gente amiga" e "Cavaleiro de Aruanda", que explodiu naquele ano. E embaixo “Meu Bem”. Abração Ronnie Von! Vou comprar hoje mesmo!

domingo, 27 de julho de 2014

SEAN LENNON - (The Ghost of a Saber Tooth Tiger) - "Moth To A Flame"

Sean Lennon falou bastante a respeito do futuro sombrio do planeta na campanha que fez com outros artistas contra a extração de gás (“fracking”), mas isso não foi nada perto da terra devastada que ele mostra no vídeo de "Moth to a Flame", do Ghost of a Saber Tooth Tiger, projeto dele ao lado da namorada, Charlotte Kemp Muhl. Após uma enorme explosão acabar com a humanidade, ele fica vagando pelo planeta tentando sobreviver até ser capturado por um grupo de mulheres selvagens. Essa faixa encerra o segundo disco da banda, Midnight Sun, que saiu em abril. “Cristalizamos nosso próprio estilo de psicodelia pós-moderna”, contou Sean Lennon à Rolling Stone EUA. O duo experimentou com técnicas de gravação bizarras e, em certo momento, ele pendurou violões na bateria, produzindo um efeito grave em cada batida. "Temos a tendência de inventar bastante com o nosso som. Microfonamos as coisas à distância ou perto demais", contou ele. Para ele, o processo meticuloso vale a pena. “Apesar de as pessoas não escutarem mais álbuns, ainda somos fãs de álbuns completos. Queríamos que fosse bastante satisfatório do começo ao fim.”

JOHN LENNON E SEU PRECIOSO GREEN CARD

No dia 27 de julho de 1976, após anos de briga judicial com a imigração norte-americana, John Lennon recebe finalmente o "Green Card", documento que autoriza sua permanência definitiva nos EUA. Ele o recebeu do Juiz Ira Fieldsteel o seu Green Card, que lhe permitia entrar e sair livremente dos EUA. John declarou na época que agora fará “o que todo mundo faz, ou seja, cuidar da vida, esposa e filhos”. Ele ainda diria que só voltaria a gravar um disco quando Sean completasse 5 anos de idade. “Não quero que aconteça o mesmo que aconteceu com Julian, que eu mal vi crescer”.

GEORGE HARRISON - WHILE MY GUITAR GENTLY WEEPS - SENSACIONAL!


No dia 25 de julho de 1968, George Harrison gravou sozinho a versão acústica de “While My Guitar Gently Weeps” com voz e violão. Muitos dizem que John Lennon teria se emocionado ouvindo esta versão. Pessoalmente, eu acho isso quase impossível, se tratando daquela época. Mas vamos lá.
"While My Guitar Gently Weeps" é uma canção dos Beatles composta por George Harrison, está no álbum The Beatles ou Álbum Branco de 1968. De acordo com Harrison, a inspiração para a música veio da leitura do "I Ching", e foi baseada no conceito de que tudo é relativo, em oposição ao conceito de que tudo é mera coincidência.
 Tendo esta idéia do relativismo na casa de seus pais, em Liverpool, durante um período de férias, Harrison começou a escrever uma música com base nas primeiras palavras que ele viu após abrir o livro aleatoriamente. Essas primeiras palavras foram "gently weeps" (suavemente chora). Então, imediatamente, começou a canção. A letra é simples, com basicamente conselhos de vida, sempre seguidos da frase "Enquanto minha guitarra chora suavemente." Muitos fãs acreditam que exista uma pista sobre a "Lenda da morte de Paul McCartney", e que no final os gemidos de George são lamentações pela perda do amigo. Segundo George Martin, John Lennon e Paul McCartney subestimaram a música, que depois se tornaria um clássico. Eles a gravaram no dia 16 de agosto com mais de 14 takes, alguns acústicos e nenhum agradou George. Ele dizia que John e Paul tocaram com muito desânimo e desdém "Eles não levaram o trabalho a sério e acredito que nem se esforçaram para tocá-la direito." Mas sua forma de revolta não poderia ser mais criativa: Eric Clapton conta que Harrison falava da música e de repente disse que "ele bem que poderia participar do disco" ao que Clapton respondeu: "Os outros Beatles não iriam gostar!" e George subitamente respondeu: "Não tem nada a ver com eles, a música é minha."
 No outro dia, lá estava Clapton no estúdio com sua Gibson Les Paul, fazendo o solo da "guitarra que chora". Segundo Harrison: "A presença de Clapton no estúdio serviu para desanuviar as tensões entre o grupo e eles tiveram uma melhora em seu comportamento durante sua presença." Ringo Starr completou: "Foram dias memoráveis, Eric era muito divertido." Porém alguns tem dúvidas de que o solo usado no disco não foi o que Clapton gravou apenas pelo fato do trabalho seguinte, o "Abbey Road", ter um estilo semelhante tocado por George (possivelmente por influência do amigo). Harrison disse sobre o solo: "… Então Eric tocou, e eu achei que ficou realmente bom. Ouvimos e ele disse ‘tem um problema, não está Beatle o bastante.’ Então colocamos o ADT (automatic double-track) para incrementar um pouco." A versão acústica está no disco Anthology 3 e no retrabalho LOVE, com arranjo orquestrado por George Martin. Quem esteve na gravação original: George Harrison – vocal (double tracking), vocal de apoio, guitarra base, órgão Hammond; John Lennon – guitarra; Paul McCartney – vocal de apoio, piano, órgão, baixo de 6 cordas; Ringo Starr – bateria, tamborim; Eric Clapton – guitarra solo. "While My Guitar Gently Weeps" é a 2ª canção de George Harrison mais regravada por outros artistas. Só perde para “Something”. Alguns que já tiraram uma casquinha: Jake Shimabukuro, Vinnie Moore, Peter Frampton, Russ Freeman, The Jeff Healey Band, Kenny Lattimore, Phish, Kenny Rankin, The Rippingtons, The Punkles, Spineshank, Joe Louis Walker, The Muppets, Les Fradkin, Toto, Eric Roche, Damon and Naomi, Rick Wakeman, Todd Rundgren, M.O.P. , Wu-Tang Clan,Martin Luther McCoy, Doyle Dykes, The Grey Album - DJ Danger Mouse's, Marc Ribot, Lemon Demon, Nan Vernon, Jimmy Ponder, Derek Webb, Powderfinger, Dante Leon, Hank Marvin, Carlos Santana, Girl In A Coma, Lisa Marie Presley.