“Across The Universe”, é a canção mais antiga do álbum LET IT BE, foi gravada em fevereiro de 1968 e chegou ao público pela primeira vez em um álbum beneficente para o WWF (World Wildlife Fund) em dezembro de 1969: “No One's Gonna Change Our World”. Across The Universe foi gravada em oito tomadas entre 4 e 8 de fevereiro de 1968, mas John Lennon não ficou satisfeito e Paul McCartney o convenceu a chamar duas fãs para fazerem backing: a brasileira Lizzie Bravo e Gayleen Pease, que passavam dias acampadas na porta do estúdio para para ver os Beatles, falar com eles e tirar fotos. Elas foram convidadas por Paul para cantar em níssono com John, uma oitava acima, no refrão. A letra é uma das mais imaginativas de John, com um refrão tepetitivo - "Nothing's gonna change my world" (Nada vai mudar meu mundo) - que acentua seu efeito onírico. Across The Universe foi mixada em mono e colocada de lado enquanto o grupo lançou como single as canções "Lady Madonna" e "The Inner Light". Depois do retorno à Índia, o grupo resolveu gravar algumas canções compostas lá e "Across the Universe" permaneceu engavetada. Spike Milligan ouviu e sugeriu que ela fosse lançada como parte do álbum que ele estava organizando pela World Wide Fund for Nature. Os Beatles concordaram com a proposta e a canção foi mixada em estéreo pela primeira vez por George Martin. Para o álbum da 'wildlife' foi acrescentado efeitos sonoros de pássaros no início e no final da canção. Depois de acrescentados os efeitos, foi acelerada de forma que mesmo com os sons dos pássaros continuasse quase com o mesmo tempo. Para o álbum LET IT BE, Glyn Johns remixou-a dando um tratamento acústico e corrigindo a velocidade.
Para mim, não importa de qual forma: se é mono, se é estéreo, se é mais longa, se é mais curta. O que importa é que é uma das minhas músicas preferidas dos Beatles. E como disse um certo amigo do nordeste, a melhor versão é todas! O ábum "No One's Gonna Change Our World" é um disco bacana. Inofensivo... está fora de catálogo há muitos, muitos anos e já esteve aqui para download. O LP original, hoje em dia é uma raridade e ítem de colecionadores. Eu não tenho o bichão, tenho um CDzinho que comprei num sebo pelo preço de banana que o dono - um velho gordão - fez na hora. Tipo 5 reais.
Para mim, não importa de qual forma: se é mono, se é estéreo, se é mais longa, se é mais curta. O que importa é que é uma das minhas músicas preferidas dos Beatles. E como disse um certo amigo do nordeste, a melhor versão é todas! O ábum "No One's Gonna Change Our World" é um disco bacana. Inofensivo... está fora de catálogo há muitos, muitos anos e já esteve aqui para download. O LP original, hoje em dia é uma raridade e ítem de colecionadores. Eu não tenho o bichão, tenho um CDzinho que comprei num sebo pelo preço de banana que o dono - um velho gordão - fez na hora. Tipo 5 reais.
Aqui, com a exclusividade de sempre, a gente confere um trecho inédito do livro "Minha Vida Gravando Os Beatles", de Geoff Emmerick:
"Algumas noites depois, terminamos "The Inner Light" e então nós começamos a fazer os overdubs de outra faixa que Ken Towshend tinha começado na minha ausência. "Across the universe" era, provavelmente, a mais gentil e doce canção de John Lennon que eu havia ouvido até então, e isso me pegou de surpresa. Por volta da época da morte de Brian, os quatro Beatles tinham começado a estudar com o Maharishi Maheshi Yogi e nessa noite me ocorreu que talvez a meditação tenha feito bem a John. A canção representava uma mudança drástica nele, e foi esclarecedora para mim. Era verdade que nas últimas semanas o John Lennon rude e sarcástico esteve praticamente ausente; nós estávamos vendo um lado mais suave dele, um lado que eu nem sabia que existia. Eu realmente amei a canção, e o vocal gentil e lírico de John definitivamente se conectou comigo. Gravamos a voz dele várias vezes, porque John não estava satisfeito com o que estava fazendo, apesar do fato de que nós, todo o grupo, tenhamos sido efusivos em nossos elogios. Era um vocal problemático de fazer por causa do fraseado; havia apenas muitas palavras para serem cantadas, muitos pontos em que ele precisava respirar. Por isso, John não estava convencido de que ele estava colocando o sentimento que ele esperava nas palavras, e estava um pouco aborrecido por causa disso. A canção claramente significava muito para ele, e estava frustrado porque não estava ficando da forma como ele havia ouvido em sua cabeça. A infelicidade de John com seu vocal o levou à decisão relutante de engavetar a música para trabalhar nela novamente em algum momento posterior, apesar de ter sido originalmente programada para ser o Lado B de "Lady Madonna". Ao invés disso, "The Inner Light" foi a substituta, marcando a primeira vez em que uma canção de George Harrison aparecia em um single dos Beatles.
O lendário comediante e ex-Goon Spike Milligan (que era um dos ídolos de John) por acaso estava na sessão daquela noite como convidado de George Martin. Ele ficou tão impressionado com o que estava ouvindo que perguntou a Lennon se a faixa, no estado em que estava, poderia ser usada para ajudar a levantar fundos para uma instituição de caridade com a qual ele estava envolvido. Um John distraído disse: "Sim, qualquer coisa que você quiser", e foi assim que "Across The Universe" veio a ser lançada em um álbum beneficente para a World Wildlife Foundation. Quase dois anos depois, Phil Spector iria reviver a música em uma tentativa de concretizar o álbum Let It Be, retardando a fita em um andamento fúnebre e adcionando um coro fantasmagórico no processo, mas a versão que gravamos naquela noite era, na minha opinião, muito superior. Um outtake dessa música aparece no Anthology, e os ouvintes podem também encontrar uma versão (embora em grande parte processada digitalmente) un-spectorized no Let It Be... Naked de 2003. Eu ainda acho que a melhor versão foi a original que gravamos naquela noite fria de fevereiro."
"Algumas noites depois, terminamos "The Inner Light" e então nós começamos a fazer os overdubs de outra faixa que Ken Towshend tinha começado na minha ausência. "Across the universe" era, provavelmente, a mais gentil e doce canção de John Lennon que eu havia ouvido até então, e isso me pegou de surpresa. Por volta da época da morte de Brian, os quatro Beatles tinham começado a estudar com o Maharishi Maheshi Yogi e nessa noite me ocorreu que talvez a meditação tenha feito bem a John. A canção representava uma mudança drástica nele, e foi esclarecedora para mim. Era verdade que nas últimas semanas o John Lennon rude e sarcástico esteve praticamente ausente; nós estávamos vendo um lado mais suave dele, um lado que eu nem sabia que existia. Eu realmente amei a canção, e o vocal gentil e lírico de John definitivamente se conectou comigo. Gravamos a voz dele várias vezes, porque John não estava satisfeito com o que estava fazendo, apesar do fato de que nós, todo o grupo, tenhamos sido efusivos em nossos elogios. Era um vocal problemático de fazer por causa do fraseado; havia apenas muitas palavras para serem cantadas, muitos pontos em que ele precisava respirar. Por isso, John não estava convencido de que ele estava colocando o sentimento que ele esperava nas palavras, e estava um pouco aborrecido por causa disso. A canção claramente significava muito para ele, e estava frustrado porque não estava ficando da forma como ele havia ouvido em sua cabeça. A infelicidade de John com seu vocal o levou à decisão relutante de engavetar a música para trabalhar nela novamente em algum momento posterior, apesar de ter sido originalmente programada para ser o Lado B de "Lady Madonna". Ao invés disso, "The Inner Light" foi a substituta, marcando a primeira vez em que uma canção de George Harrison aparecia em um single dos Beatles.
O lendário comediante e ex-Goon Spike Milligan (que era um dos ídolos de John) por acaso estava na sessão daquela noite como convidado de George Martin. Ele ficou tão impressionado com o que estava ouvindo que perguntou a Lennon se a faixa, no estado em que estava, poderia ser usada para ajudar a levantar fundos para uma instituição de caridade com a qual ele estava envolvido. Um John distraído disse: "Sim, qualquer coisa que você quiser", e foi assim que "Across The Universe" veio a ser lançada em um álbum beneficente para a World Wildlife Foundation. Quase dois anos depois, Phil Spector iria reviver a música em uma tentativa de concretizar o álbum Let It Be, retardando a fita em um andamento fúnebre e adcionando um coro fantasmagórico no processo, mas a versão que gravamos naquela noite era, na minha opinião, muito superior. Um outtake dessa música aparece no Anthology, e os ouvintes podem também encontrar uma versão (embora em grande parte processada digitalmente) un-spectorized no Let It Be... Naked de 2003. Eu ainda acho que a melhor versão foi a original que gravamos naquela noite fria de fevereiro."
A descrição de G. Ellis é perfeita, embora eu jamais tenha conseguido gostar mais dessa ou daquela... Prefiro todas.
ResponderExcluirÉ incrível como eles deixaram essa faixa de lado. Uma das melhores composições do John. Para mim, a versão do "Naked.." é a mais legal, mas as outras todas também tem seu charme e importância.
ResponderExcluirComo eu disse no texto, concordo com meu amigo nordestino e a melhor versão é TODAS!
ResponderExcluirHey amigo JC... quem é esse G. Ellis mesmo?
ResponderExcluir
ResponderExcluirFico com a maioria, TODAS!