O tamanho de Lennon na cultura pop é impossível de ser medido. Teria feito 75 anos de idade em 9 de outubro caso não tivesse sido covardemente assassinado em 8 dezembro de 1980 por um débil mental na entrada do prédio onde morava. Hoje, infelizmente, esse dia triste para todos nós, completa 35 anos. Gigante como ícone cultural e monstruoso como músico inquieto e instigante, conseguiu algo que seus pares nem sequer sonharam: mesmo em silêncio, ficou cada vez maior, seja recluso cuidando do filho Sean; seja morto e calado para sempre. O mais controvertido dos quatro beatles, e ainda considerado o mais rocker e rebelde, praticamente foi “canonizado” quando morreu, para desgosto de Paul McCartney. A morte transformou roqueiros em mitos perpétuos – Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison – mas, no caso de Lennon, a divindade foi muito mais longe. Sua imagem é tão poderosa que rivaliza nas camisetas de todos no mundo com a de qualquer Che Guevara ou mesmo dos Beatles. O beatle morto em 1980 representa há muito tempo a imagem do nosso tempo. Apesar de sua frase icônica, era a personificação de que o sonho sempre seria possível. Nem mesmo com o seu desaparecimento pode-se dizer que o sonho acabou. Muitos dizem que a figura de Lennon ainda hoje é onipresente e até opressiva, de tão marcante a sua trajetória. Os Beatles ainda vivos, McCartney e Ringo Starr, já superaram essa questão, mas ainda relutam em reconhecer o gigantismo que o antigo companheiro adquiriu. Há quem diga que seria candidatíssimo ao prêmio Nobel da Paz se estivesse vivo. Se a carreira solo nos anos 70 derrapou após suas desavenças e disputas com o FBI e o governo norte-americano por conta de sua permanência definitiva em Nova York, por outro lado suas opiniões e postura o transformaram no principal roqueiro ativista, seja político, seja cultural, seja ecológico.
George Harrison se lançou à filantropia com o Concerto para Bangladesh, em 1971, seguido por Paul McCartney no Concerto para o Camboja, em 1979. Mas foi Lennon quem atraiu a atenção com a língua ferina e a postura belicosa ao chutaR canelas e esmurrar cabeças apenas com sarcasmo e ironia. Não há dúvidas de que a morte canoniza, e Lennon seria candidato natural, e com todos os méritos. A morte trágica e precoce do ídolo musical criou um abismo dentro da cultura popular e fez o impensável – transformou até mesmo seus erros em pontos destacados para corroborar a “santificação”.
Lennon em vida incomodava e se mostrava necessário em muitos sentidos. Morto, atingiu um ponto em que é impossível ficar indiferente em relação à figura pessoal e ao seu legado. 35 anos depois de sua morte, continua tão presente e intenso que mantém a aura de um dos grandes símbolos do nosso tempo, e com toda a justiça. VIVA JOHN LENNON!
Fora da seara religiosa, depois de Jesus nada foi mais importante em minha vida que os 4 Cavaleiros do Apóscalipso.
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