quarta-feira, 1 de junho de 2016

THE BEATLES - SGT. PEPPER'S LONELY HEARTS CLUB BAND

THE ALBUM

A fase frutífera que trouxe os singles "Penny Lane" e "Strawberry Fields Forever", além do álbum Sgt Pepper, foi a primeira em que os Beatles puderam se dedicar inteiramente ao estúdio porque estavam livres de compromissos de showS. Eles levaram 105 horas para gravar ambos os lados do single, uma marca inédita, e mais cinco meses para completar o álbum. Paul criou o disco pensando em um show de uma banda de metais, eduardiana e fictícia, transportada para a era psicodélica e, obviamen­te, conduzida pelos Beatles. Lançado em 1º de junho de 1967, Sgt Pepper foi o álbum daquele que ficou conhecido como “O Verão do Amor” — uma breve temporada em que a ética hippie cultivada em São Fran­cisco pareceu se espalhar por todo o ocidente. Para qualquer um que foi jovem nessa época, a música automaticamente evoca imagens de miçangas e túnicas, o som de sinos tilintando e o cheiro de maconha encoberto por incenso. Apesar disso, apenas quatro faixas em Sgt Pepper - “Lucy In The Sky With Diamonds”, “She’s Leaving Home”, “Within You Without You” e “A Day In The Life” - aludiam ao levante social causado pela mudança da cultura jovem. As outras eram canções pop bastante britânicas que tratavam de uma série de questões locais, de sociabilidade (“A Little Help From My Friends”) e autoaperfeiçoamento (“Getting Better”), passando pela vida nos subúrbios ingleses (“Good Morning, Good Morning”) e por decoração (“Fixing A Hole”), até o entretenimento vitoriano ("Being For The Benefit Of Mr Kite”). Muitas vezes, as letras das canções tinham linguagem deliberadamente antiquada — “guaranteed to raise a smile”, “may I inquire discreetly", “meeting a man from the motor trade”, “a splendid time is guaranteed for all”, “indicate precisely what you mean to say” -  para ajudar a ambientar uma verdadeira produção eduardiana com o bom e velho sargento Pepper e seus homens do clube de Corações Solitários. Ainda assim, o espírito de 1967 tomou o álbum de modo significa­tivo. Foi fruto da crença de que limites para a imaginação eram impos­tos culturalmente e, assim sendo, deveriam ser desafiados. Tentava-se tudo o que parecesse tecnicamente possível: do frenesi orquestral de “A Day In The Life” até a inclusão no disco de notas de frequências tão altas que só um cachorro poderia perceber. Sgt Pepper foi um dos primeiros álbuns com capa dupla e foi pioneiro em trazer as letras das músicas, embalagem interna deco­rada e por ter a capa feita por um artista famoso. Sua reputação de primeiro “álbum conceitual”, porém, não é merecida. “Folk Songs From the Hills” (1947), de Merle Travis, era um álbum conceitual, assim como “In TheWee Small Hours” (1955), de Frank Sinatra, e, mais próximo da época de Sgt Pepper, “Blood Sweat andTears” (1963) e “BitterTears” (1963), de Johnny Cash. Aliás, é discutível se o disco dos Beatles de fato era um álbum conceitual. O único tema que o unifica é a canção “Sgt Pepper”. “Basi­camente, Sgt Pepper era um álbum de McCartney, não de Lennon”, diz Barry Miles, o principal contato do grupo com a cena underground londrina na época. “As pessoas cometem o erro de achar que deve ser coisa do Lennon porque ele era tão moderno. Na verdade, ele estava usando tantas drogas e tentando tão arduamente se livrar de seu ego que não se envolveu tanto com Sgt Peppers."

THE SONG
Junto ao sucesso exponencial crescia às vésperas de cada disco a expectativa de que os Beatles não só apresentassem outra obra-prima, mas também novas profecias. Para aliviar a pressão, Paul criou o eulírico Sgt Pepper, uma identidade que daria mais liberdade criativa à banda. Vivendo o papel de Lonely Hearts Club Band, os Beatles não teriam de corresponder a nenhuma expectativa. Paul teve essa ideia em um voo de Nairóbi a Londres em 19 de novembro de 1966. No começo das férias desse ano, quando estava na França, ele usara um disfarce no rosto para poder viajar incógnito. Isso o levou a considerar como os Beatles seriam livres se pudessem usar máscaras. Esse conceito, porém, só foi adotado para a faixa de abertura (e sua reprise). A ideia foi tão bem desenvolvida que disseminou a impressão de que Sgt Pepper s Lonely Hearts Club Band era um “álbum conceituai”. “Se você as ouve, as canções não têm nenhuma conexão. Paul perguntou ‘por que não fazemos a banda Pepper e transformamos Ringo em Billy Shears’. De fato não era um álbum conceitua. A questão era só que eu estava tentando fazer algo coerente, emendando tudo o máximo possível”, admitiu George Martin. Mais tarde, Martin teve a ideia da repetição do tema inicial, que ajudou a costurar tudo. O fenômeno Sgt Pepper lembra muito iniciativas mais comuns na Costa Oeste norte-americana naquela época (dá para imaginar o nome em um pôster psicodélico no Avalon Ballroom, em São Francisco). Ao mesmo tempo, a canção e o disco são essencialmente ingleses (era possível imaginá-los tocando em um gramado eduardiano no verão). Paul pretendia jogar nos dois times, escrevendo letras à moda antiga, cantadas com uma intensidade psicodélica e satírica e adotando um nome atraente para a moda dos anos 1960 dos nomes longos e surreais — Jefferson Airplane, Quicksilver Messenger Service, Incredible String Band, Big Brother and the Holding Company. “De certa forma, é uma banda de metais, mas também é uma banda de rock, porque tem um quê de São Francisco”, disse Paul na época. A origem do nome Sgt Pepper é motivo de discussão. Há quem diga que foi Mal Evans, antigo empresário de turnês dos Beatles, quem criou o nome, como um substituto engraçado para “salt’n’pepper”. Outros sugerem que o nome vem de um refrigerante americano popular chamado Dr Pepper. Steve Turner – The Beatles – A História por Trás de Todas as Canções.


Há 49 anos, exatamente no dia 1º de junho de 1967, os Beatles lançavam o disco "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band". Um divisor de águas. Inovador em inúmeros aspectos e que se mostra influente até os dias de hoje. O disco, geralmente abreviado para "Sgt. Pepper", foi o oitavo álbum de estúdio do quarteto do rock e é considerado por muitos como o melhor de todos os tempos. Produzido e mixado por George Martin, o disco psicodélico de John, Paul, George e Ringo trouxe ao público sucessos como "Lucy In The Sky With Diamonds" (que faria referência à substância LSD) e "A Day In The Life" (inspirada pela edição de 17 de janeiro de 1967 do jornal The Daily Mail) e mantém-se entre os mais vendidos de toda a história. Outro aspecto marcante do álbum lançado em 1967 é a arte da capa. A colagem, de autoria de Peter Blake traz inúmeras celebridades, entre autores, comediantes, atores e músicos, como James Dean, Bob Dylan, Carl Jung, Marlon Brando, Aldous Huxley e muitos outros, além é claro dos próprios Beatles vestidos em roupas militares coloridas.

O álbum representava o ápice das experiências sonoras da banda, e foi um sucesso estrondoso de público: 27 semanas no topo da parada britânica e 15 semanas em primeiro lugar nos Estados Unidos. Até então, o rock nunca tinha visto algo tão ambicioso. Foram mais de quatro meses de gravações, algo até então inédito na música pop. Também pela primeira vez, um disco trazia as letras impressas no encarte. E o som era inclassificável: rock com sons indianos e música tradicional britânica; guitarras com cordas, sopros e técnicas inovadoras de gravação. A importância cultural de "Sgt. Pepper's" pode ser medida até pelo número de vezes que sua capa foi parodiada. O primeiro a fazer sua versão foi Frank Zappa, em 1968, com o álbum "We're Only In It for the Money".

Não deixe de conferir aqui, todas as grandes postagens do Baú do Edu sobre Sgt. Peppers. Todas reunidas num lugar só: http://edu-sgtpeppersobaudoedu.blogspot.com.br/

5 comentários:

  1. Nossa, parece que foi ontem que comemora 20 anos. Sera que ano que vem vai ter um super lançamento a altura do disco? Acho eu que merecia isso.

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  2. Este disco tem "A Day in the Life"... É preciso dizer mais alguma coisa?????

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