segunda-feira, 1 de agosto de 2016

GEORGE HARRISON - THE CONCERT FOR BANGLADESH - 2016

https://hqrock.files.wordpress.com/2011/06/
Naquela tarde do dia 1º de agosto de 1971, um domingo, no centro do mundo, em Nova York, no Madison Square Garden, o clima era de muita expectativa. Afinal, os público americano não via um Beatle, ou ex-Beatle, ao vivo, pelo menos há 5 anos, desde o show do Candlestick Park. George Harrison, era o cara da vez. O ex-Beatle não poupou esforços pela viabilização do projeto, e conseguiu um boa cobertura da mídia. Na abertura do espetáculo, George está à paisana contando o que seria o show. Depois de intermináveis minutos da apresentação de Ravi Shankar e os indianos, o público vai poder ver o que realmente queriam ver há tantos anos, um Beatle. Ok. Haveria Dylan, haveria Clapton, haveria Ringo – mas todos estavam ali para ver George Harrison, o eterno Beatle.
http://www.promo-team.de/cds/oktober-05/
Mas não foi bem isso o que encontraram. Quando as luzes do Garden acenderam-se sobre ele, o que a plateia viu, foi um homem maduro, totalmente adequado a seu tempo, que tinha amadurecido, tornara-se religioso, e nem de longe, ou muito pouco, lembrava o “Beatlezinho” que apareceu no Ed Sullivan tantos (poucos) anos antes. Ele parecia um profeta, um messias, elegantemente vestido em um terno branco, botas brancas, uma guitarra Fender branca e uma vistosa camisa laranja, cor dos Hare Krishnas. Na lapela do paletó, um pequeno “OM” bordado. Estava cabeludo e barbudão. E sua religiosidade e a amizade com Ravi Shankar foram os fatores incentivadores e definitivos para o êxito desse que foi um dos maiores, e melhores concertos de rock de todos os tempos! Espetáculo!



A música “Bangladesh” – lançada como compacto “Bangladesh / Deep Blue” lançado no dia 30 de julho de 1971, narra exatamente como surgiu a idéia para o primeiro concerto beneficente da história do rock. Nessa época, George e Ravi Shankar estavam muito próximos. A religiosidade de Harrison também estava no auge. Com os olhos cheios de lágrimas, Ravi Shankar contou-lhe a história de Bangladesh, um país asiático rodeado quase por inteiro pela Índia, exceto a sudeste, onde tem uma pequena fronteira terrestre com Myanmar, país de origem de Ravi Shankar. Bangladesh vivia, e ainda sobrevive até hoje, flagelado pela fome e devastado pela guerra civil.
Ravi Shankar pediu a George para que, juntos organizassem um show cuja renda seria toda revertida em prol daquele país. George topou na hora.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/e/e9/
Então, começaram a correr atrás de patrocínios e colaboradores. Tudo na base do amor e boa vontade. George convidou o maior número possível de amigos músicos para participarem, entre eles, os outros ex-Beatles. “Pode ser que não apareçam todos, mas se 10% deles vier, será ótimo. Hare Krishna”. Disse George na época.
Apareceram Bob Dylan, Eric Clapton, Ringo Starr, Billy Preston, Leon Russel, Klaus Voorman, Jesse Ed Davis, o grupo ingles Badfinger entre outros além claro, do próprio George Harrison e Ravi Shankar. John Lennon e Paul McCartney não apareceram. Diz a lenda que John até havia aceitado o convite, mas quando soube que George não queria Yoko Ono no palco, pulou fora. Paul simplesmente não apareceu porque estava processando os outros três e não queria que ninguém confundisse nada como uma possível volta dos Beatles.
Os dois shows do “The Concert for Bangladesh” ocorreram na tarde e na noite de 1 de Agosto de 1971 no Madison Square Garden, em Nova York, e foram assistidos por mais de 40.000 pessoas. Foi o primeiro evento beneficente desse porte na história e arecadou no total US$243,418.51. Dinheiro que foi que foi administrado pela UNICEF. As vendas do álbum e do DVD continuam a beneficiar o fundo de George Harrison para a UNICEF.


“The Concert for Bangladesh” teve enorme repercussão pelo mundo inteiro. E, também, muitos problemas envolvendo principalmente seu lançamento em disco. A Capitol, distribuidora da Apple, gravadora dos Beatles, queria lançar o álbum triplo por ter George Harrison sob contrato. Mas a outra grande atração do concerto foi Bob Dylan, do cast da Columbia. Esta então passou a reivindicar os direitos de lançamento. A pendência se arrastou por longos meses, sendo vencida pela EMI, proprietária da Capitol.
 Esse showzaço, 
chegou a sair em vídeo e depois em DVD em edição não autorizada. Em 2004 foi lançada a versão definitiva, em DVD duplo. O primeiro disco traz o show completo, que foi exibido nos cinemas como um documentário dirigido por Saul Swimmer. O segundo vem com um documentário recente sobre a história do concerto, números musicais gravados durante a passagem de som e o show vespertino e o making of do filme e do disco, com depoimentos dos profissionais envolvidos.


O ponto mais alto do espetáculo é o final da apresentação da noite, na útima canção - Bangladesh - George se emociona, tira a guitarra e deixa o palco ovacionado. Os músicos continuam tocando sem saber o que deviam fazer. Um final perfeito e adequado para uma obra-prima dessa grandeza.

3 comentários:

  1. A prova maior de que, sim, o rock podia mudar o mundo. Pode não ter sido tão famoso quanto Woodstock, mas, para mim, é tão importante quanto... R.I.P. Dear George

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  2. Este foi O CONCERTO. Lembro das notas e pequenos comentários por aqui quando os shows aconteceram por lá.

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  3. E pensar que nenhum deles, os músicos, ganharam nada pelos dois shows. Hoje dia, com certeza, seria bem diferente. Hare Krishna George.

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