Naquela tarde do dia 1º de agosto de 1971, um domingo, no centro do mundo, em Nova York, no Madison Square Garden, o clima era de muita expectativa. Afinal, os público americano não via um Beatle, ou ex-Beatle, ao vivo, pelo menos há 5 anos, desde o show do Candlestick Park. George Harrison, era o cara da vez. O ex-Beatle não poupou esforços pela viabilização do projeto, e conseguiu um boa cobertura da mídia. Na abertura do espetáculo, George está à paisana contando o que seria o show. Depois de intermináveis minutos da apresentação de Ravi Shankar e os indianos, o público vai poder ver o que realmente queriam ver há tantos anos, um Beatle. Ok. Haveria Dylan, haveria Clapton, haveria Ringo – mas todos estavam ali para ver George Harrison, o eterno Beatle.
Mas não foi bem isso o que encontraram. Quando as luzes do Garden acenderam-se sobre ele, o que a plateia viu, foi um homem maduro, totalmente adequado a seu tempo, que tinha amadurecido, tornara-se religioso, e nem de longe, ou muito pouco, lembrava o “Beatlezinho” que apareceu no Ed Sullivan tantos (poucos) anos antes. Ele parecia um profeta, um messias, elegantemente vestido em um terno branco, botas brancas, uma guitarra Fender branca e uma vistosa camisa laranja, cor dos Hare Krishnas. Na lapela do paletó, um pequeno “OM” bordado. Estava cabeludo e barbudão. E sua religiosidade e a amizade com Ravi Shankar foram os fatores incentivadores e definitivos para o êxito desse que foi um dos maiores, e melhores concertos de rock de todos os tempos! Espetáculo!
A música “Bangladesh” – lançada como compacto “Bangladesh / Deep Blue” lançado no dia 30 de julho de 1971, narra exatamente como surgiu a idéia para o primeiro concerto beneficente da história do rock. Nessa época, George e Ravi Shankar estavam muito próximos. A religiosidade de Harrison também estava no auge. Com os olhos cheios de lágrimas, Ravi Shankar contou-lhe a história de Bangladesh, um país asiático rodeado quase por inteiro pela Índia, exceto a sudeste, onde tem uma pequena fronteira terrestre com Myanmar, país de origem de Ravi Shankar. Bangladesh vivia, e ainda sobrevive até hoje, flagelado pela fome e devastado pela guerra civil.
Ravi Shankar pediu a George para que, juntos organizassem um show cuja renda seria toda revertida em prol daquele país. George topou na hora.
Então, começaram a correr atrás de patrocínios e colaboradores. Tudo na base do amor e boa vontade. George convidou o maior número possível de amigos músicos para participarem, entre eles, os outros ex-Beatles. “Pode ser que não apareçam todos, mas se 10% deles vier, será ótimo. Hare Krishna”. Disse George na época.
Apareceram Bob Dylan, Eric Clapton, Ringo Starr, Billy Preston, Leon Russel, Klaus Voorman, Jesse Ed Davis, o grupo ingles Badfinger entre outros além claro, do próprio George Harrison e Ravi Shankar. John Lennon e Paul McCartney não apareceram. Diz a lenda que John até havia aceitado o convite, mas quando soube que George não queria Yoko Ono no palco, pulou fora. Paul simplesmente não apareceu porque estava processando os outros três e não queria que ninguém confundisse nada como uma possível volta dos Beatles.
Os dois shows do “The Concert for Bangladesh” ocorreram na tarde e na noite de 1 de Agosto de 1971 no Madison Square Garden, em Nova York, e foram assistidos por mais de 40.000 pessoas. Foi o primeiro evento beneficente desse porte na história e arecadou no total US$243,418.51. Dinheiro que foi que foi administrado pela UNICEF. As vendas do álbum e do DVD continuam a beneficiar o fundo de George Harrison para a UNICEF.
“The Concert for Bangladesh” teve enorme repercussão pelo mundo inteiro. E, também, muitos problemas envolvendo principalmente seu lançamento em disco. A Capitol, distribuidora da Apple, gravadora dos Beatles, queria lançar o álbum triplo por ter George Harrison sob contrato. Mas a outra grande atração do concerto foi Bob Dylan, do cast da Columbia. Esta então passou a reivindicar os direitos de lançamento. A pendência se arrastou por longos meses, sendo vencida pela EMI, proprietária da Capitol.
Esse showzaço, chegou a sair em vídeo e depois em DVD em edição não autorizada. Em 2004 foi lançada a versão definitiva, em DVD duplo. O primeiro disco traz o show completo, que foi exibido nos cinemas como um documentário dirigido por Saul Swimmer. O segundo vem com um documentário recente sobre a história do concerto, números musicais gravados durante a passagem de som e o show vespertino e o making of do filme e do disco, com depoimentos dos profissionais envolvidos.
O ponto mais alto do espetáculo é o final da apresentação da noite, na útima canção - Bangladesh - George se emociona, tira a guitarra e deixa o palco ovacionado. Os músicos continuam tocando sem saber o que deviam fazer. Um final perfeito e adequado para uma obra-prima dessa grandeza.
“The Concert for Bangladesh” teve enorme repercussão pelo mundo inteiro. E, também, muitos problemas envolvendo principalmente seu lançamento em disco. A Capitol, distribuidora da Apple, gravadora dos Beatles, queria lançar o álbum triplo por ter George Harrison sob contrato. Mas a outra grande atração do concerto foi Bob Dylan, do cast da Columbia. Esta então passou a reivindicar os direitos de lançamento. A pendência se arrastou por longos meses, sendo vencida pela EMI, proprietária da Capitol.
Esse showzaço, chegou a sair em vídeo e depois em DVD em edição não autorizada. Em 2004 foi lançada a versão definitiva, em DVD duplo. O primeiro disco traz o show completo, que foi exibido nos cinemas como um documentário dirigido por Saul Swimmer. O segundo vem com um documentário recente sobre a história do concerto, números musicais gravados durante a passagem de som e o show vespertino e o making of do filme e do disco, com depoimentos dos profissionais envolvidos.
O ponto mais alto do espetáculo é o final da apresentação da noite, na útima canção - Bangladesh - George se emociona, tira a guitarra e deixa o palco ovacionado. Os músicos continuam tocando sem saber o que deviam fazer. Um final perfeito e adequado para uma obra-prima dessa grandeza.
A prova maior de que, sim, o rock podia mudar o mundo. Pode não ter sido tão famoso quanto Woodstock, mas, para mim, é tão importante quanto... R.I.P. Dear George
ResponderExcluirEste foi O CONCERTO. Lembro das notas e pequenos comentários por aqui quando os shows aconteceram por lá.
ResponderExcluirE pensar que nenhum deles, os músicos, ganharam nada pelos dois shows. Hoje dia, com certeza, seria bem diferente. Hare Krishna George.
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