quarta-feira, 26 de outubro de 2016

THE BEATLES - MEMBROS DA ORDEM DO IMPÉRIO BRITÂNICO

No dia 26 de outubro de 1965, Os Beatles vão ao Palácio de Buckinghan e cada um recebe da Rainha a MBE (Members of the British Empire).

Os Beatles chegaram ao Palácio de Buckingham no RolIs Royce de John a tempo para a cerimônia, que se iniciaria às 11 h, na sala do trono. Eles vestiam terno e gravata escuros e perfilaram-se, enquanto a rainha colocava as comendas na estreita lapela de seus paletós. "Há quanto tempo estão juntos?", perguntou a rainha. "Ah, há muitos anos", respondeu Paul. "Há 40 anos", replicou Ringo e todos riram. "Foi você que começou o grupo?", perguntou a rainha para Ringo, e ele lhe disse que os outros haviam começado, "Eu sou o caçula".

A rainha usava um vestido de delicada nuança dourada e o salão estava decorado em tons de creme e ouro, seis grandes lustres pendiam do teto e havia um órgão em um dos cantos. A banda da Guarda Real discretamente tocou trechos de "Humoresque" e "Bitter Sweet", o que Paul mais tarde descreveria como "agradável entretenimento". Lorde Cobbold, camareiro-mor do Palácio de Buckingham, chamou os Beatles. Eles deram um passo à frente e fizeram uma reverência. A rainha cumprimentou-os, conversou com cada um deles e entregou-lhes a comenda. Eles, então, voltaram para seus lugares e fizeram outra reverência. Paul descreveu a rainha como "Adorável Maravilhosa! Ela foi muito atenciosa, parecia uma mãe".

Durante a cerimônia, 189 pessoas foram homenageadas, seis delas como "Cavaleiros do Império Britânico". A comenda recebida pelos Beatles por serviços prestados ao país é a de menor importância entre as cinco classes da ordem de cavalaria - "A Excelente Ordem do Império Britânico". Entre os 126 títulos nobiliárquicos britânicos, o recebido pelos Beatles está classificado em 120º lugar, e é o que tem o maior número de agraciados.

Fora do palácio, 4 mil fãs enlouquecidos se descabelavam e gritavam "Yeah, Yeah, Yeah", e acabaram entrando em confronto com a polícia, que conseguiu afastá-los, mas não pôde impedi-los de subir nos postes e portões ao redor de Buckingham. Após a cerimônia, houve uma coletiva de imprensa no bar do Saville Theatre, durante a qual os Beatles falaram sobre a comenda e os protestos que se seguiram à sua indicação.

No dia 25 de novembro de 1969, John Lennon devolveu ao Palácio de Buckingham, a comenda que recebeu anos antes junto com os outros Beatles. Em janeiro de 2009, a insígnia foi encontrada junto com a carta que ele escreveu para justificar sua posição: "Sua majestade, estou devolvendo minha MBE em protesto contra o envolvimento da Grã-Bretanha no lance Nigéria-Biafra, contra nosso apoio à guerra do Vietnã e contra a queda nas paradas de 'Cold Turkey'. Com amor, John Lennon". O próprio Lennon e seu motorista Les Anthony foram ao palácio fazer a entrega. Por mais de 40 anos, a insígnia ficou guardada num armário do Palácio de St. James, onde fica a Chancelaria Central das Ordens de Cavaleiros. Um informante do palácio disse ao jornal "The Times" que o destino da insígnia deverá ser determinado pela viúva do ex-Beatle Yoko Ono. Se ela reiterar a recusa do marido, a condecoração poderá ir para um museu.

Em poucos anos Paul McCartney se tornara uma das pessoas mais famosas do Ocidente, com os Beatles sendo tão reconhecíveis quanto o presidente dos Estados Unidos, a rainha da Inglaterra e os maiores astros do esporte e do cinema. Além disso, a banda era um desenho animado vivo, seguido diariamente pelo público de modo tão ávido quanto se liam os quadrinhos nos jornais. Os rapazes eram fonte de entretenimento não só para as pessoas na Grã-Bretanha e na Amé­rica do Norte, como também na Europa Ocidental, Ásia, América do Sul e até atrás da Cortina de Ferro, onde seus discos eram banidos, juntamente com outras formas da cultura ocidental degenerada, mas negociados avidamente no mercado negro. Os Beatles não eram os primeiros ícones pop globais — Elvis tivera essa honra, mas nem ele tinha sido tão festejado em tantos lugares e de modo tão amplo. Tudo acontecera em um piscar de olhos. No Reino Unido, talvez apenas a rainha fosse mais famosa que o grupo de Liverpool e, em 1965, os garotos foram os primeiros astros pop a ter a honra de ser nomeados por Sua Majestade como mem­bros da Ordem do Império Britânico, outro pioneirismo dos Beatles. No futuro, Sua Majestade concederIa títulos a várias celebridades da música como reconhecimento ao lucro que tiveram com exportação, por suas obras de caridade e para marcar sua popularidade. Quando os fab four receberam a honraria em 26 de outubro de 1965, foram os primeiros astros pop a ser convidados ao palácio de Buckingham e, assim como é difícil compreender agora o quanto os Beatles eram fa­mosos há tantos anos, também fica difícil entender a celeuma criada pela decisão da rainha em conceder um título à banda, embora fosse da classe mais baixa disponível nas circunstâncias, algo menor que o humilde título de oficial da Ordem do Império Britânico e cinco pos­tos abaixo do título de cavaleiro. Alguns velhos soldados, enojados pela homenagem aos rapazes, devolveram suas medalhas militares duramente conquistadas (mesmo com o sistema militar sendo sepa­rado do civil) enquanto uma vasta multidão de estudantes histéricas se reuniu do lado de fora do palácio para gritar pelos Beatles através dos portões de ferro, uma colisão entre o pop e o cerimonial que foi transmitida pela TV no noticiário nacional. Enquanto muitos não achavam que os Beatles mereciam ser hon­rados apenas por se divertirem e ficarem ricos, outros viam o sentido pragmático do que era, fundamentalmente, um gesto político orques­trado pelo primeiro-ministro da nação, ciente da publicidade. Harold Wilson viu corretamente que os Beatles eram bons para a Grã-Breta­nha. Como disse o próprio McCartney, “a maioria das pessoas sentia que éramos um grande produto de exportação e embaixadores da Grã-Bretanha. Pelo menos as pessoas estavam prestando atenção na Grã-Bretanha, carros como Míni e Jaguar e roupas britânicas es­tavam vendendo... Em certos aspectos, éramos supervendedores para o país”. George expressou esse mesmo pensamento de modo mais cínico, como era de seu feitio: "Fizemos muito pela Grã-Bretanha, vendendo todo aquele tecido de veludo cotelê, então eles nos deram essa maldita [medalha] velha.” John devolveu sua honraria em 1969, “em protesto contra o envolvimento da Grã-Bretanha no caso Nigéria-Biafra e contra o fato de 'Cold Turkey' ter caído nas paradas". Ringo também se desencantou com a realeza em 2004, Depois de ser preterido para o título de cavaleiro conquistado por McCartney, ele declarou: "Eu realmente não sou mais multo fã de Sua Majestade.

6 comentários:

  1. Alguém disse (acho que George): M.B.E - Mr. Brian Epstein.

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  2. Ainda acho que talvez eles devessem recusar essa sub-honraria.

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  3. Pois eu não acho não! Só a repercussão disso gerou milhões de discos vendidos! Acho ainda até, que deveriam ter se comportado melhor, ao invés de passarem a imagem de 4 moleques. Lembrando ainda que John se arrependeria muito de ter devolvido a sua, tendo que pedir o perdão real anos depois.

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  4. Imagine o aue que seria se já os consagrassem "Sir"!!
    Na minha opinião o MBE foi merecido e rendeu frutos.

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  5. Pois é... não pensei em termos comerciais/promocionais. Lembro que na época achei tratar-se da maior honraria etc. Agora, imaginem o estardalhaço se eles recusassem? Agora, receber e depois devolver não foi muito legal não.

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  6. MARAVILHOSO


    COMO BOM PATRIOTA Q SEMPRE FORA PAUL DEVE TER SE SENTIDO LISONJEADO

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