quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

PERCY THRILLS THRILLINGTON - THRILLINGTON


Em 1977 chegava às lojas de discos “Thrillington”, um álbum de autoria de um tal Percy Thrillington, um suposto socialite britânico, que pegava várias canções de Paul McCartney e lhes dava uma roupagem assumidamente "retrô". O álbum praticamente passou despercebido, sendo que a única ligação com McCartney - além das canções - era uma menção ao ex-Beatle nas notas do disco, em que era descrito como um "amigo" de Percy. Durante vários anos, suspeitou-se que fosse o próprio McCartney o autor deste álbum, até que o músico o confirmou durante uma conferência de imprensa em 1989. À essa altura, a sua "confissão" fez disparar o valor das cópias do álbum para mais do seu triplo. Um ano depois, McCartney dizia ser ele, também, o autor das notas do álbum Clint Harrigan, que também havia "escrito" as notas de Wild Life, álbum dos Wings. “Thrillington” já foi reeditado três vezes: em 1995, 2004 e, mais recentemente, em 2012, tendo McCartney criado uma conta fictícia no Twitter como Percy Thrillington para promovê-lo. Em abril, “Thrillington”, completará 40 anos, sendo um dos ítens mais curiosos da longa carreira de Paul. Esse álbum já esteve aqui para download em junho de 2011 e aqui a gente confere novamente o texto do jornalista e pesquisador Cláudio D. Dirani em seu livro: "Paul McCartney - Todos os segredos da carreira solo".https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGmDQFhDqfIf3hqdJK7oJOCavulhAFeH4rKB_DSM-uYjQWvA8QVqQjpPUINEpcRbPyLPPCLkQ33inQ4hHHtP2nNUanviZSD3WfyQ7TJ5RhwZ-gGhcwggLpvCVUsli9cOLgv60ciNSfPjU/s400/
THRILLINGTON - “Instrumental original” - Um projeto complexo e requintado, produzido em apenas quatro dias, que permaneceu sete anos guardado nos arquivos perdidos do baú de Paul McCartney.
Em maio de 1971, McCartney convidou o arranjador Richard Hewson para trabalhar em seu novo projeto: uma versão instrumental do álbum Ram, ainda inédito naquele momento. Hewson era um conhecido de Paul, dos tempos da Apple, tendo colaborado com ele anteriormente nos arranjos e orquestrações da faixa Goodbye, e do LP Postacard da cantora Mary Hopkin. Com os arranjos preparados, Paul convocou o engenheiro de som, Tony Clark, para juntar-se às sessões de gravação de Thrillington, nos dias 15, 16 e 17 de junho, que aconteceriam no Studio 2 de Abbey Road. As bases rítmicas das canções – antes de receberam os arranjos compostos por Hewson foram gravadas por uma banda composta por Herbie Flowers (contrabaixo), Steve Grey (piano), Vic Flick (guitarra elétrica e violão), Clem Cattini (bateria), Roger Coulan (órgão) e Jim Lawless (percurssão). Após as sessões, que duraram cerca de 11 horas, no dia 15 de junho, os arranjos criados anteriormente por Hewson puderam ser gravados, com a adição de dez violinos, quatro calos, duas clarinetas, dois saxofones altos, e um cravo com som de harpa utilizado na faixa Uncle Albert / Admiral Halsey. No dia seguinte, Paul e Hewson continuaram trabalhando nos arranjos. Nessa data, mais um trompete piccolo (o mesmo utlizado na canção Penny Lane), quatro flautas e um coral formado por garotos do grupo The Swingle Singers foram adicionados às canções. O coral, proveniente da França, participaria apenas da canção Ram On. No dia 17 de junho, mais instrumentos seriam registrados, desta vez, no maior estúdio da Abbey Road, o Studio I. Entre eles, trompetes, trombones e uma tuba. Com todas as gravações prontas, o dia 18 de junho foi reservado para o trabalho de mixagem. Tony Clark, um dos mais envolvidos no projeto, ficou a cargo dessa tarefa, com supervisão de Paul McCartney. Embora muito esforço tenha sido colocado no projeto, Thrillington só chegaria às lojas, sem muito alarde, em meados de 1977. O LP (lançado como CD apenas em 1995), entretanto, não seria divulgado como um trabalho de Paul McCartney mas, sim, como mais um de seus pseudônimos, o maestro irlandês Percy “Thrills” Thrillington. “Depois que finalizamos Ram, eu tive a idéia de lançar uma versão “Big Band” do álbum. Percebi que ninguém faria isso por mim (risos), então decidi produzir o disco com Richard Hewson, só que usando um pesudônimo. Acho que foi um pouco de indulgência da minha parte, porque ninguém mais faria isso, ou lançaria um álbum desse tipo. A verdade é que gosto de fazer algumas bobagens como essa”, explicou McCartney em entrevista ao fanzine official, Club Sandwich, em 1992.

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