domingo, 27 de agosto de 2017

O DIA QUE ELVIS PRESLEY CONHECEU THE BEATLES


Desde que os jovens garotos de Liverpool, que um dia se tornariam Os Beatles, começaram a se interessar verdadeiramente por música, Elvis foi sem dúvida, uma de suas primeiras referências. Quando as coisas começaram a ficar melhores, e eles começaram a ganhar algum dinheiro, todos vislumbraram uma chance de algum dia poderem se encontrar com o Rei do Rock. Esse dia chegou na noite de 27 de agosto de 1965. Mas ao contrário de qualquer expectativa, esse encontro não foi uma festa. Os Beatles estavam apreensivos e Elvis estava inseguro e se mostrou na defensiva o tempo inteiro.

O encontro entre as duas maiores estrelas da música pop do século XX, foi marcado para aquele 10 dia 27 de agosto de 1965, depois de muitos telefonemas entre Brian Epstein e o Coronel Tom Parker. A visita dos Beatles ao rei do rock aconteceu em sua casa, em Bel Air. Não existem muitas evidências, até hoje, de qualquer produto áudio/visual relevante. A única imagem alusiva ao encontro de Elvis com os Beatles é uma foto em que John Lennon aparece saindo da casa de Elvis. Anos mais tarde apareceu uma outra onde Elvis aparece segurando um baixo e John sua rickenbaker. No documentário The Beatles Anthology, de 1996, os ex-beatles Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr,dizem que jamais tocaram com Elvis, e que somente John o fizera. No mesmo documentário, Ringo, para os biógrafos confiáveis, teria sido a grande estrela da noite em simpatia e camaradagem geral, disse ter jogado futebol com Elvis.
Para lembrar os 52 anos do famoso encontro entre as maiores estrelas da música pop de todos os tempos, a gente confere, com a exclusividade de sempre, um trecho do excelente livro “The Beatles – A Biografia” de Bob Spitz.

"Coisas estranhas abundavam em Los Angeles. Primeiro, a polícia se recusou a cooperar com os Beades, dizendo que "não poderia se responsabilizar pela segurança deles". Depois, Phil Spector os convidou a ir à sua mansão e fez uma apresentação de drogas e armas. Ambas as circunstâncias proporcionaram alguns momentos incômodos para os rapazes, mas nada que pudesse competir com a visita a Elvis. Havia mais de um ano que Brian e o Coronel Parker estavam tentando agendar um encontro entre seus megaastros, tendo apenas os egos — gigantescos egos — deles como empecilho. "Ávido para proteger o prestígio de seus artistas", nenhum dos empresários queria piscar primeiro quanto à decisão de quem aceitaria o convite do outro. Afinal, os Beatles cederam, concordando em fazer uma visita ao rei.Elvis tinha acabado de voltar de Honolulu, onde havia filmado Feitiço havaiano (Blue Hawaii), e estava encafuado com a máfia de Memphis numa casa alugada em Bel-Air. Quando os Beatles chegaram, um pouco depois das 10 horas da noite, em 27 de agosto, eles estavam "rindo [...] histéricos", parte pelo nervosismo, do qual todos sofriam, parte pelos baseados que tinham compartilhado no carro. A casa era muito, muito grande e extravagante — "como uma boate", pensou John. Lá dentro, Elvis estava acomodado soberanamente em um enorme sofá em formato de ferradura — o rei, maior que o mundo, com uma blusa vermelha por baixo de uma jaqueta preta justa e calças pretas. Com um braço, ele enlaçava sua rainha, Priscilla Beaulieu, e em volta estavam seus fiéis escudeiros: Joe Esposito, Marty Lacker, Billy Smith, Jerry Schilling, Alan Fortas e Sonny West. Talvez mais do que todos, John ficou abalado pela visão de seu ídolo de infância. Antes que ele comprasse um violão, antes do skiffle, antes de Paul, George e Stu, antes de sua própria odisseia pop, John tinha escutado "Heartbreak Hotel" e descobrira que "aquilo era o máximo para mim". Agora, John recorria a brincadeiras, encenações, e a falar sem parar como se fosse o inspetor Closeau. "Ah, entom esse é você!", ele brincou, tentando fazer um sotaque e olhando distraidamente para o anfitrião por sobre os óculos. Os outros Beates estavam atônitos, olhando em volta para o cenário ao estilo de Las Vegas, com mesas de bilhar e carteado, além de roletas que entulhavam o lugar. Uma.jukebox bem-abastecida ronronava num canto. A sala era banhada por uma luz vermelha e azul, o que criava a aparência de uma boate barata. Ninguém sabia o que fazer ou dizer. Após um breve e embaraçoso silêncio, Elvis os chamou para se sentar ao lado dele, mas se cansou dos olhares vazios dos Beatles — "Era a adoração de um herói de alto nível", admitiu Paul - e começou a zapear nervosamente pelos canais do aparelho de televisão, que tinha o tamanho de uma parede. "Se vocês vão ficar aí parados só olhando pra mim, eu vou pra cama", bufou Elvis, jogando o controle remoto na mesa de café. Virando-se para a namorada, ele disse: "Por hoje é só, certo, Cilla? Não queria que isto aqui acabasse como um bando de súditos visitando o rei. Achei que íamos relaxar, conversar sobre música e tocar um pouco". "Isso seria ótimo", disse Paul, sugerindo que tentassem tocar uma música da "outra Cilla" — Cilla Black —, e nesse momento surgiram guitarras e um piano branco, além de bebidas. "Nós plugamos os instrumentos, tocamos e cantamos... "You’re My World'", lembra-se John. Soltando-se aos poucos, eles emendaram alguns dos sucessos de Presley - "That's All Right (Mama)" e "Blue Suede Shoes", com Elvis levando a melodia e Paul improvisando ao piano -, e encerraram com "I Feel Fine". A essa altura, John havia passado para um tom mais espinhento. "Ê assim que isso deverria ser", ele arremedou não se sabe quem, "uma pequena rreuniom caseirra com alguns amigos e um poco de musique." Chris Hutchins, que relembrou a visita em sua crônica de 1994, Elvis Meets The Beatles, escreveu que além do falso sotaque francês, John cutucou Elvis grosseiramente — e nada menos que na frente de seus amigos —, mencionando sua falta de pegada, os compactos melosos que lançara depois de servir o exército, e sua série de filmes-pipoca. "Pode ser que eu grave algumas coisas e derrube vocês", disse Elvis, dando de ombros, sentindo-se pressionado a responder. Ninguém conseguia dissipar as "sutilezas incómodas [...] e a alegria superficial" que pontuaram a noite até um pouco depois das 2 da madrugada, quando os Beades finalmente partiram. "Agradeço pela música", disse John, indo embora, e então gritou: "Longa vida ao Rei!" No dia seguinte, a multidão de jornalistas famintos que cobria a turnê atacou o assunto do encontro histórico, que foi exposto à imprensa — e organizado, em grande parte, para agradar aos dois empresários — por Tony Barrow. Os jornalistas foram abas-tecidos com volumes generosos de citações de cada um dos Beates, que tropeçaram uns nos outros na pressa de cumprimentar o ídolo. Apenas em particular, John viria a admitir como realmente se sentiu. "Foi um monte de baboseira", ele concluiu. "Foi como visitar Englebert Humperdinck."

Esse vídeo, meio metido a 'sério' com ares de comédia, mostra como teria sido o encontro. Prepare-se: é ruim!

3 comentários:

  1. O melhor intérprete e a melhor banda do Rock em todos os tempos

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  2. Na imaginação de todos seria um grande evento, mais foi meio anticlímax.

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