quarta-feira, 28 de março de 2018

GEORGE HARRISON - LIVING IN THE MATERIAL WORLD - UM ÁLBUM FANTÁSTICO!*****


"Living In The Material World" (1973) foi o 4º disco da carreira-solo de George Harrison. Antes dele vieram: Wonderwall Music (1968), Eletronic Sound (1969) e o fantástico e transcendental "All Things Must Pass" (triplo – 1971), um dos melhores discos da história do rock - e, ter como antecessor um álbum desse tamanho não é uma coisa simples.

Com uma expectativa enorme do próprio Harrison, dos fãs e da imprensa, "Living In The Material World" nunca alcançou o sucesso desejado por George. Mas também não foi nenhum fracasso retumbante como outros momentos que surgiriam na carreira do jardineiro guitarrista, muito pelo contrário. O tempo mostrou que se tratava de outro grande clássico daquela época. E muito tempo se passou desde seu lançamento original, até que finalmente, em 1991 ganhou sua primeira versão em CD. Um documento histórico de um dos períodos mais férteis da história da música popular.
O disco foi gravado entre outubro de 1972 e janeiro de 1973 (com a exceção do instrumental de “Try Some Buy Some”, que foi gravado em fevereiro 1971 e entregue à Ronnie Spector, que a lançou no mesmo ano. Como de costume, Harrison chamou um grupo respeitável de músicos para ajudar nas gravações. Ringo Starr, Jim Keltner, Gary Wright, Nicky Hopkins, Pete Ham (Badfinger) e Klaus Voorman são apenas alguns dos que foram convocados."Living In The Material World" foi certificado ouro pela Recording Industry Association of America (RIA) dois dias após seu lançamento, em seu caminho para se tornar o segundo álbum de Harrison a alcançar o número 1 nos Estados Unidos. "Living In The Material World" trouxe para as paradas internacionais o megasucesso "Give Me Love (Give Me Peace on Earth)", única música do disco a ser lançada como single, em 7 de maio de 1973, tendo "Miss O'Dell" do lado 2. Give Me Love chegou ao primeiro lugar da Billboard, nos Estados Unidos no fim de junho daquele ano. Também liderou os gráficos no Canadá e na Austrália, e alcançou o número 2 na Inglaterra.Resultado de imagem para GEORGE HARRISON - LIVING IN THE MATERIAL WORLD crew - album
Mas muito além de Give Me Love"Living In The Material World"  trazia ainda canções como “Sue Me, Sue You Blues”, que era meio que uma gozação com o fato de Paul McCartney processar seus três ex-companheiros de banda pelo caso Allen Klein, e a bela balada “Be Here Now”, escrita em abril de 1971. A faixa-título trazia algumas referências claras aos Beatles em versos como “Met them all here in the material world, John and Paul here in the Material World” ("Conheci todos eles aqui no mundo material, John e Paul aqui no mundo material", ou ainda “Though we started out quite poor, we got ‘Richie’ on a tour” ("Embora tenhamos começado muito mal, conseguimos "enricar" em uma turnê". “Who Can See It” também fazia algumas referências (mais amarguradas) aos Fab Four, onde George lamenta ter sido “jogado de reserva”. A louvação a Deus permeia todo o álbum, que também traz belíssimos arranjos de guitarras espetaculares como em "The Lord Loves The One (That's Loves The Lord), um dos melhores solos de Harrison nessa segunda jornada de sua carreira-solo. A deliciosa "Dont Let Me Wait Too Long", dá um clima mais pop ao álbum como um todo.
Resultado de imagem para GEORGE HARRISON - LIVING IN THE MATERIAL WORLD 2006 - album
Na edição remasterizada, lançada em 25 de setembro de 2006, duas músicas, que antes foram lançadas somente como singles, foram incluídas: "Deep Blue" e "Miss O’Dell". A primeira foi lado B do single de “Bangla Desh”, lançado em 30 de julho de 1971 no Reino Unido. George a escreveu em homenagem a sua mãe, que havia morrido de câncer enquanto ele gravava o disco “All Things Must Pass”, em 7 de julho de 1970. Já a segunda "Miss O’Dell", era lado B da já citada “Give Me Love (Give Me Peace On Earth)”, lançado em 7 de maio de 1973 no Reino Unido, e foi escrita para Chris O’Dell, uma groupie que trabalhou na Apple e transava com todo mundo.A capa, obra de Kendall L. Johnson, trazia uma gravura feita a partir da áurea de uma mão (provavelmente do próprio Harrison) segurando um amuleto indiano, enquanto a parte traseira mostrava a mão da mesma pessoa (só que a esquerda), dessa vez com moedas (talvez do I-Ching).Imagem relacionada
Na parte interna havia uma foto sensacional feita por Ken Marcus, que é uma espécie de paródia à Santa Ceia, com George (em cores) ao centro de uma mesa, cercado pelos músicos que participaram do disco na foto em preto e branco tirada em Friar Park. Os encartes traziam imagens de Krishna e as letras das músicas desse álbum fantástico do ex-guitarrista dos Beatles. Absolutamente indispensável!

4 comentários:

  1. Um grande álbum, sem dúvida! Classico! Talvez não tenha sido o sucesso de vendas que George esperava justamente por ser um período muito fertil na música, havia vários grandes artistas e bandas surgindo ou que estavam em seu auge na epoca, chamando muita atenção. A competição era dura.

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  2. Lembro-me bem do dia que eu comprei este LP, acho que foi em 1973. Só tinha ouvido no rádio "Give Me Love" e ouvi-o com devoção de um neófito... embora o disco me pareceu ser uma continuação de seu soberbo álbum anterior - The Things Must Pass - ele apresenta um George mais reflexivo e passivo às tribulações da vida, embora não tivesse faixas tão expressivas quanto ao anterior. Enfim, tratava-se de um George Harrison mais minimalista.

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  3. Meu pai tem esse álbum original e vive ouvindo. Todos gostamos!

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  4. Em 73, eu passei o ano escutando, noite e dia: Give Me Love (George), My Love (Paul), Skyline Pigeon e Daniel (Elton John). Bons tempos!

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