Em fevereiro de 2013 foi lançado aqui no Brasil um livrinho danado de bom, que inclusive já apareceu aqui na época. Agora, a gente confere aqui mais um capítulo bem legal sobre a história de Chrissie Shrimpton, musa inspiradora de várias músicas dos Rolling Stones.
Era janeiro de 1963. A formação dos Rolling Stones estava completa - Charlie Watts acabara de ser recrutado como baterista e Bill Wyman se juntara à banda como baixista no mês anterior. Estava garantido que eles tocariam todo domingo no lendário Crawdaddy Club, em Ríchmond, Inglaterra. Também estavam marcados para tocar no Ricky Tick Club, no Thames Hotel, em Windsor, e foi lá que Chrissie Shrimpton se apresentou a Mick Jagger, de maneira pouco ortodoxa.
Chrissie era a irmã mais nova e extravagante da modelo favorita do fotógrafo David Bailey, Jean Shrimpton. Ela foi o tema de vários sucessos dos Stones durante e depois de seu tempestuoso relacionamento de três anos com Mick Jagger - um relacionamento que acabou de forma abrupta pouco antes do Natal de 1966. Subindo em uma mesa do bar do Thames Hotel, Chrissie se pendurou nas redes de pesca que decoravam o teto do salão. Depois, com a ajuda da plateia lá embaixo, foi amparada e passada de mão em mão, como uma crowd surfer, conseguiu chegar até o palco. Caminhou até Jagger e, diante de todos, deu um beijo e tanto naqueles lábios de Rolling Stone.
O jovem Mick Jagger ficou de pernas pro ar. O romance desabrochou rapidamente, e, em poucas semanas, Jagger já tinha feito a primeira de diversas propostas de casamento a Chrissie. Ela foi a primeira garota que ele levou para conhecer seus pais, e eles gostaram dela. Em junho de 1965, havia boatos de um casamento iminente, mas, na verdade, o relacionamento já estava em decadência.
As drogas desempenhavam papel central, como era de se esperar, no relacionamento de um casal que estava no olho do furacão da agitada Londres no início da década de 1960. Era uma época em que muitas substâncias ainda não haviam sido declaradas ilegais. No início, nenhum dos dois sabia ao certo o quanto o outro estava consumindo, mas, em determinado momento, eles compartilharam sua primeira viagem de ácido - evento comemorado na letra de "19th Nervous Breakdown". Foi uma "viagem errada" para Chrissie, induzindo surtos de paranóia e dando início a um constante declínio mental. Jagger, por sua vez, era notoriamente possessivo e controlador. Em 2004, Shrimpton, então com 58 anos, contou que ele pagava as contas dela nos bares mas só sob a condição de ela voltar para casa quando ele mandasse: "Ele sempre telefonava dizendo que era para eu ir para casa... e ligava para minha casa às três da manhã. Eu até que gostava daquilo". Pode ser que os anos tenham abrandado as memórias dela - certa vez, ela estava tão perturbada pela demora de Jagger para voltar para casa, que caiu em cima dele com murros e pontapés quando ele chegou. Ele fugiu.
"Aftermath", o LP que se seguiu ao single "19th Nervous Breakdown" em abril de 1966, continha pelo menos mais duas músicas sobre Chrissie Shrimpton. "Under My Thumb" é um hino à dominação masculina e parece sugerir que Jagger finalmente domara a extravagante e enérgica garota. Ele tinha transformado "o cão indomável" ("a squirming dog who's just had her days") em seu "mais doce bichinho de estimação" (“She's the sweetest pet in the world"). Outra música de Aftermath inspirada por Chrissie, "Stupid Girl", não passa de uma lista de insultos e ataques adolescentes. A óbvia incapacidade de Shrimpton de lidar com a instável mistura da década de 1960 de sexo, drogas e rock'n'roll deve ter sido frustrante para Jagger, que tirava tudo aquilo de letra.
Era janeiro de 1963. A formação dos Rolling Stones estava completa - Charlie Watts acabara de ser recrutado como baterista e Bill Wyman se juntara à banda como baixista no mês anterior. Estava garantido que eles tocariam todo domingo no lendário Crawdaddy Club, em Ríchmond, Inglaterra. Também estavam marcados para tocar no Ricky Tick Club, no Thames Hotel, em Windsor, e foi lá que Chrissie Shrimpton se apresentou a Mick Jagger, de maneira pouco ortodoxa.
Chrissie era a irmã mais nova e extravagante da modelo favorita do fotógrafo David Bailey, Jean Shrimpton. Ela foi o tema de vários sucessos dos Stones durante e depois de seu tempestuoso relacionamento de três anos com Mick Jagger - um relacionamento que acabou de forma abrupta pouco antes do Natal de 1966. Subindo em uma mesa do bar do Thames Hotel, Chrissie se pendurou nas redes de pesca que decoravam o teto do salão. Depois, com a ajuda da plateia lá embaixo, foi amparada e passada de mão em mão, como uma crowd surfer, conseguiu chegar até o palco. Caminhou até Jagger e, diante de todos, deu um beijo e tanto naqueles lábios de Rolling Stone.
O jovem Mick Jagger ficou de pernas pro ar. O romance desabrochou rapidamente, e, em poucas semanas, Jagger já tinha feito a primeira de diversas propostas de casamento a Chrissie. Ela foi a primeira garota que ele levou para conhecer seus pais, e eles gostaram dela. Em junho de 1965, havia boatos de um casamento iminente, mas, na verdade, o relacionamento já estava em decadência.
As drogas desempenhavam papel central, como era de se esperar, no relacionamento de um casal que estava no olho do furacão da agitada Londres no início da década de 1960. Era uma época em que muitas substâncias ainda não haviam sido declaradas ilegais. No início, nenhum dos dois sabia ao certo o quanto o outro estava consumindo, mas, em determinado momento, eles compartilharam sua primeira viagem de ácido - evento comemorado na letra de "19th Nervous Breakdown". Foi uma "viagem errada" para Chrissie, induzindo surtos de paranóia e dando início a um constante declínio mental. Jagger, por sua vez, era notoriamente possessivo e controlador. Em 2004, Shrimpton, então com 58 anos, contou que ele pagava as contas dela nos bares mas só sob a condição de ela voltar para casa quando ele mandasse: "Ele sempre telefonava dizendo que era para eu ir para casa... e ligava para minha casa às três da manhã. Eu até que gostava daquilo". Pode ser que os anos tenham abrandado as memórias dela - certa vez, ela estava tão perturbada pela demora de Jagger para voltar para casa, que caiu em cima dele com murros e pontapés quando ele chegou. Ele fugiu.
"Aftermath", o LP que se seguiu ao single "19th Nervous Breakdown" em abril de 1966, continha pelo menos mais duas músicas sobre Chrissie Shrimpton. "Under My Thumb" é um hino à dominação masculina e parece sugerir que Jagger finalmente domara a extravagante e enérgica garota. Ele tinha transformado "o cão indomável" ("a squirming dog who's just had her days") em seu "mais doce bichinho de estimação" (“She's the sweetest pet in the world"). Outra música de Aftermath inspirada por Chrissie, "Stupid Girl", não passa de uma lista de insultos e ataques adolescentes. A óbvia incapacidade de Shrimpton de lidar com a instável mistura da década de 1960 de sexo, drogas e rock'n'roll deve ter sido frustrante para Jagger, que tirava tudo aquilo de letra.
Em agosto de
1966, o casal escapou ileso de um acidente que destruiu o carro esporte Aston
Martin DB6 de Jagger. O relacionamento também estava virando sucata. No final
do ano, Jagger, que começara a ter um caso com Marianne Faithfull, decidiu
terminar com Shrimpton. No início, porém, ele não disse nada a ela, e
demonstrou surpresa quando Chrissie reclamou que o escritório dos Roliing
Stones (sob as ordens de Jagger) havia parado de pagar suas contas. Em 15 de
dezembro, Mick e Chrissie iam para a Jamaica passar o Natal, mas, em vez disso,
Mick passou o dia fazendo compras na Harrods com Marianne. Foi a gota d'água.
Três dias mais tarde, depois de uma última gritaria, Shrimpton tentou o
suicídio com uma overdose de soníferos. Médicos socorristas salvaram a vida
dela e lhe fizeram uma lavagem gástrica. Jagger recebeu a conta do hospital e
se recusou a pagar. Em vez disso, emitiu uma declaração anunciando que seu
relacionamento com Shrimpton havia acabado e que "não estou gostando desse
teatro, como se fôssemos casados". Ele então encaixotou todos os pertences
dela e os tirou de seu apartamento de Londres. Era noite de Natal.
Duas semanas depois, para piorar a situação, "Let's Spend the Night Together" virou um sucesso esmagador dos dois lados do Atlântico. A música fora composta depois da primeira noite de Jagger com Faithfull. Chrissie, por sua vez, engatou um curto caso com Steve Marriott, da banda Small Faces; o casal foi preso por de posse de drogas em fevereiro. Quando esse relacionamento esfriou, três meses depois, Marriott compôs "Talk to You", o lado B de "Here Comes the Nice", o grande sucesso do Small Faces, que falava da perda de Shrimpton. Jagger, por sua vez, compôs uma cruel canção de desprezo, "Yesterday's Papers", cheia de frases como "Quem quer os jornais de ontem? Quem quer a garota de ontem?". Chrissie Shrimpton depois participou de vários filmes, entre eles o malfadado Soldado Universal, projeto de George Lazenby, em 1971. Desde então, ela desapareceu completamente do olhar público.
Duas semanas depois, para piorar a situação, "Let's Spend the Night Together" virou um sucesso esmagador dos dois lados do Atlântico. A música fora composta depois da primeira noite de Jagger com Faithfull. Chrissie, por sua vez, engatou um curto caso com Steve Marriott, da banda Small Faces; o casal foi preso por de posse de drogas em fevereiro. Quando esse relacionamento esfriou, três meses depois, Marriott compôs "Talk to You", o lado B de "Here Comes the Nice", o grande sucesso do Small Faces, que falava da perda de Shrimpton. Jagger, por sua vez, compôs uma cruel canção de desprezo, "Yesterday's Papers", cheia de frases como "Quem quer os jornais de ontem? Quem quer a garota de ontem?". Chrissie Shrimpton depois participou de vários filmes, entre eles o malfadado Soldado Universal, projeto de George Lazenby, em 1971. Desde então, ela desapareceu completamente do olhar público.
Os excessos dos anos 60...
ResponderExcluirEsse álbum dos Stones ("Aftermath") é o primeiro álbum realmente bom deles. Além de "Under My Thumb", que embora tenha uma letra pra lá de controversa, é um rock de primeira, este disco traz "Lady Jane", uma de suas mais perfeitas baladas.
Aliás, sempre penso que "Lady Jane" é a "Eleanor Rigby" dos Stones... Tanto uma como outra são únicas nas carreiras desses monstros do Rock.
E são maravilhosas!
Show !
ExcluirConheço pouco os Stones, mas acho que essa música Lady Jane não se enquadra no estilo deles... Eles são roqueiros e Rock é Guitarra a mil, baterista se acabando... Lady Jane é uma música para se dançar juntinho, quando os homens convidavam as mulheres para dançar...
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