"My Brave Face" é um single de Paul McCartney do álbum de 1989, Flowers in the Dirt. Composta por McCartney e Elvis Costello, "My Brave Face" chegou somente ao 18º lugar no Reino Unido, uma semana após sua estréia, e no 25º lugar nos Estados Unidos. Foi o último top 40 de McCartney na Billboard Hot 100 até sua colaboração de 2014 com Kanye West, "Only One". Assim como outras músicas de Flowers in the Dirt , apesar de sucesso das paradas, elas não foram incluídas em nenhuma compilação de McCartney. Composta em East Sussex, Inglaterra, McCartney teve as primeiras ideias para a composição pensando na performance de uma fanfarra, com metais, bumbo e outros instrumentos. A faixa seria completada com a ajuda de Elvis Costello, durante as primeiras sessões de colaboração entre os dois músicos, em 1987. Durante estas sessões, Paul achou que a canção lembrava muito o estilo de canções como "There's A Place" e "I'll Get You", e que talvez isso aparentasse um “plágio” de sua época nos Beatles. Costello, entretanto, o convenceu a continuar nesta linha de composição. Sem quase nenhuma adição extra de instrumentos, My Brave Face receberia os arranjos finais elaborados por Mitchell Froom no Olympic Studios, regendo uma banda de metais.
“Em 1989, o mercado tinha mudado muito, do “tempo dos Beatles" até então. Então, talvez fosse a hora de fazer alguns clássicos. Principalmente se Paul McCartney desejasse lotar arenas e estádios novamente. Quase trinta anos depois de Paul ter composto tantas canções de sucesso, de melodias pop animadas a rocks berrantes, dance music descartável, folk de comícios eleitorais baratos e vanguarda pop dos anos 60, com todo o peso histórico da liturgia da civilização ocidental, o único problema era decidir qual delas não tocar. O primeiro lampejo do novo velho Paul apareceu no vídeo de “My Brave Face”, o primeiro single importante do álbum “Flowers In The Dirt. Em 1989, os vídeos estavam no auge, sendo ainda a forma mais significativa de estabelecer o tom e a imagem que os artistas pop desejavam dar de seu novo trabalho, a própria base para o passo de suas carreiras. Como Paul iniciara um caminho previsto para durar mais uma década, a nova imagem que elaborou de si mesmo – para ser acoplada à nova canção que fizera no estilo dos Beatles, ao novo álbum que prenunciava a turnê mundial que se seguiria – veio atrelada ao talismã mais poderoso do passado. Ele estava com seu baixo Höfner. O baixo dos Beatles, que não era visto nas mãos de Paul (a exceção de uma aparição zombeteira no vídeo de “Coming Up”) desde que ele estivera no telhado, naquela tarde lendária de janeiro de 1969, numa época em que os gigantes ainda andavam sobre a terra. A apresentação da banda (perfeitamente sincronizada) foi filmada a partir de um enredo bobo que envolvia um japonês obsessivo colecionador de lembranças de Paul McCartney, cuja coleção de objetos roubados continha mais do que simples artefatos característicos dos Beatles. Conforme a música vai tocando, o homem exibe o terno azul de Sgt. Pepper’s usado por seu ídolo e também vídeos caseiros dos jovens e belos Beatles, em seus momentos mais íntimos, jogando cartas, fazendo palhaçadas nos quartos de hotel, dançando suas canções secretas. Cada relance precioso foi concebido para conectar o Paul mais velho (ainda que surpreendente juvenil aos 47 anos) ao seu adorado muito mais jovem. A mensagem do vídeo: este Paul é aquele mesmo velho Paul. E agora ele está de volta à condição dos Beatles mais caracteristicamente beatle de todos, como vocês todos souberam durante todos esses anos!”. Trecho do livro "Paul McCartney - Uma Vida" de Peter Ames Carlin.
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