segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

MARIANNE FAITHFULL ► THE ROLLING STONES ► AS TEARS GO BY*****



Marianne Faithfull era filha de uma baronesa austro-húngara e sobrinha-neta do barão Leopold von Sascher-Masoch, cujo o termo masoquismo é derivado do seu nome, inventado por seu contemporâneo, o psiquiatra austríaco Richard von Krafft-Ebing. Masoch não consentiu ou aprovou este uso do seu nome. Pois bem, Marianne tinha apenas 17 anos e acabara de sair de um colégio de freiras quando conheceu certo tipo de gente que mudaria sua vida. Ela foi a uma festa na Rua Wimpole, no West End em Londres. Foi acompanhada do namorado John Dunbar, pintor e pilar da cena de vanguarda da cidade. Estavam lá também Mick Jagger e Keith Richards, dos Rolling Stones, com seu empresário Andrew Loog Oldham. Marianne deixou Oldham bastante impressionado; ele fez alusão a seu "corpo sensual e sorriso virginal... e que nome! Marianne Faithfull! Impossível inventar um nome melhor que esse". Acrescentando Marianne ao seu rol de artistas, Oldham persuadiu Jagger e Richards a compor uma canção para ela. Depois que a canção se tornou o single de sucesso da cantora no verão de 1964, enviaram-na numa turnê promocional, dessas típicas de meados dos anos 1960, com apresentações diversificadas, entre elas os Hollies, banda de Manchester de grandes sucessos.
Numa entrevista em 2007, Marianne recordou-se da velocidade relâmpago em que sua carreira fora lançada: "Eu fui pega de surpresa, e antes de perceber o que estava acontecendo já tinha um disco entre os mais vendidos e já estava numa turnê com os Hollies... Aos 18 tive um bebê, depois, aos 19, fugi com Mick. Aos 24 tudo foi por água abaixo. Vi que não conseguia segurar a barra".
Quase toda música dos Rolling Stones era rude, se não claramen­te grosseira. Mas, de vez em quando, ao longo de sua carreira eles chegaram a surpreender os ouvintes com um lado vulnerável, apesar de, tipicamente, a motivação ser financeira. “Yesterday” dos Beatles ficou no topo das paradas durante todo o mês de outubro de 1965, por isso, no dia 26 (mesmo dia que os Bea­tles foram condecorados pela rainha), Jagger e Richards entraram em estúdio com a Mike Leander Orchestra para fazer uma versão própria da música que tinham composto para Marianne Faithfull um ano antes. Depois que Oldham descobriu a garota de 17 anos, ele disse a seus compositores: “Ela é de um con­vento. Quero uma música com muros em volta, janelas altas e nenhum sexo”. A dupla escreveu uma definitiva “canção da carochinha” para ela com “As Tears Go By”, sobre uma moça rica que chora ao ver pela janela crianças brin­cando do lado de fora. Jagger escreveu a letra e Richards criou a melodia. "As Tears Go By" foi uma das primeiras composições originais de Jagger e Richards, pois até aquele momento os Stones vinham realizando somente covers e principalmente padrões de bluesEm sua própria autobiografia, Faithfull (1994), escrita em conjunto com David Dalton Marianne Faithfull disse: "As Tears Go By" não foi, ao contrário do folclore popular, escrita para mim, mas me serviu tão perfeitamente que poderia ter sido. É uma grande fusão de ingredientes díspa­res: ‘The Lady of Shalott’ ao ritmo de ‘These Foolish Things’. A imagem que me vem à mente é a Lady of Shalott olhando no espelho e percebendo a vida passar. Ê algo absolutamente impressionante para um garoto de 20 anos ter escrito: uma canção sobre uma mulher que olha com nostalgia para o passa­do. O assustador é Mick ter feito essa letra tanto tempo antes de tudo ter acon­tecido. É quase como se todo o nosso relacionamento estivesse prefigurado nessa música".
Às vezes é dito por alguns que “As Tears Go By” foi escrita como uma resposta a "Yesterday" dos Beatles, a balada com cordas que se tornou um dos maiores sucessos da banda em 1965. No entanto, isso é falso: "As Tears Go By" foi escrita pelo menos um ano antes do lançamento de Help!. No entanto, os Rolling Stones podem ter sido influenciados pelo arranjo particular de George Martin em "Yesterday". A versão de “As Tears Go By” dos Stones chegou ao n° 6 nas paradas pop norte-americanas e ao n° 10 nas de Easy Listening.

Um comentário:

  1. Marianne é muito boa. Existe um vinculo muio forte entre ela e o Stones.

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