O produtor musical Phil Spector, que transformou a sonoridade da música pop nos anos 1960 com suas gravações do tipo “wall of sound" (parede de som), e foi condenado pelo assassinato de uma atriz de Hollywood em 2003, morreu na Califórnia neste último sábado (16), aos 81 anos após contrair a Covid 19. A notícia foi divulgada ontem, domingo. Spector produziu 20 hits que ficaram entre as 40 mais tocadas da Billboard entre 1961 e 1965 e trabalhou com os Beatles, os Righteous Brothers e Ike & Tina Turner, entre centenas de outros. Ele também influenciou diversos artistas, dos Beach Boys a Bruce Springsteen, que emulou a parede de som de Spector na clássica música "Born to Run”.
Segundo a revista Rolling Stone, Spector se referia às suas próprias gravações de parede de som como “uma abordagem Wagneriana ao Rock and Roll”. Suas inovações Nas técnicas de gravação da música pop estavam relacionadas à criação de sonoridades densas e cheias de camadas, com muitos instrumentos tocando uma mesma nota em uníssono. Uma das músicas mais conhecidas deste estilo de gravação é o hit "Be My Baby", lançado pelas Ronettes em 1963. No fim dos anos 1960, ele trabalhou com John Lennon no sucesso “Instant Karma”, e foi chamado por ¾ dos Beatles para dar novo tratamento às gravações das sessões de estúdio que vieram a resultar no álbum "Let it Be", último lançado pelo quarteto, em 1970.
Paul McCartney se tornou um famoso crítico do trabalho do produtor no álbum, principalmente no acréscimo de orquestrações pomposas em músicas como sua "The Long and Winding Road". Mas Lennon ainda trabalhou com Spector em outros álbuns solo, como "Plastic Ono Band", de 1969, e "Imagine", de 1971, além do single "Happy Xmas (War Is O ver)”. Com George Harrison, co-produziu o aclamadíssimo "All Things Must Pass”, também em 1971.
Spector também produziu nomes como Cher e Harry Nilsson, e trabalhou com Leonard Cohen e os Ramones. Uma figura polêmica, ele esteve envolvido em batalhas judiciais por direitos autorais nos anos 1990, e em 2009 foi condenado pelo assassinato da atriz Lana Clarkson, com uma pena que ia de 19 anos à prisão perpétua.
O produtor foi preso em sua mansão num subúrbio de Los Angeles, em 2003, onde a polícia encontrou a atriz morta a tiros. Uma peça importante em seu julgamento foi o motorista de Spector, o brasileiro Adriano de Souza, que afirmou no tribunal ter visto o produtor sair de casa, após ouvir um barulho de tiro, portando uma arma na mão cheia de sangue. A defesa de Spector (que entrou para o Hall da Fama do Rock and Roll em 1989), alegou que Clarkson, atriz de filmes B, havia se suicidado com um tiro na boca por sofrer de depressão. Ela conhecera Spector na boate em que trabalhava como hostess, horas antes de morrer na casa do produtor. Spector foi diagnosticado com Covid 19 há quatro semanas e foi transferido de sua cela na cadeia para um hospital, informou o Daily Mail.
Descanse em paz alma atormentada de um louco genial.
ResponderExcluirÉ verdade Edu.
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