quarta-feira, 31 de março de 2021

PAUL McCARTNEY & WINGS - LONDON TOWN*****


London Town foi o sexto álbum de estúdio do Wings. Lançado em 31 de março de 1978, dois anos após seu antecessor, Wings at the Speed ​​of Sound. London Town teve uma gestação longa e tumultuada durante a qual os planos de turnê da banda para 1977 foram cancelados, devido a Linda McCartney engravidar do terceiro filho de Paul McCartney e dois membros do Wings partirem - Jimmy McCulloch (guitarra) e Joe English (bateria), deixando a banda como um trio formado por Paul, Linda e Denny Laine. As sessões de gravação foram realizadas durante um período de um ano, principalmente no Abbey Road Studios em Londres e a bordo de um iate de luxo nas Ilhas Virgens
London Town, originalmente chamado Water Wings, foi produzido durante 11 meses em três locações diferentes: estúdios Abbey Road, A.I.R e a bordo do iate Fair Carol, nas Ilhas Virgens, onde a empresa Record Plant instalara um estúdio móvel especial. As gravações começaram em fevereiro de 1977, em Abbey Road, com o registro de Girls School (lado B de Mull Of Kintyre) e a faixa-título do LP.

Após dois meses de intervalo, as gravações prosseguiram na Escócia para a complementação de Mull Of Kintyre. A faixa seria reservada para o próximo compacto do Wings, e receberia seu característico arranjo de gaita de foles em agosto pela Campbeltown Pipes Band. Outras faixas iniciadas neste período: “Name And Address”, "I've Had Enough", "Deliver Your Children" e “Backwards Traveller” - esta última, sendo finalizada em Abbey Road, dois meses depois.

De volta à Inglaterra, em outubro, o grupo voltou a trabalhar sem a presença de Jimmy McCulloch e Joe English, dando sequência às sessões no estúdio Abbey Road até o começo de dezembro. Neste período, Paul, Denny e Linda adicionariam vocais e instrumentos às canções pré-gravadas. Em novembro de 1977, o Wings lançou o compacto com a música "Mull of Kintyre". Tornou-se o de maior venda da história no Reino Unido sendo batido só em 1984 pelo Band-Aid. Antes do lançamento do álbum em março de 1978, o Wings lançou outro compacto de sucesso com a música que faria parte do álbum "With a little luck". A música atingiu o primeiro lugar nas paradas de sucesso dos Estados Unidos. O álbum ganhou disco de platina e chegou ao quarto lugar na Inglaterra e segundo nos Estados Unidos. Em 1993 a edição remasterizada do álbum inclui as músicas "Girls School" 'e '"Mull of Kintyre".

BEATLES DISFARÇADOS A CAMINHO DAS BAHAMAS


A cena de “Help!” em que os Beatles aparecem usando disfarces (incluindo uma prévia antecipação do futuro visual de John Lennon, com óculos de vovó, barbona e cabelão comprido), em um terminal de aeroporto enquanto esperavam para embarcar para as Bahamas, foi filmada no Twickenham Film Studios, em Londres, No dia 27 de abril de 1965. Impagável!

HENRY MCCULLOCH - EX-GUITARRISTA DO WINGS


No início de 1972, o guitarrista Henry McCulloch (não confundir com Jimmy McCulloch, também ex-guitarrista do Wings morto em 1979), juntou-se à banda de Paul & Linda McCartney - Wings. Ele e o baterista Denny Seiwell eram os reforços contratados por Paul para a 1ª excursão de verdade da banda e para a gravação do álbum “Red Rose Speedway”. “My Love” foi a primeira canção cujos direitos de comercialização não ficaram sob o domínio da Apple e da Northern Songs. Henry McCullough ao ouvir a música, pediu a Paul que o deixasse criar um solo especial para ela. O arranjo foi aprovado e o solo incorporado na edição final juntamente com uma orquestra. “My Love” tornou-se um dos maiores clássicos do Wings e seu solo é constantemente lembrado como um dos mais criativos do rock. Infelizmente, Henry McCullough e Denny Seiwell abandonaram o Wings na noite anterior do dia que embarcariam para Lagos, Nigéria para gravarem o álbum “Band On The Run”.

Depois do Wings, McCulloch tocou com Roy Harper, Frankie Miller, Eric Burdon, Marianne Faithfull, Ronnie Lane , Donovan, Dr. Feelgood, The Fleadh Cowboys, Nick Lowe entre tantos outros. Seu currículo com quem já tocou é invejável e não daria para enumerar aqui. No dia 20 de dezembro de 2009, McCullough estava presente no show de Paul McCartney em Dublin. McCartney reconheceu publicamente a contribuição de Herry McCullough para o Wings.

Henry McCullough morreu numa terça-feira, dia 14 de junho de 2016 com 72 anos, em sua terra natal, a Irlanda do Norte. Após um infarto sofrido em 2012, o virtuoso guitarrista passou a conviver com constantes problemas de saúde. McCullough viveu seu auge no começo dos anos 1970, quando integrou a banda Wings, do ex-Beatle Paul McCartney. “My Love” e “Live and Let Die”, hits absolutos da banda, carregam solos de guitarra assinados pelo músico. O irlandês trabalhou dois anos com McCartney e saiu do grupo antes das gravações do disco “Band On The Run” (1973). Antes de se aproximar de McCartney, McCullough participou de turnês com Pink Floyd, Soft Machine, Joe Cocker and Grease Band e a banda de Jimi Hendrix. Ao lado do grupo de Cocker, participou do mítico festival Woodstock, em 1969. Em 1973, ele fez uma icônica aparição no disco “Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd e na música “Money”, McCullough murmura a frase: “eu não sei, eu estava muito bêbado na hora”. Paul McCartney prestou homenagem ao amigo nas redes sociais, postando uma foto da época do Wings. Em nota publicada em seu site oficial, o ex-Beatle elogiou o talento e o “adorável senso de humor” do guitarrista. “O solo que ele tocou em ‘My Love’ foi um clássico que ele criou na hora, diante de uma orquestra ao vivo”, completa o texto.

ALAN ALDRIDGE - THE PENGUIM JOHN LENNON - 1966


No dia 27 de outubro de 1966, os dois livros de John Lennon, “In His Own Write e "A Spaniard in the Works", foram publicados juntos pela primeira vez como The Penguin john Lennon, com Lennon na capa vestindo uma fantasia de Super-Homem. A foto, tirada pelo fotógrafo Brian Duffy num estúdio em Swiss Cottage, norte de Londres, foi criada por Alan Aldridge, um ilustrador de 23 anos que, em 1965, tinha se tornado diretor de arte da Penguin Books.

Aldridge cresceu em East End, Londres, e sua arte tinha um estilo jocoso, colorido, humorístico e surreal. Ele conseguia capturar a vitalidade do que estava acontecendo nos anos 1960 como poucos artistas e se tornou o ilustrador preferido de novas publicações, como Sunday Times Magazine, Observer Magazine e Nova, que queriam visuais compatíveis com a empolgação de seus incríveis lançamentos e estavam sempre em busca da última novidade. A primeira ideia de Aldridge para The Penguim John Lennon era uma pintura do Beatle como pinguim. O diretor editorial achou que seria desrespeitoso com a grande editora e seu famoso logo e vetou a ideia, então Aldridge entrou em contato com Duffy, um dos mais conhecidos fotógrafos da época, e pediu uma sessão de fotos. A princípio, Duffy recusou, dizendo que já tinha trabalhando o suficiente com rock ‘n’ roll, mas depois cedeu.
De início, John posaria com uma gaiola fabricada para a ocasião, mas durante as fotos Aldridge teve outra ideia. Ele iria vestir John de Super-Homem, um reconhecimento a seu status como fenômeno mundial no universo de filmes, da música e agora dos livros. Ele mandou um assistente a Chelsea para buscar uma fantasia.
Quando as fotos de Duffy foram finalmente aprovadas para uso, houve outro problema. A DC Comics em Nova York, os criadores e donos da franquia Super-Homem, se recusaram a liberar o uso da imagem com o S gigante no peito, que infrigia direitos autorais. Aldridge teve que retocar a foto, substituindo o S no peito por um adesivo com as letras JL.
O relacionamento entre os Beatles e Alan Aldridge acabou sendo frutífero. Para o número seguinte da Woman’s Mirror, a revista contratou Aldridge para criar uma imagem do grupo para a capa que sairia junto com uma matéria de Maureen Cleave inspirada nas entrevistas para o Evening Standard. Além disso, foi pedido que ele providenciasse ilustrações de quatro músicas do Revolver - “Eleanor Rigby”, “Yellow Submarine”, “Taxman” e “Doctor Robert”. Para “Taxman”, ele colocou George sustentando nos ombros uma pilha de notas de libras novinhas. No alto, vestida de preto e segurando uma maleta, estava a Morte. “Yellow Submarine” era o desenho de um submarino que parecia uma bota grande com um capitão uniformizado olhando pela torre de comando. Para “Eleanor Rjgby”, criou a máscara mortuária de Paul e pintou sobre ela imagens de estrelas, planetas, torres de igrejas, flores e pessoas caindo do céu. Na ilustração para “Doctor Robert”, John estava abrindo uma capa ou sobretudo preto enorme, revelando um forro repleto de peças anatômicas sobressalentes
A diretoria da Woman’s Mirror achou que eles poderiam perder anunciantes em potencial, por isso o departamento de arte substituiu as partes por instrumentos cirúrgicos brilhantes. John gostou tanto do trabalho que foi ao estúdio de Aldridge em Holborn, comprou o original, enquadrou-o e pendurou na parede de casa. “Só que você entendeu errado”, ele disse a Aldridge. “Doctor Robert era um médico de Nova York que vendia anfetamina”. A apreciação mútua entre Aldridge e os Beatles levaria a outros projetos. John o contratou para fazer uma placa para o portão de sua casa dizendo: “No Hawkers, No Circuses”
Em 1968, ele fez a borda verde do selo dos discos da Apple do Reino Unido e da Europa (escrito em le-tra cursiva verde, contendo o texto: “Apple Records - All Rights of the Manufacturer and of the Owner of the Recorded Work Reserved”, na parte superior, e “Unauthorised Public Performance, Broadcasting and Copying of this Record Prohibited”, na parte de baixo), e em 1969, com a permissão do grupo, Aldridge lançou The Beatles Illustrated Lyrics.

O The Beatles Illustrated Lyrics era de fato uma extensão do que Aldridge tinha começado com a Woman’s Mirror, apesar de nenhuma das ilustrações originais ter sido usada. Mais de cem letras foram enviadas para 43 escultores, ilustradores, cartunistas e fotógrafos (entre eles David Hockney, Peter Max, Milton Glaser, Ethan Russell, Rick Griffin, Roger Law, Stanley Mouse e David Bailey), que escolheram uma música para a qual produziriam um trabalho. Aldridge selecionou 20 músicas que podia ilustrar usando fotografia, esculturas em argila e desenhos.

A matéria de Maureen Cleave na Woman’s Mirror re­tratava os Beatles como um grupo preso num emaranha­do de fama, história e con­quistas passadas. Ringo disse: “Nos empurraram para um canto, só os quatro. Uma es­pécie de armadilha, na ver­dade. Como quadrigêmeos siameses comendo na mesma tigela”. John estava igualmen­te amargo. “Meio que quere­mos a derrocada. Uma bela derrocada. Então passaríamos a ser só uma me­mória agradável”, disse ele. Para produzir a ilustração da capa da revista, Aldridge se concentrou no sentimento de aprisionamento deles. Pintou os quatro, de costas um para o outro, envoltos em um rolo gigante de arame farpado. Acima das cabeças, havia quatro indicadores que saíam de um balão de diálogo gigante. Dentro dele, com uma tonalidade que ia do amarelo para o vermelho, em letras maiúsculas grandes, uma única palavra: “HELP!”.
 Fonte do texto: "THE BEATLES - 1966 - O ANO REVOLUCIONÁRIO" de Steve TurnerAlan Aldridge morreu em 17 de fevereiro de 2017 com 78 anos.

ROBERTO CARLOS - JOVEM GUARDA - 1965


Jovem Guarda foi o quinto álbum do cantor e compositor Roberto Carlos, lançado em novembro de 1965. O LP foi gravado no mês de setembro com a banda The Youngsters. O organista Lafayette foi determinante em canções como "Escreva uma Carta meu Amor", "Mexerico da Candinha", "Eu Te Adoro", "Meu Amor" e na faixa principal que abre o disco, "Quero que Vá Tudo pro Inferno", e que exerceu grande impacto na época
O disco levou o nome do programa apresentado pelo cantor na TV Record, sucesso de audiência na década de 1960. A ideia de batizar o LP como Jovem Guarda foi de Othon Russo, diretor da CBS, argumentando que isto reforçaria tanto a venda do disco como a audiência do programa da Record.

"Jovem Guarda" tem como principal destaque "Quero que Vá Tudo pro Inferno", um dos maiores sucessos da carreira do cantor capixaba. A canção abriu o disco, que ainda contou ainda com "Lobo Mau", "O Feio", "Mexerico da Candinha", "Pega Ladrão" e "Não é Papo Pra Mim". Em 2007, o álbum foi eleito pela revista Rolling Stone Brasil como o 85º melhor disco brasileiro de todos os tempos. A banda The Youngsters aparece na contracapa e participou de todas as faixas, com sua instrumentação e som característicos. Teve participação proeminente na gravação deste disco, o tecladista Lafayette. Em 2013, o disco entrou para o Hall da Fama do Grammy Latino.

THE BEATLES - BLACKBIRD - 1968✶✶✶✶✶


"Blackbird" é a 3ª faixa do lado 2, do segundo disco do Álbum Branco, composta por Paul McCartney quando estava na Índia e foi gravada em 11 de junho de 1968 apenas por Paul McCartney. Paul revelou que o acompanhamento do violão foi inspirado em "Bourée em mi menor" de Bach. A música de Bach era originalmente para violão clássico, instrumento que Paul e George Harrison tentaram aprender na juventude (mas só aprenderam mesmo com Donovan na Índia), portanto é caracterizada pela melodia em notas graves de baixo tocadas simultaneamente com cordas agudas e graves. McCartney decidiu alterar algumas notas de Bach, criando a base para Blackbird.

A letra é uma metáfora sobre os conflitos raciais e direitos civis na América, principalmente da situação das mulheres negras. Paul leu uma notícia no jornal que relatava os conflitos raciais nos Estados Unidos, e o sofrimento de mulheres negras para ingressar na sociedade. A música é uma espécie de apoio e o melro-preto simboliza a mulher negra. Quando ele diz: "Pássaro preto, pegue essas asas quebradas e comece a voar" é como se fosse um conselho, do tipo: "levante! Tome uma atitude! Por toda sua vida você só esperou esse momento pra ser livre".

"Blackbird" foi gravada em 11 de junho de 1968 em Abbey Road, com George Martin na produção e Geoff Emerick como engenheiro de som. A faixa inclui um som de um autêntico melro-preto (Blackbird) cantando no final. Foi gravada apenas por Paul, que canta e toca o violão, um Martin D28. Foi a pedido dele que foi colocado um microfone no assoalho do chão do estúdio, para que se ouvissem suas batidas ao estilo folk. Genial!

segunda-feira, 29 de março de 2021

PAUL McCARTNEY - C'MOM PEOPLE - SENSACIONAL!***

 
A épica “C'mon People” foi lançada como o segundo single de “Off The Ground” com “Down To The River” no lado B em março de 1993. “C'mon People” foi escolhida para “fechar” o álbum Off The Ground. Só que deois do seu final, há uma pequena faixa escondida chamada "Cosmically Conscious", originalmente escrita por McCartney em 1968, quando estava nos Beatles, durante a meditação transcendental na Índia. No Reino Unido“C'mon People” alcançou a posição # 41 nas paradas; não conseguiu entrar nos gráficos nos EUA. Um vídeo foi feito para apoiar o single, dirigido pelo ex-membro da 10cc Kevin Godley. Participaram da gravação: Paul McCartney: Arranjo, Vocais, backing vocals, celeste, guitarra elétrica e piano; Linda McCartney: Backing vocals e sintetizador Moog; Robbie McIntosh: Guitarras acústica e elétrica; Hamish Stuart: Backing vocals e baixo; Paul Wickens: Congas e sintetizador; Blair Cunningham: Congas e bateria; e o maestro George Martin, que além de fazer o arranjo com Paul, conduziu a orquestra de 40 músicos.
Na época do lançamento de Off The Ground, McCartney disse: "Eu estava de férias na Jamaica. Eu amo as pessoas de lá, é muito descontraído e me sinto muito musical quando estou lá, então sempre tento conseguir um piano ou algo assim, caso queira escrever. Muitas vezes, à tarde, eu sento e vejo se gostaria de escrever uma música, e um dia eu comecei a tocar um pequeno riff e 'C'mon People' apareceu. Eu penso nisso como os anos sessenta, um pouco Beatley; Eu costumava resistir a qualquer influência dos Beatles na minha escrita, pensando que tinha feito essa parte na minha carreira e que talvez agora devesse fazer algo completamente diferente, mas isso significa negar algumas coisas que podem ser muito boas. Quer dizer, eu tenho uma reivindicação razoável sobre o estilo dos Beatles, então provavelmente não há ninguém por aí que vai se incomodar se eu, George ou Ringo fizermos coisas no estilo dos Beatles. Então foi assim que terminei 'C'mon People'. Eu acho, uma música muito otimista. É a mesma ideia: se um número suficiente de pessoas se reunirem e disserem aos políticos como queremos que este mundo progrida - e acho que está começando a acontecer, aliás - podemos fazer a diferença. Gravamos 'C'mon People' e ficamos muito satisfeitos com ela. Veio muito naturalmente. Nosso engenheiro, Bob Kraushaar, estava doente, estava gripado, então Julian Mendelsohn - que era engenheiro - fez os dois trabalhos naquela noite. Pensamos em consertar quando Bob voltasse, mas, como costuma acontecer nessas situações, tivemos uma boa avaliação. Foi uma das únicas músicas do álbum que parecia que poderia levar uma orquestra. O resto deles parecia certo apenas com a banda, mas esta parecia que precisava ir um pouco além, para torná-la um pouco mais de um hino. Então liguei para George Martin e ele foi muito gentil. Ele disse: “Tem certeza que quer me usar?”, Porque ele está quase tentando se aposentar agora, e eu disse: “Claro que quero usar você! Seria brilhante.Vamos trabalhar da mesma maneira que sempre fizemos - sentar juntos e decidir o que fazer, então você escreverá e conduzirá. Então, fizemos exatamente isso e realizamos a sessão em Abbey Road no estúdio 1. Ele subiu na tribuna e conduziu como um jovem. Colocou todo o seu espírito nisso. E foi adorável - no meio da sessão ele apenas se inclinou para mim e disse “Excelente música, Paul”. Isso é um grande elogio, de fato".

sábado, 27 de março de 2021

PAUL MCCARTNEY - DOWN TO THE RIVER ✶✶✶✶✶


A rara “Down To The River” é uma canção folk-country composta por Paul McCartney e gravada durante as sessões do álbum Off The Ground de 1993, lançada como lado B no single “C'Mon People”. Antes de ser gravada em estúdio, foi tocada ao vivo durante a turnê de verão de 1991 do Unplugged. Durante os ensaios para a gravação do Acústico MTV em janeiro de 1991, McCartney apareceu com “Down To The River”, que depois entraria para o setlist dos shows secretos pela Inglaterra e alguns países da Europa em maio daquele ano. A letra é bastante simples, apenas duas estrofes que repetem seus versos.

“Down To The River” foi gravada no estúdio The Mill. Paul McCartney toca violão e toca gaita; Wix toca acordeão; Hamish Stewart, baixo acústico; Robbie McCintosh toca guitarra eletroaxústica e Blair Cunningham toca bateria. Linda McCartney acompanha nos backing vocals. Além de aparecer em dezenas de bootlegs, e como lado B do single “C'Mon People”, “Down To The River” aparece no álbum Off The Ground - The Complete Works, lançado com tiragem limitada no Reino Unido em novembro de 1993. Esse álbum foi produzido especialmente para atender o mercado europeu e foram prensadas poucas edições em outros países.

sexta-feira, 26 de março de 2021

O DIA QUE O PINK FLOYD ENCONTROU OS BEATLES


Os Beatles mudaram a paisagem da cena musical para sempre quando explodiram nos anos 1960, não havia som que eles não pudessem transformar em ouro e milhões de vendas. Eles derrubaram as barricadas do que não era considerado plausível na música popular, movimento que causou um efeito cascata que ainda prevalece na música hoje. Uma banda que seria inspirada pela música mágica dos Beatles era ninguém menos que o Pink Floyd, um grupo ‘progressivo’ que, talvez, poderia nunca ter se tornado um monstro, se não fosse por aqueles quatro garotos de Liverpool.
O destino aproximou as duas bandas após a assinatura do Pink Floyd com a EMI e essa notícia logo se espalhou sobre as expectativas em relação à banda. Liderado por Syd Barrett, que tinha uma reputação crescente por ser o homem na vanguarda do novo movimento acid-rock que estava atingindo a Grã-Bretanha, e que os Beatles admiravam. Eles se tornaram o assunto da cidade de Londres em um espaço de tempo muito curto, graças aos seus shows ao vivo alucinantes e, antes que percebessem, estavam em Abbey Road gravando seu primeiro disco.
Ter a oportunidade de finalmente gravar o primeiro álbum já era um sonho tornado realidade para o Pink Floyd, mas gravá-lo nos estúdios da EMI em Abbey Road tornava a experiência ainda mais doce. Um momento particular de seu tempo no estúdio chegou quando eles tiveram a oportunidade de ver os Beatles trabalharem em sua música “Lovely Rita”. Os Fabs estavam no meio da gravação do álbum que viria a se chamar Sgt. Pepper’s e estavam no auge de sua experimentação criativa e, para o Floyd, poder sentar e assistir seria algo que permaneceria com eles por anos. A reação mais imediata, no entanto, iria inspirar uma das melhores faixas de sua estreia, The Piper at the Gates of Dawn. “Estávamos gravando em Abbey Road, o templo da grandeza, e eles estavam gravando ‘Lovely Rita’. Eles eram figuras divinas para nós e todos pareciam extremamente legais, mas eles estavam em uma camada tão além de nós que estavam fora do nosso mundo”, relembrou o baterista Nick Mason em uma entrevista em 2011. Para quem procura cabelo em ovo, pode até existir alguma semelhança entre “Lovely Rita” que apareceu no Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band e a faixa 'Pow R. Toc H.', do álbum de estreia do Pink Floyd. Ambas apresentam efeitos de voz e ruídos semelhantes na sessão de gravação que estava ocorrendo no estúdio ao lado. O encontro entre as duas bandas aconteceu por volta das 23h do dia 21 de março de 1967, nos estúdios da EMI em Abbey Road.
A audição Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club teria um efeito duradouro em Roger Waters e em todo o resto do Floyd, num momento que os fez acreditar que qualquer coisa era musical, potencialmente falando. “Lembro-me de quando Pepper’s saiu e nós sentamos e ouvimos”, Waters disse uma vez. “Alguém tocou o disco inteiro no rádio. E eu posso me lembrar de sentar e ficar por um longo período, completamente boquiaberto. Sinto que aprendi minhas lições com (as primeiras lendas do blues) Huddie Ledbetter e Bessie Smith e ouvi muito jazz e Woody Guthrie”, aprendi muito com toda aquela música de protesto quando era um adolescente muito jovem. Mas aprendi com John Lennon, Paul McCartney e George Harrison que não havia problema em escrevermos sobre nossas vidas e o que sentimos - e como nos expressarmos… Que podíamos ser artistas livres e que havia um valor nessa liberdade. E houve!”. Nick Mason também afirmou que “o Sargent. Pepper's foi o álbum que mudou completamente a cara da indústria fonográfica. Até então, tudo se resumia a singles. Pepper's foi o primeiro álbum que realmente superou os singles, e isso permitiu que bandas como nós tivessem mais tempo no estúdio e mais liberdade para fazer o que queríamos”. Como diz Nick Mason, os Beatles eram 'como Deus' e a gama de artistas que se sentiam capacitados e inspirados para criar como eles é incomparável. Superficialmente, os Beatles e o Pink Floyd parecem vir de um universo diferente, mas, na verdade, a base de seu crescimento vem de um lugar de admiração considerada. A inventividade dos Beatles, um aspecto que os tornou tão pioneiros, deu ao Pink Floyd a munição de que precisava para se tornar um dos artistas mais intuitivos que já agraciaram a Terra.

ENTREVISTA COM BRIAN EPSTEIN - FEVEREIRO DE 1964

Originalmente publicada na revista VEJA em fevereiro de 1964 e reproduzida aqui em 7 de fevereiro de 2018.
O empresário dos Beatles conta como descobriu a banda e explica como foi que conseguiu fazer com que os rapazes se transformassem em astros internacionais: "Eles são muito inteligentes. Trouxe elegância, habilidade organizacional e dinheiro para eles", diz Brian Epstein.
Epstein era o gerente da loja de discos North End Music Store (NEMS), em Whitechapel, Liverpool, quando um rapaz entrou e pediu um disco dos Beatles, em outubro de 1961. Ele não conhecia a banda, mas aquele nome ficou guardado em sua cabeça. Uma semana depois, estava no Cavern, um pub sujo e apertado, para assistir a um show dos Beatles em plena hora do almoço. Brian ficou apaixonado pelo carisma dos rapazes e, então, tornou-se o empresário do grupo. Foi graças a ele que os Beatles começaram a se profissionalizar. Mudaram antigos hábitos, como o de comer e fumar no palco, e passaram a usar ternos – tudo com o dedo e a visão de Brian. Foi ele também o principal articulador da bem sucedida viagem dos Beatles aos Estados Unidos. Dos bastidores dos estúdios da CBS, rede de TV americana onde os Beatles se apresentaram, ele concedeu a entrevista que a gente confere a seguir.
Quando conheceu os Beatles?
Foi em 1961. Era um sábado qualquer, no fim de outubro. Um garoto veio à minha loja e pediu um disco de um grupo chamado The Beatles. Sempre foi a nossa política considerar todo e qualquer pedido. Escrevi num bloco de anotações: "My Bonnie. The Beatles. Verificar na segunda-feira". Nunca tinha dado bola para nenhum grupo beat de Liverpool, na época tão populares nos clubes. Não faziam parte da minha vida, porque eu estava além da faixa etária do grupo, e também por estar sempre muito ocupado. O nome "Beatles" não significava nada para mim, se bem que eu lembrasse vagamente de tê-lo visto num cartaz de publicidade anunciando uma noite dançante no New Brighton Tower, e tinha achado a grafia esquisita e despropositada.
E depois disso, o que aconteceu?
Na segunda-feira, antes mesmo de eu ter tempo de checar o pedido, duas garotas entraram na loja e pediram o mesmo disco. Muito se especulou sobre isso até agora, mas este foi o número total de pedidos do disco nessa época em Liverpool: três.
Foi o suficiente para se interessar pela banda?
Para mim foi o bastante. Eu achei que era significativo: três pedidos de um disco desconhecido em dois dias. Havia alguma coisa aí. Na época, eu estava interessado no panorama musical de Liverpool. Cheguei até a escrever um artigo sobre isso para o Mersey Beat, um jornal quinzenal de música popular, fundado por Bill Harry, um estudante da escola de arte e amigo dos Beatles. Acho até que eles já tinham ouvido falar de mim.
E o que fez então?
Fiz contatos e descobri o que não tinha percebido ainda: que os Beatles eram um grupo de Liverpool, que acabara de retornar do extremo quente, úmido e sujo de Hamburgo, onde haviam tocado em clubes barra-pesada. Aí uma garota que eu conhecia me disse: "Os Beatles? São o máximo. Estão no Cavern esta semana". Então fui lá conferir.
E como foi o encontro?
Foi estranho no começo. Fui até o camarim improvisado e cumprimentei os rapazes. Eles foram educados, mas pouco receptivos. Acho que já sabiam do meu interesse em empresariá-los, mas não quiseram demonstrar que estavam interessados também. Ficaram na defensiva, mas eu sabia que eles estavam empolgados com a ideia.
Então se tornou o empresário dos Beatles, e decidiu mudar a postura da banda. Como foi essa transformação?
Acho que os tornei mais profissionais. Os Beatles são muito inteligentes, sagazes, mas não eram requintados. Trouxe isso para eles: elegância, habilidade organizacional e dinheiro. Primeiro, estimulei-os a tirar as jaquetas de couro e, então, proibi que aparecessem de jeans. Depois disso, fiz com que usassem suéteres no palco e, por fim, com muita relutância, ternos. Não tenho certeza, mas acho que o primeiro terno foi usado para uma transmissão ao vivo da BBC. Ah, e proibi que eles fumassem e bebessem no palco também, hábitos pouco condizentes para uma banda que busca o sucesso.
Como surgiu o seu interesse pela música beat?
Meus pais eram proprietários de uma grande cadeia de lojas de móveis sediada em Liverpool. Portanto, desde criança, fui criado para administrar o negócio deles. Eu estudei na Academia Real de Arte Dramática e sabia que tinha que trabalhar em algo ligado ao meio artístico. Tornei-me gerente da NEMS e acabei transformando a rede de lojas de discos em uma das maiores do norte da Inglaterra. Há uns dois anos, mais ou menos, notei que houve um aumento muito grande na procura pela música beat, típica das bandas de Liverpool. Achei então que empresariar os Beatles seria um projeto interessante.
Você foi o principal responsável pela vinda dos Beatles aos EUA. Por que achava que ela seria tão importante assim?
Sabia que os Estados Unidos podiam nos promover ou acabar conosco. Então, tivemos que montar uma grande estratégia para tornar os Beatles conhecidos na América, antes mesmo de eles chegarem. Fizemos uma campanha publicitária forte, nas lojas de discos e nas rádios dos EUA, puxada por um disco que acabou conquistando o gosto dos americanos. No fim das contas, acho que nossa vida vai mudar daqui para frente.
Você e John Lennon viajaram juntos para Espanha recentemente. Alguns jornais fizeram insinuações sobre algum envolvimento amoroso entre os dois. Tem algo a dizer sobre isso?
Nada. Não falo sobre esse assunto.

quarta-feira, 24 de março de 2021

THE BEATLES - GET BACK - By Peter Jackson


O novo documentário sobre os Beatles intitulado
The Beatles: Get Back com direção de Peter Jackson, de O Senhor dos Anéis, deve chegar aos cinemas em 27 de agosto de 2021, depois de ter sua estreia adiada para este ano por conta da pandemia de COVID-19. Em dezembro de 2020, a produção ganhou um vídeo de divulgação (que apareceu em primeira mão aqui), que deixa claro a proposta de levar os espectadores direto às sessões de gravação intimistas de uma das bandas que mais influenciaram a história da música contemporânea.

Para o documentário, Jackson aproveitou um material de 55 horas de cenas inéditas de 1969, além de 140 horas de áudio praticamente inédito das sessões de gravação do derradeiro álbum de estúdio da banda, Let It Be. The Beatles: Get Back também vai abordar detalhes da última apresentação ao vivo dos Beatles, tocando na cobertura do edifício da Apple em Saville Row, Londres. A performance dos Beatles, que teve o tecladista Billy Preston como convidado, durou 42 minutos e só parou porque alguém teria chamado a polícia.

“Este filme será a derradeira experiência ‘fly on the wall’ (uma mosquinha na parede) que os fãs dos Beatles sempre sonharam. É como uma máquina do tempo que transportará o espectador de volta ao ano de 1969”, disse Jackson em uma entrevista no ano passado. Originalmente destinado a ser um especial de televisão sobre os Beatles produzindo um novo álbum, o diretor Michael Lindsay-Hogg filmou a banda no estúdio de 2 de janeiro a 31 de janeiro de 1969. Segundo Jackson, as imagens que jamais foram mostradas publicamente até hoje contam uma história diferente sobre o fim dos Beatles. “Depois de rever todas as filmagens e áudio que Michael Lindsay-Hogg registrou 18 meses antes de eles se separarem, é simplesmente um incrível tesouro histórico. Claro, há momentos de drama – mas nenhuma das discórdias com as quais este projeto tem sido associado há muito tempo. Assistir John, Paul, George e Ringo trabalhando juntos, criando músicas clássicas a partir do zero, não é apenas fascinante – é engraçado, edificante e surpreendentemente íntimo”, disse o cineasta.

JOHN LENNON – GIVE PEACE A CHANCE – SENSACIONAL!


"Give Peace a Chance" é uma canção anti-guerra composta por John Lennon (creditada a Lennon e McCartney) e tocada com Yoko Ono em Montreal, Quebec, Canadá. Lançada como single da Plastic Ono Band em julho de 1969 pela Apple Records, foi o primeiro single solo lançado por Lennon, enquanto ele ainda era um dos Beatles. Tornou-se um hino do movimento pela paz americano durante os anos 1970. Alcançou a posição 14 na BillboardHot 100 e número 2 na parada de singles britânica.
"Give Peace a Chance" foi escrita durante a lua de mel "Bed-In" de Lennon e Yoko Ono em Montreal. Questionado por um repórter o que ele estava tentando alcançar ficando na cama, Lennon respondeu espontaneamente "Apenas dê uma chance à paz". Ele disse isso várias vezes durante o Bed-In. Lennon pediu a seu assessor de imprensa, Derek Taylor, para encontrar um engenheiro de gravação. Em 1º de junho de 1969, na suíte 1742 do Queen Elizabeth Hotel em Montreal, André Perry, proprietário de um estúdio de gravação local, chegou e usou uma configuração simples de quatro microfones e um gravador de quatro pistas que trouxe consigo.
A sessão de gravação contou com a presença de dezenas de jornalistas e várias celebridades, incluindo Timothy Leary, Rabino Abraham Feinberg, Joseph Schwartz, Rosemary Woodruff Leary, Petula Clark, Dick Gregory, Allen Ginsberg, Roger Scott, Murray the K e Derek Taylor, muitos dos quais são mencionados na letra. Lennon tocou violão e foi acompanhado por Tommy Smothers dos Smothers Brothers, também no violão.

O último verso refere-se a: "John e Yoko, Timmy Leary, Rosemary, Tommy Smothers, Bobby Dylan, Tommy Cooper, Derek Taylor, Norman Mailer, Allen Ginsberg e Hare Krishna". Na performance de "Give Peace a Chance" incluída no álbum Live Peace in Toronto 1969, Lennon declarou abertamente que não conseguia se lembrar de todas as palavras e improvisou com os nomes dos membros da banda que dividiram o palco com ele e tudo o que veio a se lembrar: "John e Yoko, Eric Clapton, Klaus Voormann, Penny Lane, Roosevelt, Nixon, Tommy Jones e Tommy Cooper, e alguém". O terceiro verso contém uma referência à masturbação, mas Lennon mudou para "mastigação" na folha oficial da letra. Mais tarde, disse que era para evitar controvérsias desnecessárias.
Quando inicialmente lançada em 1969, "Give Peace a Chance" era creditada a Lennon e McCartney. Em lançamentos posteriores com curadoria do Lennon Estate, apenas Lennon é creditado; na reedição dos anos 1990 do álbum Live in New York City, no documentário de 2006 The US vs. John Lennon, no álbum de compilação de 1997 Lennon Legend: The Very Best of John Lennon e em sua versão em DVD seis anos depois. John Lennon expressou seu pesar por ser "culpado o suficiente para dar crédito a McCartney como co-autor de meu primeiro single independente, em vez de dar a Yoko, que na verdade escreveu comigo". De acordo com o autor Ian MacDonald, o crédito foi a maneira de Lennon de agradecer a McCartney por ajudá-lo a gravar "The Ballad of John and Yoko" em um curto espaço de tempo.