Publicada originalmente em 25/07/2011.
As artes visuais tiveram um papel fundamental durante a era do psicodelismo e da contracultura. The Fool - grupo de designers holandeses - talvez tenham sido os maiores expoentes da Pop Art dos anos sessenta. Caíram nas graças dos Beatles e para eles, fizeram dezenas de trabalhos fantásticos. As obras de arte mais conhecidas do The Fool são aquelas que eles criaram entre 1966 e 1968. Incluem: as roupas usadas na transmissão de televisão de 1967 de "All You Need Is Love"; os gráficos do insert do LP Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, de 1967; as roupas usadas no segmento "I Am the Walrus" do filme Magical Mystery Tour de 1967;
O mural de três andares pintado em cores psicodélicas na fachada da Apple Boutique na Baker Street de Londres, além dos desenhos das roupas psicodélicas que eram vendidas na butique; a decoração de um piano de John Lennon e um de seus violões Gibson; a decoração do Mini Cooper de George Harrison e sua casa em Kinfauns em Surrey, assim como várias das guitarras de Harrison, mas não sua Fender Stratocaster conhecida como 'Rocky'; Harrison pintou ele mesmo; o projeto do cenário do filme Wonderwall de Joe Massot, de 1968; e o Rolls Royce de John Lennon;
As artes multi coloridas eram criadas a partir de temas fantásticos e místicos. Os membros originais do The Fool eram artistas - Simon Posthuma e Marijke Koger, um casal que foi descoberto pelo fotógrafo Karl Ferris entre a comunidade hippie na ilha espanhola de Ibiza em 1966. Ferris tirou fotos das roupas criadas por eles, e enviou para Londres, onde foram publicados no The Times causando, imediatamente, enorme frisson.
Depois de se mudarem para Los Angeles, The Fool criou o maior mural do mundo na época (1968) no exterior do Aquarius Theatre para a produção do musical da Broadway Hair, a convite do produtor Michael Butler. Simon e Marijke pintaram outros cinemas onde o Hair estava tocando, em San Francisco, Seattle e Chicago. Depois disso, The Fool se separou.
O DIA QUE A BAKER STREET FICOU MAIS BONITA
Durante o fim de semana de 10 a 12 de novembro de 1967, enquanto os Beatles estavam preocupados em gravar o vídeo de seu novo compacto, "Hello Goodbye", The Fool começou a pintar a antiga fachada de tijolos da loja, armando um andaime e envolvendo-o com encerados, de modo que o trabalho pudesse ser feito em sigilo."Eles se recusavam a dizer a qualquer um de nós a aparência que a fachada teria" diz Alistair Taylor. Ninguém, com exceção dos estudantes de artes contratados para executar o painel, tinha permissão de espiar o trabalho em curso. Até os Beatles eram mantidos a distância, como normalmente se faz com crianças ávidas de curiosidade. "Quando finalmente chegou a hora de tornar público o trabalho, todos nós nos juntamos na rua. O encerado caiu de maneira dramática e, sob ele, estava um incrível mural psicodélico na fachada do pequeno edifício, um autêntico gênio de três andares, com estrelas, luas e fadas e coisas desse tipo. Minha nossa! Nós ficamos absolutamente pasmados. Era fabuloso! As pessoas debruçavam-se das janelas dos prédios e dos ônibus para olhar. Qualquer motorista que entrava na rua quase batia no carro da frente, cujo chofer também tinha parado para olhar. A pintura era maravilhosa", disse Paul, fazendo eco à opinião compartilhada pelos demais Beatles com a maior parte do público. Na cidade toda, o mural da butique da Apple tornou-se assunto de conversa. Londres jamais vira algo parecido. As pessoas vinham de todos os bairros para observar melhor, obstruindo a calçada em frente à loja, congestionando o tráfego. Ela se tornou tão popular como atração turística como qualquer um dos pontos turísticos tradicionais. Porém, a comissão de planejamento da City of Wesminster, à qual tinha sido requerida a permissão oficial para pintar a fachada - ignorando-se se ela havia ou não dado a resposta -, não mostrava muito entusiasmo com isso tudo. 'Não demorou muito tempo para que fôssemos chamados pelos advogados do poder público, que disseram que teríamos de devolver ao prédio a antiga aparência", lembra Taylor. Seguiram-se três semanas de uma acalorada disputa na justiça, até que, finalmente, o mural foi apagado pelo The Fool.
Amo arte psicodélica, os desenhos, as cores. Lindo demais!
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