segunda-feira, 12 de julho de 2021

CAPA - MEMORIAL STRAWBERRY FIELDS - NEW YORK


Com exceção de alguns períodos, como os 18 meses em que ficou separado de Yoko Ono, John Lennon viveu em Nova York de agosto de 1971 até o dia que foi assassinado, 8 de dezembro de 1980.

O caso de amor de John Lennon por Nova York é antigo. A cidade foi um abrigo natural para Lennon em 1971 - um rei do rock que se separou dos companheiros de banda e agora estava casado com um artista de vanguarda. Em Nova York, Lennon poderia escapar do conservadorismo enfadonho da Inglaterra - onde fora incriminado por uma apreensão de drogas feita por um policial excessivamente radical. Por dois anos, ele e Yoko Ono viveram em vários endereços antes de se estabelecerem no histórico edifício de apartamentos Dakota no Central Park West. Mas seus nove anos em Nova York testariam seu amor por Ono, pelos Estados Unidos e por seus companheiros de Liverpool. O governo Nixon tentou deportá-lo; os toques finais foram dados na amarga separação dos Beatles; e até mesmo ele e Ono se separaram em 1973 - deixando Lennon e sua assistente, May Pang, perdidos por um ano de festas em Los Angeles que Lennon chamaria de "fim de semana perdido". Retornando a Nova York, Lennon teria uma reconciliação com Ono, em grande parte graças ao nascimento de seu filho, Sean, em 1975. Então, após cinco anos sem gravar, Lennon lançou o que seria seu retorno e álbum final, “Double Fantasy”, em 1980.
Ele abraçou a Big Apple, e a metrópole o abraçou. E, desde que partiu, a cidade o reverencia e faz questão de lembrar da bonita conexão entre eles. No dia 6 de outubro de 2015, Yoko Ono organizou uma linda homenagem para marcar os 75 anos de John Lennon, comemorados em 9 de outubro daquele ano. Juntou mais de 2 mil pessoas em um ensolarado Central Park e formou um enorme sinal da Paz.
Três décadas antes, Yoko estava no mesmo Central Park para inaugurar o que se transformou em um dos pontos turísticos mais visitados de Nova York. Ao lado do filho, Sean, que completava exatos 10 anos naquele dia, ela inaugurou o Memorial Strawberry Fields, uma grande área na entrada Oeste do parque, transformada em um lindo jardim, um lugar para meditação e um espaço para lembrar John Lennon.
“O jardim é resultado de todos nós sonhando juntos. É nossa maneira de pegar uma triste canção e torná-la melhor”, disse Yoko, para milhares de presentes, parafraseando um verso de “Hey Jude”. O memorial fica de frente para a entrada do Edifício Dakota, onde ela e John viveram por muito tempo e onde ele foi tragicamente assassinado por Mark Chapman. Coincidentemente, o casal teve várias histórias exatamente naquela área do Central Park, um local que era praticamente o quintal de sua casa. Foi ali que eles fizeram a última caminhada juntos. Foi ali, também, que gravaram o clipe de “Woman”, do álbum Double Fantasy.

“Uma semana antes da morte de John, nós gravamos o clipe, e nos filmamos ali. Até conversamos: ‘que lugar triste’. Era muito abandonado, pouco cuidado. Eu disse: ‘bem, vamos doar alguma grama ou algo?’ John falou: ‘claro, é uma ótima ideia’. Claro, eu não sabia que se transformaria em algo assim, naquela época”, contou a viúva de John Lennon, em entrevista em 1993.

Idealizado por Yoko Ono em parceria do paisagista Bruce Kelly e do Central Park Conservancy, Strawberry Fields conta com um lindo mosaico em preto-e-branco feito por artesãos italianos, um presente da cidade de Nápoles. Uma espécie de mandala, com a palavra IMAGINE no centro. Todos os anos, seja no aniversário de nascimento ou da morte, fãs se reúnem em Strawberry Fields para prestar justíssima e emocionante homenagem a John Lennon.

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