O superastro Paul McCartney retorna ao Brasil para mais dois espetáculos em São Paulo. De 1993 para cá, quem acompanha a sua carreira, sabe que pouco mudou no seu repertório - com sucessos dos Beatles, do Wings e de sua carreira solo. A grande mudança está na superbanda que o acompanha. Desde 2001, Macca está na estrada com o mesmo grupo de apoio, a quem costuma se referir como a melhor banda com que já tocou desde os Beatles. Conheça um pouco mais sobre a tropa de elite do “chefe”, como eles carinhosamente chamam o patrão.
O trabalho de Rusty Anderson vai além de apresentações com um ex-beatle. Ele tem chegado muito mais aos nossos ouvidos. Como músico de estúdio, Anderson participou de sucessos como Living La Vida Loca (Ricky Martin), The Game of Love (Santana) e de álbuns do Walflowers, Elton John, Sinead O’Connor, Courtney Love e outros artistas. Neste ano, o guitarrista free-lancer de Los Angeles lançou o trabalho Undressing Underwater (Surfdog) “As pessoas têm me falado que ele soa como um disco de pop britânico”, diz Anderson, “Mas eu apenas deixei que meu estilo natural aflorasse e procurei não pensar demais sobre nada. As canções se formaram ao longo do tempo, como estalagmites e estalactites”. Não importa como as músicas surgiram, Undressing Underwater (Surfdog) é fantástico. Trata-se de um trabalho repleto de texturas que traz a energia do glam, surf music, rock clássico, hard rock, new wave e punk pop, além de conter partes maravilhosas de guitarra, belas melodias e arrojadas harmonias vocais.
“Gosto de cores”, diz ele. “E curto linhas de guitarra que funcionem verticalmente e horizontalmente – o que significa que a linha é boa por si só e também funciona dentro do contexto da música. Uma boa parte deve lembrá-lo instantaneamente de uma sensação especial, recordar uma gravação favorita ou produzir uma emoção – é o que chamo de “lembrança involuntária”.
Influenciado pelos três Micks – Mick Ralphs, Mick Jones (The Clash) e Mick Ronson -, Jimi Hendrix (“Axis Bold as Love é a bíblia da guitarra para mim”), Adrian Belew, Tom Morello, Steve Hackett e Jonny Greenwood (Radiohead), Anderson toca sempre com um timbre decisivo e articulado.
“Em termos sonoros, tenho a tendência de partir para a saturação, e acredito que o ataque é muito importante”, ele explica. “O som de Mick Ralphs em Mott, do Mott the Hoople, por exemplo, é consistente e elegante, além de ter um ataque muito bonito. Este é o exemplo perfeito da utilização equilibrada de saturação e ataque”.
Embora o disco de Anderson esteja repleto de surpresas sonoras, ele afirma que uma tonelada de equipamento nem sempre é necessária. “Você pode distrair-se facilmente com equipamentos e perder o foco de criação”, diz ele. “Acredito que os gostos das pessoas aparecem no momento em que elas tocam um instrumento, e é com isso que você pode contar. Técnica e equipamentos são apenas meios para um fim: a comunicação de suas idéias para outras pessoas. Você precisa limpar sua mente, focar-se em sua inspiração e renová-la para uma boa música surgir”.
Brian Ray parece um rock star quando se mexe sem parar pelo palco quando toca guitarra e baixo com Paul McCartney. Mas ele é também um maníaco por canções que também se sente feliz compondo sozinho, dentro de uma sala. E ele mostra talento em ambas as frentes. Este entusiasmado guitarrista já tocou com duas grandes lendas – McCartney e Etta James – e seus dotes de compositor já foram utilizados por Peter Frampton, Michael Steele (The Bangles), Rita Coolidge, entre outros artistas. Ele gravou, inclusive, o grande sucesso One Heartbeat para Smockey Robinson, em 1987.
“Embora as minhas raízes estejam nos músicos de blues dos 1950 (cinqüenta) e 60 (sessenta) – e o meu herói seja o Jeff Beck da era Truth – sempre fui um aficionado pelas boas canções pop. Portanto, a composição sempre vem em primeiro lugar. Tocar guitarra é tudo para mim, mas as seis cordas não é nada a menos que esteja dando suporte e chamando a atenção do ouvinte à canção, ao cantor e à letra. Não gosto de guitarra somente pela guitarra”.
Para garantir que suas partes tenham contribuído para a música, Ray e seu amigo co-produtor Oliver Leiber passaram um bocado de tempo procurando pelos melhores ajustes até encontrarem os sons perfeitos.
E por fim, dono absoluto das poderosas baquetas que seguram toda a cozinha da superbanda, está a figura do gigante
ABE LABORIEL JR. Filho de um dos mais respeitados baixistas de estúdio do mundo, Abraham Laboriel Sr., Abe iniciou sua vida musical muito cedo. Se graduou na Berklee College Of Music e um de seus padrinhos musicais foi o baterista Jeff Porcaro. Após sair da faculdade, Abe caiu na estrada com artistas como Steve Vai, Seal e Sting. Recentemente, acompanhou Eric Clapton e Steve Winwood em uma pequena turnê. Seu currículo como baterista de estúdio passa por Ringo Starr, Hanson, Natalie Cole, Fiona Apple, Lady Gaga, Will Smith, Jewel, Shakira e os ícones B.B. King e Les Paul, entre muitos outros.
“Eu tinha mão pesada, mas o chefe confiou”. E foi assim que o baterista Abe Laboriel Jr. se tornou um dos trunfos da banda de Sir Paul McCartney, dono de um dos sets mais aplaudidos do show que o estádio do Morumbi verá hoje e amanhã em São Paulo.
Algumas horas antes de estrear no Estádio do River Plate, na Argentina, na quinta-feira, Abe Laboriel deu uma pequena entrevista. Rasgou o verbo para a plateia gaúcha, falou sobre "o chefe" e contou como é a sua relação com o homem do qual, em tese, ocupa o mesmo lugar: Ringo Starr.
Você sabe, Ringo Starr tem uma imensa reputação de ser um baterista medíocre. O que você pensa disso?
Minha opinião é que as pessoas que dizem isso são ignorantes. Ringo é um dos mais prolíficos bateristas da História. Sua abordagem da bateria foi importante para o desenvolvimento de instrumentistas como John Bonham (Led Zeppelin) e Stuart Copeland (Police). Muitos discordam dessa afirmação, porque a técnica é apenas um dos aspectos da arte de tocar bateria. A técnica é 10% de tudo, os outros 90% são musicalidade, coisa que Ringo domina maravilhosamente bem. É um estilo verdadeiramente fantástico.
Você já o conheceu?
Sim. No início, ele veio a alguns shows nossos. É um sujeito admirável, gentil, e me apoiou muito. Depois, tocamos juntos em alguns shows beneficentes, e estivemos juntos naquele evento organizado pelo David Lynch no Radio City Music Hall. Não tenho palavras para descrever a emoção que tive, o tanto que me impressionou notar que ele ouvia ao mesmo tempo que tocava. Ele sacou que eu toco diferente dele, e não fez com que eu o acompanhasse, ele se juntou a mim, sorrindo. É um cavalheiro de verdade, e demonstrou camaradagem legítima.
Quando você se deu conta pela primeira vez de que estava ali ocupando o lugar que um dia foi de Ringo Starr, como reagiu?
É interessante. Eu cresci ouvindo Beatles, lembro que dois dos meus primeiros álbuns foram Sgt. Pepper"s e White Album. Mas, depois, ouvi também muito Band on the Run e Wings, e todo o trabalho solo de Paul. Era isso que mais me vinha à cabeça. Não conectei com Beatles imediatamente, mas com o trabalho solo de Paul. Para mim, nunca foi como "Oh, my God, estou nos Beatles!". Nada disso: é como se fosse tocar com um velho amigo. Porque é isso que Paul é, um querido amigo. Quando estou a bordo dessa banda, não sinto essa reverência à coisa clássica. Toco para a plateia, que é diferente daquela que estava na frente dos Beatles naquele tempo. Tenho diferentes gêneros como minhas influências, e essa audiência também tem. Você não pode tocar hoje em dia frente a um estádio lotado, 75 mil, 45 mil pessoas, como se fosse nos anos 1960. Não. É o mesmo espírito, mas com o fogo que John Bonham ensinou. Não posso tocar suavemente. Sou assim: grande e bombástico.
Abe, quais são suas canções preferidas dos Beatles?
Tem muitas. Por exemplo: eu adoro tocar a música Magical Mistery Tour, porque é uma celebração. Adoro também tocar Helter Skelter, porque sempre me impressiona, e é uma pedra de toque. Helter Skelter é a primeira música de heavy metal jamais tocada.
Como é ter Paul McCartney como patrão?
É exigente, mas também amigável e cordato. Quando estamos gravando, no estúdio, é sempre admirável ver como suas ideias são férteis e generosas musicalmente. E não é exclusivista: logo após gravarmos um álbum, tive o convite do Sting e fiquei três meses excursionando com ele. Só exige dedicação.
Seu pai, o baixista Abe Laboriel Sr, foi um mito da música. Qual foi a principal influência que você recebeu dele?
Confiança. Ele me ensinou que é preciso sustentar aquilo que você é, não fingir que é algo que não é. Autocontrole, autoconfiança, amor, apoio.
Esta é sua primeira turnê pela América do Sul?
Sim, é minha primeira vez. Estou muito feliz, encontrei aqui muita gente legal. Em Porto Alegre foi inacreditável, a emoção, a vibração do público. Uma plateia incrivelmente animada. É sem dúvida um recanto muito especial do planeta.
O trabalho de Rusty Anderson vai além de apresentações com um ex-beatle. Ele tem chegado muito mais aos nossos ouvidos. Como músico de estúdio, Anderson participou de sucessos como Living La Vida Loca (Ricky Martin), The Game of Love (Santana) e de álbuns do Walflowers, Elton John, Sinead O’Connor, Courtney Love e outros artistas. Neste ano, o guitarrista free-lancer de Los Angeles lançou o trabalho Undressing Underwater (Surfdog) “As pessoas têm me falado que ele soa como um disco de pop britânico”, diz Anderson, “Mas eu apenas deixei que meu estilo natural aflorasse e procurei não pensar demais sobre nada. As canções se formaram ao longo do tempo, como estalagmites e estalactites”. Não importa como as músicas surgiram, Undressing Underwater (Surfdog) é fantástico. Trata-se de um trabalho repleto de texturas que traz a energia do glam, surf music, rock clássico, hard rock, new wave e punk pop, além de conter partes maravilhosas de guitarra, belas melodias e arrojadas harmonias vocais.
“Gosto de cores”, diz ele. “E curto linhas de guitarra que funcionem verticalmente e horizontalmente – o que significa que a linha é boa por si só e também funciona dentro do contexto da música. Uma boa parte deve lembrá-lo instantaneamente de uma sensação especial, recordar uma gravação favorita ou produzir uma emoção – é o que chamo de “lembrança involuntária”.
Influenciado pelos três Micks – Mick Ralphs, Mick Jones (The Clash) e Mick Ronson -, Jimi Hendrix (“Axis Bold as Love é a bíblia da guitarra para mim”), Adrian Belew, Tom Morello, Steve Hackett e Jonny Greenwood (Radiohead), Anderson toca sempre com um timbre decisivo e articulado.
“Em termos sonoros, tenho a tendência de partir para a saturação, e acredito que o ataque é muito importante”, ele explica. “O som de Mick Ralphs em Mott, do Mott the Hoople, por exemplo, é consistente e elegante, além de ter um ataque muito bonito. Este é o exemplo perfeito da utilização equilibrada de saturação e ataque”.
Embora o disco de Anderson esteja repleto de surpresas sonoras, ele afirma que uma tonelada de equipamento nem sempre é necessária. “Você pode distrair-se facilmente com equipamentos e perder o foco de criação”, diz ele. “Acredito que os gostos das pessoas aparecem no momento em que elas tocam um instrumento, e é com isso que você pode contar. Técnica e equipamentos são apenas meios para um fim: a comunicação de suas idéias para outras pessoas. Você precisa limpar sua mente, focar-se em sua inspiração e renová-la para uma boa música surgir”.
Brian Ray parece um rock star quando se mexe sem parar pelo palco quando toca guitarra e baixo com Paul McCartney. Mas ele é também um maníaco por canções que também se sente feliz compondo sozinho, dentro de uma sala. E ele mostra talento em ambas as frentes. Este entusiasmado guitarrista já tocou com duas grandes lendas – McCartney e Etta James – e seus dotes de compositor já foram utilizados por Peter Frampton, Michael Steele (The Bangles), Rita Coolidge, entre outros artistas. Ele gravou, inclusive, o grande sucesso One Heartbeat para Smockey Robinson, em 1987.
“Embora as minhas raízes estejam nos músicos de blues dos 1950 (cinqüenta) e 60 (sessenta) – e o meu herói seja o Jeff Beck da era Truth – sempre fui um aficionado pelas boas canções pop. Portanto, a composição sempre vem em primeiro lugar. Tocar guitarra é tudo para mim, mas as seis cordas não é nada a menos que esteja dando suporte e chamando a atenção do ouvinte à canção, ao cantor e à letra. Não gosto de guitarra somente pela guitarra”.
Para garantir que suas partes tenham contribuído para a música, Ray e seu amigo co-produtor Oliver Leiber passaram um bocado de tempo procurando pelos melhores ajustes até encontrarem os sons perfeitos.
“Eu estava disposto a experimentar uma porção de colorações de guitarra, para que cada parte tivesse uma essência verdadeira”, diz Ray. “Não queria dar uma de preguiçoso e falar: ‘Tenho três guitarras e dois amplificadores dos quais gosto, e vou usá-los o tempo todo na gravação’. E aí que a parceria com Oliver proporciona experiências maravilhosas, porque o seu estúdio possui um arsenal de amplificadores e efeitos vintage. Nos overdubs, eu cantava ou tocava uma parte para Oliver e ele dizia: ‘Certo, experimente esta guitarra plugada naquele amplificador Watkins Dominator e depois insira um delay’. Quando eu escutava o resultado final, ficava sempre impressionado”.
Em relação aos solos, Ray jamais aprendeu os de outras pessoas. Pelo contrário, ele absorveu os timbres, estilos e gostos de seus guitarristas prediletos. “Sigo dois métodos para solar”, explica. “O primeiro é mais energético – uma abordagem de rock clássico e blues. Depois, após o segundo ou terceiro take, experimento solos mais temáticos e melodiosos, à La George Harrison ou Paul McCartney. Nunca fui fâ de guitarristas fanáticos por velocidade. Meu negócio é mais ligado às pausas que existem entre as notas, à pegada e à expressão. Não tem nada a ver com ‘Confiram este meu riff arrasador’. Meu negócio é causar choro ou riso em uma pessoa”.
Paul "Wix" Wickens
Ao lado de Paul McCartney nos palcos há 21 anos, o multiinstrumentista Paul “Wix” Wickens é o único remanescente da antiga banda do ex-beatle, que também contava com sua esposa Linda, nos teclados. Wix é o diretor musical da banda de Paul e também já trabalhou com artistas como Styx, The Damned, Tim Finn, Carrack Paulo, Nik Kershaw, Jim Diamond, Boy George e David Gilmour.Em relação aos solos, Ray jamais aprendeu os de outras pessoas. Pelo contrário, ele absorveu os timbres, estilos e gostos de seus guitarristas prediletos. “Sigo dois métodos para solar”, explica. “O primeiro é mais energético – uma abordagem de rock clássico e blues. Depois, após o segundo ou terceiro take, experimento solos mais temáticos e melodiosos, à La George Harrison ou Paul McCartney. Nunca fui fâ de guitarristas fanáticos por velocidade. Meu negócio é mais ligado às pausas que existem entre as notas, à pegada e à expressão. Não tem nada a ver com ‘Confiram este meu riff arrasador’. Meu negócio é causar choro ou riso em uma pessoa”.
Paul "Wix" Wickens
E por fim, dono absoluto das poderosas baquetas que seguram toda a cozinha da superbanda, está a figura do gigante
ABE LABORIEL JR. Filho de um dos mais respeitados baixistas de estúdio do mundo, Abraham Laboriel Sr., Abe iniciou sua vida musical muito cedo. Se graduou na Berklee College Of Music e um de seus padrinhos musicais foi o baterista Jeff Porcaro. Após sair da faculdade, Abe caiu na estrada com artistas como Steve Vai, Seal e Sting. Recentemente, acompanhou Eric Clapton e Steve Winwood em uma pequena turnê. Seu currículo como baterista de estúdio passa por Ringo Starr, Hanson, Natalie Cole, Fiona Apple, Lady Gaga, Will Smith, Jewel, Shakira e os ícones B.B. King e Les Paul, entre muitos outros.
“Eu tinha mão pesada, mas o chefe confiou”. E foi assim que o baterista Abe Laboriel Jr. se tornou um dos trunfos da banda de Sir Paul McCartney, dono de um dos sets mais aplaudidos do show que o estádio do Morumbi verá hoje e amanhã em São Paulo.
Algumas horas antes de estrear no Estádio do River Plate, na Argentina, na quinta-feira, Abe Laboriel deu uma pequena entrevista. Rasgou o verbo para a plateia gaúcha, falou sobre "o chefe" e contou como é a sua relação com o homem do qual, em tese, ocupa o mesmo lugar: Ringo Starr.
Você sabe, Ringo Starr tem uma imensa reputação de ser um baterista medíocre. O que você pensa disso?
Minha opinião é que as pessoas que dizem isso são ignorantes. Ringo é um dos mais prolíficos bateristas da História. Sua abordagem da bateria foi importante para o desenvolvimento de instrumentistas como John Bonham (Led Zeppelin) e Stuart Copeland (Police). Muitos discordam dessa afirmação, porque a técnica é apenas um dos aspectos da arte de tocar bateria. A técnica é 10% de tudo, os outros 90% são musicalidade, coisa que Ringo domina maravilhosamente bem. É um estilo verdadeiramente fantástico.
Você já o conheceu?
Sim. No início, ele veio a alguns shows nossos. É um sujeito admirável, gentil, e me apoiou muito. Depois, tocamos juntos em alguns shows beneficentes, e estivemos juntos naquele evento organizado pelo David Lynch no Radio City Music Hall. Não tenho palavras para descrever a emoção que tive, o tanto que me impressionou notar que ele ouvia ao mesmo tempo que tocava. Ele sacou que eu toco diferente dele, e não fez com que eu o acompanhasse, ele se juntou a mim, sorrindo. É um cavalheiro de verdade, e demonstrou camaradagem legítima.
Quando você se deu conta pela primeira vez de que estava ali ocupando o lugar que um dia foi de Ringo Starr, como reagiu?
É interessante. Eu cresci ouvindo Beatles, lembro que dois dos meus primeiros álbuns foram Sgt. Pepper"s e White Album. Mas, depois, ouvi também muito Band on the Run e Wings, e todo o trabalho solo de Paul. Era isso que mais me vinha à cabeça. Não conectei com Beatles imediatamente, mas com o trabalho solo de Paul. Para mim, nunca foi como "Oh, my God, estou nos Beatles!". Nada disso: é como se fosse tocar com um velho amigo. Porque é isso que Paul é, um querido amigo. Quando estou a bordo dessa banda, não sinto essa reverência à coisa clássica. Toco para a plateia, que é diferente daquela que estava na frente dos Beatles naquele tempo. Tenho diferentes gêneros como minhas influências, e essa audiência também tem. Você não pode tocar hoje em dia frente a um estádio lotado, 75 mil, 45 mil pessoas, como se fosse nos anos 1960. Não. É o mesmo espírito, mas com o fogo que John Bonham ensinou. Não posso tocar suavemente. Sou assim: grande e bombástico.
Abe, quais são suas canções preferidas dos Beatles?
Tem muitas. Por exemplo: eu adoro tocar a música Magical Mistery Tour, porque é uma celebração. Adoro também tocar Helter Skelter, porque sempre me impressiona, e é uma pedra de toque. Helter Skelter é a primeira música de heavy metal jamais tocada.
Como é ter Paul McCartney como patrão?
É exigente, mas também amigável e cordato. Quando estamos gravando, no estúdio, é sempre admirável ver como suas ideias são férteis e generosas musicalmente. E não é exclusivista: logo após gravarmos um álbum, tive o convite do Sting e fiquei três meses excursionando com ele. Só exige dedicação.
Seu pai, o baixista Abe Laboriel Sr, foi um mito da música. Qual foi a principal influência que você recebeu dele?
Confiança. Ele me ensinou que é preciso sustentar aquilo que você é, não fingir que é algo que não é. Autocontrole, autoconfiança, amor, apoio.
Esta é sua primeira turnê pela América do Sul?
Sim, é minha primeira vez. Estou muito feliz, encontrei aqui muita gente legal. Em Porto Alegre foi inacreditável, a emoção, a vibração do público. Uma plateia incrivelmente animada. É sem dúvida um recanto muito especial do planeta.
LET ME ROLL IT!
Com certeza a melhor banda a acompanhar Paul Mccartney desde a banda de Wings Over América.
ResponderExcluira melhor banda de apoio da historia ao lado da Crazy Horse do neil young!
ResponderExcluirO Rusty é muito lindoooooooo
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