Hoje faz 44 anos do lançamento do álbum "RAM" e 38 do lançamento do álbum "THRILLINGTON". Um álbum de nome estranho produzido por alguém ainda mais estranho: um tal de Percy 'Thrills' Thrillington. Pseudônimo adotado por McCartney para este álbum produzido por ele, com as canções do álbum “RAM”, brilhantemente orquestradas.
THRILLINGTON - “Instrumental original” - Um projeto complexo e requintado, produzido em apenas quatro dias, que permaneceu sete anos guardado nos arquivos perdidos do baú de Paul McCartney.
Em maio de 1971, McCartney convidou o arranjador Richard Hewson para trabalhar em seu novo projeto: uma versão instrumental do álbum Ram, ainda inédito naquele momento. Hewson era um conhecido de Paul, dos tempos da Apple, tendo colaborado com ele anteriormente nos arranjos e orquestrações da faixa Goodbye, e do LP Postacard da cantora Mary Hopkin. Com os arranjos preparados, Paul convocou o engenheiro de som, Tony Clark, para juntar-se às sessões de gravação de Thrillington, nos dias 15, 16 e 17 de junho, que aconteceriam no Studio 2 de Abbey Road. As bases rítmicas das canções – antes de receberam os arranjos compostos por Hewson foram gravadas por uma banda composta por Herbie Flowers (contrabaixo), Steve Grey (piano), Vic Flick (guitarra elétrica e violão), Clem Cattini (bateria), Roger Coulan (órgão) e Jim Lawless (percurssão). Após as sessões, que duraram cerca de 11 horas, no dia 15 de junho, os arranjos criados anteriormente por Hewson puderam ser gravados, com a adição de dez violinos, quatro calos, duas clarinetas, dois saxofones altos, e um cravo com som de harpa utilizado na faixa Uncle Albert / Admiral Halsey. No dia seguinte, Paul e Hewson continuaram trabalhando nos arranjos. Nessa data, mais um trompete piccolo (o mesmo utlizado na canção Penny Lane), quatro flautas e um coral formado por garotos do grupo The Swingle Singers foram adicionados às canções. O coral, proveniente da França, participaria apenas da canção Ram On. No dia 17 de junho, mais instrumentos seriam registrados, desta vez, no maior estúdio da Abbey Road, o Studio I. Entre eles, trompetes, trombones e uma tuba. Com todas as gravações prontas, o dia 18 de junho foi reservado para o trabalho de mixagem. Tony Clark, um dos mais envolvidos no projeto, ficou a cargo dessa tarefa, com supervisão de Paul McCartney. Embora muito esforço tenha sido colocado no projeto, Thrillington só chegaria às lojas, sem muito alarde, em meados de 1977. O LP (lançado como CD apenas em 1995), entretanto, não seria divulgado como um trabalho de Paul McCartney mas, sim, como mais um de seus pseudônimos, o maestro irlandês Percy “Thrills” Thrillington.
“Depois que finalizamos Ram, eu tive a idéia de lançar uma versão “Big Band” do álbum. Percebi que ninguém faria isso por mim (risos), então decidi produzir o disco com Richard Hewson, só que usando um pesudônimo. Acho que foi um pouco de indulgência da minha parte, porque ninguém mais faria isso, ou lançaria um álbum desse tipo. A verdade é que gosto de fazer algumas bobagens como essa”, explicou McCartney em entrevista ao fanzine official, Club Sandwich, em 1992.
Fonte: "Paul McCartney - Todos os segredos da carreira solo" - Cláudio D. Dirani
Interessante esse disco, vejo ele mais como uma excentricidade do Paul. Ele foi incluso na deluxe edition do "Ram" na The Paul McCartney Archive em 2012.
ResponderExcluirNossa, não sabia deste álbum. Vou procurar ouvi-lo.
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