Yoko Ono é mais conhecida como a viúva de John Lennon, mas é a artista de vanguarda dos anos 1960 quem vai receber as homenagens com uma exposição do museu de arte moderno (MoMA) de Nova York, que começa hoje, domingo.
"Yoko Ono, One Woman show" é a primeira mostra totalmente dedicada a esta japonesa de 82 anos e explora o período entre os anos 1960 e 1970, no qual a então jovem artista e música circulava pela cultura 'underground' de Nova York. "É uma dessas personalidades que redefiniu a arte de sua época, mas que nunca foi realmente reconhecida", explicou à AFP Christophe Cherix, um dos curadores da exposição. "É um pouco responsável porque se tornou tão popular no final dos anos 60", acrescentou. A mostra se concentra precisamente em uma época em que Yoko Ono fez "grandes aportes", segundo Cheriz. Através de um percurso cronológico e temático é possível ver dezenas de suas obras, trabalhos em tecidos, com tinta chinesa, filmes, fotos, objetos pessoais e instalações dos anos 60 como a "Bag piece" totalmente branca, à qual as pessoas são convidadas a tirar a roupa antes de se sentar e se cobrir com um tecido preto. No filme "Cut Piece" (1964), ela aparece sentada no cenário enquanto os espectadores são convidados a subir, cortar sua roupa e levar o pedaço de tecido. A entrada da mostra antecipa o que será visto, com uma maçã verde em um pedestal de acrílico e uma única palavra, "Apple" (maçã), um projeto 1966. "A ideia é confrontar o visitante o mais rapidamente e diretamente possível com a natureza radical de seu trabalho há 40 anos", disse Cherix.
A imensa maioria das obras é dedicada a Ono, mas os admiradores do casal formado com John Lennon poderão ver a filmagem do "Bed in", de 1969, durante o qual os dois discutem por horas na cama sobre política e a paz, durante a viagem da lua-de-mel para Amsterdã, cercados de jornalistas, artistas e militantes. Do seu lado, um cartaz diz "a guerra terminou". Em 1971, Yoko Ono tinha anunciado pela imprensa uma exposição "não autorizada" no MoMA. Mas o único que se podia ver era um homem sanduíche na porta do museu afirmando que a artista tinha soltado moscas que os visitantes poderiam seguir no local e na cidade. Foi esta lembrança que levou à concretização da mostra, contou o diretor do MoMA, Glenn Lowry, durante a apresentação à imprensa, na qual estava Yoko Ono - que mora em Nova York - com óculos de sol, chapéu e jaqueta de couro preto. A artista contou que, em 1971, tinha sido levada "muito a sério esta exposição conceitual". "Não sei como fiz, durante 40 anos, sem ser reconhecida. É bom saber que a gente vai ser reconhecido e florescerá um dia", acrescentou. A mostra estará aberta entre 17 de maio a 7 de setembro. Yoko Ono falou de criatividade, da importância de criar um mundo melhor e leu um de seus textos, insistindo na necessidade de conquistar a paz interior.https://br.noticias.yahoo.com
Yoko toda pomposa!
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