"Estranhas" para não usar outro nome. A maioria dos fãs e dos críticos não suporta nenhuma dessas "músicas" e preferia que nunca tivessem sido sequer gravadas e muito menos ainda: gravadas pelos Beatles. Geralmente, essas faixas são longas, esquisitas, bizarras e sem sentido algum. E olhe que essa lista só tem 5. Mas poderia ser bem mais encorpada se contasse com os álbuns do casal Lennon ou os primeiros discos de George Harrison: Eletronic Sounds e Wonderwall. "Musica Experimental de Vanguarda", justificam os 'mais evoluídos. Que os Beatles eram gênios, isso é indiscutível. Sabiam por A + B a fórmula das canções mágicas de sucesso, mas antes de tudo, eram humanos. Todos estavam na faixa dos vinte e poucos anos na segunda parte dos anos 60, quando essas faixas foram criadas. Então, vamos conferir? As 5 faixas não estão necessariamente em ordem de qual é a mais esquisita, mas que todas são, são.
"Carnival of Light" talvez deva merecer o título de "A Mais Estranha faixa gravada pelos Beatles". Em 5 de janeiro de 1967, logo após as sessões para Penny Lane, os Beatles gravaram uma faixa experimental para uso em um festival de arte, luz e som que estava por vir, intitulado The Million Volt Light and Sound Rave que aconteceria no Chalk Farm Road Roundhouse Theatre em Londres, nos dias 28 de janeiro e 4 de fevereiro do mesmo ano. A faixa, que eles intitularam "Carnival of Light", teria 13:48 minutos de duração e, além dos dois eventos originais em que foi tocada, nunca foi lançada e é desconhecida pelo público em geral. Em dezembro de 1966, o designer David Vaughan (parte do trio de designers Binder, Edwards & Vaughan), perguntou se Paul poderia contribuir com uma peça musical para a estreia de The Million Volt Light and Sound Rave. Para sua surpresa, McCartney concordou em fazer uma contribuição. "Carnival of Light" foi gravada em Abbey Road com produção de George Martin e assistência de Geoff Emerick. John Lennon, Paul McCartney , George Harrison e Ringo Starr fazem vocais, órgão, guitarra, pandeiro, efeitos e loops.
"You Know My Name (Look Up the Number)" foi composta por John Lennon, creditada à Lennon & McCartney e lançada como lado B do single Let It Be de 1970. Foi gravada em 1967, durante as sessões de Pepper, mas só foi lançada três anos depois. a faixa foi inspirada em um slogan que ficava em uma lista telefônica na casa de McCartney. Traz também a participação de Brian Jones, dos Rolling Stones, que veio visitá-los na sessão e acabou fazendo um solo de saxofone. A canção ficou intocável até 30 de abril de 1969, quando Lennon e McCartney voltaram a trabalhar nela para o lançamento, com a ajuda de Mal Evans. Foi produzida por George Martin e teve Geoff Emmerick como engenheiro. Participaram da gravação: John Lennon - vocais, guitarra, maracas, palmas; Paul McCartney - vocais, piano, baixo, palmas; George Harrison - vocais de apoio, guitarra, vibratos, palmas; Ringo Starr - vocais, bateria, bongôs e palmas; Mal Evans - efeitos sonoros e Brian Jones - solo de saxofone.
"What's The New Mary Jane" foi gravada em 15 de agosto de 1968, em Abbey Road durante as gravações do Álbum Branco. Encabeçada por John Lennon e George Harrison com piano e guitarra gravados em dois canais, esta música (?) acabou ficando de fora do álbum. A música com letra surrealista tem John no vocal e "efeitos sonoros" de Yoko Ono e Mal Evans. Paul e Ringo não participaram. "What's The New Mary Jane" só apareceria de verdade, em 28 de outubro de 1996, no “Anthology III”. Foi gravada em 14 de agosto e 26 de novembro de 1969, produzida por George Martin, Geoff Emerick e John Lennon e teve como engenheiros Ken Scott e Mike Sheady. "What's The New Mary Jane" aparece também na edição especial de 50 anos do Álbum Branco.
“Wild Honey Pie” é a 5ª música (...) do lado 1 do Álbum Branco. Aparece entre "Ob-La-Di, Ob-La-Da" e "The Continuing Story of Bungalow Bill". Dura apenas 53 segundos. Esta faixa tem a letra mais curta e repetitiva dentre todas as criadas pelos Beatles. Paul McCartney havia composto durante o retiro espiritual na Índia, e resolveu gravá-la em um momento que ele posteriormente classificou de “experimental”. A gravação foi realizada no dia 20 de agosto de 1968, e concluída em 13 de outubro de 1968 no estúdio 2 de Abbey Road, enquanto os outros Beatles, John Lennon e Ringo Starr gravavam no estúdio 3 e George Harrison havia tirado uns dias de folga e viajado para a Grécia. Só aparece no Álbum Branco.
E por último, mas não menos importante, a campeã dessa lista: a infame "Revolution 9". Essa, não era uma canção de Lennon & McCartney nem uma gravação dos Beatles. Era um amálgama imenso de sons gravados que John Lennon e Yoko Ono mixaram juntos. Foi lançada no "Álbum Branco" de 1968 e faz parte da trilogia que consiste no single lado-B de Hey Jude, Revolution, a versão blues “Revolution 1” e essa colagem de sons intitulada “Revolution 9". John Lennon inicialmente nomeou-a "Number 9 Dream". Esse nome seria título de sua canção “#9 Dream” de seu disco solo, Walls And Bridges em 1974. Foi gravada nos dias 30 de maio e 6, 10, 11, 20 e 21 de junho de 1968. Produzida por George Martin e John Lennon com Geoff Emerick como engenheiro. “Revolution 9" só aparece no Álbum Branco. Ainda bem.
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