domingo, 30 de janeiro de 2011

O BAÚ DO EDU ENTREVISTA EDUARDO BONFIM

O Baú do Edu orgulhosamente apresenta agora uma entrevista rara e exclusiva com o criador do nosso blog preferido e mais bonito da internet: Eduardo Bonfim – ou Badfinger – como ele prefere ser chamado. Se existe um “culpado”, um responsável por tudo que sái aqui, é ele!  "Desde o início do blog, muitas pessoas (parentes e amigos) perguntam por quê nunca apareço no Baú do Edu. “Pura falta de espaço”. Respondo. Na verdade, já apareci 3 vezes: uma recentemente, outra, no meu aniversário de 2008 e outra quando o Baú completou 1 ano".
Hoje, finalmente, todos vocês poderão me conhecer um pouco melhor. O que eu faço, o que eu penso e o que sinto. Muitos foram os amigos que se ofereceram para fazerem essa entrevista comigo. Mas concluí que a coisa só funcionaria se eu mesmo fizesse as perguntas sobre os assuntos que queria falar. Espero que gostem e se divirtam! Algumas passagens ficaram bem engraçadas. As fotografias são do amigo, irmão e camarada Mariozinho. Gostaria de dedicar essa postagem carinhosamente em homenagem ao meu pai. Obrigadão por tudo, velhinho! Muito obrigado a cada um de vocês por estarem sempre por aqui junto comigo. Valeu! Abração!

 
Pronto? Estou. Então, o que você faz da vida? Queria responder que passo meus dias fazendo o Baú do Edu, mas na verdade é bem na calada da noite que faço isso, como o Aranha e o Morcegão. E de dia? O que faz? Sou publicitário. Trabalho numa agência de propaganda. Como você se definiria? “Eu sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior”. Tenho 48 anos. Sou um velho chato e rabujento. Ansioso? Não. Desesperado! Se nada acontecer, farei 49 em 11 de maio de 2011 e ainda sou o garoto que ama os Beatles e Badfinger. Quantos filhos? Três. Cada um de uma mãe diferente. Quem são eles e quantos anos têm? O Pedro Ivo, este ano vaí completar 30. O Davi está com 15 e a Indira tem 12. Algum deles vive com você? Não. Como Bob Dylan, sou um cara “inconvivível”! Há dias em que nem eu mesmo me suporto! Acha que está velho? Velho e sistemático. Um “grande” e velho chato! Tem medo da morte? Da minha morte? Não. Tenho medo da morte das pessoas que amo. Tenho mais medo do sofrimento que da morte propriamente. Não pude deixar de observar que você tem um carinho especial por John Lennon. Ele é seu “Beatle preferido”? É! Um dos meus quatro Beatles preferidos! Rsrs... Como ficou sabendo que foi assassinado? Na manhã do dia 9 de dezembro de 1980. Meu irmão chegou em casa pálido como uma vela e e perguntou se eu já sabia o que tinha acontecido, eu disse que não. Então, ele disparou à queima-roupa: “O John Lennon foi assassinado com 5 tiros por um idiota ontém!”. Meu mundo desabou! Foi o 2º pior dia da minha vida! Qual foi o 1º? Ainda não chegou a hora de falar dele! Acho que os Beatles são o início, o meio e o fim de tudo. Sim? São, sim. Como tudo começou? Quando ainda era bem menino, nós morávamos em Carolina (linda cidade no sul do Maranhão). Lá, não existia nem televisão. De vez em quando, ouvia em alguma conversa de adultos que havia um conjunto de cabeludos que estavam fazendo muito sucesso. “Cabeludo” era sinônimo de drogados e arruaceiros. Não dei a menor bola. Em 1968, meu pai e alguns irmãos dele tinham uma fábrica de sabão em Anápolis. Então, saímos de Carolina e nos mudamos para Anápolis. Foi quase como mudar de país. Para mim, um menino de seis anos, era quase como Nova York. Finalmente, conhecemos a televisão. Eu, meu pai e meu irmão delirávamos com os desenhos animados e programas maravilhosos como “Jovem Guarda”. Onde entram os Beatles? Assistíamos jogos de futebol e novelas bobas quando um comercial anunciou que estrearia o programa “Beatles Cartoons”. No comercial, tinha uma música fantástica que nos encantou. Era “A Hard Day’s Night”, mas nós (eu e meu irmão) não conseguíamos falar aquilo nem por um decreto. Era simplesmente: “osbinarrardeisnaite”. E depois? Não perdíamos um episódio sequer. A fábrica começou a ter problemas e tivemos que voltar para Carolina. Essa volta foi terrível? Foi. Como resolveram? Quando voltamos, todos sentimos o baque. Principalmente o Papai que se preocupava tanto com nosso futuro. Um dia ele anunciou: vamos morar em Brasília”. Uau! Aquilo foi o máximo! Brasília era o “Eldorado”? Era. Ainda no avião, fiquei impressionado desde que que vi o “desenho do avião” pela 1ª vez. Fomos morar num apartamento enorme num lugar privilegiado que era de um irmão do papai até ele comprar o nosso. A televisão era para mim a maior invenção do homem! Estava completamente viciado. Assistia e decorava programas imortais como Batman, com Adam West e Burt Ward. Depois vieram “O Túnel do Tempo” e “Viagem ao Fundo do Mar” estrelando Richard Basehart (Almirante Nelson) e David Hadison (Capitão Crane). Ouvia falar dos Beatles vez por outra, como quando se separaram. Mas não dava a mínima. Estamos em que ano? 1970. Eu tinha 8 anos e meu irmão 10. Éramos bem felizes e adorávamos toda aquela “cultura inútil”, que depois ganhou o nome bacana de “cultura pop”. E os Beatles? Os Beatles só apareceriam definitivamente em minha vida nas férias de julho de 1975. Dois primos da minha idade estavam hospedados lá em casa. Num sábado à tarde, depois de um dia super divertido fomos procurar o que fazer no jornal e vimos que estava passando “Help!” no cinema 1. Lá fomos nós e gostamos! Eu, muito mais que eles, tanto que no outro dia propus que fôssemos novamente e eles não toparam. Fui sozinho para a sessão que começava às 14h. Quando acabou, permaneci no cinema para ver a das 16, das 18 e das 20h. Era hora de ir para casa. Quando cheguei, todos estavam preocupados e perguntaram o que tinha acontecido, respondi: “eu vi os Beatles!”. Durante toda a semana, repetia meu ritual. Chegava no cinema para a primeira sessão e só saia depois que acabava a última. Não tenho medo de errar ao afirmar que já assisti “Help!” mais de 500 vezes! E seu primeiro disco? Foi “Help”? Foi. Num daqueles dias quando saí do cinema, havia (e ainda há!) uma loja chamada “Discodil”, no Conjunto Nacional. Foi a 1ª vez que entrei numa loja de discos e fiquei encantado. Quando perguntei ao vendedor quanto custava um disco dos Beatles, levei um susto! Era uma fortuna! Então comecei a juntar as pequenas “mesadas” que o Papai nos dava (para mim e meu irmão) todos os sábados depois do almoço. Depois do mês mais longo da minha vida, fui á Discodil e comprei meu 1º “Help!”. Fico emocionado até de me lembrar. Tenho mais de 10! Qual foi o seguinte? Êita! Demorou meses! Todos os anos passávamos as férias de julho em Balsas (nossa cidade-natal) também no sul do Maranhão. Todos os anos, no meio e no final do ano, eu ficava de recuperação. Era uma luta. Em julho de 1976, voltamos mais cedo das férias por que o tal de Eduardo tinha que fazer uma prova. Voltamos para a civilização num domingo. Na mesma hora peguei o Correio (Baziliense) para ver os fimes e lá estavam eles (os Beatles) de novo! Dessa vez era “Os Reis do Ié, Ié, Ié”. Era o último dia de exibição no Cine Karim Márcia, também no Conjunto. Se corresse, daria tempo de ver pelo menos 3 sessões. Cheguei atrasado e o filme já havia começado. Quando entrei, me deparei com a imagem imensa de George Harrison em preto e branco cantando “I'm Happy Just to Dance with You”. Fiquei em êxtase. Dessa vez, estava com a grana em cima. Tinha ganhado um dinheiro em Balsas da saudosa Vovó Ritinha, mãe do Papai. Dava para comprar três! Saí do cinema e comprei “A Hard Day’s Night”, “Beatles For Sale” e “With The Beatles”. Como fazia para ouvir os discos? Isso era um problemão. Uma família enorme (meus pais, meu irmão Adelmar, eu e as duas meninas, a Lilinha e a Cacá!) e somente uma radiolazinha portátil Phillips que meus pais deram para meu irmão em seu aniversário. Briga toda hora, briga todo dia. Era bem feliz nessa época. Depois que o Papai percebeu que eu não desistiria nunca mais dos Beatles, comprou um aparelho 3 em 1 da Sharp. Foi demais! E na escola? Como era seu aproveitamento? Uma lástima! Me arrastava como podia. As malditas recuperações não me deixavam nunca! Desde muito cedo, demonstrei um certo talento para as artes plásticas. Meu pai era meu maior fã e incentivador. Ficava impressionado com os desenhos que fazia dos Beatles e outros astros do rock. Ele trabalhava como gerente-admistrativo numa fábrica de móveis. Depois que constatou que eu não tinha - de fato - nenhum interesse pela escola, me arrumou um estágio na fábrica como auxiliar de design de móveis. Foi ótimo! Foi com sua ajuda também que consegui meu 1º estágio numa agência de propaganda há mais de 30 anos. Estava com quantos anos? 17. Trabalhava como um louco na agência e à noite, frequentava a Escola de Artes de Brasília, onde o tive o privilégio de conhecer, ser aluno e me tornar amigo da artista plástica Sônia Paiva, que me ensinou muito. E sua relação com as garotas. Como era? Geralmente, platônicas. Quase nulas. Tinha uns namoricos, mas não dava a mínima para elas, nem elas para mim. O tempo que me sobrava, usava para ler, estudar e aprender tudo o que podia sobre os Beatles. Um dia apareceu uma que achava que fosse especial, mas logo mostrou que não era. Ficou grávida e “O Maravlhoso Mundo do Edu” começou a desmoronar. Vocês casaram? Sim.Talvez seja o maior arrependimento que tenho na vida em todos esses anos: ter casado tão jovem! Poderia ter sido um bom pai sem precisar casar. Na época não houve outro jeito. O que veio depois? Meu filho! Meu primogênito que batizei com o nome “Pedro Ivo” em homenagem ao meu pai que tanto me ajudava. Este ano, o “Pedrinho” completa 30 anos. Ele e Ingrid há dois anos, me deram a alegria de me tornar o “Vovô Dudu”. A Juju é uma garotinha linda e muito esperta. Na época que seu 1º filho nasceu, estava trabalhando onde? Na mesma agência onde comecei como estagiário. O contrato era para 3 meses de experiência, mas depois de 1 mês fui contratado. Então passei a trabalhar e conviver com os melhores profissionais da época. Meu primeiro salário, gastei todo, todinho mesmo com discos dos Beatles. Alguma lembrança especial dessa época? Sim. A agência que eu trabalhava (Atual Propaganda) era que atendia a conta do supermercado Jumbo, hoje, grupo Pão de Açúcar, estavam organizando um mega festival de rock que seria realizado aqui em Brasília. Toda a equipe de veteranos da agência ficou surpresa, quando o diretor Júlio César Figueiredo me deixou como responsável por toda a campanha do festival. Foi uma ciumeira só! Criei toda a programação visual do evento. Desde os cartazes até os crachás. Eu não tinha nem 20 anos. Como se chamou o festival? Rock Cerrado. Excelente, matador e definitivo. Foi você quem criou o nome? Não. Foi meu amigo Ludovico Ribondi. O festival foi um sucesso? Foi. Dizem que no Estádio Pelezão, havia mais de 30 mil pessoas para ver os shows de Raul Seixas, Rita Lee, Pepeu Gomes, Baby Consuelo e tantos outros. Engraçado sobre esse episódio, é que todo o pessoal da agência tinha passe livre até para os bastidores e quando chegou o dia, acabou que eu nem fui. Sabia que a acabação seria geral e eu não queria participar daquilo. Alguns amigos doidões, até hoje juram que que eu estava lá. Uns dizem atéque conversaram comigo. Êta maconhada boa!!!

Quanto tempo ficou na Atual? Uns dois anos. Porque saiu? Rebeldia. Houve uma rebelião de toda a equipe por melhor remanejamento dos horários e melhores salários. Todos fomos despedidos! Como se virou? Uma semana depois, fui contratado como Arte-Finalista da “Know How Promoções e Publicidade” do saudoso Wanderley Mattos que era um homem de comunicação como poucos. Minha chance chegou quando o “Diretor de Arte” oficial se demitiu e deixou a vaga livre. Então, tomei a frente e me tornei “Diretor de Arte” – que era meu sonho! Fiquei lá por oito anos até a morte do Wanderley. E o casório, quanto tempo durou e como terminou? Meu casamento era a maior chatice do mundo! Parecia natural que terminasse da pior forma possível com barracos internacionais. Durou longos 5 anos. Quantos discos você tem hoje? Tenho muitos. Mais do que consigo guardar. Mais de 1.000? Sim! Mais de 2.000? Hoje, não mais. Ano passado vendi 500 LPs para um sebo de um amigo. Estava duro? Hoje em dia, só ando duro. Mas não foi por grana que vendi não. Foi puramente por espaço. Eram discos que não gostava. Muitos, nunca tinha nem ouvido. O que você tem? Tenho todos os discos dos Beatles, vários de cada, dos ex-Beatles, todos do Badfinger, todos dos Rolling Stones até 1990, e muitos, muitos de outras bandas que não caberiam aqui. E o que você não tem? Não tenho os LPs lançados nos últimos 10 anos. Yellow Submarine, 1, Love, Naked, os Anthologys e todos esses remasterizados lançados em 2009. Eles saíram em LP? Aqui no Brasil, não. Muitos só foram lançados no Japão. Os CDs você tem? Tenho. Acha que ainda vai conseguir ter esses LPs? Tenho tanta certeza disso como o dia irá nascer amanhã! Depois da Know How e do fim do casamento, o que foi fazer? Fui parar numa comunidade de Rajneeshs. Era um apartamento enorme da UnB. Para se ter idéia do tamanho, eu alugava apenas a parte dos fundos com quarto, área de serviço e um banheiro. Era um palacete! Eu não me envolvia com os Rajneeshs nem eles comigo. Apenas pediam que mantivesse o “som” baixo enquanto havia os “rituais”. Foi uma época ótima! Fui contratado pelo amigo Ratão como Diretor de Arte da Ratto Propaganda, onde fiz um trabalho primoroso. E os Beatles? Ainda se lembrava deles? Não existe um dia sequer que não pense neles, leia alguma coisa sobre eles, ou escute pelo menos 1 álbum inteiro por dia. Todos os dias! Foi durante essa época que começou o problema da falta de espaço para guardar os discos que aumentavam rapidamente. O que mais você fazia?Ainda era jovem, bonitão e ganhava uma grana bacana. Tinha tudo o que queria e precisava! Zanzava de cima para baixo de táxi (nunca aprendi a dirigir) e tinha umas namoradinhas legais. Esta foi, com certeza a melhor época da minha vida! A mais Rock And Roll! Enfim, era livre! Foi durante essa época que pude ir ao Rio assistir os dois shows de Paul McCartney no Maracanã. Já que tocou no assunto, não teve vontade de ver os shows dele em 2010 em Porto Alegre e São Paulo? Um pouco. Até porque seria a oportunidade de conhecer pessoalmente vários amigos que conheço apenas aqui no Baú do Edu. Mas a vontade não era tão grande assim. Estou velho para esse tipo de evento e não tenho paciência para enfrentar multidões. Além do mais, minha grana agora anda curta. Se tivesse sido aqui em Brasília, iria com certeza! E, no dia do 2º show em São Paulo, nosso blog alcançou seu recorde de acessos. Está usando uma camiseta do show no Morumbi. Como conseguiu? Ah, isso foi presente de uma amiga espetacular, muito querida, que tive o privilégio de “conhecer” aqui no Baú do Edu: a incrível e incomparável Lara Selem!
Vamos de volta ao passado... o que houve depois da Ratto Propaganda? Os anos que se seguiram não foram bons não! Cheguei a ter minha própria agência, a “OUR Publicidade” junto com meu amigo João Neiva. Apesar de resistirmos por 5 anos lutando contra gigantes, sucumbimos e nos separamos. O que veio depois? Conheci outra mulher. Novamente achei que era especial e quebrei a cara de novo! Ela ficou grávida e nasceu o Davi. Então eu e o Beto Cordeiro – redator que havia conhecido na Ratto, fomos contratados como dupla de criação por uma grande agência, a “melhor agência de Brasília”, a D&M. Ganhávamos um bom dinheiro mas não nos entendíamos. Essa época era o inferno! Chegamos a “sair na porrada” certa vez. Depois de um tempo, pedi para ser demitido e ganhei uma grana preta. Eu e a mãe do Davi fomos passar um tempo em Porto Seguro tentando salvar a união, mas já estava decretado o fim. Quando voltei, tinha tudo na cabeça para escrever um livro. E assim foi! Como resolveram? Um dia o barraco desabou de verdade e ela foi embora para a cidade dela levando o Davi. Estava acabado, era o fim. E então? Foi nessa época que (re) encontrei uma grande amiga do tempo da escola (aquela que eu tinha um amor platônico) que não via há 20 anos. Então veio a Indira, uma gatinha linda que vai fazer 13 anos. Xô, urubus! Disse que escreveu um livro? Que interessante. Como era? Na época, eu estava fascinado por “pockets books” que infestavam as livrarias. Tinham um preço bom e eu “devorava” quantos podia ler. Às vezes, 3 ao mesmo tempo! Então passei a imaginar como ficaria o meu naquele formatinho simpático e comecei a escrever a história usando coisas que tinha aprendido com os Beatles em todos esses anos. “Uma Tarde do Outro Mundo” conta as aventuras de Edmundo Macalé, meu alter-ego, que vive perambulando entre dois mundos, o real e o imaginário, junto com os Beatles. No final, acabou ficando bem bacana. Deu certo? De certa forma, sim. Pedi aos amigos Djair e Osmar da gráfica Lasercor que fizessem apenas 100 exemplares. Eles fizeram 500! Todos acabaram rapidamente e eu mesmo, não tenho nenhum. E a Beatlemania? Continuava firme? Continuava. Mas confesso que, durante um certo período perdi minha fé e não tinha mais paciência para ouvir as músicas. O que aconteceu? Estava completamente hipnotizado, embriagado, alucinado por Badfinger. Foi nessa época que apareceram os primeiros sinais de depressão.
Estava trabalhando onde? No “Grupo 108 de Comunicação” dos queridíssimos amigos Regina Dantas e Antonio Burity. Fui convidado para ser diretor de arte pelo amigo Ludovico que era diretor de criação. Fiquei lá por uns oito anos. No meio de tantas crises, o que fez?Nada. Deixei ser levado pela correnteza. “Down To The River”. Então, saí do Grupo 108 amigavelmente sem saber o que viria a seguir. O Ludovico era um cara muito safo e “armou” para ele, eu e o Marcão (Marco Miranda – redator) e fomos os três para a DQV dos amigos Éber e João, onde estou até hoje. O Ludovico e o Marco, não. Foi legal? Por um lado, sim. Por outro, não! Quando chegamos a agência era um stress terrível. Em todos esses anos nunca tinha trabalhado tanto! O Ludovico era um feitor e eu e o Marco passamos à odiá-lo. O stress era tamanho que, um dia, tive um colapso nervoso e e fiquei uns 40 dias de molho. Como herança, apareceu uma dor terrível no pescoço e ombro esquerdo. Engraçado e curioso, é que todos os especialistas que procurei diziam que a dor era puramente psicológica. Fiz acunpuntura, RPG, nada! Até hoje convivo diariamente com ela. Dias mais, dias menos. Como e quando surgiu o Baú do Edu? Há muitos anos imaginava uma forma de compartilhar minha Beatlemania com outras pessoas que também fossem como eu. Depois de 5 anos, a verdade é que eu já estava com o saco cheio da DQV e eles também se encheram de mim. Então, me despediram. Foi um período bem ruim. Andava muito triste e preocupado com o estado de saúde do meu pai que se agravava rapidamente e ele foi internado novamente. Pelo menos, desta vez, o hospital era (e ainda é) do lado da minha casa e eu podia passar mais tempo com eles. Estava trabalhando em propaganda somente com “free-lancer” e foi quando tive a idéia de criar o blog. A tese do meu filho Pedro para a faculdade foi sobre novas mídias. Foi a 1ª vez que ouvi falar em blogs e pensei: “é isso que eu preciso!”. O Pedro me ensinou algumas coisas e roda começou a andar. Mandava para todos os meus amigos e passei a viver sob a expectativa de quantos acessos tinha por dia. Primeiro 10, 20, 30, 50... quando chegou em 100, tomei um porre internacional!
E o trabalho? Então, depois de um ano de molho, o pessoal da DQV me chamou de volta. Fiquei feliz. “Sentiram minha falta”, pensei. Mas a verdade é que fui eu que senti muita falta deles! Voltei de outra forma, com uma nova postura e uma forma bem diferente de ver as coisas. Aprendi muito com a doença do Papai. Agora, já tem mais de 2 anos que voltei para a DQV e somos todos uma grande família feliz. Naquela época, estava realmente feliz com meu emprego de volta e o Baú do Edu bombando na internet. Então, o Papai começou a piorar... E então? Prefiro não falar muito sobre isso. No dia 12 de fevereiro de 2010, ele finalmente faleceu depois de um sofrimento maior que o de Jesus Cristo. Mantinha o Blog atualizado? Sempre! Nunca parei. Conto nos dedos apenas de uma mão os dias que não houve alguma postagem nesses quase 3 anos. No blog, informava a todos do estado do meu pai e pedia que nos uníssemos em orações. Como está sua mãe, Dª Leonor? Eles foram casados 52 anos. Nunca vi outro amor como este! Ela está arrasada, devastada e muito cansada. Não se conforma um dia sequer. O Papai era o nosso “norte”, nosso capitão. Sem ele, passamos apenas a vagar. Esse 2010 foi barra pesada principalmente para ela. Em fevereiro foi o Papai e em dezembro, a mãe dela, minha vozinha de 97 anos. Não quero mais falar nisso! Claro, mestre! O senhor é quem manda. Sobre o que mais quer falar? Do nosso blog preferido. Mas agora quero ir para o bar. Ótima idéia! Então, quantas postagens tem no Baú do Edu? Cerca de 1.400. Todas sobre os Beatles? Não. 70% sobre os Beatles. Os outros 30 são reservados para outros artistas que eu gosto ou que o pessoal pede. Como você escolhe as postagens? Todos os dias faço uma pauta com as coisas que consigo lembrar. Anoto tudo e escrevo a maioria dos textos em caderninhos como esse que tenho aqui. Já enchi 20 caderninhos e gastei dezenas de canetas. Também, no dia anterior, consulto um livro maravilhoso que tenho sobre tudo o que aconteceu com os Beatles durante o tempo em que estiveram juntos. Dia após dia. No Wikipédia, vejo quem nasceu e quem morreu no dia seguinte. Se for do meu interesse, pimba! Quais artistas já conheceu pessoalmente? Vários. Erasmo Carlos, Celso Blues Boy, os Pholhas, os Fevers e o grande Renato Barros & Seus Blue Caps, de quem sou fã de carteirinha! Meu sonho é uma foto com Roberto Carlos. Também tive o privilégio de conhecer e conversar por 20 minutos com Raul Seixas quando ele foi na agência assinar o contrato do festival que falei lá atrás.
E esse violão? Esse violão era do meu amigo Eduardo Kruger. No dia em que botei os olhos nele, quis o bichão. Não lembro se meu amigo me deu ou vendeu. Agora está aqui. Sabe tocar? Não. Nunca quis aprender? Na verdade, não. Quando era bem mais jovem sabia tocar "Let It Be" e "Imagine". Você é um cara organizado? Sou. Esses “Arquivos do Fundo do Baú” são coisas do arco da velha. Lá tem centenas de matérias, reportagens e entrevistas com os Beatles em mais de 40 anos. Tudo organizado, bonitinho nas pastinhas. Também aprendi isso com meu pai. De todos esses discos, de todas essas músicas... existe uma preferida? Não. São tantas que seria injusto escolher uma. Então, escolha duas! Dos Beatles? É! “Help!” e “Get Back”. E de outros artistas? “Know One Knows" e “No Matter What” do Badfinger. Qual sua música preferida de John Lennon? Com os Beatles “In My Life”, da carreira solo “Aisumasen” que está no álbum Mind Games. É o solo de guitarra mais bonito que já ouvi em toda a minha vida. Esse solo é de um cara chamado David Spinoza. Demais! E de Paul McCartney? Com os Beatles “You Never Give Me Your Money”, da carreira solo “Maybe I’m Amazed”. E de George? Com os Beatles “Think For Yourself”, da carreira solo “Your Love Is Forever”. Qual a melhor cover dos Beatles para você? Essa é fácil! Deles mesmos! É a versão de “Get Back” do disco “Love”. É demais! No meu MP3zinho tem 10 vezes seguidas. Tem alguma que lhe deixa "triste"? Tem. Free As a Bird e Real Love, apesar de serem lindas! De todos os discos que você tem, existe algum que você tem um “chamego” especial? Tem. O álbum triplo “Wings Over America” que eu roubei na Sears. Roubou??? (Rindo) É. Roubei, sim. Essa deve ser boa. Dá pra contar? (Rindo muito) Dá. Mas não tentem fazer isso! O ano era 1978. Eu tinha 16 anos e vivia o auge da minha beatlemania. Graças a Deus, não existiam os mecanismos tecnológicos de segurança que existem hoje! Um dia, no Conjunto Nacional, tive meu primeiro contato imediato de 3º grau com o objeto que me fascinou. Meu Deus! O bichão era triplo, enorme e pesadão! Quando abria, aparecia uma ilustração belíssima dos Wings em ação. Aquilo tinha que ser meu! Dormia, sonhava e acordava imaginando uma forma de conseguir o discão. Naquela época, passava meses juntando grana para comprar um disco. Esse era triplo! Levaria 1 ano para ter o dinheiro para aquele álbum. Numa sexta-feira, dia 13 de janeiro de 1978, elaborei o plano que seria executado no outro dia, sábado à tarde. Precisava de dois amigos. Convoquei o Nelson e o Cacá. Cada um ficaria numa das extremidades da prateleira onde estava o disco de Paul. Tudo calculado milimetricamente. Chegamos ao Conjunto Nacional e fomos para a Discodil onde comprei um disco bem barato. Eu só queria a sacola da Discodil. E fomos para a Sears. A operação não demorou 5 minutos. Enquanto os meninos vigiavam, rapidamente enfiei o “Wings Over America” na sacola da Discodil. Na maior cara-de-pau do mundo, chamei um dos vendedores e perguntei onde estavam as fitas cassetes. Peguei duas e fui para o caixa. Paguei as duas fitas e saimos da loja com um medo absurdo de que a qualquer momento seríamos pegos pela polícia. Chegamos na rodoviária, entramos no ônibus e fomos no caminho de casa. Comecei a me sentir feliz por achar que tudo tinha dado certo. E então? Finalmente entrei em casa! Alí, acontecesse o que tivesse que acontecer, estava à salvo. O Papai percebeu minha excitação e desconfiado perguntou: “O que você tem aí?”. “Nada! Um disco do Big Boy. O senhor não vai gostar”. Entrei no quarto. Meu irmão não estava. Tranquei a porta, cerrei os punhos, levantei as mãos para o alto, me ajoelhei e como “O Conde de Monte Cristo”, gritei: “o mundo é meu! O mundo é meu!”.
Jesus Cristo! Ele também estava lá! O que aconteceu com o Nelson e o Cacá? O Nelson toca violino na orquestra sinfônica de Portugal e o Cacá faz computação gráfica na Rede Globo. Ainda se encontram? Não vejo o Nelson há mais de 15 anos. Um dia, vou visitá-lo e conhecer os meninos. O Cacá eu encontro sempre. A Rede Globo é do lado da DQV. Tem duas filhas lindas e foi ele quem foi comigo ao Rio ver Paul McCartney no Maracanã. Como se imagina com 60 anos? Não consigo. Não me imaginava nem com 40. Algum novo projeto para 2011? Tenho. Mas não vou contar! É um trabalho enorme e pelos meus cálculos, só vou conseguir terminar no fim do ano. É sobre os Beatles? Claro! Existe algo lhe aborrece com o blog? Não... na verdade, tem sim! Muitas pessoas não compreendem que a única forma de manter o blog vivo é fazendo comentários. Os comentários são o alimento do blogger. Se não há comentários, não dá vontade de fazer nada! E o que mais lhe diverte ao fazer o blog? Aquela janelinha que aparece quando alguém deixa um comentário: “Seu comentário foi salvo e estará sujeito à aprovação do dono do blog”. Me sinto o máximo! Quando não está na agência ou fazendo o Baú do Edu, o que mais gosta de fazer? Jogar xadrez on line com a negada. Meu nick é Mahakala. Você é bom? Tem dias que sim, tem dias que não. Também sei jogar! Vamos? (Tiro um pequenino mini-xadrez do bolso e vamos começar a partida observada por uns 4 caras que estavam no bar). Vamos. Quem perder paga a conta. Para terminar, quer deixar uma mensagem para todas as pessoas que irão ler isso? Já deixei lá em cima! Dá para falar de novo? Espero que todos sejamos felizes e continuem acessando nosso blog preferido todos os dias, deixando seus comentários e enviando para os amigos. BEATLES 4 EVER! BADFINGER BOOGIE! Então, começa a partida. Em menos de 5 minutos sou derrotado de forma espetacular. Todo metido, ele se levanta e diz: “tchau, Baú do Edu. Nos vemos amanhã!”. Tchau Edu do Baú. Foi um prazer conversar com você e encerro. Depois de levar uma surra, ainda vou ter que pagar a conta! Mas valeu à pena! Até a próxima! Abração!

IRWIN ALLEN - ELE ERA O CARA!

Matéria publicada originalmente em 28 de julho de 2009
Irwin Allen nasceu no dia 12 de junho de 1916, em Nova Iorque, estudou jornalismo e propaganda na Universidade de Columbia e depois começou a trabalhar na rádio onde produzia, escrevia roteiros e também foi apresentador por quase onze anos. Durante esse tempo foi se entrosando com a televisão e o cinema e em 1944 criou uma agência com uma equipe de redatores que escreviam roteiro para a televisão e o cinema.
Nos anos 60 o estúdio Fox abriu as portas para Allen e o encarregou de dirigir os novos longas-metragens de ficção científica. Dentro dessa nova fase, Allen deu início com o filme "The Lost World" (O Mundo Perdido) baseado na fabulosa obra de Sir Arthur Connan Doyle, produzido por Irwin Allen e Cliff Reid, direção de Allen e roteiros escritos por Allen e Charles Bennett.
Em 1961, Irwin Allen começa a trabalhar no filme "Voyage to the Botton of the Sea" (Viagem ao Fundo do Mar), produzido e dirigido por Irwin Allen e roteiros dele e Charles Bennet. A história tem início quando um meteoro entra dentro da atmosfera terreste causando um efeito estufa e colocando em perigo a segurança mundial fazendo elevar a temperatura do mundo.
Em 1964, Irwin Allen chega a televisão e inicia as suas produções de seriados começando por readaptar e reaproveitar a produção do filme "Voyage to the Botton of the Sea" de 1961, para uma série de televisão de mesmo nome, mostrando as aventuras da tripulação de um submarino nuclear. Viagem ao Fundo do Mar foi um enorme sucesso e durou até março de 1968, num total de 110 episódios, dos quais 32 foram produzidas em preto e branco e o restante a cores. A série era estrelado por Richard Basehart como Almirante Nelson e David Hadson como Capitão Crane. Depois de Viagem vieram outros megasucessos :”Lost in Space" (Perdidos no Espaço) em 1965, "The Time Tunnel" (O Túnel do Tempo) em 1966 e "Land of the Giants" (Terra de Gigantes) em 1968. O "Julio Verne da televisão" vinha idealizando vários projetos, como a criação de seu parque de diversão temático, e novas versôes para vários clássicos. Infelizmente, o seu tempo entre nós esgotou-se e faleceu no dia 02/11/1991 em Malibu, Califórnia. A notícia da morte de Irwin Allen foi ofuscada pela do produtor e criador de Jornada nas Estrelas, Gene Roddenberry.
O gênio Irwin Allen foi inegualável. Desses que só acontecem uma vez em cada século. Como diretor, produtor ou roteirista ganhou o Oscar. Ele teve uma dúzia de indicações e levantou em cinco oportunidades a estatueta tão cobiçada. Que sua memória seja preservada por todos os seus trabalhos e cabe aos seus admiradores espalhados pelo mundo mantê-la acesa. E u sou um deles, com certeza!

VIAGEM AO FUNDO DO MAR Viagem ao Fundo do Mar teve seu início no outono de 1964, as aventuras do submarino Seaview e a sua tripulação continuaram durante quatro anos É indiscutível que a estrela do seriado era o Seaview, o submarino mais poderoso e avançado da terra, um testemunho para o gênio de seu criador, Harriman Nelson. O Seaview assumiu uma variedade de missões, e por conseguinte levou muitos passageiros: espiões, políticos, líderes mundiais, homens militares, náufragos, estrangeiros, monstros e cientistas.
A tripulação do Seaview era: o Almirante Nelson brilhante, o último cientista; o Capitão Crane corajoso, muito dedicado ao navio; o firme primeiro oficial, Chip Morton; o Curley Jones tristemente, saiu depois do primeiro ano da série mas competentemente substituido pelo Chefe Sharkey; e os Marinheiros, Kowalski, Patterson, Riley, e muitos outros menos afortunados que deram a vida deles pelo navio.


O TÚNEL DO TEMPO
Num deserto americano uma base do governo trabalha no projeto conhecido internamente como Túnel do Tempo, um projeto ultra secreto que está aperfeiçoando as viagens atrevés do tempo. Com a ameaça de corte de verba no projeto antes que o mesmo possa demonstrar sua eficácia, o cientista Tony Newman (James Darren) entra no túnel , volta no tempo, e acaba aparecendo no transatlântico Titanic, no dia em que acontecerá o fatídico acidente. Na tentativa de resgatar Tony, seu companheiro de projeto, o cientista Douglas Phillips (Robert Colbert) também entra no túnel mas não consegue convencer o capitão do navio do triste destino que o futuro lhe reserva. Para salvar ambos do naufrágio do Titanic os cientistas resolvem transportá-los para uma outra época qualquer. A partir deste momento Tony e Doug acabam perdidos no tempo, vivendo suas aventuras viajando para o passado e para o futuro até que possam ser resgatados pelos cientistas do Túnel e voltar a sua própria época.Este foi um estupendo seriado criado por Irwin Allen mas que infelizmente teve apenas uma temporada com 30 episódios produzidos de 1966 a 1967 e exibidos no Brasil nos anos 70 e 80.



PERDIDOS NO ESPAÇO
Seguindo a linha de produção de Irwin Allen, logo se seguiu a série de maior sucesso de todas que Allen produziu: Perdidos no Espaço (Lost in Space). Começou em 1965 e foi até 1968. A série tem início com a partida da espaçonave Júpiter 2 em busca de um planeta para salvar a humanidade da superpopulação. A nave decolou em 16/10/1997, com um sabotador a bordo, o Dr. Zachary Smith. Ao sabotar o robô que acompanha a missão, Smith coloca os tripulantes em perigo e literalmente perdidos no espaço.
Jonathan Harris, que deveria morrer no sexto capítulo, acabou conquistando o público e “sobrevivendo”. Infelizmente, a série decaiu quando os produtores resolveram levar a coisa pro lado do humor, beirando o ridículo, às vezes. As estrelas desses pastiches eram o trio formado por Smith, o robô e Will Robinson. Mas quando se é criança tudo é diversão. Uma refilmagem da série foi feita em 1998, com efeitos impressionantes e visual caprichado, mas roteiro fraco, que não conquistou os fãs antigos (nem fez novos) e muito menos a crítica.
A Incrível abertura de PERDIDOS NO ESPAÇO com sua trilha inesquecível.



TERRA DE GIGANTES
Irwin Allen produziu TERRA DE GIGANTES de setembro de 68 a março de 1970. Contava a história de uma nave espacial em um vôo comercial de Nova York a Londres que se perde após passar por uma nuvem estranha, indo parar num planeta idêntico a Terra, mas onde as pessoas são gigantes. As 7 pessoas que estavam na nave, incluindo o garoto Barry, além do cão Chipper, têm de fugir das pessoas que querem capturá-los, durante todos os episódios. Era sempre engraçado ver um gigante agarrando um deles. A cena mostrava apenas as pernas se movimentando, num efeito mecânico das pernas se mexendo por entre a mão fechada do gigante. Esta série tinha um alto custo de produção devido, principalmente, aos cenários.
Confira a bertura de TERRA DE GIGANTES!



Bom, é isso! Espero que tenham gostado e se possível, deixem seus comentários. Esta homenagem ao grande Irwin Allen é dedicada especialmente ao meu primo e amigo Jonas e todos da minha geração que embarcavam todas as tardes nas aventuras do incrível Seaview e sua corajosa tripulação. Obrigado! Valeu!

AMERICA - SISTER GOLDEN HAIR

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O "America" foi uma banda de folk rock formada em Londres muito popular no início e no meio dos anos 1970 e ficou mais conhecida por seus sucessos como A Horse with No Name e Sister Golden Hair. Embora eles não fossem muito aceitos pelos críticos, a banda teve excepcional sucesso comercial na venda de seus dois singles e álbuns. Apesar de cantores consagrados como James Taylor e Rod Stewart fazerem parte da Warner Brothers Records o grupo que mais vendeu discos neste selo na década de 70 foi America. Gerry Beckley, Dan Peek e Dewey Bunnel eram três americanos muito jovens, que na época em que foram descobertos (por Jerry Lordan), em 1970, viviam em Londres. Seu som acústico, quieto, causou surpresa e fascínio. O America teve dois grandes hits internacionais seguidos, 'A Horse With No Name' e 'I Need You', ambos tirados de America, seu primeiro álbum, de 1971. Com este álbum, venceram o Grammy de banda revelação de 1972. A música do America, então, era uma versão refinada do folk anglo-americano de Crosby, Stills & Nash. Beckley, Peek e Bunnel tocavam e cantavam imitando (talvez não intencionalmente) Neil Young. Até meados dos anos 70, pelo menos, America foi um nome sólido, com álbuns acima da média e hits de médio impacto, como 'Tin Man' e 'Sister Golden Hair'. No Final dos anos 90, o America, com a mesma formação, ainda estava ativo, vivendo de suas antigas glórias.

MESTRADO QUE ESTUDA OS BEATLES TEM SUA 1ª FORMANDA

Uma canadense tornou-se a primeira pessoa no mundo a graduar-se com um mestrado no estudo dos Beatles. Ex-finalista do concurso de Miss Canadá, Mary-Lu Zahalan-Kennedy foi uma das primeiras 12 estudantes a matricular-se no curso da Universidade Hope de Liverpool sobre os Fab Four quando começou, em 2009, e foi a primeira a se formar, disse a universidade nesta quarta-feira (26). "Sinto orgulho", disse Mary-Lu. "O curso foi desafiador, interessante e me fez perceber o impacto que os Beatles tiveram e ainda têm hoje sobre todos os aspectos da vida." O lançamento do mestrado sobre Beatles, Música Popular e Sociedade foi o primeiro no mundo. Mary-Lu foi a primeira pessoa a receber seu diploma pessoalmente da universidade. O curso analisa o som e composição dos Beatles e como Liverpool ajudou a moldar a música deles. O mestrado analisa o significado da música deles e como ela definiu identidades, cultura e sociedade. Mike Brocken, fundador e líder do mestrado sobre os Beatles na Universidade Hope Liverpool, disse que o mestrado faz da primeira pós-graduada membro de um grupo seleto de especialistas em música popular. "Mary-Lu ingressou num grupo internacionalmente reconhecido de especialistas em Estudos de Música Popular que podem oferecer novidades na disciplina da musicologia."

AS BALADAS DE JOHN & YOKO

Uma série de litografias de John Lennon, que continham cenas sexuais do músico e sua mulher, Yoko Ono, não foram proibidas pela justiça britânica por temor de que isso afetasse outras coleções de arte, como a da rainha Elizabeth II. Assim parecem sugerir documentos oficiais guardados nos Arquivos Nacionais de Kew (sudoeste de Londres) e divulgados em 2004. Os relatórios esclarecem o famoso caso de 1970, quando oito trabalhos originais do ex-Beatle foram exibidos numa galeria da rua New Bond, em Londres, foram apreendidos pela polícia em virtude das leis vigentes contra a obscenidade.
O galerista, Eugene Schuster, foi acusado ante a justiça de violar uma norma do século XIX, a chamada Lei da Polícia Metropolitana de 1839, o que facilitou que, no final, o caso fosse arquivado por razões técnicas. Outros documentos do mesmo caso divulgados há alguns anos mostraram que as obras de Lennon da exposição "Bag One" não eram grande coisa e simplesmente não foram exibidas devido à fama de seu autor, como reconheceu o próprio galerista.

Para o detetive Frederick Luff, então responsável da brigada de publicações obscenas na Scotland Yard, as obras que representavam a vida sexual de Lennon e Ono não eram mais que "o trabalho de uma mente doente". Os papéis oficiais trouxeram mais luz sobre o caso, pois incluem a carta de um artista, Fuller de Maidstone, às autoridades britânicas na qual são expressos os temores do mundo artístico. "Se o tema supõe a base de um processo, então será a primeira das muitas iniciativas que seu departamento terá que enfrentar: há milhares de gravuras de Rembrandt que mostram atos sexuais, nomeando apenas uma obra que figura em coleções do Estado e privadas", escreveu.
"O que ocorrer com as litografias de Lennon provocará que colecionadores de todo o mundo estudem o resultado com interesse; por isso sei, Vossa Majestade a rainha tem trabalhos bastante eróticos de Fragonard", apontou o artista.
A carta de Fuller foi levada em conta, pois recebeu uma resposta de um dos responsáveis da procuradoria, na qual se assinalava que seus temores estavam sendo considerados. Finalmente o caso foi arquivado, entre outras razões, pelo magistrado entender que uma galeria não era "um lugar público" e que não supunha nenhuma "moléstia" para os transeuntes, segundo os termos que estabelecia a lei do século XIX. Outro dos documentos divulgados demonstra o mal-estar que isso causou num dos responsáveis da procuradoria, Kenneth Horn, que considerou que o arquivamento deveu-se ao fato de o galerista ter sido processado com uma lei inadequada, algo decidido no último minuto. "Se o processo tivesse ocorrido de acordo com a Lei de Publicações Obscenas, teria havido mais oportunidades de sucesso", escreveu Horn.
John Lennon, desde 1966, vinha se destacando por seu experimentalismo artístico, inovando em músicas como "Tomorrow´s Never Knows" do álbum dos Beatles "Revolver", mas foi durante o ano de 68, que a vida de John Lennon mudou.
Em 18 de outubro, John foi processado por porte ilegal de haxixe, um mês antes do lançamento do primeiro álbum de John Lennon e Yoko Ono - "Unfinished Music No. 1 - Two Virgins", gravado na primeira noite que Yoko passou na mansão de John em Weybridge, Londres. O disco registra diálogos, gritos e sussurros do casal apaixonado. A capa do disco causou alvoroço ao registrar John e Yoko em nu frontal. Um filme homônimo, de 21 minutos, superpondo as faces de John e Yoko, e "Smile", uma seqüência rápida de 30.000 fotogramas por minuto de Lennon sorrindo, foram filmados no jardim da propriedade de Lennon, no verão de 68, e lançados no Festival de Filmes de Chicago em dezembro, iniciando a fase cinematográfica do casal.
 
O casamento de John e Yoko, em 20 de março de 1969, em Gibraltar, perto da Espanha, transformou-se num evento publicitário a favor da paz, contrário à Guerra do Vietnam. John e Yoko, após uma parada em Paris, para um almoço com o pintor Salvador Dali, voaram em lua de mel para o Hotel Hilton em Amsterdã, Holanda. Lá iniciaram uma série de entrevistas na cama num período de uma semana, conhecido como "Bed-in". Após o fim da badalada lua de mel, John e Yoko foram para Viena, na Áustria, para a estréia de "Rape", outro filme do casal, ambicioso projeto de 72 minutos, onde uma jovem atriz húngara é perseguida por uma câmera invadindo sua privacidade. "Rape" foi indicado como Hors Concours no Festival da Televisão de Montreaux. Animado com a repercussão de seus do filmes, em abril de 69, John Lennon cada vez mais distante dos Beatles, e inseparável de Yoko, abria a Bag Productions, produtora de filmes do casal. No último trimestre de 69, lançaram os filmes "Apotheosis", filmado de um balão que passava por várias regiões e "Self Portrait", que também gerou controvérsias ao exibir em câmera lenta e acelerada o pênis de John Lennon, do repouso à ereção. O LP "The Wedding Album" foi lançado numa luxuosa caixa repleta de souvenires do casamento dos dois. Durante vinte minutos cada um pronuncia o nome um do outro de diversas maneiras.
Apesar de toda atividade político-musical, o casal Ono Lennon, continuava a divulgar seus filmes. Após a conclusão e a não exibição de "Clock", uma tomada de uma hora de um relógio francês no St. Regis Hotel em Nova York, John e Yoko foram ao Festival de Cannes para divulgar "Fly", onde lentes potentes filmavam uma mosca explorando o corpo nu da atriz Virginia Lust ao som do álbum de Yoko de mesmo nome. Neste mesmo período, outro filme do casal - "Up Your Legs Forever" estreava no Elgin Theatre em Nova York, na época administrado pelo crítico de cinema do Village Voice – Jonas Mekas. A temática do filme consistia em filmar 365 pernas de celebridades como as do poeta Allen Ginsberg e as do ator George Segal em nome da paz. "Erection", outro filme deles, estava em produção, só concluída em 1972, após dezoito meses em que uma câmera fixa num ponto registrava a construção do London International Hotel.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

LIVERPOOL EXPRESS - YOU ARE MY LOVE

O Liverpool Express, surgiu em 1975. Foi criado por Billy Kinsley em Liverpool e mais três amigos com quem jogava futebol. Curiosamente o país onde o Liverpool Express fez mais sucesso foi o Brasil. O auge da fama foi em 1977, quando estiveram por aqui fazendo shows. Ao desembarcarem, depararam-se com fãs estéricas, o que deixou seus integrantes surpresos. Pensaram que tivesse alguém famoso no mesmo vôo, e mal acreditaram ao perceberem que a gritaria era para eles. O Liverpool Express participou de turnês com Rod Stewart. Em 1978, foram convidados pelo príncipe Charles para fazer uma apresentação de gala. Ainda estão juntos até hoje, fazendo shows e gravando seus discos, para a alegria dos fãs.
Os maiores sucessos do Liverpool Express por aqui foram "You Are My Love" (que fez parte da trilha de uma novela da Globo), "Dreamin´" e "Every Man Must Have a Dream". Ainfluência dos Beatles é explícita e eles nunca negaram isso. Muito bom! Abração!
01- You Are My Love 3:09, 02- Dreamin 3:26, 03- Margie 2:31, 04- Take It Easy With My Heart 4:06, 05- Every Man Must Have a Dream 3:58, 06- I Want Nobody but You 2:59, 07- It's a Beautiful Day 2:03, 08- Julian the Hooligan 4:59, 09- So Here I Go Again 3:41, 10- John George Ringo & Paul 4:15, 11- Smile 3:25, 12- So What3:36, 13- Last Train Home 4:55, 14- Hold Tight 2:10, 15- Never Be the Same Boy 3:45, 16- Don't Stop the Music 3:49
http://www.4shared.com/file/syjBxHGo/Liverpool_Express_The_Best_Of.html


LIVERPOOL EXPRESS - YOU ARE MY LOVE

ALGUÉM CONHECE ESSE CARA?

QUEM ACERTAR, GANHA UM PRESENTE!
Dica: foi amigo íntimo de John Lennon.

magic alex

Yanni Alexis Mardas, (mais tarde John Alexis Mardas), nasceu em 5 de maio de 1942, em Atenas, na Grécia. Tornou-se mais conhecido como Magic Alex, apelido que lhe foi dado por John Lennon durante o período psicodélico dos Beatles. Mardas chegou a Inglaterra em 1965, com um visto de estudante por intermédio de John Dunbar, da Galeria Indica e não era nada além de técnico de televisão. Dunbar o apresentou a Brian Jones e depois aos Rolling Stones. O louco Brian Jones o apresentou a Lennon que no auge do consumo de drogas ficou impressionado com o seu Nothing Box - uma pequena caixa de plástico com luzes piscando aleatoriamente - e o apresentou aos outros Beatles como seu “novo guru”. Mardas vangloriava-se que poderia construir rapidamente um estúdio de 72 canais. Por isso foi contratado como chefe da Apple Eletronics para projetar o novo estúdio em Savile Row. O projeto acabou se mostrando um fracasso sem precedentes. E foi um dos fatores que levou a companhia criada pelos Beatles à banca rôta com seus inventos que não funcionavam. Quando os Beatles foram para a Índia, o “magic” Alex foi também, continuando com suas promessas de inventos impossíveis. Inclusive, construir um sol. Em Rishikesh, na escola para meditação do Maharish Maheshi Yogi, foi Mardas quem colocou na cabeça de Lennon que o Maharishi era safado e que assediava sexualmente as alunas. Inclusive Mia Farrow. Mardas tinha medo de perder o discípulo besta que gastava rios de dinheiro com ele para o Maharish.

De volta à Londres, John Lennon, já com Yoko Ono, mandou a esposa Cynthia Lennon de férias para a Itália com o filho e mandou que Mardas a seguisse. Como um cachorrinho, Mardas voltou dizendo que ela tinha tido um caso com Roberto Bessanini. E John - o traidor - pediu o divórcio. (Cynthia nega até hoje. Mas depois ela e Roberto se casaram). Mardas ganhou uma Mercedes de presente de Lennon! Finalmente, depois do desastre do estúdio que Mardas criara, ele foi demitido em 69, contra a vontade de John&Yoko. Na década de 1970, Mardas continuou com sua picaretagem mundo afora, inventando equipamentos para a indústria anti-terrorismo, tais como veículos à prova de balas, aparelhos de escuta e hardwares de segurança. Como sempre, tudo se mostrou insatisfatório. Em 1987, Mardas foi diretor da Alcom Ltd, empresa especializada em comunicações eletrônicas e sistemas de segurança. Também foi chutado. Hoje ele tem algumas pousadas na Grécia - de onde nunca devia ter saído - mas não é ele o eletricista. Muitos dizem que o Magic Alex acabou custando os Beatles trezentas mil libras, algo que hoje em dia equivaleria a aproximadamente três milhões de Libras. Para mim, o triste disso tudo é perceber o quanto John Lennon agiu como bobo e idiota durante todo o final dos Beatles.
O colar que Lennon usava, foi presente do "magic" Alex! Escritório da Apple Corps em1968. Da esquerda para a direita: Denis O'Dell, Paul McCartney, John Lennon,Alexis Mardas (Magic Alex), Peter Brown, Brian Levis, Neil Aspinal e Derek Taylor.

No vídeo, Mardas se apresenta para o mundo: