quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

SESSÃO "YOU CAN TALK TO ME!" Nº 01


Queridos todos! Foi vocês que pediram e eu resolvi encarar. Com muito prazer, depois de um trabalho danado, nosso blog preferido estreia agora, a nova Sessão “YOU CAN TALK TO ME – Fala Que Eu Te Escuto” para tentar responder as perguntas e dúvidas sobre os Beatles e afins, que todos vocês fizeram. Me surpreendi com o tanto de perguntas e claro, ainda fui procurar outras há mais tempo guardadas. De forma totalmente interativa, acho que será uma experiência bem lúdica, como nunca tivemos aqui. Fiz questão que fosse hoje, último dia do primeiro mês do ano, para que possa se tornar mensal enquanto resistir e desde que vocês façam pelo menos 20 perguntas bacanas a cada mês, perguntas legais que me dêem prazer de responder, se eu souber. No início, quando respondi um comentário da Catarina, a jovem Lidi apareceu com essa ideia dessa coluna. Logo pensei: “Ih, lá vem”. Então, aquele ‘insight’ daquela menina materializou-se e eu percebi que seria bacana ter esse tipo de contato imediato com vocês, amigos fiéis, que estão sempre aqui, todos os dias! Inicialmente, chamaria-se apenas “SESSÃO FALA QUE EU TE ESCUTO”, mas à medida que foi se tornando real, percebi que poderia haver problemas. Então, quis mudar. Consultei alguns amigos bons nessas coisas, mas as sugestões, embora boas, caiam em lugar comum. A resposta apareceu num estalar de dedos, quando perguntei para mim mesmo, em qual música os Beatles dizem isso com o mesmo sentido e a mesma força? “Hey Bulldog”, claro! “YOU CAN TALK TO ME... YOU CAN TALK TO ME yeah, if lonely, you can talk to me!”. Se era esse o problema, está tudo resolvido. Vamos começar? Mas só depois de “HEY BULLDOG”, ok?

Renato Cunha disse em "THE BEATLES - GET BACK - LEGENDADO" - Ótimo post! Get back sensacional! Hey, Edu interessante a curiosidade do "california grass", por falar nisso você que é um sábio pesquisador dos Beatles, me tire uma dúvida, uma vez ouvi falar que o "roll up" de Magical mystery tour fazia uma alusão a enrolar um baseado. Isso é fato ou papo furado?

É verdade sim, Renatão. Confira a postagem sobre Magical Mystery Tour, publicada aqui em 26 de dezembro de 2011:
http://obaudoedu.blogspot.com.br/2011/12/beatles-magical-mystery-tour.html

João Carlos disse em "MISS O' DELL - MEMÓRIAS DE UMA GROUPIE" - Maravilha. Mas como George era um tanto irõnico, já li e reli e não entendi o motivo da gargalhada proposital dele nessa música. Será que ele quis dizer que foi o único que não "frequentou" a Miss? Valdir e demais, o que vocês acham ? Ah... será ela, a loirinha que "quase" se desequilibra no clip de Hey Jude ? No ínício do coro?

Na verdade, confesso que nunca procurei muitos significados em algumas canções que parecem não fazer sentido algum, como é o caso dessa. Pode até ser que tenha tentado dizer que que foi o único que não "frequentou" a Miss. Mas, ora, frequentou sim, e não foi pouco não! Quanto a ser ela a loirinha que "quase" se desequilibra no clipe de Hey Jude, no ínício do coro, não consegui identificar. Vamos ver novamente o vídeo? Se alguem mais enxergar, por favor me diga em que tempo aparece. Ok?

Valdir Junior disse: O DVD "CHAOS AND CREATION AT ABBEY ROAD", de Paul McCartney foi lançado oficialmente?

Pode ficar tranquilo, Val. O show Chaos & Creation at Abbey Road,foi gravado pelo canal americano PBS em 28 de julho de 2005 e transmitido com exclusividade pela HBO e nunca foi lançado oficialmente em DVD. Existem vários lançados na Europa, como esse que tenho de um selo chamado "The Way Of Wizards", mas nenhum, "oficial". Pode ser encomendado por qualquer boa importadora.

João Carlos disse em "FALE QUE EU TE ESCUTO. PERGUNTE QUE EU RESPONDO": Existe alguma gravação com Ringo Starr no vocal de Little Child?"

Caríssimo JC: não existe registro de que exista alguma gravação de "Little Child" com Ringo nos vocais. Nem na Bíblia de Mark Lewisohn. No entanto, aparece uma citação de que, quando a canção foi escrita originalmente por John e Paul para o álbum "With The Beatles", a ideia era de que Ringo a cantasse, mas eles acharam que "I Wanna Be Your Man" se encaixaria melhor nos vocais do baterista. Sobre a citação que aparece em "As Cartas de John Lennon", em 1971 (quase 10 anos depois de ter escrito a canção), Lennon escreveu uma carta a Len Wood, com a sugestão de canções para compactos duplos (com até cerca de 15 minutos de música) que seriam lançados somente no México, tiradas do catálogo dos Beatles e cantadas por George e Ringo. John estava muito entusiasmado para compilar essas faixas, embora publicamente ele tentasse se distanciar de tudo que tivesse relação com os Beatles. Talvez, não tenha mais ouvido a música desde que fora lançada e tenha ficado em sua lembrança de que era originalmente para Ringo. Na carta, as canções que ele sugere para os compactos de Ringo, eram: Disco 1 - Honey don't, Matchbox, Little child e I wanna be your man. Disco 2 - Boys, What goes on, Act naturally e Don't pass me by. Disco 3 - Yellow submarine, Octopus's garden, With a little help from my friends e Goodnight.

Renata L. disse "FALE QUE EU TE ESCUTO. PERGUNTE QUE EU RESPONDO": Vendo este post me veio uma pergunta! Qual é o seu Beatle favorito, Edu? (e se tiver) tem alguma razão especial?

O meu artista preferido é Paul McCartney. Para mim, o maior e mais completo artista do planeta de todos os tempos entre mortos e vivos. Porque sobreviveu ao fim dos Beatles e criou a carreira solo mais brilhante e espetacular da história da música popular. Tá bom ou quer mais?

Fábio Portugal disse em "FALE QUE EU TE ESCUTO. PERGUNTE QUE EU RESPONDO": Edu: você disse que, na sua opinião os dois solos mais marcantes e matadores de George nas músicas dos Beatles são os de “I Saw Her Standing There” e “A Hard Day’s Night”. E em sua carreira solo, quais são os seus dois solos preferidos do Dark Horse?

Muito bem, Fábio. Os dois solos de guitarra que eu mais gosto na carreira solo do nosso querido George Harrison são os de "The Lord Loves the One" do álbum "Living In The Material World" e "Woman Don't You Cry For Me" do álbum "33&1/3". Ok?

Catarina Valadares disse em " O CASAMENTO DE GEORGE HARRISON & PATTI BOYD" Edu, vou mandar outra: é loucura minha ou no finalzinho de "I'm The Greatest", quando Ringo começa a gritar, ele diz em claro e bom português: "Um, Dois, Três"?

Olhe Catarina, ouvi "I'm The Greatest", pelo menos umas 20 vezes antes de responder sua pergunta. Na minha opinião, ele diz "algo" que pode até ser parecido com "Um, Dois, Três", só não acho que seja em tão claro e em tão bom português como você disse. Vamos conferir?


Ana Beatriz disse pelo gtop: Edu, minha pergunta é bem simples. De todas as versões que os Beatles gravaram de outros artistas, qual a sua preferida?

Essa respondo sem pestanejar. É "Please Mr. Postman" do álbum "With The Beatles", embora também adore as versões que fizeram dos rockões de Larry Williams. Apesar de simples, Ana, sua pergunta me trouxe uma lembrança impagável de um tempo que faz tempo, passou. Quando eu era bem mais jovem, aprendiz de beatlemaníaco, tinha somente dois discos: Help e os Reis do Ié ié Ié. Um dia, eu e minha irmã Lilinha estávamos de carona no fusquinha da mamãe, que estava nos levando para a aula de inglês. Então, no rádio, começou a tocar "Please Mr. Postman" com os Beatles. Fiquei em êxtase, pois nunca tinha ouvido aquela matadora versão dos Beatles. Conhecia com os Carpenters e nem sequer sabia o nome da música que, assim que terminou o locutor disse: "ouvimos os Beatles com Please..." e por causa do converseiro da minha mãe com minha irmã, não consegui ouvir o resto. E aquilo ficou na minha cabeça: "Please... o quê?". Assim que consegui juntar dinheiro para comprar mais um disco, corri para a "Discodil" e fui procurar o álbum que tivesse uma música ou o título "Please alguma coisa". Então peguei o "Please Please Me". Ora, se tinha o título e uma música com "please", só podia ser ele. Tomado pela emoção, nem entrei na cabine para ouví-lo. Comprei e corri para casa. Era um disco fantástico que só tinha um defeito: não tinha "minha" música! Depois que descobri que seu nome era "Please Mr. Postman" e que estava no álbum "With The Beatles", demorou quase um ano para comprá-lo.
Please Mr. Postman foi lançada originalmente como single da banda The Marvelettes, notável como o primeiro a primeira da Motown a alcançar a posição de número 1 na Billboard. foi gravada também pelos Beatles em 1963 e pelos Carpenters em 1974. A gravação das Marvelettes teve a cantora Gladys Horton como solista, e conta a história de esperança que o carteiro traga uma carta de seu namorado, que está ausente. A gravação original teve o acompanhamento da banda The Funk Brothers, incluindo Marvin Gaye na bateria. Os créditos da composição de "Please Mr. Postman" parecem ter mudado ao longo dos anos. A versão original é creditada tendo "Dobbins / Garett / Brianbert", como compositores, e "Brianbert" como produtor. No álbum dos Beatles é creditada apenas a Brian Holland. O livro de toda a discografia dos Beatles de 1974, All Together Now, a música acabou sendo creditada a Holland, Bateman e Berry Gordy. Em 1992, o box set Hitsville E.U.A. Motown: The Singles Collection tem Dobbins, Garrett, Holanda, Bateman e Gorman como compositores. A partir de 2006 no Hall da Fama, aparece como compositores creditados de "Please Mr. Postman", apenas Holland, Bateman e Gorman. "Please Mr. Postman" foi regravada regularmente, incluindo esta versão dos The Beatles cantada de forma magnífica por John Lennon, aonde inverte os sexo da namorada que canta a música. Mais tarde, uma segunda interpretação foi gravada pelos Carpenters, cuja versão levou "Please Mr. Postman" de volta ao 1º lugar na Billboard Hot 100, em janeiro de 1975.

Milla Magalhães disse: Edu, gostaria de saber sua real opinião sobre Elvis Presley.

Putz! Torci para que não houvesse nenhuma desse tipo, mas vamos lá. Pode até doer em alguns, mas serei apenas sincero. É indiscutível que foi um gênio. Com certeza, um dos 10 maiores artistas do século XX. Mas na minha opinião, o mito que foi criado em torno dele, tornou-se com certeza, muito maior do que ele. Para mim, Elvis perde longe para os Beatles e até para contemporâneos dele próprio, como Perkins, Cash e Orbison, apesar de não terem sua "beleza". Elvis cometeu alguns erros desde o início da carreira que considero fatais: nunca compôs nada. Nunca foi um instrumentista virtuoso e nunca foi à Inglaterra. Quando o mundo começou a mudar, Elvis não mudou. Também acho outro erro gravíssimo ter passado a vida à sombra do Coronel Parker sem um pingo de vontade própria. Houve uma época que tinha quase 30 dos seus álbuns. Mas já faz anos que não ouço nada. Acho que o último que ouvi, foi o remix do megasucesso de "Little Less Conversation". Apesar de tudo isso, nunca vou negar sua importância e Elvis, “the Pelvis”, terá para sempre todo o meu respeito e admiração.

Alexxx disse: Edu, por que você quase nunca responde os comentários? Somente os de alguns poucos... Será que não é essa a razão para as pessoas não deixarem mais comentários? Abração, amigo.

Boa, Magic Alexxx. Arapuca para um amigo. Ora, me admiro você dizer isso, pois nesses quatro anos e meio, conto nos dedos as vezes que você fez algum comentário. E em todos que fez, eu respondi. Se não respondo todos é porque muitas vezes, simplesmente, não dá tempo. Mas prometo que vou prestar mais atenção nisso. Porém, não acho que essa seja a razão da negada não deixar mais comentários. Para mim, é preguiça mesmo!
C. Drummond disse em "GEORGE HARRISON - GIVE ME LOVE". Já houve alguma postagem sobre "Cloud Nine"?

Na verdade, ainda não houve uma específica sobre ou com o título "Cloud Nine". Mas este álbum é sempre muito citado em outras, diretamente relacionadas a ele. A última apareceu no dia 14 de setembro 2012 em "GEORGE HARRISON - THIS IS LOVE". Valeu pela sugestão. Já anotei no caderninho!
Alessandra Maia disse por e-mail: é verdade que existe uma gravação de "Here There And Everywhere" com George fazendo o vocal principal?

Yes, it is. É verdade, Alessandra. Embora eu só tenha ouvido uma vez apenas, no saudoso programa "Tempo Beatle" da querida Ananda Apple. Não sei em qual piratão está, nem como encontrá-lo. Se alguém souber, ou tiver, a casa agradece!


 
Alexxx disse pelo MSN:
Edu, o John disse que “Ticket To Ride” foi a primeira música ‘Heavy Metal’ da história. Você concorda com isso?
Alexx, se John disse, quem sou eu para desjohndizer? (essa foi longe... até ele gostaria...) Com certeza, concordo! Os Beatles cresciam a cada criação. John e Paul e todos, faziam questão de nunca se repetir. Ao contrário do que muitos pensam, em 1965, ser “os melhores” e “os maiores” não era porquê eram bonitinhos e engraçados, até também. Mas o som que os Beatles desenvolviam depois de às vezes até 14 horas seguidas, trancados no estúdio crescia a cada pulsação. Era natural que a coisa fosse crescendo. Ticket To Ride é o ápice dessa época. Confira a superpostagem publicada em 3 de abril de 2012: http://obaudoedu.blogspot.com.br/2012/04/usada-em-help-durante-as-cenas-na-neve.html
Verônica B. disse em "THE YOUNGSTERS - GENTE DEMAIS!"
Edu, por que você parou de disponibilizar os discos para download?


Então Verônica, por duas razões. A primeira é que me encheu mortalmente o saco. Tinha que fazer verdadeiras garimpagens para encontrar os discos, depois fazer o download, depois o upload e ainda contar uma historinha sobre cada um. Isso me tomava um tempo ABSURDO que não tInha e ainda não tenho. E pior: para não receber nem um 'muito obrigado'. Vazei! A segunda é que, em vários discos, recebi advertências de que, se não tirasse os links, o blog poderia até sair do ar. Para evitar qualquer problema, assim foi. Mas isso não quer dizer que vez por outra não possa apareçer por aqui um ou outro disco para download, como vai ser o caso da próxima pergunta logo aí embaixo.
Pedro Renault de Barros Correia disse em "McCARTNEY - O PRIMEIRO ÁLBUM A GENTE NÃO ESQUECE": Não conheço as duas inéditas "Indeed I Do" e "1982". Alguém pode indicar como conseguir? Saudações.

Pedro: Existe uma caixa, pirata, com 8 CDs que se chama "Paul McCartney - Rarities 1969 / 2003. No primeiro disco, estão essas duas faixas. Quem tiver ou criar uma conta grátis no 4shared - http://www.4shared.com/ - pode baixar o Volume 1 aqui:
http://www.4shared.com/rar/5Mat3NVm/obaudoedublogspotcom_Rarities_.html
Anderson S. disse... Parabéns pelo blog Edu, está em um nível bem Beatle, eu queria fazer uma sugestão, gostaria de ver um post sobre as parcerias musicais dos beatles em carreira solo ou sobre o album "Imagine" do john, fico grato desde já pela atenção.

Ok. Vamos lá. Quanto as parcerias de John, Paul, George e Ringo em suas carreiras solo, foram tantas que essa será mais uma daquelas postagens épicas que demoram dois meses para ficar pronta. Se o nosso amigo Valdir Junior encarar, eu topo. Quanto ao superálbum "IMAGINE", de John Lennon, apareceu aqui em 30 de outubro de 2012. Confira: http://obaudoedu.blogspot.com.br/2012/10/john-lennon-e-seu-maior-sucesso.html
Pedro Renault de Barros Correia disse em "RICHIE HAVENS - HERE COMES THE SUN": Fiquei fã desse cara a partir da participação dele em "Não estou lá", no qual vários atores diferentes interpretam Bob Dylan. E agora fiquei curioso: para quais outras músicas dos Beatles ele fez versões?

O sensacional disco "Richie Havens Sings Beatles and Dylan" apareceu aqui no Baú para download em 20 de novembro de 2009. Adoro sua voz e os arranjos que faz para as canções, que deixam de ser meras "covers". Nesse disco, além de Here Comes The Sun, ele canta também: If Not for You (de Bob Dylan mas regravada por George), In My Life, Strawberry Fields Forever, Imagine, My Sweet Lord, Eleanor Rigby (fantástica!), Let It Be, With a Little Help from My Friends, The Long and Winding Road e uma versão absolutamente sensacional de Rocky Racoon. Esse CD é absolutamente indispensável na coleção de qualquer Beatlemaníaco de verdade, ou apenas para quem goste de boa música.


E é isso. Por enquanto é só, pessoal. Espero que tenham gostado como eu gostei de fazer. Me trouxe um novo ânimo e ritmo como há muito não sentia. Se não respondi, de forma satisfatória à alguma das questões, desculpem. Foi minha opinião pessoal. Se em alguma houve algum erro ou algum engano, não se intimidem, cartas para a redação! Desde já, conto com a participação de todos para a próxima coluna dessa nova sessão e deixo aqui o meu abraço carinhoso e meu muito obrigadão a todos que participaram e a todos que ainda participarão. Valeu, galera! Até a próxima.
Como não poderia ser diferente, deixei a últimona mesmo para que EU pudesse perguntar para vocês - from me to you: e então, meus amigos:
Será que já não está na hora de enchermos todas essas caixas de comentários não? Com amor, de mim, para vocês! O Baú do Edu.

JOHN LENNON - UM PROFETA?


Numa entrevista realizada em janeiro de 1964, John Lennon disse que os Beatles durariam provavelmente uns 5 anos. Um ótimo dia para todos. Amém.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

THE BEATLES - UMA FESTA NO CÉU

O dia 30 de janeiro de 1969 foi um dia histórico na carreira dos Beatles. Eles se superaram em todas as suas apresentações, que já não faziam desde 1966. Naquele dia, John, Paul, George e Ringo, apenas subiram no telhado do prédio da Apple em Londres sem avisar ninguém, e começaram a tocar as músicas do álbum Let it Be.

Os primeiros a chegar ao telhado foram Paul e Ringo. Os dois foram para seus instrumentos e logo John e George chegaram, e o grupo começou a tocar. Além de alguns alguns fotógrafos, estavam lá toda a equipe de Michael Lindsay Hogg, Billy Preston, Mal Evans, George Martin e Yoko Ono e nenhum fã. Mas à medida que o tempo que foi passando,as pessoas começaram a se dar conta do que acontecia lá em cima: os famosos Beatles estavam bem ali tocando ao vivo! De graça! No cento nervoso de Londres. Aquilo foi demais. Muitos, sequer acreditaram! As pessoas pararam para ouvir o grupo, outras procuraram janelas, outras se aventuravam a subir nos prédios e a maioria dos transeuntes ficava olhando para o alto. Ninguém ficou indiferente e o mundo comungava pela derradeira vez, com os Beatles de verdade. O repertório, contou com sete faixas, todas lançadas no álbum Let it Be.

As faixas executadas foram "Get Back", "Don't Let me Down", "I've Got a Feeling", "One After 909", e "Dig a Pony", Ao final da execução de "Dig a Pony", o engenheiro de som Alan Parsons percebeu que a fita de gravação havia terminado. Enquanto ele a trocava, foram executadas as canções "God Save the Queen" e um pequeno trecho de "I Want You (She´s so Heavy)", que a gravação "oficial" não incluiu. A última apresentação dos Beatles durou em média quarenta minutos, pois com o tempo, o caos se formou nas ruas próximas ao concerto, policiais tiveram de ser chamados e acabaram com a festa no telhado. No projeto "Anthology", Paul relatou que seria um grande e belo final, se os quatro acabassem presos. E seria mesmo! No site Beatles Brasil, na coluna "Pop Go The Beatles", o excelente jornalista Cláudio Teran dá um verdadeira aula sobre esse dia tão marcante na carreira dos Beatles. O link é: http://www.thebeatles.com.br/pop/beatles-rooftop.htm



THE BEATLES - STRAWBERRY FIELDS FOREVER


Viver é fácil, se você fechar os olhos. No outono de 1966, John Lennon foi para a Espanha filmar o papel do soldado Grippweed no filme “How I Won The War”, de Richard Lester, no Brasil – “Como Ganhei a Guerra”. Foi o primeiro Beatle a realizar um trabalho sem os três companheiros. Entre as cenas na praia de Almeria, ele começou a compor “Strawberry Fields Forever”, uma música concebida para ser um blues arrastado. A canção começou com o que viria a ser o segundo verso da versão gravada. Era uma reflexão sobre a convicção de que desde a infância ele sempre fora, de alguma forma, diferente dos demais, de que via e sentia coisas que os outros não viam ou sentiam. Na versão mais antiga de suas fitas na Espanha, ele começa com: “ No one is on my wavelenght”, para depois mudar a frase para “No one i think is in my tree”, aparentemente para disfarçar o que poderia ser visto como arrogância. Ele estava dizendo que acreditava que ninguém conseguia se sintonizar com sua forma de pensar e que, então, devia ser ou um gênio (“high”) ou louco (“low”). “Eu pareço ver coisas de uma maneira diferente das pessoas”. Foi apenas no take 4 da fita de composição que ele fala dos Strawberry (sem o “forever”) e, no take 5, acrescentou a frase “nothing to get mad about”, que depois foi alterada para “nothing to get hung about”. Ele já estava usando um modo deliberadamente hesitante – “er”, “that is”, “I mean”, “I think” – para reforçar que essa era uma tentativa de articular conceitos que não podem ser colocados em palavras. Ao retornar à Inglaterra, John trabalhou na música em Kenwood, onde o verso final foi incluído. Foi só no estúdio que ele a terminou, acrescentendo o verso de abertura, o que ajuda a explicar por que a introdução dá a sensação de não fazer parte do resto da canção.

Na versão completa, um lugar é criado para representar um estado da mente. Strawberry Field (John acrescentou o “s”) era um orfanato do Exército da Salvação na Beaconsfield Road, Woolton, a cinco minutos de caminhada de sua casa em Menlove Avenue. Era uma enorme construção vitoriana em um terreno arborizado aonde o jovem Lennon ia com sua tia Mimi para os festivais de verão, mas também um lugar onde ele entrava sorrateiramente a noite e nos fins de semana com amigos como Pete Shotton e Ivan Vaughan para fumarem e beberem escondidos. Strawberry Field era o playground de John Lennon. Essas visitas ilícitas eram para John como as fugas de Alice pela toca do coelho e através do espelho. Ele sentia estar entrando em outro mundo, um universo que era mais próximo do seu mundo interior, e na vida adulta ele associaria esses momentos de alegria com sua infância perdida e também com uma sensação de psicodelismo, neste caso sem drogas. Na entrevista de 1980 para a Playboy , John declarou que “entrava em alfa” quando criança e via “imagens alucinatórias” de seu rosto quando se olhava no espelho. Ele disse que foi só quandio descobriu o trabalho dos surrealistas que percebeu que não era louco, que não era o “único”, e sim membro de “um clube exclusivo que vê o mundo desse jeito”. Fonte: THE BEATLES – A HISTÓRIA POR TRÁS DE TODAS AS CANÇÕES – Steve Turner. Nota do editor: “Strawberry Fields Forever” foi a primeira gravação do que viria logo em seguida: o magnífico SGT. PEPPER’S. Estranhamente, o compacto “Strawberry Fields Forever” / “Penny Lane” não foi imediatamente para o primeiro lugar, como era costume há vários anos. Mas esta, é outra história. Fica para outra vez. Abração!

THE BEATLES - THE BEING FOR THE BENEFIT OF MR. KITE

Enquanto gravava o clipe de Strawberry Fields Forever, John Lennon e um empregado da NEMS, Tony Bramwell, entraram num antiquário perto do hotel que a equipe usava como base, na cidade Sevenoaks em Kent. John encontrou e comprou um cartaz emoldurado, impresso em 1843, na era Vitoriana, anunciando o Pablo Fanque's Circus Royal. John usou o poster como inspiração para a canção, mas mudou vários fatos para facilitar as rimas. Pablo Fanque, cujo verdadeiro nome é William Darby, foi o primeiro negro proprietário de um circo na história da Inglaterra. O cartaz hoje pertence a Sean Lennon.
A imaginação fértil de Lennon o ajudou a juntar esses personagens e criar a faixa. Depois de ler as letras de "Mr. Kite" e "Lucy In The Sky With Diamonds", George Martin descreveu John como "um Salvador Dali oral".
Participaram da gravação: John Lennon: vocais e backing vocals, loops e gaita; Paul McCartney: baixo e guitarra solo; George Harrison: tamborim, gaita órgão Hammond; Ringo Starr: bateria, tamborin, maraca; George Martin: piano, gaita, órgão, glockenspiel e loops; Mal Evans: gaita baixo; Neil Aspinall: gaita e Geoff Emerick: loops. Como não existe um video legal dos Beatles, a gente fica com a cena do filme “Across The Universe”. Link para a postagem “ACROSS THE UNIVERSE - O FILME”:

AMANHÃ - SENSACIONAL - IMPERDÍVEL!!!

Amanhã (31/01) se tudo der certo, quero inaugurar a mais nova e sensacional coluna do nosso blog preferido sobre todas as dúvidas de vocês que eu conseguir responder. Absolutamente imperdível! Fiquem de olho!

DIRE STRAITS - TUNNEL OF LOVE - SENSACIONAL!

Milla Magalhães disse em RICHIE HAVENS - HERE COMES THE SUN
Edu: O Dire Straits já apareceu por aqui? Se não, gostaria de sugerir uma postagem.
Já Sim, Mimi. Algumas vezes. A última foi em 5 de fevereiro de 2011, ESPECIAL DIRE STRAITS - OS REIS DO SWING

Muita gente, vez por outra, pergunta se essa ou aquela postagem, fulano ou sicrano já apareceu aqui. Não me importo em responder, e quando a pergunta é válida, acaba dando uma nova postagem como foi o caso dessa. Mas, para quem não sabe, existe um jeito bem mais fácil e simples de saber se o seu artista ou artigo preferido já apareceu aqui no meio dessas 3.751 postagens: o mecanismo de busca do Baú do Edu - que fica logo abaixo do topo à direita.

O nosso blog preferido é locado no Blogspot, que é um dos produtos oferecidos pelo Google, portanto, o mecanismo de busca do Baú do Edu funciona da mesma forma que o Google. Você digita o objeto de sua procura, e em segundos aparecem todas as postagens já publicadas aqui relacionadas com ele. Simples assim. Sem você sequer sair da página. Quando aparecer o que procura e você clicar, abrirá em uma nova janela. Então, não é legal? Abração, Mimi. Valeu!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

PAUL McCARTNEY - LET ME ROLL IT - HOWEVER ABSURD!

A grande maioria dos livros de história dizem, que o casal Paul e Linda McCartney e a dupla John&Yoko se encontraram em Nova Iorque na noite desse dia que hoje completa 41 anos, já que teria acontecido em 29 de janeiro de 1972, para um jantar onde, depois de muita discussão, os dois ex-parceiros combinaram de nunca mais atacarem um ao outro através da imprensa ou em músicas. No entanto, não existem maiores registros sobre esse evento. Anos depois, John Lennon, ainda se queixava, que McCartney não teria respeitado o acordo e voltara a fazer ataques pessoais a ele em “Let Me Roll It”. Porém, quando estava na rua da amargura, foi Paul quem deu-lhe a notícia de que Yoko Ono o aceitava de volta, desde que a cortejasse e se tornasse “gente” novamente. O que vocês acham disso?

DIE BEATLES - SIE LIEBT DICH & KOMM, GIB MIR DEINE HAND. O QUÊ?


No dia 29 de janeiro de 1964, os Beatles e toda sua equipe ainda estavam na França. Logo depois, partiriam para a excursão pela Alemanha. A gravadora Electrola Gesellschaft, a EMI alemã, insistiu que eles não venderiam nada naquele país, a não ser que cantassem em alemão. Os rapazes acharam isso uma grande tolice, assim como George Martin, que só concordou com a proposta para não dar à Electrola nenhum motivo para não se empenhar para vender os compactos da banda. Martin conseguiu convencer os Beatles a regravarem "She Loves You" e "I Want To Hold Your Hand" em alemão. A gravadora alemã contratou uma pessoa para traduzir as letras e estar presente durante as gravações, de forma que a pronúncia dos rapazes não soasse tão artificial. Em 27 de janeiro de 1964, George Martin compareceu ao estúdio no horário marcado para a gravação, mas os Beatles não. Após uma hora de espera - o que não era incomum -, telefonou para o George V Hotel e Neil Aspinall disse que eles haviam pedido para avisá-lo que não iriam à gravação, "Estou indo até aí para dizer-lhes exatamente o que acho disso", respondeu o produtor, furioso. Pouco depois, invadiu a sala de estar da suíte dos Beatles e se deparou com uma cena saída diretamente de Alice no País das Maravilhas: "John, Paul, George, Ringo, Neil Aspinall e Mal Evans, estavam sentados ao redor de uma grande mesa, e Jane Asher, como Alice, com seus longos cabelos dourados, servia-lhes chá. Logo que entrei, todos eles desapareceram, correndo em todas as direções, escondendo-se atrás dos sofás, das almofadas, do piano... 'Seus desgraçados!', esbravejei, 'pouco me importa se vocês vão ou não gravar o disco, o que, realmente importa é a sua grosseria!'", disse George Martin. Os Beatles, com o “rabo entre as pernas” foram para o estúdio. Assim, “I Want To Hold Your Hand” virou "Komm, Gib Mir Deine Hand", e “She Loves You”, virou "Sie Liebt Dich", que a gente confere agora. Fonte: “ O Diário dos Beatles – Barry Miles”.

PAUL McCARTNEY - RUN DEVIL RUN - SENSACIONAL!!!

Party of the Century: Rehearsals for PETA Concert

Realizado na noite de 18 de Setembro de 1999 nos cenários da Paramount Pictures, em Los Angeles, este foi um dos shows mais concorridos da década. O espetáculo, denominado The Party of The Century for Party Animals, foi um tributo a Linda McCartney, participante ativa da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals.

Nesse raro e curioso DVD que surgiu somente lá fora, pode-se ver Paul McCartney e banda do lado de fora do estúdio da Paramount naquela tarde de 1999, horas antes de rolar o show fazendo a passagem de som. Não há platéia, o dia ainda está claro. Paul toca todo o repertório que repetiria à noite. Excelente qualidade de áudio. Tocaram as seguintes músicas: Band Intro, Honey Hush, Brown-Eyed Handsome Man, No Other Baby, Try Not To Cry, Lonesome Town, Run Devil Run, I'll Stand By You (Chrissie Hynde) e Love Shack (B'52s). Fonte: http://paulmccartneydvds.blogspot.com.br/

PRECISA-SE DE UM BOM ADVOGADO!

Não entendo, nunca entendi e, pelo visto jamais entenderei essa questão de direitos autorais envolvendo as músicas dos Beatles. Por favor, leiam esta notícia e depois, faço minha pergunta. Espero que alguem aqui possa me responder:

Beatles: aos 50 anos, Love Me Do cai no domínio público europeu

O primeiro single dos Beatles, “Love Me Do”, entrou para o domínio público da Europa, graças à atual lei de direitos autorais da União Europeia. De acordo com esta lei, direitos autorais sobre músicas gravadas expiram após 50 anos. Como “Love Me Do” e o seu lado B, “P.S. I Love You” foram lançadas em 1962, a proteção sobre as faixas expiraram no dia 31 de dezembro de 2012. Embora um movimento esteja a caminho, para estender a proteção para 70 anos, a revisão sobre a lei não surtirá efeito antes de novembro. (Nos EUA, a lei protege os direitos autorais por 95 anos). A nova lei incluirá uma cláusula de “use ou perca”, o que significa que empresas que possuem os direitos sobre gravações lançadas antes de 1963 são obrigadas a disponibilizá-las para consumo e compra, caso contrário o artista pode reclamar o controle sobre os direitos autorais. Uma empresa chamada Digital Remasterings tomou vantagem da lei incluindo “Love Me Do” em uma compilação das primeiras músicas dos Beatles. A clássica Pristine Classical também tirou proveito da lei, desta vez como um single remasterizado, em protesto contra a dificuldade que a lei que pretende estender a proteção dos direitos autorais causará em seus esforços para relançar antigas gravações sinfônicas.


Então. O que significa exatamente isso? "Love Me Do", “P.S. I Love You” e em breve, todas as faixas de Please Please Me agora são de todo mundo? Minhas e de vocês também? Qualquer um pode fazer o que bem entender com elas? E Michael Jackson, onde entra nessa história? Sinceramente, espero que alguem consiga me explicar tecnicamente tudo isso. Desculpem a ignorância do macaco.Desde já, agradeço. Abração a todos!

PETER AND GORDON - A WORLD WITHOUT LOVE


Uma fita com Paul McCartney tocando "A World Without Love" foi encontrada por Peter Asher (o "Peter" da dupla Peter & Gordon - que gravou a música com grande sucesso em 1964). A fita foi encontrada por ele em um depósito em Los Angeles. Essa é a única versão conhecida da canção com seu autor. Nessa época McCartney morava na casa de Peter. Ele era irmão de Jane Asher, que então namorava o Beatle. Para a edição americana da "Rolling Stone" o músico conta que ele e McCartney tinham gravadores em seus quartos. Em um certo dia Paul lhe falou sobre a música e tocou o resultado. O curioso é que a princípio ninguém se interessou pela canção. Asher diz que John Lennon não achou ela boa o bastante para os Beatles. O cantor Billy J. Kramer também não viu nada na composição e deixou passar. Pouco depois Peter & Gordon conseguiram um contrato. Asher correu para seu amigo famoso e perguntou se podia gravá-la. Afinal sair de cara com uma música inédita de "Lennon & McCartney" era garantia de sucesso. Paul só pediu mais um tempo para finalizar a faixa, o que levou mais algumas semanas. Ainda não há planos para o lançamento oficial da gravação. Mas Asher está tocando a fita em sua apresentação "Peter Asher: A Musical Memoir of the '60s and Beyond" em que ele relembra histórias vividas na década de 60. No tape também pode-se ouvir Paul McCartney cantando uma versão embrionária de "I'll Follow the Sun que foi gravada pelos Beatles tempos depois.

Peter Asher, está hoje com 69 anos. Gordon Waller faleceu em 17 de julho de 2009, aos 64 anos de ataque cardíaco. Uma pena!

PAUL McCARTNEY - DON'T GET AROUND MUCH ANYMORE

"Don't Get Around Much Anymore" é um standart do jazz com música de Duke Ellington e letra de Bob Russell. A música foi originalmente intitulada " Never No Lament" e foi o primeiro gravada por Duke Ellington em 1940 como uma grande banda instrumental. A letra de Russell e o título novo foram adicionadas em 1942. Duas gravações diferentes de "Don't Get Around Much Anymore", uma por "The Ink Spots" e outra pela própria banda de Ellington, alcançaram o número um na parada de R & B, nos EUA em 1943. Ambas foram gravações pop top dez, junto com uma versão gravada por Glen Gray. Ao longo dos anos, a canção foi regravada por alguns dos nomes mais populares da música popular como Ella Fitzgerald , June Christy, Mel Tormé, Hank Crawford, Willie Nelson, Harry Connick, Jr, B. B. King, Natalie Cole, Chicago, Cliff Richard, Rod Stewart e o nosso grande Paul McCartney em seu álbum Сноbа B СССР (o álbum russo) de 1987.

SOBRE A NOVA CAPA DO BAÚ DO EDU

Todas as vezes que crio uma “capa” nova para nosso blog preferido, tento me superar. Afinal, sem falsas modéstias, sei bem que é a beleza do visual e a qualidade do conteúdo das postagens, que fazem a diferença do Baú do Edu e faz vocês voltarem sempre com perguntas, sugestões e comentários. Essa nova capa que estreia hoje foi bem fácil. Na verdade, já estava feita desde o começo do mês. Mas precisava de um efeito especial que não tenho a manha e procurei meu amigo e xará Eduardo Krüger. Sinônimo de talento e qualidade, quase igual a mim. Aqui, a gente confere um pequeno “making off” da nova capa que ficou simplesmente fantástica. Obrigadão, SK. Espero que todos gostem! Abração!


SÁBADO SOM - RENATO & SEUS BLUE CAPS

Absolutamente sensacional a coluna “SÁBADO SOM” de ontem, do nosso querido amigo João Carlos. Seu texto sobre a banda de um dos maiores artistas do Brasil me emocionou muito e continua me emocianando até agora. Senhoras e Senhores: O Baú do Edu tem a honra de apresentar agora: RENATO BARROS & SEUS FABULOSOS BLUE CAPS!
Entre 1966 e 1970 ninguém rivalizava com RENATO em se tratando de festinhas e “assustados”. Naquela época, sempre aos sábados, “rolava” uma brincadeira na casa de alguém e sem outros motivos que não fossem dançar e paquerar. Podia ser numa garagem ou num terraço. Certas ocasiões, a turma decidia aos 45 do segundo tempo e sempre funcionava. As meninas ornamentavam o local, alguém cedia a radiola, outro, os discos, outros, as bebidas. E nestas festas, a preferência eram os discos da banda RENATO E SEUS BLUE CAPS. Mesmo Roberto Carlos e Os Incríveis (também bastante apreciados) ficavam um pouco abaixo, assim como o órgão de Lafayette e Seu Conjunto e outros menos votados. Dos internacionais, Beatles e os Stones também eram bem executados. O caso é que diferente da concorrência, os álbuns de Renato eram (ou pareciam ser) produzidos para “se dançar”.

Já escolados, desde 1962 gravando e excursionando, o grupo costumava encher seu repertório com canções agradáveis para se “bailar” coladinho ou solto e isto poupava o DJ (improvisado) de ficar trocando de disco ou pulando faixas a cada música. O curioso é que, apesar de algumas versões infelizes, o som do conjunto vinha melhorando bastante, mais “redondo” e bem registrado. Algumas versões “pegaram” e eram boas (mesmo não se conhecendo os originais) e com toda ingenuidade das músicas da época, as preferidas eram as poucas escritas pelo Renato mesmo (ou material inédito de algum colega). A PRIMEIRA LÁGRIMA, ANA, OBRIGADO PELA ATENÇÃO (Raul Seixas), A IRMÃ DO MEU MELHOR AMIGO, NO DIA EM QUE JESUS VOLTAR, NÃO VÁ EMBORA SEM ME DIZER... e vai por ai. Eles faziam o que os ingleses chamam de “rock mid-tempo” (cadenciado, nem lento nem rápido demais). Outro fato que sempre me chamou a atenção era que a banda, aparecia sim, no Programa Jovem Guarda mas nunca com a mesma assiduidade nem dependência, tal outros artistas. Talvez por isso mesmo tenha sobrevivido ao programa, com sucesso, até mais ou menos 1970.

OS BACANINHAS DO ROCK DA PIEDADE, certamente era um nome muito capenga, mesmo naquele período, quando os irmãos Renato, Edson e Paulo César Barros formaram o grupo. Além dos três, tinha o saxofonista e vocalista CID (presente no conjunto até os dias atuais) e mais um baterista e um organista (nesses 2 instrumentos houve mudanças entre 62 e 70). Antes mesmo de tocarem nas rádios (ao vivo) e gravarem o primeiro compacto, o radialista Jair de Taumaturgo, inspirado no grupo GENE VICENT AND HIS BLUE CAPS, sugeriu o nome RENATO E SEUS BLUE CAPS, e o conjunto virou “habituê” do programa de TV “OS BROTOS COMANDAM” do Carlos Imperial. O sucesso começou devagar, tanto que o irmão Edson (Edinho) desistiu e resolveu fazer carreira solo adotando o nome artístico de ED WILSON. Então em seu lugar, entrou o ERASMO CARLOS, que durou um tempo maior. Vale registrar que o conjunto gravou a versão original de GATINHA MANHOSA (Erasmo), que só mais tarde viraria sucesso com o próprio autor nas gloriosas tardes da Jovem Guarda. Exatamente neste ponto, a banda se redescobriu quando desistiu de procurar vocalistas e os irmãos Paulo César (baixo) e Renato (guitarra) passaram à dividir os vocais com o apoio do Cid, além da 2ª guitarra do Paulinho. Viraram mania. Venderam milhares de discos e, como citei, eram quase onipresentes nas festas, rádios e TVs. Renato Barros revelou-se um ótimo compositor no estilo, e suas criações superavam em muito as “versões” que escrevia, tanto que muita gente recorria ao seu talento, como a dupla LENO E LILIAN com DEVOLVA-ME (rasgue as minhas cartas e...), ROBERTO CARLOS com VOCÊ NÃO SABE O QUE VAI PERDER (já não encontro mais palavras prá lhe convencer...) e tantos outros artistas.

Quando eu me referi ao período 66/70, estava falando dos anos dourados da banda. Do sucesso estrondoso entre todas as camadas sociais, do mais modesto clube suburbano às mais “chics” casas noturnas do Brasil. Até que surgiu o “K7 PLAYER” e a turma começou a montar “fitas” sem interrupções entre as faixas, misturando as músicas e artistas. A banda chegou à parar de verdade. Anos mais tarde se reagrupou e até os dias atuais se apresenta pelo país, com casas lotadas por saudosistas e novos fãs. Renato Barros continua querido e respeitado pelos seus pares, tendo sido nominado recentemente entre os melhores guitarristas brasileiros. Tenho muitas saudades daquele tempo. Das jovens tardes de domingo do Roberto e principalmente das adolescentes noites de sábado com RENATO E SEUS BLUE CAPS !


Confira aqui, outra postagens relacionadas com Renato & Seus Blue Caps: http://obaudoedu.blogspot.com.br/2010/01/renato-seus-blue-caps-menina-linda.html
 

GEORGE HARRISON - WHILE MY GUITAR GENTLY WEEPS - 2013


"While My Guitar Gently Weeps" é uma canção dos Beatles composta por George Harrison, está no álbum The Beatles ou Álbum Branco de 1968. De acordo com Harrison, a inspiração para a música veio da leitura do "I Ching", e foi baseada no conceito de que tudo é relativo, em oposição ao conceito de que tudo é mera coincidência.
 Tendo esta idéia do relativismo na casa de seus pais, em Liverpool, durante um período de férias, Harrison começou a escrever uma música com base nas primeiras palavras que ele viu após abrir o livro aleatoriamente. Essas primeiras palavras foram "gently weeps" (suavemente chora). Então, imediatamente, começou a canção. A letra é simples, com basicamente conselhos de vida, sempre seguidos da frase "Enquanto minha guitarra chora suavemente." Muitos fãs acreditam que exista uma pista sobre a "Lenda da morte de Paul McCartney", e que no final os gemidos de George são lamentações pela perda do amigo. Segundo George Martin, John Lennon e Paul McCartney subestimaram a música, que depois se tornaria um clássico. Eles a gravaram no dia 16 de agosto com mais de 14 takes, alguns acústicos e nenhum agradou George. Ele dizia que John e Paul tocaram com muito desânimo e desdém "Eles não levaram o trabalho a sério e acredito que nem se esforçaram para tocá-la direito." Mas sua forma de revolta não poderia ser mais criativa: Eric Clapton conta que Harrison falava da música e de repente disse que "ele bem que poderia participar do disco" ao que Clapton respondeu: "Os outros Beatles não iriam gostar!" e George subitamente respondeu: "Não tem nada a ver com eles, a música é minha."
 No outro dia, lá estava Clapton no estúdio com sua Gibson Les Paul, fazendo o solo da "guitarra que chora". Segundo Harrison: "A presença de Clapton no estúdio serviu para desanuviar as tensões entre o grupo e eles tiveram uma melhora em seu comportamento durante sua presença." Ringo Starr completou: "Foram dias memoráveis, Eric era muito divertido." Porém alguns tem dúvidas de que o solo usado no disco não foi o que Clapton gravou apenas pelo fato do trabalho seguinte, o "Abbey Road", ter um estilo semelhante tocado por George (possivelmente por influência do amigo). Harrison disse sobre o solo: "… Então Eric tocou, e eu achei que ficou realmente bom. Ouvimos e ele disse ‘tem um problema, não está Beatle o bastante.’ Então colocamos o ADT (automatic double-track) para incrementar um pouco." A versão acústica está no disco Anthology 3 e no retrabalho LOVE, com arranjo orquestrado por George Martin. Quem esteve na gravação original: George Harrison – vocal (double tracking), vocal de apoio, guitarra base, órgão Hammond; John Lennon – guitarra; Paul McCartney – vocal de apoio, piano, órgão, baixo de 6 cordas; Ringo Starr – bateria, tamborim; Eric Clapton – guitarra solo. "While My Guitar Gently Weeps" é a 2ª canção de George Harrison mais regravada por outros artistas. Só perde para “Something”. Alguns que já tiraram uma casquinha: Jake Shimabukuro, Vinnie Moore, Peter Frampton, Russ Freeman, The Jeff Healey Band, Kenny Lattimore, Phish, Kenny Rankin, The Rippingtons, The Punkles, Spineshank, Joe Louis Walker, The Muppets, Les Fradkin, Toto, Eric Roche, Damon and Naomi, Rick Wakeman, Todd Rundgren, M.O.P. , Wu-Tang Clan,Martin Luther McCoy, Doyle Dykes, The Grey Album - DJ Danger Mouse's, Marc Ribot, Lemon Demon, Nan Vernon, Jimmy Ponder, Derek Webb, Powderfinger, Dante Leon, Hank Marvin, Carlos Santana, Girl In A Coma, Lisa Marie Presley.

Para completar, a gente confere agora um trecho do livro de Michael Schumacher "Crossroads: a Vida e a Música de Eric Clapton" de 1995.

Clapton descansou muito pouco durante o breve hiato do Cream na estrada. Ele aprofundou a sua amizade com George Harrison, e dessa associação saíram alguns projetos, o mais notável sendo o trabalho que fez para o White Álbum dos Beatles.
Harrison e Clapton tinham se conhecido quase quatro anos antes, quando os Yardbirds tocaram na festa de Natal dos Beatles em 1964. Conversando sobre música, os dois descobriram que tinham preferências musicais diversas, com Harrison preferindo o rockabilly americano e Clapton o blues americano. Houve o constrangimento normal que ocorre quando membros de bandas concorrentes se reúnem, mas estes sentimentos foram superados pela forte identificação mútua. Clapton acreditava que o talento de Harrison estava sendo sufocado nos Beatles, onde John Lennon e Paul McCartney estavam sempre à frente, e ele tentou encorajar Harrison a dar um passo à frente na banda.
Os dois se viram ocasionalmente nos anos seguintes: os compromissos com suas respectivas bandas impediram que a amizade se desenvolvesse mais. Então, no final de 1967, Harrison entrou em contato com Clapton para um projeto fora dos Beatles — a trilha sonora do filme Wonderwall, de Joe Massot. A música tinha um som com influência oriental devido à visita dos Beatles à índia e Harrison procurava um som ocidental para fazer contraponto à cítara, sarod, tabla e tambura. Clapton — que aparece nos créditos do disco como Eddie Clayton—visitou os estúdios de Abbey Road e gravou passagens de blues na guitarra para algumas músicas de Harrison, dessa maneira começando uma atividade suplementar em trilhas sonoras que ele manteria, alternadamente, pelos próximos 25 anos.
Com a fundação da Apple, sua gravadora, os Beatles estavam se diversificando para produzir discos de outros artistas e, com a sua reputação e ligações, não era preciso muito esforço para agrupar um elenco importante de músicos de estúdio para qualquer projeto. Para o disco de Jackie Lomax produzido por George Harrison, Clapton entrou no estúdio com uma banda provisória que tinha ele e Harrison na guitarra, Klaus Vorman no baixo, Nicky Hopkins no piano e Ringo Starr na bateria. Após meses de performances livres no palco, a descontraída e agradável atmosfera do estúdio, nessas gravações, foi uma mudança bem-vinda em relação à competição no palco e às brigas fora dele. Naquele mesmo mês, Clapton gravou quatro canções como guitarrista de estúdio para seu amigo Mike Vernon, que estava produzindo um disco para a cantora de blues Martha Velez, usando uma formação de estúdio que incluía Jack Bruce, Christine McVie, Mitch Mitchell, Jim Capaldi e Brian Auger.
De todas as sessões de trabalho de estúdio de Clapton, nenhuma igualaria o reconhecimento que recebeu pelo tempo que passou no estúdio número 2 de Abbey Road no dia 6 de setembro, quando se uniu aos Beatles para gravar o memorável solo de guitarra na música de George Harrison, While My Guitar Gently Weeps. A princípio, Clapton hesitou em aceitar o convite de Harrison para tocar na faixa. Ninguém, ele observou a Harrison, jamais participou como músico convidado de um disco dos Beatles.
"Ele queria que eu tocasse guitarra na faixa porque não podia fazê-lo do jeito que gostaria de escutar", relembrou Clapton, fazendo questão de dizer que não concordava com os receios de Harrison sobre a sua própria habilidade na guitarra. "Eu achava que ele devia ter tocado guitarra na música", prosseguiu Clapton, "mas foi ótimo para mim fazer aquilo. Concordamos que eu não seria pago e nem meu nome apareceria."
Harrison tem as suas próprias e nítidas lembranças dessa sessão histórica. Segundo Harrison, os outros três Beatles não ligavam para a canção, mas a participação de Clapton mudou a opinião deles. O solo, um dos melhores a abrilhantar um disco dos Beatles, era maravilhosamente expressivo — uma combinação perfeita com a letra e a melodia melancólicas de Harrison. Mesmo assim, Clapton ficou apreensivo com a maneira em que funcionou para a banda.
"Nós escutamos", lembrou Harrison, "e ele disse: 'Ah, existe um problema, não está suficientemente Beatle.' Então passamos a fita pela máquina duplicadora para dar um pouco mais de tremolo."
Apesar da ideia de não colocá-lo nos créditos do álbum, a participação de Clapton na música se tornou um dos mais mal guardados segredos da indústria musical. Havia fãs dos Beatles que tinham obsessão em saber os mínimos detalhes da gravação de cada música e não foi difícil para eles descobrir que o famoso instrumentista do Cream emprestara o seu talento para uma das canções mais formidáveis do White Álbum ou para descobrir que a sua paixão por doces havia sido a inspiração para Savoy Truffle, outra música de Harrison no álbum.
A amizade Clapton-Harrison ajudaria a estimular um trabalho valioso por parte dos dois músicos nos anos seguintes. Também levaria Clapton a alguns dos altos e baixos de sua vida, começando quando Harrison o apresentou à sua mulher, colocando em ação uma sequência de eventos que os dois homens foram essencialmente incapazes de alterar.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

GOODBYE - O TRISTE ADEUS DO CREAM


Como um gesto de despedida, o Cream lançou o seu quarto álbum, Goodbye, que, como o anterior, misturava música ao vivo e de estúdio. O Cream, originalmente, pretendia lançar outro álbum duplo, com formato similar a Wheels of Fire, mas não tinham material de qualidade suficiente para isso. Em vez de se concentrar em material inferior que, provavelmente, os fãs teriam comprado de qualquer maneira, Clapton, Bruce e Baker selecionaram três performances extraordinárias ao vivo (I'm So Glad, Politician e Sitting on Top of the World) e três canções produzidas no estúdio — cada membro da banda compôs uma. O contraste entre as bandas ao vivo e em estúdio ficou evidente de novo: o material ao vivo, incandescente com a energia liberada, a ênfase diretamente no virtuosismo dos três músicos individualmente, enquanto o material de estúdio centrava-se na melodia e no arranjo das canções. O novo número de Jack Bruce e Pete Brown, Doing That Scrapyard Thing, era um olhar nostálgico para dias melhores, completo com o tipo de imagens extraordinárias características das letras de Brown. Para conseguir o incomum som de órgão que permeia a canção, Clapton usou uma caixa Leslie especialmente adaptada para guitarra. A contribuição de Ginger Baker para Goodbye, What a Bringdown, era um comentário sobre o fim do grupo, espertamente disfarçado numa letra desconjuntada. A música de Clapton, Badge, uma parceria com George Harrison, era de longe a melhor do disco. Conforme Harrison lembrou, a canção foi composta quando ele, Clapton e Ringo Starr estavam em sua casa, relaxando e trabalhando em uma letra sem sentido. "Aquela canção era bem boba", disse Harrison ao entrevistador Timothy White. "Ringo estava sentado bebendo, já meio louco, falando qualquer coisa. A parte sobre 'Our kid, now he's married to Mabel' [Nosso garoto, agora ele casou-se com Mabel], bem, 'nosso garoto' é uma expressão de Liverpool que geralmente significa seu irmão mais novo. A gente estava se divertindo." O título da canção derivava de um mal-entendido engraçado que ocorreu naquela mesma noite, quando Clapton se confundiu com a caligrafia de Harrison. "Estávamos escrevendo a letra na casa de George, com Ringo e eu gritando e Harrison escrevendo. No papel parecia estar escrito badge, mas na verdade era bridge. Eu disse, taí um bom nome para a canção e ficou." Nem Harrison nem Ringo receberam os créditos na capa do álbum (embora Harrison fosse citado nos créditos de autoria subsequentes); nem Harrison foi citado por seu trabalho como guitarrista convidado na faixa. No produto acabado, Harrison tocava guitarra base até a ponte da canção, quando Clapton entrava com a guitarra plugada numa Leslie para conseguir o arpejo característico que acentua a segunda parte. A contribuição de Harrison à gravação ficou registrada através do pseudónimo bem-humorado de L'Angelo Misterioso.

Por estranho que pareça, Badge, uma canção imensamente popular ao longo da carreira de Clapton, não chegou a lugar algum quando foi lançada como compacto, com What a Bringdown no lado B, em abril de 1969. Talvez isso se devesse ao sucesso de "Goodbye", que foi para o topo das paradas nos Estados Unidos e na Inglaterra, ou porque o público estava saturado com o excesso de produtos (White Room/Those Were the Days tinham sido lançados em janeiro de 1969); qualquer que seja a razão, o fracasso da canção nas paradas foi um final infeliz para a carreira fonográfica de uma banda que, em três anos, criou uma obra que mostrou a direção que o rock tomaria durante algum tempo. Essa versão que a gente confere agora foi realizada na reunião do “Cream” original com Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker no London Royal Albert Hall em maio de 2005. Absolutamente genial.

Ih! Quase ia esquecendo... Fonte do texto: "Crossroads - A Vida e a Música de Eric Clapton", de Michael Schumacher - 2005.

PAUL McCARTNEY - CHAOS AND CREATION AT ABBEY ROAD


“Chaos and Creation at Abbey Road”. Paul McCartney volta aos estúdios de Abbey Road, lugar em que passou grande parte da vida, para uma apresentação bem simples, intimista e não menos fantástica. Para uma plateia pequena no estúdio 2 de Abbey Road, onde os Beatles gravaram quase todos os seus sucessos, Paul sobe ao palco sozinho e toca as suas músicas em todos os instrumentos. Além disso conta diversas histórias sobre como as canções foram compostas e de onde vieram as inspirações e ainda faz a plateia participar da apresentação distribuindo alguns instrumentos, como chocalhos e pandeirolas, e chega até a inventar uma música.
Neste programa, nosso querido e velho Macca toca algumas músicas do seu álbum de 2005 “Chaos and Creation in the Backyard, além de passar por músicas de sua carreira e clássicos dos Beatles. Confira e com certeza se impressione não apenas com sua musicalidade, mas também com seus “brinquedos” como no caso do contrabaixo de Bill Black, baixista do Elvis Presley usado na gravação original de Heartbreak Hotel e também o teclado eletromecânico polifônico Mellotron, usado na música Strawberry Fields Forever dos Beatles. O especial "Chaos & Creation at Abbey Road" foi gravado pelo canal americano PBS em 28 de julho de 2005. E aqui, a gente confere o programa inteirinho na ítegra e com excelente qualidade de som e imagem. É só clicar no play e ser feliz. Abração!


Setlist da apresentação: Friends To Go, In Spite Of All The Danger, Twenty Flight Rock, Lady Madonna, English Tea, Heartbreak Hotel, Música Inventada, Strawberry Fields (Apenas Três Versos), Jenny Wren, I've Got A Feeling, Blackbird, Música Inventada e Blue Suede Shoes.

A PERFECT CIRCLE - IMAGINE - MUITO BOM!



A Perfect Circle é uma americana de rock/metal, formado em 1999 pelo guitarrista Billy Howerdel e o vocalista Maynard James Keenan. A formação original também incluía Paz Lenchantin no baixo, Troy Van Leeuwen na guitarra, e Tim Alexander na bateria. A banda lançou três álbuns. Por volta de 2004 se separaram e passaram a trabalhar em outros projetos. Em outubro de 2012 confirmaram duas apresentações na América do Sul, no festival Lollapalooza, no Brasil e no Chile. O grupo deve se apresentar no Brasil em março deste ano. Essa versão de “Imagine” é do disco “eMOTIVe” de 2004
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THE BEATLES - I'LL FOLLOW THE SUN

O contraste entre as visões que John e Paul tinham sobre a vida e o amor não poderia ser maior. Enquanto John normalmente se via como vítima, Paul demonstrava ter controle total de sua vida. Em "If I Fell", John pedia uma promessa de que o amor duraria. Em "I’ll FollowThe Sun", Paul sustenta que essa garantia não é possível. Ele sabe que nuvens negras podem aparecer em seu relacionamento, então decide apenas seguir o sol. Mesmo sendo uma canção um tanto egoísta, por não levar em consideração como a garota abandonada pode encontrar sua própria luz do sol, era um reflexo exato da vida romântica que Paul mantinha com Jane Asher. Era uma canção guardada "na gaveta", para ser usada quando surgisse pressão para que os Beatles criassem material novo, mas ela foi escrita em 1959. Foi pouco depois da morte de Buddy Holly, e havia uma onda de interesse por ele, que fez com que quatro singles do músico estourassem na Inglaterra. Em "I’ll FollowThe Sun", é fácil detectar o efeito disso no jovem Paul McCartney. Holly era uma influência significativa para os Beatles porque, ao contrário de Elvis, escrevia todas as suas canções e tinha uma banda de apoio permanente e identificável. John (que era míope) sentia-se estimulado pelo fato de um cantor que usava óculos poder se tornar um astro do rock, e o nome dos Beatles foi inicialmente inspirado pelos Crickets, de Buddy.
Beatles For Sale incluía uma faixa de Chuck Berry ("Rock And Roll Music"), uma de Leiber e Stoller ("Kansas City"), uma de Little Richard ("Hey Hey, Hey"), uma de Buddy Holly ("Words Of Love") e duas de Carl Perkins ("Honey Don't" e "Everybody's Trying To Be My Baby"), todas gravadas às pressas perto do fim das sessões. "Ainda existem uma ou duas de nossas primeiras músicas que valeria a pena gravar", Paul explicou à Mersey Beat na época. "De tempos em tempos lembramos de algumas das boas que escrevemos no começo, e uma delas, “I’ll FollowThe Sun”, está no LP." Nos anos 1970, a empresa de Paul, MPL Communications, comprou o catálogo de Buddy Holly e desde então é responsável por organizar a cada ano o Buddy Holly Day. Fonte do texto: “The Beatles – A história por trás de todas as canções” – Steve Turner.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

JOHN LENNON - A CARTA QUE NUNCA FOI ENTREGUE

"IMAGINE" - AL PACINO - Os roqueiros clássicos estão aparecendo em uma boa parcela dos filmes nos dias de hoje. No mês passado, "Not Fade Away", um filme sobre adolescentes de Nova Jersey inspirados pelos ROLLING STONES a formar uma banda, estreou nos cinemas. Esta Primavera (no hemisfério norte) vai ver o início da produção de "Imagine", em que um músico recebe uma carta de encorajamento de JOHN LENNON. A história é baseada no fato verídico de Steve Tilston que, em 1971, foi um músico britânico preocupado em sucumbir às armadilhas da fama. Lennon leu uma entrevista com o jovem artista e estendeu a mão a Tilston através de uma carta, que dava conselhos e encorajamento, deixando o número do telefone de sua casa. Infelizmente, Tilston nunca recebeu a carta, e não tinha ideia de sua existência até 2005, quando um colecionador que comprou a carta localizou Tilston. 'Imagine' leva essa premissa, mas, em vez de Tilston ser um músico cuja carreira nunca atingiu nada, o roteirista Dan Fogelman criou Danny Collins, uma lenda do rock que se transformou em exatamente o que Tilston tinha medo de se tornar: uma estrela decadente do rock contente em ir a shows tocar seus hits em lotadas arenas. Mas receber a carta de Lennon depois de todos esses anos o faz lembrar do que ele já foi e decida mudar de vida, tanto para se reconectar com seu filho quanto com sua visão artística. O filme estrela Al Pacino como Collins, o que provavelmente significa muitas cenas fortes, antes que ele decida mudar de vida. Jeremy Renner interpreta o filho alienado, e Julianne Moore é a gerente do hotel para onde Collins se muda para como parte de sua busca por redenção.
A CARTA PARA STEVE TILSTON -
John Lennon, em 1971, enviou uma carta a um músico inglês de folk que chegou ao destinatário com quase 40 anos de atraso. Na carta, assinada também por Yoko Ono, o ex-Beatle dava conselhos ao cantor folk Steve Tilston. Para John Lennon, Steve Tilston não devia se preocupar face à eventualidade de um êxito financeiro arruinar as letras de suas canções. Lennon escreveu a Steve Tilston e ao jornalista Richard Howell depois de ter lido uma entrevista que o cantor dera a este jornalista em 1971 e que foi publicada numa revista sobre música. Yono Ono, (que em 18 de Fevereiro completa 80 anos), diz que se recorda do momento em que o marido escreveu a Steve Tilston.
No excelente e mais recente livro de Hunter Davies "As Cartas de John Lennon, a carta para Tilston aparece nas páginas 234 e 235. É a 155ª carta. Aqui, com exclusividade absoluta, a gente confere o que Hunter Davies fala sobre o episódio e o que Lennon realmente disse na carta que nunca foi entregue.

John sabia ser simpático com os fãs - na verdade, ele quase sempre era, mesmo quando o abordavam em momentos ruins —, escrevendo para eles cartas divertidas, amistosas. Às vezes, como no caso de um jovem músico chamado Steve Tilston, ele escreveu para completos desconhecidos, em resposta a algo que haviam, dito em um jornal ou revista. Em entrevista publicada na revista ZigZag, Tilston, que tinha 21 anos na época, perguntava se ficar rico poderia prejudicar sua capacidade de escrever músicas fortes. Em carta endereçada aTilston aos cuidados de Richard Howell, o jornalista que o entrevistara, John escreveu para dizer que ser rico não muda a forma de pensar. Ele também carimbou o endereço de sua casa e o número do telefone, que era o equivalente a encorajar o jovem Tilston a responder a ele, talvez até aparecer à porta dele. Não fez isso - o coitado do Tilston nunca recebeu a carta. Ela ficou na redação da ZiqZaq, que fechou não muito tempo depois. Ele só soube da existência dela em 2005, quando foi contatado por um fã americano dos Beatles que tinha comprado a carta e decidira procurar Tilston para saber quem ele era. Ao ler a carta pela primeira vez, Tilston disse que teria ficado emocionadíssimo se a tivesse recebido. "Achei que era uma carta bem fraternal. Não hostil, mas dando conselhos. Se eu a tivesse recebido lá atrás, meu jovem ego certamente teria telefonado para ele." Hoje, Tilston continua sendo músico e compositor, mora em Hebden Bridge, Yorkshire, e recentemente publicou seu primeiro romance. Não chegou a ficar rico, mas se deu bem na vida.
Carta 155: para SteveTilston e Richard Howell, 1971
ZigZag 
Tittenhurst Park Ascot, Berkshire
Caros Steve Tilston & Richard Howell Ser rico não muda a sua vida no modo de pensar. A única diferença basicamente é que você não precisa se preocupar com dinheiro - comida - teto - etc, mas todas as outras experiências - emoções - relacionamentos - são os mesmos que os de qualquer um. Eu sei, já fui rico e pobre, assim como Yoko (rica - pobre - rica) então o que você acha disso?
Com amor, John &Yoko
COMPRE "GOD SAVE US" e salve a OZ

Para quem quiser conferir os vídeos de Steve Tilston, basta digitar o nome dele no You Tube que aparecem vários. Não coloquei nenhum porque achei todos muito chatos. A gente fica com o John Lennon mesmo, super impaciente gravando "Oh, Yoko". Abração!