domingo, 30 de março de 2014

SGT. PEPPER'S LONELY HEARTS CLUB BAND PHOTO SESSION

No dia 30 de março de 1967, os Beatles posaram para a sessão fotográfica da capa do álbum “Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band” no Chelsea Manor Studios em Londres. O álbum seria lançado em 1º de junho daquele ano. Os Beatles foram fotografados por Michael Cooper e toda a criação e direção de arte de Peter Blake. Link para a matéria sobre Blake do Baú do edu: http://obaudoedu.blogspot.com.br/2011/06/arte-magica-e-pop-de-peter-blake.html

HAPPY BIRTHDAY, ERIC CLAPTON - 69 ANOS


Hoje é aniversário do incomparável Eric Clapton. Ele está completando 69 anos de uma vida absolutamente vitoriosa, sendo que 50 deles são dedicados à sua carreira espetacular e à sua música fenomenal. Parabéns, Eric Clapton. Todos nós lhe desejamos muitos anos de vida e vários álbuns espetaculares que ainda estão por vir!
Para conferir o Superespecial de Eric Clapton, publicado aqui originalmente em 1 de outubro de 2009, o link é: http://obaudoedu.blogspot.com/2009/10/especial-eric-clapton-gloriosa.html
Não deixem de conferir também:

Ai, ai... é muito som! E agora ainda fica com uma verdadeira festa de estrelas, quebrando um pau incomparável. Happy birthday, Eric Clapton!

sábado, 29 de março de 2014

RINGO STARR - SENTIMENTAL JOURNEY

"Sentimental Journey", o primeiro álbum da carreira solo de Ringo Starr foi lançado em 27 Março de 1970 no Reino Unido e um mês depois, em abril, nos EUA. O álbum foi produzido por George Martin. Ringo começou a gravar esse projeto em outubro de 1969 durante o pior momento que os Beatles enfrentaram em sua carreira: o fim.
Em Sentimental Journey, Ringo decidiu regravar canções antigas: standards e temas jazzísticos das décadas de 1930 e 1940. Mais que isso, ele pediu para sua própria mãe e alguns parentes escolherem o repertório. Mas a intenção era dar uma roupagem diferente para as canções. Ringo solicitou que uma série de músicos se dedicasse de maneira especial criando novos arranjos para cada faixa. Entre os envolvidos que recriaram as canções estavam George Martin, Klaus Voormann, Maurice Gibb, Quincy Jones e Paul McCartney, entre outros. Na capa do álbum, uma foto do pub The Empress in Dingle (o mais próximo do local onde o baterista nasceu), com fotos dos parentes de Ringo nas janelas.
O disco acabou sendo massacrado pela crítica. Todos apontavam para o mesmo “defeito”: onde está o rock’n’roll? Entretanto, a intenção definitivamente não era fazer um disco de rock. Era um álbum conceitual, composto por canções pop do período entre guerras. Mesmo assim, o título ficou bem posicionado nas paradas.
Com o passar dos anos, olhando em retrospecto, se percebe que as críticas de Sentimental Journey foram exageradas e injustas. Realmente não é um disco de rock ou um dos trabalhos mais significativos da trajetória solo de um dos Beatles. E nem mesmo na carreira de Ringo, que possui tantos álbuns primorosos. Porém, se reconheceu que o ataque selvagem empreendido pela imprensa da época foi exagerado. De qualquer forma, em 1970 o Ringão continuava em jogo, e possuia cartas bem mais interessantes na mão. Em setembro, iria lançar seu segundo solo, o interessante Beaucoups of Blues.

sexta-feira, 28 de março de 2014

LINDA McCARTNEY - A VEGETARIANA E DEFENSORA DO ANIMAIS

Em 12 de Março de 1969 Linda e Paul se casaram, “partindo o coração” de toda uma geração de fãs do menino bonito dos Beatles. A esta altura Linda já estava grávida de quase três meses da primeira filha do casal, Mary. Alguns anos mais tarde nasceram os seus outros dois filhos, Stella e James.
Certo dia, casados e com os seus vinte e poucos anos, Linda e Paul estavam comendo carne de cordeiro quando viram dois outros cordeirinhos a pastar num campo. Sem palavras, olharam um para o outro e instantaneamente deixaram aquilo que estavam comendo. Desde então nunca mais voltaram a consumir cadáveres de animais. Foram apelidados de excêntricos, malucos e esquisitos. Ela contou que não houve quase nenhum insulto que não se lhes tivesse sido dirigido, só por terem uma alimentação diferente da maioria das pessoas. Para Linda McCartney o que mais importava além da família era a sua paixão/missão de espalhar a palavra começada por V.
Linda McCartney afirmava que muita gente encarava o vegetarianismo como uma espécie de culto místico sem qualquer fundamento, como se os vegetarianos não fossem muito bons da cabeça. E que basta sair um pouco fora dos limites do convencional e é melhor estar preparado para ouvir certas coisas, porque as pessoas gostam de um certo nível de conforto e tudo o que implica mudança é sempre visto como um desafio. Mas algum tempo mais tarde as provocações começaram a cessar e as pessoas passaram a ouvir os “maluquinhos” dos vegetarianos com algumas bases científicas, medicinais e econômicas. Finalmente, tomaram algum interesse por esta filosofia de vida e os discípulos do tradicionalismo começaram então a ver que ser vegetariano fazia sentido.
Linda foi uma pessoa que esteve sempre atenta com tudo o que estivesse relacionado com o vegetarianismo, e como tal estava a par de todas as investigações e estudos médicos realizados nessa direção; estava igualmente a par dos passos ambientalistas mais significantes e fazia o possível para os apoiar. Vegetariana e amante fervorosa dos animais, Linda contribuiu bastante para ajudar as causas “Lynx - organização britânica anti-peles” e a “PETA” (People For The Ethical Treatment of Animals). Também trabalhou extensivamente para o “The Council For The Protection of Rural England” (Concelho de Proteção da Inglaterra Rural) e para o “Friends Of The Earth” (Amigos da Terra), de modo a alertar para os perigos ambientais.
A coragem que demonstrou ao lutar pelo vegetarianismo e pelo bem-estar dos animais foi inacreditável. Poucas mulheres se encarregariam, sozinhas, de enfrentar inimigos como os produtores de carne e de gado, arriscando a serem ridicularizadas, e mesmo assim não desistindo. Quem não teve o privilégio de a conhecer bem, por ser uma pessoa muito privada, apenas conseguiu ver a ponta do iceberg. Para Paul McCartney ela era a mulher mais amável e inocente que ele alguma vez conheceu e teve a honra de ser seu amigo e amante durante 30 anos.
Todos os animais eram para Linda personagens da Disney, merecedores de muito amor e respeito. Era uma mulher muito corajosa e nunca se importou com aquilo que os outros poderiam achar ou dizer dela. Linda nunca se deixou impressionar pelo fato de ser a “Lady McCartney”. Quando alguém lhe perguntava se as pessoas a tratavam por Lady McCartney, ela sempre dizia “alguém uma vez o fez - penso eu”. Em 1989 Linda publicou o seu próprio guia de cozinha vegetariana - Linda McCartney’s Home Cooking. O livro tornou-se um best-seller entre os de culinária vegetariana, tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos; com mais de 250.000 cópias vendidas.
Desde a publicação do seu primeiro livro, Linda tornou-se mais focada por parte da imprensa e mídia, as quais a consideraram a mais importante personalidade vegetariana do Reino Unido. Na Primavera de 1991, Linda lançou o seu próprio negócio de refeições vegetarianas (rápidas de preparar); o qual se tornou num grande sucesso no Reino Unido – com cerca de 5 milhões de refeições consumidas até setembro de 91. O negócio de comida vegetariana de Linda McCartney foi tão bem sucedido no Reino Unido que as suas refeições são hoje em dia parte do menu do muito famoso “Hard Rock Cafe” de Londres. Linda mudou sem dúvida a imagem do vegetarianismo, introduzindo a comida vegetariana em supermercados e desenvolvendo produtos vegetarianos que tanto eram apreciados tanto por vegetarianos como por omnívoros.
Sempre que podia, Linda fazia uma declaração ao mundo acerca do vegetarianismo. Chegou mesmo a dar a voz num episódio dos Simpsons, com a condição de que a personagem Lisa se tornasse uma vegetariana fervorosa, com a ajuda de Linda e Paul McCartney. Ela tinha tudo: uma família vegetariana feliz, um negócio de comida vegetariana de 50 milhões de dólares, 3 livros de culinária dos quais era autora e dinheiro para mandar para a Bósnia juntamente com 1 milhão de refeições vegetarianas. Mas mesmo assim não conseguia descansar totalmente à noite. Uma vez afirmou publicamente que à noite pensava em todos os animais sujeitos a serem massacrados e assassinados e não conseguia dormir.
Linda influenciou os restantes Beatles para que não voltassem a comer cadáveres de animais. Juntamente com Paul participou em campanhas para promover o vegetarianismo durante 25 anos, desde o dia em que pararam de comer animais mortos. Para Linda o vegetarianismo era uma missão, e como tal apelava às pessoas para se tornarem vegetarianas e influenciarem outras a tornarem-se também. Em 1998, alguns meses antes do seu falecimento, Linda decidiu patrocinar uma equipe de ciclismo com o nome "Linda McCartney`s On Tour Pro Cycle Team". A dieta dos ciclistas baseava-se em produtos vegetarianos (naturalmente, da marca McCartney`s). A equipe desfez-se em janeiro de 2001. Mas durante os seus três anos de existência participou na maioria das corridas europeias, e inclusive em outros campeonatos importantes como o Jacob`s Creek Tour de Austrália, obtendo importantes classificações.
Quando Linda McCartney morreu, em 17 de Abril de 1998, deixou uma verdadeira e profunda dor em Paul McCartney e ao resto da sua família. Os dois anos anteriores que passaram a lutar contra a o doença de Linda (câncer de mama) foram um pesadelo. Paul McCartney disse que Linda foi e sempre será o amor da sua vida. Linda pediu a Paul para cuidar bem dos seus filhos, pois o seu maior desejo era que eles crescessem e se tornassem pessoas bondosas, o que aconteceu!
Em honra a uma contribuição muito significativa que Linda havia feito pela causa vegetariana, a União Vegetariana Internacional premiou-a com o Troféu Mankar em dezembro de 1999. Sir Paul McCartney, aceitou orgulhosamente o troféu original, juntamente com a réplica com a qual viria a ficar. Linda McCartney foi autora de 3 livros de cozinha vegetariana, a partir dos quais introduziu no mercado uma linha de refeições vegetarianas congeladas. Escreveu vários artigos para diversas revistas, acerca dos seus princípios vegetarianos, foi fotógrafa, ativista na defesa dos direitos dos animais, esposa de Paul McCartney e uma mãe extremamente dedicada e carinhosa. Além de uma mulher extremamente corajosa!

MAFALDA - A MENINA QUE ADORAVA OS BEATLES

Embora as tirinhas de Mafalda tenham sido produzidas entre as décadas de 60 e 70, a obra de Quino continua atual e instigante. Difícil não se surpreender com a lucidez da personagem em relação às questões do mundo.
Para relembrar: Mafalda tem seis anos, é fã dos Beatles e odeia sopa. Vive refletindo sobre a sociedade de consumo, o papel da televisão, a alienação, a política que favorece minorias e por aí vai. Ela ainda observa como os adultos não cumprem aquilo que ordenam às crianças.
Além dos pais de Mafalda, um corretor de seguros e uma dona de casa, fazem parte desse universo: Susanita que, quando crescer, quer casar com um marido, o garoto Manolito que, por influência do pai comerciante, só pensa em como ganhar mais dinheiro e Miguelito, o menino de bom coração que se esforça para entender o que Mafalda diz, mas acaba sempre compreendendo o que é dito de modo literal.
Aos 50 anos, suas tirinhas parecem terem sido escritas ontem. “Sem ir muito longe, ano passado saiu na Itália um livro sobre Mafalda. O mais incrível é como muitas histórias pareciam fazer referência direta à campanha de Berlusconi”, comenta o cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, o Quino, que a deu vida de 1964 a 1973.
Uma garota idealista e sincera, louca pelos Beatles, Mafalda nunca se calou diante da inquietude que lhe causava um mundo adulto que não lhe oferecia respostas satisfatórias, algo que persiste até o século 21. Para Quino, “nossa obrigação é acreditar que o futuro vai ser melhor, mas no fundo sabemos que tudo continuará sendo como até agora”. Que, como Mafalda, possamos ser críticos diante da realidade que nos é apresentada. Sinceros, talvez, irônicos, mas sempre dispostos à mudança que existe, às vezes, somente nos corações de crianças de 06 anos.

PAUL McCARTNEY & WINGS - BEWARE MY LOVE - FANTÁSTICA!

"Beware My Love" é uma canção creditada a Paul e Linda McCartney, que foi lançada pela primeira vez no álbum “Wings At The Speed Of Sound” em março de 1976. Também foi usada como lado B do single que trazia "Let 'Em In" do lado A. Uma versão ao vivo gravada em 7 de junho de 1976 em Denver, Colorado foi incluída no álbum “Wings Over América” e outra versão ao vivo de três dias depois, em Seattle, Washington foi mostrado no filme-concerto Rockshow – que é o que a gente vai conferir lá embaixo.
Como a maioria das canções de sucesso de Paul McCartney, "Beware My Love" foi feita de vários elementos diferentes. A melodia começa com um breve som de gaita seguido por uma repetida guitarra. Ao longo da canção, os vocais de Paul, assim como a música, se intensificam e vão crescendo até chegar aos limites. Nos principais versos, o cantor avisa à mulher que ama para ter cuidado, porque ele não acredita que o outro homem que ela está querendo seja certo para ela. Nas pontes, ele diz à mulher que, embora ela for embora, tenha cuidado com o que deixou para trás.
"Beware My Love" é uma canção de rock de tempo médio que chegou a ser comparada, pelo seu peso, com “Rock Show "e" Soily”. Também não faltaram comparações com o rockão dos Beatles “Helter Skelter". Os maiores elogios à canção foram pelo baixo tocado por Paul McCartney, a percussão de Joe English e os backing vocals de Linda McCartney e Denny Laine. McCartney afirmou na época que ele estava tentando atingir uma emoção no vocal como só havia feito antes em “Oh! Darling”. "Beware My Love" também caiu na graça da crítica por ser a canção mais pesada do álbum, que contém em sua maioria baladas e músicas de influências disco. Foi descrita como sendo destinada a "dissipar as acusações de que os Wings estavam se tornando um grupo de bonecos amantes da disco".
Ao rever o álbum, o crítico da Allmusic Stephen Thomas Erlewine disse que "Beware My Love", é a melhor canção assinada por McCartney até então e move em harmonias ensolaradas ao hard rock. Outro crítico de música rock Robert Christgau afirmou que no álbum, McCartney só aparece com força total apenas na apaixonada "Beware My Love". Outros ainda diriam que a canção era de fato, "o único sucesso absoluto do álbum. Frank Rose do The Village Voice disse que esta canção juntamente com a contribuição de Denny Laine para o álbum, "Time To Hide” eram grandes números de produção do tipo que McCartney gosta quando ele sabe que ele tem um roqueiro de verdade ". A Rolling Stone também elogiou "Beware My Love" e" Time to Hide ", bem como" Let 'Em In "como excelentes exemplos de rock no melhor estilo de McCartney. Houve ainda elogios ainda mais efusivos em seus em relação a versão ao vivo da canção em Wings Over America, que é um minuto e meio mais curta do que a versão de estúdio. Larry Rohter do The Washington Post descreveu o desempenho da música em Wings Over America como "divertida e emocionante". Ben Fong-Torres descreveu a performance ao vivo de McCartney da música como uma volta para algumas daquelas que poderiam ter sido inspiradas em Little Richard.

Composta em Campbeltown, “Beware My Love” foi gravada como demo no Rude Studio, na Escócia. Da mesma forma que She’s My Baby, Letting Go, e outras gravações dos Wings, “Beware My Love” seria arranjada como um R&B, à moda da gravadora Motown. A versão ao vivo desta canção não apresenta a introdução com Linda nos vocais principais. Paul McCartney toca contrabaixo, piano, mellotron e violão. Vocais, mini-moog e harmonias, são de Linda McCartney. Violão e palmas - Denny Laine; Guitarra elétrica, pedal wah-wah e palmas, por Jimmy McCulloch. Bateria e percussão, Joe English. Foi gravada nos estúdios Abbey Road, da EMI, em Londres.

THE ALAN PARSONS PROJECT - EYE IN THE SKY

Para o senso comum, Alan Parsons é o dono dos hits 'Time' e 'Eye in the sky', lançados em 1980 e 1982, respectivamente. Canções do chamado The Alan Parsons Project, que fizeram história ao redor do globo como um lado mais pop do bom e velho progressivo. Só que o que uma boa parcela do público ligado em flashbacks desconhece – e os iniciados estão cansados de saber – é que o Parsons engenheiro de som e produtor tem um dos currículos mais brilhantes da indústria fonográfica dos anos 1970. Começou com os Beatles, deu seu pulo do gato com o Pink Floyd, passeou pela música do gênio Stockhausen e continuou trabalhando com nomes como Paul McCartney e The Hollies.
“Tive muita sorte, já que minhas produções foram bem-sucedidas”, afirmou, com certa modéstia, o músico britânico de 65 anos. Desde ontem em Belo Horizonte, Parsons inicia hoje, no Palácio das Artes, uma nova turnê brasileira. O show, que será aberto pela banda Dogma, tem promoção cultural do Estado de Minas e apoio da Guarani FM e portal Uai. Ele também se apresenta na sexta em São Paulo e domingo no Rio de Janeiro. É a segunda vez que Parsons toca em BH (quinta no país). A primeira foi em sua estreia brasileira, há 17 anos (11 de abril de 1997, data revelada pelo próprio).
Desde 2000 radicado em Santa Bárbara, Califórnia, Parsons se apresenta com banda norte-americana: P. J. Olsson (vocais), Tom Brooks (teclados), Danny Thompson (bateria), Guy Erez (baixo), Alastair Greene (guitarra) e Todd Cooper (vocais e saxofone). Quanto a ele, responde por guitarra, vocais, teclados e percussão. No repertório, basicamente hits, além de algumas novidades, entre elas o single 'Fragile', canção inédita. Parsons também espera que fique pronta hoje a versão virtual do álbum duplo ao vivo registrado ano passado na Alemanha.
Receptivo, o grandalhão de voz baixa e olhar bastante expressivo mira hoje para o passado sem um pingo de nostalgia. Era um trabalhador como outros da gravadora EMI –“em um departamento que tinha um link direto com Abbey Road. Fabricávamos fitas, não as cassete, mas antes delas. Então, sabia muito sobre som e gravadores” – quando escreveu ao chefe falando que queria mudar de setor. Fez uma entrevista e duas semanas mais tarde havia se tornado funcionário do lendário estúdio londrino. O ano era 1969. Soldado raso, Parsons trabalhou nos álbuns derradeiros dos Beatles, 'Abbey Road' (1969) e 'Let it be' (1970). “Na verdade, o que fiz foi apertar botões: record (gravação), rewind (voltar). Também fiz bastante chá e café, coisas que a gente faz quando é trainee.” Já mais experiente, conheceu o Pink Floyd, assinando como engenheiro de áudio o disco 'Atom heart mother' (1970). Mas o pulo do gato foi três anos mais tarde, com o clássico dos clássicos 'The dark side of the moon'. Já com cancha, pôde nadar de braçada. O som de relógios na abertura de 'Time'? “Fui até um antiquário local e gravei cada som de relógio em separado. Acho que foram ao menos uns 20, sendo que alguns utilizamos mais de uma vez”, relembra.
A partir da repercussão de 'The dark side…', nada mais foi o mesmo. Nem para o Pink Floyd, nem para Alan Parsons. Trabalhou com Paul McCartney, The Hollies e fez até incursão na música avant-garde, quando atuou com a música do compositor alemão Karlheinz Stockhausen, um dos nomes mais influentes do século 20. “Muito pouca gente menciona isso. Não foi com Stockhausen, mas com alguns discípulos, um deles Eötvös (o compositor húngaro Peter Eötvös). A música trazia uma série de símbolos, pontos e linhas. Era incrível o quão séria a música eletrônica pode ser”, comenta. Em meados da década de 1970, já não era sem tempo que Parsons deveria seguir sua própria carreira. O convite veio na figura do compositor escocês Eric Woolfson. Juntos, começaram a trabalhar no “nosso próprio Dark side”. Em 1976, com o nome de The Alan Parsons Project, a dupla lançou seu álbum de estreia, o conceitual 'Tales of mystery and imagination: Edgar Allan Poe'. Compositor prolífico – “ele fazia facilmente letras e melodias, eu ficava com a produção e a engenharia de gravação” –, Woolfson, que morreu há cinco anos, era ainda o homem de negócio. Juntos, fizeram uma série de álbuns, alguns ainda conceituais – 'I robot', de 1977, era inspirado na obra de Isaac Asimov – outros com franca vocação pop, com o 'Eye in the sky' (1982).
Curiosamente, o Alan Parsons Project só existiu como tal em disco. Nunca foi visto ao vivo. “Nosso último álbum foi em 1987. E só comecei a ir para a estrada em 1994, 1995. Ao longo dos anos 1970 e 1980, a tecnologia era muito precária. Não havia programas, sintetizadores. O sampler é de 1982, mas naquela época era primitivo. Então não nos sentíamos confortáveis para levar nosso som para o palco. Se tivéssemos uma orquestra nos acompanhando, quem sabe, mas isso seria muito caro.” Só uma canção, 'Silence and I' (1982), contava com acompanhamento de 85 instrumentistas.
O Alan Parsons Project terminou em 1987, mas Parsons e Woolfson continuaram juntos algum tempo depois. Em 1990, lançaram 'Freudiana' (sim, o pai da psicanálise é a principal referência), mas sem assinar como APP. “Virou um espetáculo musical que ficou em cartaz durante um ano. Até que Eric e o produtor do show tiveram uma briga séria, que foi parar nos tribunais. Foram cinco anos até que o assunto se resolvesse. Nesse meio tempo, eu tinha que fazer alguma coisa.” Foi a partir daí que Parsons formou seu primeiro grupo, um quarteto que veio ao Brasil poucos anos mais tarde. Hoje, ele vive de sua música – assina como Alan Parsons Live Project – e continua como o rato de estúdio que sempre foi. Recentemente, produziu álbuns de nomes como Steven Wilson, líder da banda de progressivo Porcupine Tree. Como também do havaiano Jake Shimabukuro, virtuose do ukulele. Mas assina a produção à sua própria maneira. “Não me envolvo com computadores, tenho um assistente para isso. Não sei ficar fazendo clique, clique o dia inteiro”, conclui.

THE BEATLES - I'VE JUST SEEN A FACE

"I've Just Seen A Face" era uma música que Paul tocava ao piano havia algum tempo. Ele a tocava nas reuniões familiares em Liverpool, e sua tia Gin gostava tanto dela que a canção foi apelidada "Auntie Gin's Theme". A George Martin Orchestra gravou-a em versão instrumental com esse título. A tia Gin era a irmã mais nova do pai de Paul, Jim, e foi mencionada com mais destaque em "Let 'Em In", gravada por Wings, a banda pós-Beatles de Paul. Em 1965, John estava claramente identificado com Dylan, ansiando por (e encontrando) letras que revelassem sua dissonância interior, mesmo quando encobriam os detalhes salientes das fantasias teatrais e dos duplos sentidos. To¬davia, enquanto as canções de Paul para o filme ("Another Girl" e "The Night Before") foram menos marcantes naquela hora, as restan¬tes mostraram, de modo significativo, a ampliação de seus horizontes musicais, assim como as canções de John o fizeram em relação às suas ambições literárias. "I've Just Seen a Face" é uma balada folk em dois tempos, com suas guitarras acústicas e tambores escovados cortando uma letra sentimentalmente tensa, cujo tema — a emoção inebriante de se apaixonar — é realçado pelo padrão de acordes descendentes e compassos hesitantes. A letra foi composta com perfeição, cada sílaba sendo precisamente definida no tempo e na rima, de modo a enfati¬zar a métrica da canção. Basta considerar a forma rígida com que o terceiro verso da melodia foi construído; como suas rimas internas adiantam a narrativa da canção, ao mesmo tempo que reforçam cada batida do seu ritmo frenético. Gravada em 14 de junho de 1965, seis semanas depois da filmagem de Help! e seis semanas antes de a trilha sonora do filme estar pron¬ta para o lançamento, "I've Just Seen a Face", embora seja uma das canções mais ignoradas de Paul para os Beatles, também se encaixa perfeitamente entre as mais importantes. Ele jamais voltaria a escre¬ver uma letra tão sucinta. Em alguns momentos, seria surpreendente pensar que um dia ele tinha conseguido. E foi exatamente a primeira canção que Paul gravou no Estúdio Dois da EMI, naquele dia. Em se¬guida, veio "Fm Down", a gritaria frenética que ele compôs especifica¬mente para substituir "Long Tall Sally", quase uma década depois de ter começado a apresentar aquele hino excêntrico de periferia, cantado por Little Richard, como seu mais confiável número de exibição nas festas. Em "Fm Down" há a quintessência do roqueiro de banda de garagem, uma queixa afiada que tem partes iguais de guitarra, órgão e trompete. "Plastic Soul, man, plastic Soul", Paul murmurou depois de uma tomada.

quarta-feira, 26 de março de 2014

PAUL McCARTNEY & WINGS AT THE SPEED OF SOUND - SENSACIONAL!

O ano de 1976 ficará na lembrança de Paul McCartney como o de seu maior sucesso na década e o auge de sua banda Wings. A formação consolidada desde 74 com as entradas de McCulloch e English, a maior participação de Denny Laine, e até Linda dando seus toques, resultou num som mais equilibrado e em um maior entrosamento do grupo. 'Band on the Run' e 'Venus and Mars' haviam recolocado Paul sob os holofotes, e agora a responsabilidade também aumentava. Como nos tempos dos Beatles a expectativa era sempre de crescimento a cada álbum.
McCartney não tinha mais preocupações com a mídia havia muito tempo. Ele tinha passado por todos os estágios de críticas. Primeiro havia sido idolatrado no tempo da Beatlemania, e depois esculachado e ofendido pela maior parte da imprensa quando do início de sua carreira-solo. Lembrando da 'acusação' de que só sabia compor canções bobas, baladinhas românticas, Paul teve a simples ideia de compor 'outra canção boba de amor', para bater de frente com os detratores!
Surgiu assim um mega-hit do ano de 76, chamado 'Silly Love Songs', que se tornaria o carro-chefe do álbum 'At the Speed of Sound'. Quando uma rádio qualquer dos quatro cantos do mundo - era sintonizada na época, não seria possível passar meia-hora sem ouvir os acordes iniciais desta canção. E Paul perguntando, “o que há de errado em encher o planeta com tolas canções de amor?”.
Tendo já satisfeito seu desejo de vingança contra os críticos em geral, McCartney resolveu dar uma força para a banda no restante do álbum. Jimmy McCulloch que já havia estreiado como compositor e vocalista no álbum anterior apresenta outra canção chamada 'Wino Junko', um rock esperto, embora não tão bem sucedido quanto sua primeira contribuição para a banda. 'Junko' era o apelido de Jimmy. O baterista Joe English canta a inofensiva 'Must Do Something About It' de Paul, e Linda adequadamente interpreta 'Cook of the House', com direito a panelas fritando algum alimento - vegetariano diga-se de passagem. Quem rouba a cena é o velho parceiro Denny Laine, com 'Time to Hide'. Esta canção que seria apresentada ao vivo na turnê que estava por vir, levaria o público ao delírio nas suas execuções. Comentou-se na época que Paul inclusive ficara com ciúmes do sucesso de Denny.
Em sua maioria as canções desse novo álbum eram bem menos inspiradas que a de seus antecessores, mesmo assim, o disco caiu no gosto dos fans. Outro sucesso em single foi a abre-alas, 'Let'Em In', mais uma canção simplesinha mas bonitinha, e que Paul voltou a apresentá-la ao vivo nas excursões atuais. Nesta canção, marcada pelo rufar de tambores, McCartney deixa claro quem são as pessoas bem-vindas à sua casa. 'Sister Susi' é mais conhecida como Linda McCartney. 'Brother John', é seu mano John Lennon. 'Martin Luther' ( King) também é bem-vindo. 'Phil and Don', a dupla do Everly Brothers. 'Brother Michael', seu 'outro' irmão Mike, o 'Tio Ernie' e 'Auntie Gin', a tia que o acolheu quando sua mãe morreu.
Nas fotos do encarte nota-se McCartney tocando um enorme baixo acústico vertical. Este baixo pertenceu a Bill Black, baixista de Elvis Presley nas décadas de 50 e 60. Linda o comprou em um leilão presenteou o marido no dia do seu aniversário. Quanto à produção das faixas, deixa uma impressão que parece ter sido feita apressadamente, talvez pelas datas da turnê que se aproximava. O fato é que, na época, o som, saiu abafado. Várias destas canções quando apresentadas ao vivo, teriam um peso completamente diferente. Uma menção honrosa á sessão de metais de Paul, composta por Tony Dorsey, Thaddeus Richard, Steve Howard e Howie Casey, este último, presente desde os tempos de 'Band on the Run'.
Ao contrário de outros álbuns em que colocam-se bônus para preencher espaços, aqui temos algumas curiosidades na edição do CD da 'Paul McCartney Collection'. A canção instrumental 'Walking in the Park with Eloise' foi composta por ninguém menos que Jim McCartney, pai de Paul. Esta música foi gravada ainda em New Orleans em 1974, e foi creditada a 'The Country Hams' quando lançada em single. Na verdade era Paul, alguns membros do Wings e músicos de estúdio de New Orleans que a gravaram. Outra faixa-bônus é o lado B de 'Eloise', chamada 'Bridge on the River Suite', outra instrumental. Por último, o country 'Sally G', também lançada apenas como single em 1974. Em meados de 76 este álbum chegou ás lojas, e o sucesso foi espantoso. E tudo ainda estava apenas começando. O single 'Silly Love Songs' estouraria logo a seguir e a excursão de Paul, que passaria pela Grã-Bretanha, Austrália e EUA o consagraria como o maior super-star da década!

CHRISSIE HYNDE - DARK SUNGLASSES - MUITO BOM!

Chrissie Hynde, que desde o final dos anos 70 é a líder dos Pretenders, finalmente irá lançar um disco usando seu nome. "Stockholm", como o título indica, foi gravado em Estocolmo, ao lado de Bjorn Yttling. O integrante do Peter Bjorn And John produziu o trabalho, tocou guitarra e compôs as canções ao lado de Hynde. Sobre o disco, a cantora falou que sua intenção foi a de fazer um álbum de power pop dançante, uma espécie de cruzamento entre o ABBA e John Lennon. "Eu acho que a vida é séria e deve ser levada à sério, mas no rock 'n' roll ou você entra para dar risada, ou então não desce para a festa", disse. O primeiro single do álbum, "Dark Sunglasses", já pode ser ouvido. Ele será lançado oficialmente em 21 de abril. Confira!