quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ESPECIAL ERIC CLAPTON - A GLORIOSA TRAJETÓRIA DE UM DEUS

ERIC CLAPTON IS HERE! ÔBA!



Eric Patrick Clapton nasceu em Ripley, Inglaterra em 30 de março de 1945.
Embora seu estilo musical tenha variado ao longo de sua carreira, Clapton sempre teve suas raízes ligadas ao blues. Sempre foi considerado inovador pelos críticos em várias fases distintas de sua carreira, atingindo sucesso tanto de crítica quanto de público e tendo várias canções listadas entre as mais populares de todos os tempos.

A mãe do pequeno Eric, tinha 16 anos quando ele nasceu. Foi criado pela avó e pelo marido desta, acreditando que eles eram seus pais e que sua mãe era sua irmã mais velha. Descobriu a verdade aos 9 anos e essa revelação foi um momento muito marcante na sua vida. Depois disso, ele deixou de se aplicar na escola e se tornou um garoto calado, tímido, solitário e distante da família. Seu primeiro emprego foi como carteiro e, aos 13 anos de idade, ganhou seu primeiro violão. Apesar da dificuldade inicial de aprender a tocar o instrumento, quase desistindo, acabou se esforçando para tocar os primeiros acordes influenciado por canções antigas de blues, que tentava reproduzir. Em pouco tempo, já dedicava horas diárias ao aprendizado, e foi conseguindo dominar o instrumento.

Depois de completar o ensino básico, em 1962 Clapton fez um ano introdutório na Kingston College of Art, mas não continuou o curso. Em janeiro de 1963, ingressou na banda The Roosters, onde permaneceu 6 meses. Ainda em 63, passou a integrar a banda Yardbirds, que começava a fazer sucesso nas terras da rainha. Entretanto, fiel à suas raízes blues, recusou-se a seguir a direção pop escolhida pelo grupo, e acabou saindo em março de 1965. Depois de um tempo em empregos temporários, entrou para a John Mayall & the Bluesbreakers, estabelecendo seu nome como músico de blues e inspirando o fanatismo de jovens que pichavam Londres com a inscrição "Clapton is God" ("Clapton é Deus").

Largou os Bluesbreakers em 1966 e formou o Cream, um dos primeiros "power trios" do rock, com Jack Bruce e Ginger Baker. Foi nessa época que Eric começou a desenvolver-se como cantor, embora Bruce, um dos melhores vocalistas do rock, fizesse a maioria dos vocais.

No final de 1966 o status de Clapton como melhor guitarrista da Grã-Bretanha foi abalado com a chegada de Jimi Hendrix. Hendrix compareceu a uma das primeiras apresentações do Cream, no London Polytechnic em 1 de outubro de 1966, e tocou uma jam com a banda durante "Killing Floor". Eric imediatamente percebeu que havia ganho um imbatível adversário, cujo carisma era igualado somente por sua incrível técnica na guitarra. Os primeiros shows de Hendrix no Reino Unido foram assistidos pela maioria dos astros da música britânica, incluindo Clapton, Pete Townshend e os Beatles. A chegada do americano teria um impacto profundo e imediato na próxima etapa da carreira de Clapton.

Goodbye, álbum de despedida da banda, apresentava faixas ao vivo gravadas no Royal Albert Hall, assim como a versão de estúdio de "Badge", composta por Eric e George Harrison.


A amizade próxima dos dois resultou na performance de Clapton em "While My Guitar Gently Weeps", lançada no White Album dos Beatles. Ao acompanhar de perto o sofrimento da esposa de Harrison, Pattie Boyd, que vivia abandonada em razão do interesse do marido pela cultura hindu, Eric acabou se apaixonando. E o sofrimento por amar a mulher de seu melhor amigo o inspiraria a compor uma das suas canções mais conhecidas: "Layla".

Fundou o menos-sucedido Blind Faith (1969), com Baker, Steve Winwood e Rick Grech, resultou em um álbum fraco e uma turnê norte-americana cancelada. Já aí Clapton estava cansado de sua fama e do burburinho que cercava o Cream e o Blind Faith, além de ter ficado profundamente afetado pela música do The Band – com o qual de fato ele já havia pedido para se juntar depois do fim do Cream. Clapton então decidiu ficar um pouco nas sombras, e passou a viajar em turnê como convidado do grupo americano Delaney and Bonnie and Friends. Ele tornou-se amigo íntimo de Delaney Bramlett, que o encorajou a voltar a compor e a cantar.
Usando a banda de apoio de Bramletts e um elenco estelar de músicos de estúdio, Clapton lançou seu primeiro disco solo em 1970, que trazia uma de suas melhores composições: “Let It Rain”.

Trabalhando no Criterion Studios em Miami com o produtor Tom Dowd, a banda gravou um brilhante álbum duplo, hoje em dia considerado como a obra-prima de Clapton: Layla and Other Assorted Love Songs. A maioria do material, incluindo a faixa título, foram inspirados pelo conto árabe Majnun e Layla e mostravam o grande amor não declarado de Clapton por Patti Harrison. “Layla” foi gravada em duas sessões distintas; a seção de abertura na guitarra foi gravada primeiro, e para a segunda seção, o baterista Jim Gordon compôs e tocou o elegante trecho ao piano.



Mas a tragédia marcou o grupo durante sua breve carreira. Durante as sessões, Clapton ficou devastado com a notícia da morte de Jimi Hendrix; a banda gravou uma versão tocante de “Little Wing” como um tributo a ele, adicionando-a ao álbum. Um ano depois, Duane Allman morreu em um acidente de motocicleta. Contribuindo mais para o sofrimento de Clapton, o álbum Layla receberia somente algumas poucas críticas neutras quando de seu lançamento.

O esfacelado grupo resolveu iniciar uma turnê norte-americana. Apesar da admissão posterior de Clapton de que a turnê ocorreu em meio a uma verdadeira orgia de drogas e álcool, aquilo acabou resultando em um poderoso álbum ao vivo, In Concert. Mas o grupo se desintegraria pouco tempo depois em Londres, na véspera da gravação de seu segundo LP de estúdio. Embora Radle tenha continuado a trabalhar com Clapton por vários anos, a briga entre Eric e Bobby Whitlock foi aparentemente feia, e eles nunca mais voltariam a tocar juntos. Outra trágica nota de rodapé para a história do Dominos foi o destino de seu baterista Jim Gordon, que sofria de esquizofrenia não-diagnosticada – anos depois, durante um surto psicótico, ele mataria a própria mãe a marretadas, sendo confinado em um hospício, onde permanece até hoje.

Apesar de seu sucesso, a vida pessoal de Clapton encontrava-se em estado deplorável. Além de sua paixão por Pattie Boyd-Harrison, ele parou de tocar e se apresentar e tornou-se viciado em heroína, o que resultou em um hiato em sua carreira. A única interrupção notável desse hiato foi sua participação no Concerto para Bangladesh - organizado por George Harrison - e, depois, pelo “Rainbow Concert”, organizado por Pete Townshend do The Who para ajudar Clapton a largar as drogas.

Relativamente limpo novamente, Clapton começou a organizar uma nova e forte banda, que incluía Radle, o guitarrista George Terry, o baterista Jamie Oldaker e as backing vocals Yvonne Elliman e Marcy Levy. Eles viajaram em turnê ao redor do mundo, posteriormente lançando o soberbo E.C. Was Here (1975).

Clapton lançou 461 Ocean Boulevard em 1974, álbum mais enfatizado nas canções ao invés de sua técnica na guitarra. Sua versão de “I Shot The Sheriff” foi um grande sucesso, sendo importante ao apresentar o reggae e a música de Bob Marley para um público mais extenso. Ele também promoveu o trabalho do cantor-compositor-guitarrista J.J.Cale. Eric continuou a gravar e a fazer turnês regulares, mas a maioria de seu trabalho desta época foi deliberadamente mais calmo, fracassando em obter a mesma repercussão do início de sua carreira.

O final dos anos 70 viu um Clapton com dificuldades de se acertar com a música popular, causando uma recaída no alcoolismo que o levou a ser hospitalizado e depois internado para um período de convalescência em Antígua, onde ele mais tarde apoiaria a criação de um centro de reabilitação.

Em 1985 Clapton conheceu Yvone Khan Kelly, com quem ele começaria um relacionamento. Eles tiveram uma filha, Ruth, que nasceu no mesmo ano. Clapton se divorciaria de Pattie Boyd em 1988. Também em 85, juntou-se a Carl Perkins, George Harrison, Ringo Starr e Dave Edmunds numa ábum sensacional em homenagem à Carl.

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No começo dos anos 90 a tragédia voltaria a atormentar a vida de Clapton em duas ocasiões. No dia 27 de agosto de 1990 o guitarrista Stevie Ray Vaughan (que estava em turnê com Eric) e dois membros de sua equipe de apoio morreram em um acidente de helicóptero. No ano seguinte, em 20 de março de 1991, Conor, filho de quatro anos de Clapton com a modelo italiana Lori Del Santo, morreu depois de cair da janela de um apartamento. Um instantâneo da dor de Clapton pôde ser visto com a canção “Tears In Heaven”, My Father's Eyes (Pilgrim, 1998) e Circus Left Town (Pilgrim, 1998).




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Em 1999, Clapton, então com 56 anos, conheceu a artista gráfica Melia McEnery, 25, em Los Angeles enquanto trabalhava em um álbum com B. B. King. Eles se casaram em 2002 e tiveram três filhas, Julia Rose (2001), Ella May (2003) e Sophie, nascida em 2005. Em 2001, mais um grande golpe com a perda do melhor amigo George Harrison em 29de novembro.

Exatamente um ano após a morte de George Harrison, Olívia Harrison, e Eric Clapton, organizaram o Concert for George, no Royal Albert Hall, em Londres. O concerto contou com a presença do filho de George, Dhani, além de grandes amigos como Ravi Shankar, Tom Petty, Jeff Lynne, Billy Preston, Jim Capaldi, Paul McCartney, Ringo Starr, Jools Holland, Albert Lee, Sam Brown, Gary Brooker, Joe Brown, Ray Cooper, integrantes do Monty Python e Tom Hanks.




Em 3 de novembro de 2004, Clapton foi condecorado com o título de Comandante da Ordem do Império Britânico.
E é isso. É por não dar tempo de falar em tudo que existem tantas biografias sobre esse guitarrista fantástico. Espero que tenham gostado. Valeu! Abração!

11 comentários:

Edu disse...

Graças a Deus, eu tive oportunidade de ver esse velhão bem de pertinho aqui em Brasília no Ginásio Nilson Nelson, em 1990. Tinham 3.000 pessoas lá. No outro dia, a cobertura do ginásio desabou. Que onda! Dedezinha Amaral, linda! Beijão!

Marco disse...

Eu também estava lá. Pode-se dizer que eu vi Deus de perto. Belo texto, Edu. Rápido, rico, dinâmico.É assim que tem que ser. Uma história tão intensa quanto a de Clapton tem que ser contada de várias formas e você encontrou a medida certa.É mais um rockão tirado do Baú. Parabéns.

Velho Johnny disse...

Muito bom, Edu!
Eu sabia muita coisa sobre o cara, mas aprendi bastante com seu post.
Obrigado Velho Johnny

LSelem disse...

Sen-sa-cio-naaaaaaal!!! Edu, voce se supera a cada matéria!!!!! Parabéns!!

O PENICO DO CIÇO disse...

O Clapton e o cara.

Unknown disse...

Emocionante. Valeu!

Anônimo disse...

Eu também estive lá no Ginásio Nilson Nelson! e vi de pertinho.
Além da música e do próprio Clapton, o que também me chamava a atenção eram as duas backing vocals, uma loira outra negra, com seus vestidinhos pretos curtos e apertados dançando com suas pernas roliças e cantando...Show inesquecível!
Bom ler sobre o Clapton, é sempre bom recapitular a história dele.
Muito bom Edu!

Henrique Behr (alêma)

Cak disse...

Eu também estava lá!!! E fiquei bem na borda do palco. Inesquecível!

Edu disse...

A emoção é maior do que tudo! Obrigadão, galera! Abração!

Leandro disse...

Mr. Steve Gad on drums. Foda!!!

Leonardo Polaro disse...

Post excelente,só discordo do colocado sobre o disco do ´´Blind faith´´, que acho muito bom !
Inclusive, ano passado ele lançou um disco ao vivo gravado com Steve Winwood no madison square garden que é uma pérola....
Abraços,Leonardo .