quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

REVISTA VIOLÃO & GUITARRA ESPECIAL Nº 7 – THE BEATLES – 1977 – ABSOLUTAMENTE IMPERDÍVEL!!!

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Queridos amigos todos: É com muito prazer e satisfação que está de volta hoje, o link renovado da super revista Violão & Guitarra Especial nº 7 - The Beatles de 1977. Quando a postagem THE BEATLES - O SONHO DE UM GAROTO DE 14 ANOS - PARTE 2 - O FINAL FELIZ foi publicada aqui em 21 de outubro de 2011, fiquei muito emocionado, quase tanto como agora todos esses anos depois, atendendo especialmente ao pedido do amigo CALÉ feito no dia 10 de fevereiro último na postagem sobre I SAW HER STANDING THERE. Como é uma postagem "pesada" e meio longa, criei um "sub blog" do Baú do Edu especialmente para abrigar essa rara e preciosa pérola, de valor inestimável para mim. Fique de olho que ainda vem muito mais por aí. Confira clicando AQUI ou na imagem abaixo. I hope you will enjoy the show! Aquele abraço Calé, Júlio Schroeder, Andrez Beatle e todo mundo! Valeu!

IMAGEM DO DIA - THE BEATLES - ROCK 'N' ROLL MUSIC? QUASE.

Um comentário:

Esta imagem bacana dos Beatles com seus instrumentos, foi feita pelo fotógrafo DEZO HOFFMANN no dia 10 de fevereiro de 1964, um dia depois dos rapazes terem feito sua histórica primeira apresentação ao vivo no programa de Ed Sullivan. Em 1962, Hoffmann foi para Liverpool fotografar um grupo desconhecido, mas promissor - The Beatles. A simpatia mútua entre o fotógrafo e seus modelos levou a um relacionamento duradouro com o grupo. Em fevereiro de 1964, ele viajou com a comitiva dos Beatles para os Estados Unidos, onde registrou alguns dos momentos mais marcantes da primeira visita dos rapazes à América. Ele fotografou os Beatles em seu quarto no Plaza Hotel, no ensaio para o Ed Sullivan e durante a performance histórica; No dia seguinte, fotografou os rapazes no hall do Plaza onde posaram com seus instrumentos clássicos.
12 anos depois, em 1976 uma das fotos dessa sequência foi utilizada pelo ilustrador Ignacio Gomez para fazer a capa do álbum ROCK “N” ROLL MUSIC. A primeira de uma série de coletâneas temáticas lançadas pela EMI. Outras imagens da mesma série, mostram que Ringo está em pé sobre alguns caixotes.

PAUL McCARTNEY - PRESS TO PLAY - SENSACIONAL!*****

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A única vez que o álbum Press To Play de Paul McCartney, lançado pela primeira vez em 25 de agosto de 1986 apareceu aqui, por inteiro, foi no dia 5 de julho de 2013, apesar de várias de suas músicas já terem aparecido aqui em postagens avulsas. Agora, ela aparece novamente graças à música "Move over Busker", 3ª do lado B do LPzão e que tantos anos depois ainda tanto me impressiona e encanta e que a gente já confere agora. Pena que não tenha sido produzido um videozinho decente sequer! Minhas outras preferidas desse álbum são "Good Times Coming (Feel The Sun) e "Angry". Aquele abraço!


Todos esses textos que a gente confere em vermelho a seguir sobre mais esse incrível lançamento de Paul McCartney, foram publicados originalmente no super livrão do grande Claudio D. Dirani. Para mim, de longe, o maior pesquisador e estudioso da obra de Paul McCartney no Brasil e que, por coincidência, fez aniversário um dia desses. Parabéns!!!
“Pressione para reproduzir”. Press To Play – um álbum de "Pop experimental". Uma produção complexa à espera de finalmente ser redescoberta pelo público, gravada no estúdio particular recém inaugurado num velho moinho em East Sussex. Em meados dos anos 80, o mundo já não mais aguardava ansioso por mudanças drásticas no cenário da música pop. Recém-saído do punk e curtindo os frutos do new wave, nada parecia impressionar o comprador de discos e, claro, os críticos musicais que bocejavam quando o assunto fugia muito do trivial. Apesar de o sinal estar amarelo para as "aventuras" no estúdio de qualquer artista, Paul McCartney permaneceu durante quase um ano trabalhando em um álbum que em breve iria se tornar um dos mais "complexos" de sua carreira pelos mais diversos motivos.
Ainda assim, a escolha de Hugh Padgham como produtor de Press To Play sugeriria justamente o contrário. Padgham despontava na época como a bola da vez na indústria fonográfica britânica, tendo produzido em 1983 o aclamado Synchronicity, do The Police, que trazia o mega-sucesso, Every Breath You Take, cantado por Sting. No estúdio, a propósito, recém-inaugurado na bucólica região de East Sussex, próxima ao English Channel (Canal da Mancha, para os franceses), a participação do produtor acabou sendo um pouco tumultuada. Por ter assinado contrato com o Genesis para trabalhar em seu próximo LP, Invisible Touch (86), a finalização de Press To Play seria sensivelmente prejudicada, tendo que abandonar o projeto em vista também de seus diversos adiamentos (em princípio, o disco seria lançado em julho de 1985).
De qualquer modo, poucas faixas incluídas no álbum aparentavam ser comercialmente fortes para a época. Pelo contrário. Canções como Pretty Little Head e Talk More Talk soaram modernas demais para os anos 80, o que exigiu até do fã mais radical de Paul certo tempo para assimilar todo o seu conteúdo. Outras músicas trariam à tona a seguinte questão: isso é mesmo um disco de Paul McCartney? Quem andava acostumado com as baladas No More Lonely Nights e Pipes of Peace, e tinha acabado de assistir Macca cantar Let It Be no mega-show beneficente Live Aid, estranharia muito as guitarras pesadas em Angry (cortesia de Pete Townshend) e os versos surreais, mais típicos de John Lennon em However Absurd. Definitivamente, McCartney aprenderia a lição: para qualquer músico, ousar é um ato difícil. Para a carreira solo de um ex-beatle, então, ousar é quase um sacrilégio! O preço da ousadia, ainda que benéfica, levaria o LP a um magro 30° lugar nas paradas norte-americanas e um intervalo de três anos na produção de seu próximo trabalho original, Flowers In The Dirt. Sob o ponto de vista de McCartney, Press To Play "não deu muito certo do jeito que desejava, embora tivéssemos feito algumas coisas legais nele. Ficou um pouco difícil, porque ele (Eric Stewart) pensou que eu quisesse sua ajuda na co-produção. Então, os problemas aconteceram por causa desse mal entendido".
A diversidade de estilos e sons criados em Press To Play tomaria aproximadamente um ano de trabalho de McCartney, que compusera a maior parte das canções do álbum em parceria com Eric Stewart após o bom entrosamento entre os músicos em Give My Regards To Broad Street, Pipes of Peace e Tug Of War. A sessão inicial de trabalhos começaria em abril de 1985, em seu estúdio particular recentemente construído, com a presença de Carlos Alomar (guitarra) e Jerry Marotta (bateria) na gravação das bases rítmicas para Move Over Busker, Good Times Coming/FeelThe Sun, Press, However Absurd, Stranglehold, Footprints, Pretty Little Head, Write Away, Tough on A Tightrope e It's Not True, sendo que estas três últimas acabariam como lado B dos inúmeros compactos lançados posteriormente. Yvonne's The One, também registrada neste período, permaneceria medita até sua regravação para o disco Mirror Mirror, do 1Occ, em 1995. Fator crucial: a decisão de construir um estúdio particular — projetado pelo arquiteto londrino, Andy Munro — em Sussex, não havia sido tomada por McCartney apenas por uma questão de conforto. A economia pesou também, já que o valor da conta paga por ele pela produção de Tug Of War, Pipes of Peace e Give My Regards To Broad Street nos estúdios A.I.R daria para ter construído, já naquela época, um estúdio superequipado!
Originalmente, Press To Play contaria apenas com as faixas trabalhadas durante dois meses pelo quarteto. Porém, devido ao adiamento de seu lançamento pela negociação de um novo contrato com a Capitol (Paul retornou à gravadora após cinco anos na Columbia), novas canções foram compostas e produzidas para uma possível inclusão no disco: Talk More Talk, Hanglide, Angry (com a participação de Phil Collins e Pete Townshend) e Only Love Remains — todas elas comercializadas em pelo menos duas versões com a adição de instrumentos e mixagens diferentes. Após a saída de Hugh Padgham, por motivos profissionais, o engenheiro Tony Clark (Wild Life) entraria em cena para cuidar da mixagem e gravação de algumas faixas de Press To Play. Duas músicas compostas nesta época seriam lançadas ainda em fins completamente distintos. O reggae Simple As That integraria o álbum beneficente "The Anti-Heroin Project" (86), e o rocker Spies Like Us foi vendido como compacto para divulgação do filme homônimo, em setembro de 1985.A fotografia da capa do álbum foi feita por George Hurrell, usando a mesma câmera de caixa que ele usava em Hollywood nos anos 1930 e 1940. Não há como não perceber uma referência clara à capa do álbum Double Fantasy, de John Lennon e Yoko Ono.

THE BEATLES - REVOLUTION - KINETIC TYPOGRAPHY – SENSACIONAL!!!

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

GEORGE HARRISON - 77 ANOS - ALL THINGS MUST PASS

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Se nosso querido George Harrison ainda estivesse fisicamente entre nós, estaria completando hoje 77 anos. Dia de jubilo, de celebração e agradecimento. Dia de lembrar de George com alegria e bom humor, tão típico dele. Com paz no coração. Dia de ouvir tantas e tantas músicas belíssimas que ele criou e fazem parte da nossa vida há tanto tempo. Não há muito para dizer que alguém já não saiba ou que ainda não tenha sido dito. Com toda humildade, apenas Feliz aniversário George! Tudo pode passar, o tempo pode passar. Só não passa a saudade e a felicidade que você nos traz e a paz e a luz que nos ilumina. Obrigado. Hare Krishna. Amém.

PAUL McCARTNEY - ALL THINGS MUST PASS - SENSACIONAL!******

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THE BEATLES - GEORGE HARRISON - BLUE JAY WAY - FANTÁSTICA!***********

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Especialmente em homenagem ao aniversário do nosso querido George Harrison, a gente confere aqui novamente a postagem de "Blue Jay Way" (publicada em agosto de 2017) - uma música fantástica composta por George em agosto de 1967 durante uma viagem à Califórnia que fez com Pattie Boyd, Neil Aspinall e Alex Mardas (Magic Alex). Ao chegar a Los Angeles no dia 1º de agosto, eles foram levados para um pequeno chalé com piscina alugado em Blue Jay Way, uma rua no alto de Hollywood Hills, acima da Sunset Boulevard. A casa pertencia a Robert Fitzpatrick, advogado do mercado musical que estava de férias no Havaí.
Derek Taylor, que já tinha sido assessor de imprensa dos Beatles e que estava trabalhando em Los Angeles como publicitário, estava indo visitá-los em sua primeira noite na cidade, mas se perdeu nos estreitos cannyons e se atrasou. Havia um pequeno órgão Hammond no canto da sala, e George passou o tempo compondo uma música sobre estar preso em uma casa em Blue Jay Way enquanto seus amigos estão perdidos na neblina.
Blue Jay Way era famosa pela dificuldade da localização - era possível estar próximo geograficamente e, ainda assim, separado por um desfiladeiro. "Quando chegamos lá, a música estava praticamente pronta", disse DerekTaylor, "Claro, na época eu me senti muito mal. Lá estavam essas duas pessoas terrivelmente cansadas da viagem, e nós estávamos duas horas atrasados".
Taylor se divertiu com as interpretações dadas à música. Um critico achou que o verso em que George pede que seu convidado não demore (be long) era um conselho para os jovens não pertecerem (belong), junto à sociedade. Outro aclamado musicólogo acreditava que, quando George disse que seus amigos tinham se perdido (lost their way), queria dizer que uma geração inteira tinha perdido a direção. “É só uma música”, disse Taylor"Blue Jay Way" começa com o órgão em fade in.
“Blue Jay Way” é a única faixa do Magical Mystery Tour em que foi empregado o phasing, efeito eletrônico produzido que toca o som gravado em dois gravadores ligeiramente fora de sincronia, o que causa uma sonoridade espiralada e alguns zunidos. A parte principal da gravação - o vocal de George Harrison gravado em duas pistas, o órgão Hammond tocado também por ele e a bateria de Ringo - é tratada com essa técnica; uma conquista e tanto, já que o phasing tende a ser difícil de controlar antes de algum tempo. O acompanhamento musical inclui também um violoncelo, sons eletrônicos e vocais de fundo tocados para a frente e para trás.
“Blue Jay Way” foi gravada nos dias 6 e 7 de setembro e 6 de outubro de 1967, no estúdio 2 da EMI em Abbey Road. Foi produzida por George Martin e teve Geoff Emerick como engenheiro. George Harrison canta os vocais principais e toca o órgão Hammond; John Lennon faz backing vocals; Paul McCartney faz backing vocals e toca baixo; Ringo Starr toca bateria e pandeiro; e Peter Willison toca violoncelo. A faixa rítmica de “Blue Jay Way”, incluindo a parte distintiva do órgão em movimento, foi gravada em uma tomada em 6 de setembro de 1967. Crucial para a gravação foi o ADT - rastreamento duplo artificial, uma técnica inventada pelo engenheiro da Abbey Road Ken Townsend em 1966 - que deu o efeito de phasing. Os vocais, muitos dos quais foram tocados ao contrário na mixagem final, foram gravados na noite seguinte. Os overdubs finais - partes para violoncelo e pandeiro - foram adicionados em 6 de outubro. A parte do violoncelo foi tocada por Peter Willison. Ele foi contratado a curto prazo por Sidney Sax, que ajudou a recrutar vários músicos para gravações dos Beatles. Willison gravou a peça e foi pago em dinheiro. Muito anos depois ele tocou no álbum Tug Of War de Paul McCartney. “Blue Jay Way” aparece nos álbuns Magical Mystery Tour, Beatles Forever e Love.
No filme Magical Mystery Tour, George Harrison aparece tocando “Blue Jay Way” em um teclado desenhado no chão. Uma das sequências mais psicodélicas do filme, a sequência de Harrison é submetida a técnicas de câmera inovadoras até então que envolvem refrações de prisma para criar várias imagens. Observe que à esquerda de George na foto, aparece um copinho, do tipo que se coloca esmolas e algo escrito: “THANK YOU VERY”. À direita, outra inscrição: “2 WIVES AND KID TO SUPPORT” (duas mulheres e crianças para sustentar).

GEORGE HARRISON - WAH WAH - SENSACIONAL É POUCO!!!**********

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

THE BEATLES - I'M DOWN - UM CACETE SEM IGUAL!✶✶✶✶✶

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“Você mente achando que eu não posso ver. Você não pode chorar porque está rindo de mim. Eu estou mal! Realmente mal. Eu estou mal! Pra baixo do chão. Como você pode rir quando sabe que eu estou tão mal? Como você pode rir?”.

Olhando assim, de forma tão descontraída, os primeiros versos da sensacional “I’m Down” podem parecer até engraçados e realmente dá vontade de rir. Porém, quando foi gravada em junho de 1965, para ser o lado B do single “Help!”, lançado duas semanas antes do álbum, essa música, assim como o lado A, já anunciava as grandes transformações que estavam por vir. A música é uma brincadeira em vários sentidos. Tira sarro dos gritos de John pedindo ajuda em “Help!” e também pelo autor dizer que está lamentando e deprimido enquanto o próprio Paul canta aos gritos todo animado. A letra inclui também uma frase cômica - algo que ainda não tinham usado até então: “She'll still moan, "Keep your hands to yourself!” (Ela ainda gemia, segure suas mãos aí mesmo!"), canta Paul rindo de tudo.
A sensacional “I’m Down” é um rockão simples e poderoso no melhor estilo de Little Richard e reflete bem o apreço que Paul McCart­ney (que quando mais jovem chegou a ser chamado de “o melhor Little Richard de Liverpool”) mantinha pelo cantor americano. “Eu costumava cantar as músicas dele, mas chegou um ponto onde eu queria a minha própria, então compus I’m Down”Os Beatles abriram shows de Little Richard em outubro de 1962, uma semana depois de lançar “Love Me Do”, na Tower Ballroom, em New Brighton, e no Empire Theatre em Liverpool.
Capturada em três horas, no mesmo dia em que gravaram "I’ve Just Seen a Face” e começaram a gravação de “Yesterday” - essa sessão demonstra bem o extraordinário alcance vocal de McCartney. “I’m Down” foi composta para encerrar os shows dos Beatles, que já estavam cansados de terminar com “Long Tall Sally”, de Richard. Dessa forma, "I'm Down" encerrou com magistral brilhantismo as apresentações das turnês de 1965 e 1966.
"I'm Down" se tornou uma das favoritas do público e dos próprios Beatles nos concertos. A performance dessa música no Shea Stadium é uma colagem memorável de imagens indeléveis: Paul está tão empolgado que em certo momento começa a girar enquanto John e George estão se acabando de rir, Ringo espancando a bateria e John tocando o piano elétrico com os cotovelos. É um retrato espontâneo e natural dos Beatles - quatro caras ainda bem jovens, da maior banda do mundo, fazendo o que mais gostavam: Puro Rock and Roll.

"I'm Down" foi gravada no dia 14 de junho de 1965 no estúdio 2 da EMI em Abbey Road e lançada no dia 19 de julho de 1965 nos Estados Unidos e 23 de julho no Reino Unido. Como sempre, foi produzida por George Martin e teve Norman Smith como engenheiro de som. Os quatro Beatles estão praticamente em seus instrumentos habituais: Paul McCartney canta e toca baixo; John Lennon faz backing vocals, toca guitarra rítmica e piano elétrico; George Harrison também faz backing vocals e toca a guitarra solo e Ringo Starr toca bateria e bongô. "I'm Down" aparece nos álbuns Beatles Forever, Rock 'n' Roll Music, Past Masters e no Anthology 2. I'M DOWN, simplesmente SENSACIONOW!!!***********

PAUL McCARTNEY - I'M DOWN - LIVE IN NEW YORK CITY*****

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PAUL McCARTNEY - GOOD EVENING NEW YORK CITY!*****

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Publicada aqui pela última vez em 11 de maio de 2016.
O mundo inteiro, público e crítica, encantou-se com mais esse lançamento do maior artista do planeta em 2009. Esse show realizado pelo ex-Beatle em 2009 na inauguração do City Field, um enorme teatro construído no terreno onde foi o Shea Stadium, local onde os Beatles fizeram aquela histórica catarse musical em 1965. A cada disco Paul McCartney se supera e reafirma uma qualidade poucas vezes vista e ouvida na história da música e é também a prova de que envelhecer não significa ficar acomodado ou enferrujar, pelo contrário a experiência nessas horas faz uma grande diferença, principalmente, no show business. Este CD duplo vem também um DVD, que traz a apresentação de Paul acompanhado de sua banda absolutamente competente.
Paul McCartney faz uma repassada na carreira com clássicos dos Beatles como "I'm Down", "Day Tripper", "I've Got a Feeling","Let It Be" e tantas outras como "I Saw Her Standing There", que conta com a participação de Billy Joel ao piano, retribuindo a gentileza que Paul lhe fez ao tocar com ele no último show realizado no próprio Shea Stadium antes de ser demolido em 2008. Como não poderia faltar ele passeou pelos hits da época do Wings como "My Love", "Jet", "Let Me Roll It", "Band on the Run" e a eletrizante "Live and Let Die". Ele também não esqueceu de registrar a sua fase bem solo, incluindo ótimas canções recentes como "Highway", "Only Mama Knows" e "Sing the Changes". Como baixista, McCartney continua adotando aquele jeito contido, quase econômico como falam alguns músicos, mas fazendo aquelas linhas mélódicas simples e precisas que deixam até hoje virtuoses do instrumento de boca aberta. É um belo registro que vale a pena ter guardado para sempre na memória e no coração. Agora, Sir Paul McCartney: GOOD EVENING EVERYBODY! Baby, you can drive my car! Abração!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

O DIA QUE PAUL McCARTNEY MANDOU TODO MUNDO PRO PAU

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Publicada originalmente em 22 de fevereiro de 2012
Em meados de fevereiro de 1971, quase um ano depois de anunciar o fim dos Beatles (10/abril/70), Paul McCartney entrou com um processo judicial, requisitando uma auditoria nos negócios e um curador que administrasse provisoriamente todos os os bens da Apple. O objetivo indireto, porém, continuava a ser expulsar Allen Klein, embora Paul não tivesse como explicar isso aos outros três (nenhum estava falando com ele). O processo acabou se tornando um julgamento objetivo sobre a capacidade de Klein de gerir os negócios. Feita a análise de muito material contábil, a defesa de McCartney encontrou um documento que indicava ser Klein um administrador não-confiável: um cheque. Ele teria direito a 20% sobre uma renegociação com a Capitol Records para que se elevasse de 17,5% para 25% os direitos dos Beatles sobre a vendagem de discos. Assim, o percentual correspondente a Klein seria de 20% dos 7,5% que ele obtivera a mais. Mas Klein recebera 20% sobre o total dos direitos de venda. Depois disso, a justiça deu ganho de causa parcial a Paul McCartney, determinando que um curador administrasse a sociedade até um processo e uma sentença futuras. Superado o trauma da dis­puta judicial entre si, os Beatles, para livrar-se de Allen Klein, tiveram de continuar o processo contra ele até 1977 - quando, por acordo judicial, Klein recebeu 4,2 milhões de dólares para retirar-se da Apple.
Para tentar compreender melhor melhor sobre esse triste e confuso episódio da história dos Beatles, a gente confere aqui um trecho do excelente livrão "Paul McCartney - Uma Vida", de Peter Ames Carlin. Abração!
“Anos atrás, Jim McCartney, depois de ter seu relógio roubado, pegou os ladrões e levou-os à polícia e depois ao tribunal, para que se fizesse justiça. “Não deixem que ninguém leve o que é seu”, ele disse aos filhos, e agora essas palavras estavam ecoando nos ouvidos de Paul. De volta ao seu exílio na Escócia, naquele verão, ele passou horas, dias, semanas, fumegando e se inquietando. Klein! Como era possível que ele estivesse sugando vinte por cento do dinheiro dos Beatles? Como era possível que seu nome emporcalhasse a contracapa do disco solo de Paul? Como era possível que alguém que dizia estar trabalhando para os Beatles não atendesse aos seus telefonemas? "Fazendo com que eu me sentisse como principiante, como se Klein fosse o chefe e eu não fosse nada", Paul despejou com franqueza para Jann Wenner. "Sou veterano; penso que minha opinião é tão boa quanto a de qualquer outro, em especial quando se trata das minhas coisas". Todavia, na medida em que os outros Beatles se recusavam a trabalhar com ele, e na medida em que persistiam na contratação de Klein, Paul ficaria trancado no pior dos mundos — sem a assistência criativa e a amizade de seus parceiros, mas com a perpétua contrariedade do empresário de quem não gostava e em quem não confiava. Pior de tudo, o dinheiro que Paul ganhasse com seus próprios discos iria para o monte comum da Apple, para ser repartido com os outros três e, mais terrível ainda, com Klein. Só pensar nisso já o deixava furioso. E ele não podia fazer nada. Com exceção de um pequeno detalhe, como lhe lembrou o cunhado John Eastman. Ele podia entrar na justiça para dissolver a parceria.
Iniciar um processo contra os Beatles? Arrastar seus velhos amigos e parceiros, os adorados cabeludos, os quatro fabulosos para as malhas da corte civil? E não sair do tribunal da opinião pública como o mais repugnante Blue Meanie do mundo? Ele nem podia imaginar isso. "Passei o verão inteiro lutando comigo mesmo", afirmou ele. "Era dilacerador. Eu fiquei o verão inteiro com um nó no estômago. (...) Primeiro, eu disse não, não podemos fazer isso! Vamos aguentar. Mas todas aquelas pequenas coisas continuaram a acontecer." No fim das contas, John Eastman veio visitá-los, e os cunhados passaram horas falando sobre o assunto, andando pelas colinas e admirando os cenários. Como seria feito o processo, como seriam os depoimentos deles, como as roupas mais íntimas e fétidas do grupo seriam lavadas em público. Horrível demais para contemplar. Mas, em seguida, Paul se lembrava de Klein novamente e da perspectiva de permanecer sob o domínio daquele sujeito vil. Numa determinada tarde, no alto de uma colina, admirando a superfície escura e ondulante de um lago, Paul compreendeu finalmente que não tinha escolha. Klein havia roubado seu relógio, chegara a hora de pegá-lo de volta. "Ah, temos de fazer isso", afirmou, e seu cunhado concordou. John Eastman já vinha se preparando para o caso, pesquisando a contabilidade da Apple, procurando discrepâncias e erros. Ele juntou uma série de queixas mais do que suficientes para compor a base de uma contestação legal. Assim, no dia 15 de novembro, Paul deu enteada em seu processo judicial, reclamando em termos claros que os Beatles se desfizessem em todos os aspectos, formas e modos. As notícias de Paul McCartney versus John Ono Lennon, George Harrison, Richard Starkey e Apple Corps. Ltda. tornaram-se públicas no dia 31 de dezembro. No começo do Ano-Novo, tudo veio à tona. JOHN LENNON NÃO PRECISAVA de litígio civil para abrir o jogo. Entrevistado por Jann Wenner, da Rolling Stone, no princípio de dezembro, o músico transformado em ativista pela paz promoveu um passeio errante pelos seus mais sombrios pensamentos e suspeitas. Os Beatles, declarou, eram "grandes cretinos" que tinham varrido o mundo feito cossacos; violentaram, pilharam, fizeram as coisas mais perversas da forma mais notável. Mas John se sentia vitimizado pela experiência. Ele tinha sido depenado pelos homens de negócios e manipulado pelos empregados. Ainda assim, o tratamento mais brutal tinha partido dos assim chamados amigos da banda, que resistiram à sua arte, humilharam sua mulher e eram, em geral, "as pessoas raivosas mais conceituadas do mundo". Então, houve isso. E muito mais, quando se tratou de Paul, cujo primeiro álbum solo foi descartado, de modo sucinto, como "lixo".
Publicados em duas partes, nos meses de janeiro e fevereiro, os pensamentos de John soaram aos amigos como mais uma manifestação de seus humores volúveis e de sua língua boxeadora. "Ouvi versões como aquela durante anos", diz Ray Connolly. "Era sempre histrionice, John exagerava para fazer graça. Mas, na Rolling Stone, Wenner não percebeu isso. E fez com que tudo ecoasse de modo horrível, amargo e perverso".
Paul fez o melhor que pôde para parecer animado. "Era tão extremado que realmente me divertiu", ele disse à revista Life. "Essa hostilidade aberta não me magoou. É bacana. É John." Em segredo, porém, não era nada bacana. Vindo de John, a pessoa que sempre vira Paul com mais clareza, o parceiro de quem dependera para identificar suas forças e peneirar suas fraquezas, era devastador. "Eu me sentei e matutei cada parágrafo, cada sentença", relembrou Paul. "E pensei: 'Sou eu. Eu sou. Sou exatamente assim. Ele me compreendeu tão bem. Sou um cocô, sabe. "Era apenas o começo, uma vez que o processo movido por Paul para dissolver a sociedade dos Beatles continuava rolando. Todos os Beatles foram convocados a depor no caso, e todos forneceram profundas e pouco lisonjeiras compreensões acerca do funcionamento interno do grupo e do papel de capataz desempenhado por Paul. Ringo tentou ser generoso, observando que Paul era o "maior baixista do mundo". Mas, em seguida, "ele agia como uma criança mimada (...) teimava até conseguir fazer tudo do seu jeito". George disse praticamente a mesma coisa, com exceção do elogio à habilidade de seu ex-colega de escola no baixo, e deu especial ênfase à sua "atitude superior". John duplicou suas críticas na revista Rolling Stone, acrescentando que Paul tinha uma fraqueza por música do tipo pop, sem vigor, e não compartilhava o gosto musical dele e de George "que agora se chama underground".
Todos os outros Beatles estavam ansiosos para resolver seus problemas de forma amigável, e talvez até retomar uma colaboração (?). Pelo menos foi assim que eles se sentiram, até que Paul os atacasse no tribunal. "Eu ainda não consigo entender por que Paul agiu daquela maneira", George concluiu. Em outras palavras, se o mundo ainda se perguntava quem exatamente havia desmembrado seu grupo de rock mais adorado, a morsa era Paul. Paul assistiu à maior parte do julgamento com Linda a tiracolo, testemunhando pessoalmente sobre a falta de pulso no corpo colaborativo dos Beatles e citando a própria canção de John, "God", e sua última afirmação de "Eu não acredito nos Beatles" como prova definitiva. Quanto mais avançava, pior ficava. Paul disse que Klein tentava se engraçar para seu lado xingando John, e especialmente Yoko, quando o casal não estava por perto. "Sabe por que John está furioso com você?", Paul recordou Klein cochichando para ele. "Porque você se saiu melhor em Let It Be." As evidências se amontoavam. Toda a alegria, a magia e o amor dos Beatles tinham se reduzido a uma recitação amarga de lucros acumulados, investimentos feitos e per­didos, negócios fracassados e insultos proferidos. O juiz, Dr. Justice Stamp, passou algumas semanas garimpando as ruínas e, em meados de março, anunciou que Klein havia dado a Paul inúmeras razões para desconfianças e insatisfação. Stamp indicou um interventor para tomar conta do patrimônio dos Beatles, e livrou Paul do controle de Klein. Foi assim que o processo começou, de qualquer forma, pois ainda iria caminhar de diversas maneiras e por vários fóruns legais, durante a maior parte da década. Ali, era o fim, de fato. Muitos anos depois, após incontáveis ações judiciais, contestadas e retomadas, e sem entrar em maiores detalhes aqui, Klein foi considerado culpado de excessos financeiros suficientemente graves para levá-lo à prisão, por dois meses, e George se desculpou com Paul. "[Ele] disse: 'Bem, sabe, obrigado por nos tirar daquela encrenca'", Paul se lembra de ouvi-lo dizer uma única frase de reconhecimento pelo inferno que passaram: “Foi melhor do que nada”. 

GEORGE HARRISON - DEVIL'S RADIO - A RÁDIO DO DIABO - SENSACIONAL! ✶✶✶✶✶

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O fotógrafo Gered Mankowitz guarda boas lembranças de quando fotografou George Harrison para a capa do álbum Cloud Nine em 1987: “Eu conheci George em várias ocasiões, mas nunca o fotografei. Por isso, fiquei encantado quando o diretor de arte e meu amigo David Costa me pediu para fotografar a capa do Cloud Nine. Foi em meu estúdio em Hampstead e decidimos usar vários fundos de vários céus nublados, além de uma enorme tela texturizada. George chegou sozinho, sem nenhuma comitiva, e foi maravilhoso e paciente”. Ainda segundo Mankowitz, “foi ideia do próprio George com seu humor sarcástico, usar óculos espelhados e pedir que fizesse uma iluminação de baixo para cima, como crianças fazem com a lanterna. Isso daria a ele ares meio que aterrorizantes”. A capa mostra George Harrison com sua primeira guitarra americana, uma Gretsch 6128 de 1957 que ele comprou em Liverpool em 1961. Harrison presenteou o instrumento ao seu velho amigo Klaus Voormann, que a guardou por vários anos. Quando estava em Los Angeles para a produção do álbum, Harrison pediu a guitarra de volta, a restaurou e usou na sessão de fotos. Ainda sobre a capa, para quem procura cabelo em ovo, há quem veja no reflexo dos óculos a imagem de um Cristo crucificado. Pura viagem. Ou não?

"Devil's Radio" foi composta e gravada pelo nosso querido George Harrison, lançada pela primeira vez no álbum de 1987, Cloud Nine - um dos melhores que já ouvi nesse vida! Não foi lançada comercialmente como single, mas um single promocional acabou alcançando o êxito de chegar ao # 4 no quadro da Billboard.

"Devil's Radio" foi inspirada em um anúncio de igreja que Harrison tinha visto dizendo: "Gossip: The Devil's Radio... Don’t Be a Broadcaster" (Fofocas: A Rádio do Diabo... não seja uma emissora). O tema da música é um ataque a todas as fofocas, curiosidades, conversas cínicas e frívolas que aparecem a toda hora nas mídias, através de uma rádio que espalha imprecisões e falsidades: A Rádio do Diabo. Algo muito próximo do tema que Harrison retomaria em Brainwashed, seu álbum póstumo de 2002.
A música usa metáforas como "abutres", "ervas daninhas", "poluição" e "lixo industrial" para mostrar os efeitos devastadores das fofocas. O tema era pessoal para Harrison e como ele se sentiu vitimado pelas fofocas e pela atenção exploratória que recebeu depois do fim dos Beatles, o que impediu sua capacidade de viver uma vida normal. Isso aparece bem no verso: "Você se pergunta por que não falo muito / Eu me pergunto como você não pode ver".
"Devil's Radio" começa com uma repetição da palavra "Gossip" antes de aparecerem os versos descrevendo os males da fofoca. Alguns críticos disseram que a música foi inspirada pelos Eurhythmics, tornando-se uma das poucas músicas nas quais Harrison foi influenciado por tendências musicais mais contemporâneas. Um dos biógrafos de Harrison, Simon Leng, descreveu o acompanhamento instrumental como o mais agressivo e arrojado de George desde "Wah-Wah" de 1971. Leng ainda comparou a abertura de "Devil's Radio" com canções de Chuck Berry e particularmente elogiou o vocal de Harrison e o contraponto fornecido por Eric Clapton, que tocou guitarra junto com Harrison. Os outros músicos que participaram foram Elton John no piano, Jeff Lynne no baixo e teclados, Ringo Starr na bateria e Ray Cooper na percussão. É mole? Uma versão ao vivo de "Devil's Radio" foi incluída no excelente álbum ao vivo de Harrison gravado no Japão em 1992 juntamente com a banda de Clapton. E é essa paulada que a gente confere agora logo abaixo da gravação que aparece no álbum. Hare Krishna!

TEN YEARS AFTER - I'D LOVE TO CHANGE THE WORLD

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"I'd Love to Change the World" (Eu Adoraria Mudar o Mundo) é uma das mais famosas músicas da banda britânica de blues rock Ten Years After. Composta por Alvin Lee, foi lançada no álbum de 1971, A Space in Time, e se tornou sua canção mais famosa e popular.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

THE BEATLES - PAST MASTERS - UM ÁLBUM FANTÁSTICO!✶✶✶✶✶

5 comentários:

Poucas são as coletâneas que merecem o rótulo de fundamentais. Este álbum duplo dos Beatles é uma delas e é fácil entender. Muitas das melhores músicas dos anos 60 foram lançadas exclusivamente como“singles”, em formato de compacto simples (um pequeno disco com duas canções) que, na época era bem mais consumido que o LP, não apenas pelo baixo custo, mas também por proporcionar ao jovem consumidor a oportunidade de adquirir várias músicas que saltavam nas paradas de sucesso, numa mesma compra. Com isso em mente, as gravadoras separavam as melhores músicas que os seus contratados estavam registrando para lançá-las naquele modelo singular, mais prático e fácil de divulgar e vender, facilitando inclusive, o trabalho dos programadores das emissoras de rádio. Por sua vez, a maioria dos responsáveis por aqueles grandes clássicos, os seus criadores, evitavam relançá-los nos LPs, por entenderem ser uma forma desleal de fazer seus fãs pagarem duas vezes pelo mesmo produto. Quando da festejada e bem sucedida chegada do CD ao mercado, inteligentemente a EMI junto à coleção dos Beatles, produziu estes dois volumes (agora vendidos numa mesma embalagem) dando-lhes o apropriado título de PAST MASTERS, contendo todas as gravações lançadas como compactos, que não constavam nos álbuns oficiais do grupo.

Em março de 1988, em seguida ao lançamento mundial dos álbuns de estúdio em CD pela EMI, a gravadora compilou, neste volume e no seguinte, o material de estúdio dos Beatles que não havia sido incluído nos CDs. Das 33 faixas dos dois discos, 25 haviam sido lançadas em compactos na Inglaterra; duas, "Gib Mir Geine Hand" e "Sie Liebt Dich", saíram em compacto na Alemanha em 1964; outras quatro, "Long Tall Sally", "l Call Your Name", "Slow Down" e "Matchbox", vêm do compacto duplo LongTall Sally, de 1964; "Bad Boy" foi lançada no álbum americano Beatles VI, de 1965, e na coletânea britânica A Collection of Beatles Oldies, de 1966; e "Across The Universe" fora incluída no álbum beneficente No One's Gonna Change Our World, lançado em 1969. O primeiro volume cobre o início da carreira, de "Love Me Do" ao auge da Beatlemania, em 1964-65, e reúne material não utilizado nos álbuns britânicos da época. Ele traz a versão original de "Love Me Do" (com Ringo na bateria); os lados A e B de outros quatro compactos, "From Me To You / Thank You Girl", "She Loves You / I'll Get You", "l WantTo Hold Your Hand”, “This Boy" e "l Feel Fine"/"She's A Woman"; as gravações cantadas em alemão "Komm, Gib Mir Deine Hand" e "Sie Liebt Dich", versões de "I WantTo Hold Your Hand" e "She Loves You"; "LongTall Sally" e "I Call Your Name", lançadas no álbum americano The Beatles Second Album, de 1964, além de "Slow Down" e "Matchbox", do compacto duplo britânico LongTall Sally, "Bad Boy"; e, por fim, "Yes It Is" e "l'm Down", lados B de "TicketTo Ride" e "Help!", incluídas no álbum Help! - esses são os únicos lados B do álbum não acompanhados pelos respectivos lados A. A versão de "This Boy" é a autêntica em estéreo, lançada apenas em compactos na Austrália e no Canadá, e pela primeira vez em um álbum. "She's A Woman", também em estéreo, vem do álbum australiano Greatest Hits - Vol. 3, de 1967. "Yes It Is", em estéreo, havia sido lançada no Reino Unido em 1986, na fita cassete OnlyThe Beatles. Com exceção de "I’m Down", essas versões em estéreo foram lançadas internacionalmente pela primeira vez neste álbum. Ao compilar estes dois volumes, a EMI finalmente produziu coletâneas extremamente bem-vindas entre os fãs dos Beatles ao redor do mundo. Possuir Past Masters e o restante da coleção dos Beatles em CD é como ter uma cópia pessoal das fitas máster de estúdio da banda. Os dois álbuns são acréscimos valiosos a qualquer coleção de discos dos Beatles e, no caso de coleções de CDs, essenciais, já que finalmente reúnem o material de estúdio que não aparece nos álbuns originais.

Ao longo de 1969, os Beatles lançaram dois compactos que, na época, não foram incluídos em álbuns. As duas faixas do primeiro, "Get Back” / "Don't Let Me Down", deviam ser originalmente incluídas no álbum Get Back, que o grupo tentou gravar em janeiro de 1969 nos estúdios da Apple, em Savile Row. O projeto do álbum acabou sendo abandonado em favor de outro (Let lt Be), mas o compacto saiu em 11 de abril de 1969. Depois da breve temporada nos estúdios da Apple, os Beatles voltaram para Abbey Road para gravar o segundo compacto de 1969, "The Ballad Of John And Yoko"/”Old Brown Shoe". O lado A foi gravado por John e Paul durante uma sessão de oito horas e meia em 14 de abril de 1969 e "Old Brown Shoe", que traz todos os Beatles, foi realizada dois dias depois. O compacto saiu em 30 de maio de 1969. Em seguida ao lançamento do álbum Abbey Road, a EMI produziu um álbum beneficente intitulado No One's Gonna Change Our World, em dezembro de 1969. Ele incluía "Across The Universe", faixa que os Beatles haviam gravado quase dois anos antes, em fevereiro de 1968. Ao longo dos anos, essa versão ficou conhecida como "The Wildlife Version", e é a única deste disco não lançada originalmente em um compacto. Com o início de 1970 veio o lançamento de “Let It Be”, último álbum dos Beatles, quase que totalmente formado por material das sessões de Get Back, de janeiro de 1969, e remixado por Phil Spector. Embora fruto das mesmas sessões, o último compacto do grupo, "Let It Be", lançado em 6 de março de 1970, é consideravelmente diferente da versão do álbum; trata-se da mixagem original de George Martin. Além das faixas já mencionadas, este segundo volume de Past Masters também inclui "Paperback Writer", lançada em compacto com "Rain" em junho de 1966; "The Inner Light", lado B do compacto "Lady Madonna", de março de 1968; "Revolution", lado B do primeiro compacto dos Beatles pelo selo Apple, "Hey Jude", de agosto de 1968; e, finalmente, "You Know My Name", lado B do compacto derradeiro, "Let It Be", de março de 1970.

Quando publicou em sua coluna Sábado Som sua resenha sobre Past Masters em 3 de janeiro de 2015, o saudoso amigo João Carlos de Mendonça encerrou seu belo texto com estas sábias palavras: “Sem precisar as datas de lançamentos, nos tempos dos bolachões, algumas coletâneas foram lançadas naquele formato, muitas, no mínimo, duvidosas, visando apenas o lucro fácil. Todavia nenhuma teve o critério e a decência do PAST MASTERS, que se tornou item obrigatório para além de um Beatlemaníaco. A distribuição das canções, inclusive, obedece a ordem cronológica de seus lançamentos, levando o ouvinte a perceber o desenvolvimento musical da banda inglesa. Posso até está cometendo uma blasfêmia, mas eu aconselharia um noviço na matéria a começar a apreciar a arte dos Beatles por esse disco. Parece uma simples coletânea... Mas é mais que isso! PAST MASTERS é um passeio pela obra genial do conjunto, em doses generosas de talento”. Aqui, a gente confere os dois álbuns inteiros, com as 33 músicas na ordem. Valeu!