quinta-feira, 30 de abril de 2020

PRA VER A BANDA PASSAR, CANTANDO COISAS DE AMOR - A BANDA - CHICO BUARQUE DE HOLLANDA

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Nunca escondi de ninguém, que estou bem longe de ser um grande fã de Música Popular Brasileira. Nesses anos todos, acho que não chegam a dez as que já apareceram aqui. Mas uma grande música é uma grande música. É do mundo, do universo, não importa se é rock, ou xote ou uma simples e bela marchinha que marcou a vida de muita gente. Nesses tempos de quarentena, confinamento, isolamento social, prisão domiciliar e volta da repressão, a gente aproveita para relembrar um dos grandes momentos da história da MPB nos anos sessenta - “A Banda” de Chico Buarque de Hollanda.
“A Banda” é uma das canções brasileiras de maior sucesso em seu tempo e continua a agradar ouvidos e encantar pessoas de diferentes idades até hoje. Com uma letra que buscava o lirismo das cantigas populares e diferenciava-se das pesadas músicas de protesto da época, “A Banda” ganhou seu espaço levando, como bem disse Carlos Drummond de Andrade, o "amor" como vacina "contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo" que os brasileiros presenciavam na época da Ditadura.
Com “A Banda”, Chico Buarque de Hollanda venceu o II Festival de Música Popular Brasileira da Record. Mas dividiu o prêmio e a preferência do público com a canção “Disparada”, de Geraldo Vandré, defendida no festival por uma interpretação de Jair Rodrigues“A Banda” foi composta em um dia. “Veio a imagem de uma banda passando, a ideia da letra e pronto. Eu fiz quase inteira de estalo”, disse o compositor. “A Banda” foi o seu primeiro grande sucesso, uma de suas marcas registradas, a música que tornou Chico Buarque nacionalmente conhecido. E, para esta façanha, o festival da TV Record foi muito importante.


“A Banda” nas eliminatórias era apresentada por Nara Leão, acompanhada de uma orquestra de metais. O então diretor Manoel Carlos achou que a letra ficava inaudível. Então, sugeriu que Chico Buarque iniciasse a performance tocando “A Banda” ao violão e somente depois Nara entrasse com os metais. A apresentação ficou mais forte e “A Banda” chegou ao final, competindo com “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros e interpretada por Jair Rodrigues. A plateia se dividia. Pareciam duas torcidas de futebol. Percebendo que ganharia, Chico Buarque sugeriu à produção que fosse declarado empate e que os compositores dividissem o prêmio, ameaçando não recebê-lo caso fosse declarado vencedor sozinho. O resultado oficial foi, então, um empate. Mas o produtor Zuza Homem de Mello, quase 40 anos depois, revelaria que, na verdade, houve um vitorioso. Por 7 votos a 5, “A Banda” ganharia o festival. Mas o clima tenso foi determinante para que a sugestão de Chico Buarque prevalecesse. O compacto com a música, gravada por Chico e Nara, foi lançado após o festival e chegou a 100 mil cópias em apenas uma semana. A gravadora resolveu, assim, pôr nas lojas o primeiro disco do cantor, “Chico Buarque de Hollanda”. A banda passou e levou Chico Buarque para uma carreira brilhante.

Para encerrar com chave de ouro, a gente confere aqui a crônica de Carlos Drummond de Andrade, para o jornal 'Correio da Manhã', do dia 14 de outubro de 1966.

"O jeito, no momento, é ver a banda passar, cantando coisas de amor. Pois de amor andamos todos precisados, em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente. Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando. A ordem, meus manos e desconhecidos meus, é abrir a janela, abrir não, escancará-la, é subir ao terraço como fez o velho que era fraco mas subiu assim mesmo, é correr à rua no rastro da meninada, e ver e ouvir a banda que passa. Viva a música, viva o sopro de amor que a música e banda vem trazendo, Chico Buarque de Hollanda à frente, e que restaura em nós hipotecados palácios em ruínas, jardins pisoteados, cisternas secas, compensando-nos da confiança perdida nos homens e suas promessas, da perda dos sonhos que o desamor puiu e fixou, e que são agora como o paletó roído de traça, a pele escarificada de onde fugiu a beleza, o pó no ar, na falta de ar. A felicidade geral com que foi recebida essa banda tão simples, tão brasileira e tão antiga na sua tradição lírica, que um rapaz de pouco mais de vinte anos botou na rua, alvoroçando novos e velhos, dá bem a ideia de como andávamos precisando de amor. Pois a banda não vem entoando marchas militares, dobrados de guerra. Não convida a matar o inimigo, ela não tem inimigos, nem a festejar com uma pirâmide de camélias e discursos as conquistas da violência. Esta banda é de amor, prefere rasgar corações, na receita do sábio maestro Anacleto Medeiros, fazendo penetrar neles o fogo que arde sem se ver, o contentamento descontente, a dor que desatina sem doer, abrindo a ferida que dói e não se sente, como explicou um velho e imortal especialista português nessas matérias cordiais. Meu partido está tomado. Não da ARENA nem do MDB, sou desse partido congregacional e superior às classificações de emergência, que encontra na banda o remédio, a angra, o roteiro, a solução. Ele não obedece a cálculos da conveniência momentânea, não admite cassações nem acomodações para evitá-las, e principalmente não é um partido, mas o desejo, a vontade de compreender pelo amor, e de amar pela compreensão. Se uma banda sozinha faz a cidade toda se enfeitar e provoca até o aparecimento da lua cheia no céu confuso e soturno, crivado de signos ameaçadores, é porque há uma beleza generosa e solidária na banda, há uma indicação clara para todos os que têm responsabilidade de mandar e os que são mandados, os que estão contando dinheiro e os que não o têm para contar e muito menos para gastar, os espertos e os zangados, os vingadores e os ressentidos, os ambiciosos e todos, mas todos os etceteras que eu poderia alinhar aqui se dispusesse da página inteira. Coisas de amor são finezas que se oferecem a qualquer um que saiba cultivá-las, distribuí-las, começando por querer que elas floresçam. E não se limitam ao jardinzinho particular de afetos que cobre a área de nossa vida particular: abrange terreno infinito, nas relações humanas, no país como entidade social carente de amor, no universo-mundo onde a voz do Papa soa como uma trompa longínqua, chamando o velho fraco, a mocinha feia, o homem sério, o faroleiro... todos que viram a banda passar, e por uns minutos se sentiram melhores. E se o que era doce acabou, depois que a banda passou, que venha outra banda, Chico, e que nunca uma banda como essa deixe de musicalizar a alma da gente." Carlos Drummond de Andrade - Correio da Manhã, 14/10/66

THE BEATLES - I CALL YOUR NAME - SENSACIONAL!!!*****

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"I Call Your Name" é uma música dos Beatles, composta principalmente por John Lennon, com pequena participação de Paul McCartney. Foi lançada nos EUA em 10 de abril de 1964 no álbum The Beatles Second Album e no Reino Unido em 19 de junho de 1964, no EP Long Tall Sally.

"I Call Your Name" é uma música estranhamente subestimada. É caracterizada pela força das guitarras, a voz de John Lennon e um insuportável e dispensável cowbell tocado por Ringo Starr que persiste por boa parte da música. Uma das primeiras composições de John Lennon"I Call Your Name", foi o único original de Lennon e McCartney no EP Long Tall Sally. Provavelmente ficou de fora do álbum A Hard Day's Night devido ao uso semelhante do cowbell em "You Can't Do That".

Musicalmente, "I Call Your Name" é talvez mais interessante por seu solo de guitarra, durante o qual os Beatles entram no ritmo do Ska. Lennon, em particular, adorou Ska e Reggae nos últimos anos, embora em 1964 fosse amplamente desconhecido fora da Jamaica. Segundo Paul McCartney"I Call Your Name" foi escrita na casa da tia de Lennon, Mimi, na Menlove Avenue em Liverpool. Ele disse no livro Many Years From Now, de Barry Miles: “Nós trabalhamos juntos, mas foi ideia era de John. Quando olho para algumas dessas letras, penso: espere um minuto. O que ele quis dizer? "Eu chamo seu nome, mas você não está lá". É a mãe dele? O pai dele? Devo admitir que realmente não vi isso quando escrevemos porque éramos apenas alguns jovens escrevendo”.

Em 1963, John Lennon deu "I Call Your Name" para que Billy J. Kramer and The Dakotas, outra banda de Liverpool, também do staff de Brian Epstein, gravasse. Kramer lançou "I Call Your Name" como o lado B do single "Bad to Me", outra composição de Lennon e McCartney. Lennon não gostou do arranjo de Kramer e os Dakotas, gravado em 26 de junho de 1963, bem como com sua posição como lado B, então os Beatles gravaram sua própria versão. "I Call Your Name" foi gravada pelos Beatles quase um ano após a gravação de Billy Kramer, em 1º de março de 1964 , no mesmo dia em que gravaram “I'm Happy Just Dance With You” e “Long Tall Sally”, tudo em uma sessão de três horas. "I Call Your Name" foi gravada no estúdio 2 da EMI em Abbey Road. O produtor foi George Martin e Norman Smith foi o engenheiro. John Lennon faz os vocais e toca guitarra; Paul McCartney toca baixo, George Harrison toca a guitarra principal (Rickenbaker 360 de 12 cordas) e Ringo Starr toca bateria e o insuportável cowbell.
Os Beatles novamente gravaram"I Call Your Name" para o programa de rádio da BBC, Saturday Club, em 31 de março de 1964 (transmitido em 4 de abril de 1964). A faixa também aparece nos álbuns Beatles Forever (1973) e Rock And Roll Music, de 1976 e em 1988 na coletânea Past Masters Volume One. The Mamas & the Papas fizeram uma cover de "I Call Your Name" em 1966 em seu álbum de estreia If You Can Believe Your Eyes and Ears. No mesmo ano, também foi regravada pela banda “The Buckinghams”. Ringo Starr gravou uma versão para um especial de televisão que marcava o 10º aniversário da morte de Lennon e o 50º aniversário de seu nascimento. A faixa, produzida por Jeff Lynne, apresentava um supergrupo composto por Lynne, Tom Petty, Joe Walsh e Jim Keltner.

THE BEATLES - AND I LOVE HER - SENSACIONALÍSSIMA!!!*****

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“And I Love Her” é uma música dos Beatles, composta principalmente por Paul McCartney (creditada a Lennon-McCartney). É a quinta faixa do terceiro álbum, A Hard Day's Night, lançado em 10 de de julho de 1964. Dez dias depois, juntamente com "If I Fell" também foi lançada como um single pela Capitol Records nos Estados Unidos, alcançando a 12ª posição na Billboard Hot 100. "And I Love Her" foi uma das três contribuições de Paul McCartney para o álbum A Hard Day's Night, junto com"Things We Said Today" e "Can't Buy Me Love".
Paul McCartney amava o som das big bands dos anos 1920 e 1930 que seu pai ouvia, as canções do teatro de varieda­des vitoriano que seus parentes cantavam em volta do piano e as canções dos musicais dos anos 1940 e 1950, apesar de seu amor pelo rock’n‘roll. Mesmo nos tempos de Hamburgo e do Cavem Club, em Liverpool, adorava um bolero (Besame Mucho) e cantava “Till There Was You”, popularizada por Peggy Lee e incluída em With The Beatles. Seu sucesso fez que ele percebesse que as baladas enrrqueciam o show, então talvez, tenha composto “And I Love Her” para exercer essa função. John Lennon sempre gostou dela e disse que foi a primeira "Yesterday” de Paul. E Paul disse que foi a primeira música “que o deixou realmente orgulhoso”.
As gravações começaram em fevereiro de 1964 e foi a primeira faixa dos Beatles a ter instrumentos somente acústicos. No filme A Hard Day s Night, com as belíssimas imagens em preto e branco de Dick Lester, eles aparecem fazendo a gravação para um programa de televisão. Apenas um mês antes da gravação, Jane Asher comentou com o escritor americano Michael Braun: “O problema (de Paul) é que ele quer a adulação dos fãs e a minha. Ele é muito egoísta. É o maior defeito dele. Ele não consegue ver que os meus sentimentos por ele são verdadeiros, e os (sentimentos) dos fãs são uma fantasia”. Desde então, Paul afirma que não a escreveu com ninguém específico em mente, mas é difícil acreditar que, no início de sua paixão por Jane Asher, ele estivesse compondo músicas tão delicadas para uma garota imaginária.
Para Hunter Davies, é uma canção de amor muito sincera mas simples. E sim, foi para Jane Asher. Davies diz: “Paul criou a letra quando morava na casa dela. Disse depois que não tinha ninguém em mente quando a escreveu, no que acho difícil de acreditar. Penso que quando lhe fizeram a pergunta o romance tinha acabado e ele não queria falar sobre isso. Os versos não são tão poéticos, nem tentam ser. Só um degrau acima de “Love Me Do” - com exceção da frase Bright are the stars that shine/dark is the sky [Claras são as estrelas que brilham/ escuro é o céu]. E mesmo isso soa um pouco forçado, como se ele precisasse de uma rima para will never die [nunca vai morrer], no fim da música". Como sempre ocorre com os clássicos dos Beatles, a belíssima “And I Love Her” vem sendo regravada pelos mais diversos artistas dos mais diferentes estilos ao longo dos anos – Jazz, Pop, R&B e até Grunge. Inclusive, até alguns medalhões brazucas já tentaram acabar com ela, mas não conseguiram: Roberto Carlos e Zezé de Camargo e Mariano.
“And I Love Her” foi gravada nos dias 25 , 26 e 27 de fevereiro de 1964. O produtor foi George Martin e Norman Smith foi o engenheiro. Paul McCartney canta e toca baixo; John Lennon toca violão; George Harrison toca o violão clássico e Ringo Starr toca bongôs e claves. Oficialmente, além de A Hard Day’s Night, pode ser encontrada também nos álbuns Anthology 1 e On Air – The Beatles Live at BBC - Volume 2.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

JOHN LENNON - COLD TURKEY - SENSACIONAL!!! ✶✶✶✶✶

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“A temperatura está subindo, a febre está alta. Não posso ver o futuro, não posso ver o céu. Meus pés estão tão pesados, minha cabeça também. Queria ser um bebê. Queria estar morto”. Assim é a primeira estrofe de “Cold Turkey”, o segundo single não-Beatles de John Lennon. Uma representação nua e crua da experiência de abstinência de heroína. Foi gravada entre o final de setembro e início de outubro de 1969, produzida por John Lennon e Yoko Ono e lançada em 20 de outubro de 1969 nos Estados Unidos e 24 de outubro de 1969 no Reino Unido. A gravação era creditada à Plastic Ono Band e participaram John Lennon nos vocais e guitarra; Eric Clapton que toca a guitarra solo; Klaus Voormann no baixo e Ringo Starr na bateria.O Baú do Edu: JOHN LENNON - COLD TURKEY- ABSOLUTAMENTE DEMAIS!
De acordo com Peter Brown (ex-acessor de imprensa dos Lennons) em seu livro “The Love You Make”, John Lennon chegou a apresentá-la a Paul McCartney, querendo que fosse lançada como compacto pelos Beatles. Mas a resposta foi não. Enfurecido, Lennon rapidamente convocou os músicos e gravaram o mais depressa possível. Foi a primeira vez que o nome de John Lennon apareceria sozinho no crédito de uma música. Seu single anterior, “Give Peace a Chance”, ainda foi assinado como "Lennon e McCartney". A referência direta de “Cold Turkey”, até porque é difícil fugir dessa ligação óbvia, é o vício da heroína que o casal curtia naqueles tempos.
Lennon e Ono se tornaram viciados em drogas em 1968, enquanto os Beatles estavam fazendo o Álbum Branco. Ele se referiu ao seu hábito em músicas como "Happiness Is A Warm Gun" ("Eu preciso de um conserto porque estou caindo") e "Everybody’s Got Something to Hide Except Me and My Monkey" ("Quanto mais fundo você vai, mais alto você voa"). No final do verão daquele ano, ele e Ono optaram por se livrarem da heroína, passando pelo processo conhecido como COLD TURKEY, no qual o hábito é eliminado bruscamente sem redução ou suplementos graduais. 'Cold Turkey', na gíria dos junkies, é a chamada crise de abstinência.

Lennon gravou demos da música no começo de setembro de 1969. A primeira tomada foi uma passagem simples; a segunda tinha vocais duplos e uma versão embrionária da linha de guitarra mais tarde adicionada por Eric Clapton no estúdio. Esta versão apareceria mais tarde no álbum de 2004 "John Lennon Acoustic". Uma terceira versão contou com Yoko Ono nos vocais, acrescentando gargalhadas e gritos. Lennon levou essas demos para os Beatles e descaradamente sugeriu que gravassem como o próximo single do grupo. Ciente de que recusariam, ele optou por lança-la sob a chancela da Plastic Ono Band.

“Cold Turkey” foi tocada em 13 de setembro de 1969 no Festival de Rock 'n' Roll de Toronto. O show foi a estreia da Plastic Ono Band, e “Cold Turkey” foi apresentada como uma música totalmente nova. Tão nova era que Lennon leu a letra de uma folha de papel mantida por Ono. Doze dias após o festival de Toronto, a Plastic Ono Band fez sua gravação de “Cold Turkey”. A formação da banda era a mesma do show de Toronto, além de Ringo Starr substituindo Alan White na bateria. A sessão ocorreu nos estúdios da EMI em Abbey Road, Londres. O grupo gravou 26 tomadas antes de desistir. Três dias depois, em 28 de setembro, o grupo se reuniu novamente no Trident Studios e gravou a música para satisfação de Lennon.
“Cold Turkey” foi lançada nos EUA em 20 de outubro de 1969, chegando ao número 30. Quatro dias depois, foi lançada no Reino Unido, alcançando o número 14. O lado 2 era “Don't Worry Kyoko”, de Yoko Ono. No dia 26 de novembro, John Lennon devolveu sua MBE ao Palácio de Buckingham, juntamente com uma declaração que dizia: “Estou devolvendo esta MBE em protesto contra o envolvimento da Grã-Bretanha na questão Nigéria-Biafra, contra nosso apoio à América no Vietnã e contra a queda de Cold Turkey nos gráficos. Com amor, John Lennon".

GEORGE HARRISON – BEWARE OF DARKNESS ✶✶✶✶✶

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"Beware of Darkness" foi composta e gravada por George Harrison e originalmente lançada em seu álbum triplo de 1970 “All Things Must Pass”. Também foi coverizada por artistas como Leon Russell, Marianne Faithfull, Spock's Beard, Concrete Blonde, Matthew Sweet Susanna Hoffs e Joe CockerGeorge Harrison e Leon Russell cantaram a música no Concerto para Bangladesh em 1971, e Eric Clapton a apresentou no Concerto para George em 2002. 

"Beware of Darkness" adverte contra permitir a ilusão (Maya) de atrapalhar o verdadeiro propósito da pessoa, uma advertência que marca um retorno às preocupações espirituais das músicas de Harrison com os Beatles, como "Within You Without You". É uma balada que contém imagens densas e assim como "My Sweet Lord", reflete a influência do Templo Radha Krishna, com o qual Harrison estava envolvido, no qual preocupações espirituais sempre devem prevalecer sobre as coisas materiais.

Em seus versos, o ouvinte é advertido contra várias influências que podem corrompê-lo. Entre as potenciais influências corruptoras estão vigaristas, políticos e ídolos pop de pouca substância. A letra alerta também contra pensamentos negativos, uma vez que essas influências corruptoras podem levar à Maya, que distrai as pessoas do verdadeiro propósito da vida. Uma versão acústica de "Beware of Darkness", gravada em maio de 1970, apareceu no álbum pirata de Harrison “Beware of ABKCO!” (que já esteve aqui para download). Esta versão foi lançada na remasterização de 2001 de “All Things Must Pass”A aceitação de "Beware of Darkness" pelos críticos foi quase unânime. Alguns autores a descreveram como "complexa e altamente original". Outro, da Rolling Stone, afirmou que "pode ser a melhor música do álbum". E outros simplesmente descreveram a faixa como "de cair o queixo".

PAUL McCARTNEY - CHOBA B CCCP - O ÁLBUM RUSSO

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Tal e qual John Lennon em seu ábum “Rock’n’Roll”, de 1975, Paul McCartney também tinha um antigo projeto de gravar um álbum com velhos sucessos que marcaram sua juventude. Conhecido como o ‘álbum russo’ CHOBA B CCCP (pronuncia-se Snova Vess-ESS-ESS-erque nada mais é que "Back in the USSR" em russo, é um álbum de covers, gravado em dois dias, em que Paul passa por canções de seus ídolos Little Richard, Elvis, Fats Domino e outros dos primórdios do rock. São 13 faixas de pura energia interpretadas com brilhantismo por McCartney, como Lucille, Summertime e Kansas City. O disco foi um dos primeiros vinis de música pop prensados pela gravadora estatal Melodiya e as 400 mil cópias prensadas se esgotaram rapidamente, disputadas por ávidos beatlemaníacos soviéticos e também por colecionadores estrangeiros. No Ocidente, o álbum só sairia após a URSS acabar. “CHOBA B CCCP” foi o primeiro disco de um artista ocidental a sair em um país comunista, liderando as paradas de lá, e sendo lançado no resto do mundo apenas em 1991.

“CHOBA B CCCP”, foi como um presente para os fãs soviéticos que, em geral, não conseguiram obter suas gravações legítimas, muitas vezes tendo de se contentar com cópias; para eles houve uma mudança, ter um álbum que as pessoas de outros países não seriam capazes de obter. Assim, o álbum de Paul McCartney nunca foi vendido fora da URSS. Após o colapso da União Soviética, o 'Chobba' recebeu um lançamento mundial, em 1991, atingindo #63 no Reino Unido e #109 Nos EUA.
Aqui a gente confere um pequeno trecho do livro "Paul McCartney - Uma Vida" de Peter Ames Carlin
, lançado aqui no Brasil em 2011 pela Editora Nova Fronteira, falando sobre a ideia do lançamente de um álbum russo.

20 e 21 de julho de 1987 - Então, ele voltou ao começo. Numa tarde quente de julho, no estúdio do moinho de vento em Sussex, uma pequena reunião com alguns caras que também faziam música. Assim como nos velhos tempos, sem ensaios e expectativas reais além de se divertir o máximo pos­sível. Só os quatro: Paul no baixo, um veterano do Cavern chamado Mick Green na guitarra, o tecladista do Ian Dury/The Clash, Mick Gallagher, no piano, e um baterista recém-saído da escola de música chamado Chris Whitten. Amplificadores ligados, guitarras plugadas, engenheiro pronto para fazer a fita rolar, e A-one! Two! Three! Four! Well, l gotta a girl with a record machine/ When it comes to rockiti’ she’s a queeti... (Twnty Flight Rock). Exatamente como teria sido ouvido numa festa de igreja, num subúrbio de Liverpool, no verão de 1957. Só que agora trinta anos tinham se passado e aquilo significava muito mais para Paul McCartney. Basta seguir fazendo rock. Uma tomada, talvez duas, depois a pró­xima canção. “Lucille”, "Lawdy Miss Clawdy”, “Midnight Specia”, “That’s All Right Mama". De olhos fechados, qualquer um podia se sentir no Casbah. Somos os Quarrymen e estamos aqui para tocar rock ’n’ roll! As canções eram as mesmas, assim como era igual a alegria espon­tânea. A sessão terminou ao cabo de algumas horas e, no dia seguinte, eles fizeram aquilo tudo de novo, com um ou dois instrumentistas alternativos, e partiram para novas faixas. Assim como costumavam fazer em Hamburgo, quando preenchiam o tempo tocando números padronizados na batida da máquina de rock ’n’ roll de Mersey. Eis agora "Don't Get Around Much Anymore", só que com uma cadência forte e um solo de guitarra bárbaro na pausa. Esses encontros não eram destinados a se tornar sessões de grava­ção oficiais, Paul não estava trabalhando em nada de especial, apenas queria ver o sangue correr e lembrar o motivo pelo qual tinha começa­do a fazer música, em primeiro lugar. Entretanto, ao ouvir com aten­ção, ele começou a mudar sua cabeça. Meu Deus, era tudo tão fresco e natural! Apenas uns caras fazendo rock, e não era isso mesmo que de­via acontecer? Então, Paul teve uma ideia: Vamos piratear isso! Fazer al­gumas cópias às pressas, colocá-las em embalagens mimeografadas e fazê-las se parecerem com imitações russas de merda! Richard Ogden, o novo empresário, ficou na dúvida, mas, cumprindo sua obrigação, levou a proposta à EMI para ver os chefôes fazerem exatamente aquilo que ele esperava: cortar o mal pela raiz. "Oh, nós hoje estamos chatos, não estamos?”, Paul resmungou. "Muito superiores para ter esse tipo de diversão!” Ogden compensou seu cliente imprimindo algumas có­pias do disco, de presente, embrulhando-as em capas galhofeiras com letras do alfabeto cirílico, como se tivessem sido contrabandeadas pe­los capitalistas orientais astutos do sonho de Paul. Muito engraçado, e feliz Natal. Naquela época, a cabeça de Paul estava girando outra vez, enquan­to a brisa fresca da Perestroika soprava no: continente. Por que não lançar o disco na União Soviética como um gesto de boa vontade? Ele enviou Ogden em missão aos escritórios da Melodiya, a gravadora de discos estatal oficial, com sede em Moscou, e no espírito de paz eles. falaram sobre o lançamento, pela EMI, de quatrocentas mil cópias de um álbum intitulado Choba B CCCP, que, traduzido para o inglês, se chamou Back in the USSR. De modo inevitável, é claro, floresceu um novo mercado internacional de contrabando de discos e de vendas a varejo. O que era vendido por menos de sete dólares nas lojas soviéti­cas podia chegar a 250 dólares nos Estados Unidos, e à cifra astronô­mica de quinhentas libras (quase novecentos dólares) na Inglaterra. Paul não viu um centavo disso tudo, sem dúvida, mas fez sua pirataria, de qualquer maneira. Assim que as cópias piratas chegaram aos críti­cos, haja vista a raridade delas e a espontaneidade com que as sessões originais foram realizadas, provocaram uma mudança radical em suas ideias, o que os discos originais de Paul não tinham conseguido fazer durante mais de uma década.

RINGO STARR - EARLY 1970 - SENSACIONAL!!!✶✶✶✶✶

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"Early 1970" é uma música composta e gravada por Ringo Starr, lançada em abril de 1971 como o lado B de seu single "It Don't Come Easy". A letra foi claramente inspirada pelo fim dos Beatles e documenta o relacionamento de Ringo com seus ex-colegas de banda, John Lennon, Paul McCartney e George Harrison. Os versos comentam, por sua vez, a vida pessoal dos ex-Beatles e a probabilidade de cada um deles vir a tocar com Ringo novamente, senão os três; no verso final, Ringo reconhece suas limitações musicais antes de expressar a esperança de que todos os ex-Beatles tocarão juntos no futuro. Os comentaristas descreveram "Early 1970" como "um rascunho de um tratado de paz" e "uma carta aberta e desarmante" de Ringo Starr aos três ex-companheiros.
Ringo gravou a música com o título de trabalho "When Four Nights Come to Town", em Londres em outubro de 1970, no meio das sessões do álbum John Lennon / Plastic Ono Band de Lennon. A gravação traz contribuições de George Harrison e do baixista alemão Klaus VoormannO efeito do rompimento dos Beatles no baterista Ringo Starr foi "arrasador". Embora o 'anúncio oficial' tenha ocorrido em 10 de abril de 1970, o fim do grupo foi iniciado desde a declaração de John Lennon durante uma reunião em setembro de 1969 de que ele queria um "divórcio" de seus colegas Beatles. Em uma entrevista de fevereiro de 1970 na revista Look, no meio das sessões de seu primeiro álbum solo, Sentimental Journey, Ringo explicou sua desorientação: "Eu continuo olhando em volta e pensando onde eles estão? O que eles estão fazendo? Quando será? eles voltam e falam comigo?". Esses sentimentos "formam a base" da composição "Early 1970".
As quatro estrofes simples da música se referem a cada um dos Beatles. Na primeira, Ringo aborda seu relacionamento tenso com McCartney, cuja recusa em ter seu próprio álbum solo de estreia retido na agenda de lançamentos da Apple Records, para permitir Sentimental Journey e o álbum Let It Be dos Beatles, um confronto entre os dois músicos. O incidente ocorreu na casa de St. John's Wood de McCartney em 31 de março de 1970 e, segundo o biógrafo dos Beatles Peter Doggett, teve um "efeito grave" na amizade de Ringo e McCartney, contribuindo para que este anunciasse sua saída da banda. Em "Early 1970", os versos de Ringo se referem à situação doméstica de McCartney, em sua fazenda na Escócia com a esposa Linda e sua filha recém-nascida Mary. "Vive em uma fazenda, tem muito charme, bip, bip... Ele não tem vacas, mas com certeza tem muitas ovelhas, e esposa nova e uma família... E quando ele vier à cidade, me pergunto se ele vai tocar comigo".
Na segunda estrofe, Ringo se refere às camas de Lennon e Yoko Ono em 1969 pela paz e, na linha "Eles gritaram e choraram, agora estão livres", às suas experiências mais recentes com Arthur Janov no tratamento de terapia do grito primal. As últimas experiências inspiraram os álbuns solo do casal em 1970, John Lennon / Plastic Ono Band e Yoko Ono / Plastic Ono Band, ambos com Ringo Starr na bateria. Ele também cita a palavra "Cookie!" de uma maneira gutural, semelhante ao Cookie Monster da Vila Sésamo. O verso termina com o comentário otimista de Ringo sobre Lennon: "E quando ele chegar à cidade, eu sei que ele vai tocar comigo".
Na estrofe seguinte, Ringo descreve Harrison como "um tocador de guitarra de cabelos compridos e pernas cruzadas" cuja esposa "de pernas longas", ex-modelo Pattie Boyd, está "no jardim colhendo margaridas" para suas refeições vegetarianas. Em contraste com McCartney e Lennon, RingoHarrison como "sempre na cidade tocando comigo". No verso final autobiográfico da música, Ringo se refere a suas próprias falhas musicais. Então conclui a música declarando: "E quando eu for para a cidade, quero ver todos os três".

THE BEATLES - SHE LOVES YOU E I WANT TO HOLD YOUR HAND!!!*********

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sexta-feira, 24 de abril de 2020

RINGO - IMPAGÁVEL EM 'A HARD DAY'S NIGHT'!

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O dia 24 de abril de 1964, foi o dia da gravação da cena em que Ringo imita Sir Walter Raleigh, colocando sua capa sobre uma poça de lama para que uma senhorita não sujasse seus sapatos e a mulher acaba caindo em um buraco. Essa foi a última cena feita para “A Hard Day´s Night”. Como era o último dia de filmagens, os Beatles, toda a equipe e Murray the K, que viera visitá-los, foram ao pub Turk's Head, próximo ao estúdio, onde comeram e beberam em um salão reservado.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

THE BEATLES - YOU CAN'T DO THAT - SENSACIONAL!*****

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A sensacional "You Can't Do That" (Você não pode fazer Isso) foi o lado B do compacto "Can't Buy Me Love", lançado em 16 de março de 1964 (EUA) e 20 de março de 1964 (Reino Unido), que arrasou nas vendas em todo o mundo. Nos EUA, ganhou um disco de ouro logo no dia do lançamento e vendeu 2 milhões de cópias. "You Can't Do That" também é a penúltima faixa do álbum A Hard Day's Night. John Lennon a compôs inspirado por Wilson Picked, cantor negro americano de soul, que fazia muito sucesso no início dos anos 60 e que, no começo dos 70, gravaria Hey Jude.

"You Can't Do That" foi originalmente planejada para ser o Lado A do sexto single dos Beatles no Reino Unido, até Paul McCartney aparecer com Can't Buy Me Love. Naquele ano, 1964, John e Paul já estavam escrevendo juntos com menos frequência, e a qualidade de “Can't Buy Me Love” estimulou Lennon a escrever a maior parte das músicas do álbum A Hard Day's Night.

A maioria das letras autobiográficas de John Lennon mostram o ciúme e a possessividade que ele sentia pelas mulheres da época. “A letra é ameaçadora, cantada por um personagem violento. Ele fala que tem uma coisa para dizer que pode machucar a garota. Se ele a pegar conversando de novo com outro certo rapaz, vai deixá-la estirada no chão. Diz que já avisou que ela não pode fazer isso. É a segunda vez que a flagra conversando com o rapaz, e pergunta se vai ter que dizer mais uma vez. Acha que é um pecado, mas vai deixá-la mal, largada no chão. Ele está preocupado com a opinião da rapaziada: diz que todo mundo está bobo, porque foi ele que ganhou o amor dela. Mas os outros ririam na cara dele, se vissem a garota conversando com o outro rapaz daquele jeito. Por isso ele pede que ela o ouça, se quiser continuar a ser dele ou então vai perder a cabeça". Steve Turner.Resultado de imagem para john lennon gif
"You Can't Do That"  foi lançada pela primeira vez em março de 1964. Mais tarde, reapareceu no lado 2 do álbum A Hard Day's Night no Reino Unido, e nos Estados Unidos no lançamento da Capitol, The Beatles 'Second Album. A música se tornou parte do repertório ao vivo dos Beatles em 1964 e era geralmente a segunda música tocada - depois de 'Twist And Shout' - durante sua turnê australiana em julho e em sua turnê de agosto a setembro nos EUA e Canadá.

"You Can't Do That" foi gravada em 25 de fevereiro de 1964. Os Beatles também começaram 'And I Love Her' e 'I Should Know Known Better' no mesmo dia, embora não tenham terminado durante a sessão. "You Can't Do That" foi concluída em nove tomadas, das quais apenas quatro foram concluídas. Apresentou o primeiro uso proeminente por George Harrison de sua nova guitarra Rickenbacker de 12 cordas, dada a ele enquanto estava em Nova York para o The Ed Sullivan Show. O instrumento deu à música seu som característico de carrilhão, ouvido com mais destaque na introdução e no final.

Uma das principais forças da música está nos vocais de harmonia de McCartney e Harrison. O solo áspero e pronto da guitarra, enquanto isso, foi realizado por Lennon - a primeira ocorrência desse tipo em um lançamento dos Beatles“You Can't Do That” foi produzida por George Martin (claro!) e teve Norman Smith como Engenheiro. John Lennon arrasa nos vocais, toca guitarra rítmica e solo; Paul McCartney faz backing vocals, toca baixo e cowbell; George Harrison também faz backing vocals e toca guitarra rítmica de 12 cordas e Ringo Starr toca sua bateria e bongô. Além do single e do álbum A Hard Day’s Night (1964), “You Can't Do That” aparece também em The Beatles' Second Album (1964), Anthology 1 (1995), On Air - Live at the BBC Volume 2 (2013), Live At The Hollywood Bowl (1976) e Rock “n” Roll Music (1976).