quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

THE BEATLES - ROOFTOP CONCERT 51 ANOS - 2020 - ABSOLUTAMENTE SENSACIONAL!

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Sem dúvida alguma, uma das melhores postagens que O Baú do Edu teve o prazer de apresentar no ano passado, foi a do "ROOFTOP CONCERT" em 30 de janeiro quando esse dia histórico completou 50 anos. Especialmente em homenagem a essa data inesquecível, a gente confere aqui e agora, esse 'pequeno' texto do sensacional livro "Can't Buy Me Love - Os Beatles, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos" de Jonathan Gould - Larousse Editora - 2007. Não deixe de conferir de jeito nenhum e ver o filme inteiro, na superpostagem THE BEATLES - THE ROOFTOP CONCERT - 30/1/1969 - ESPECIAL 50 ANOS. Valeu!
Em 30 de janeiro, sob um céu nublado e melancólico de meio-dia, com o vento forte e a temperatura em torno dos quatro graus, os Beatles subi­ram até a laje da Apple, seis andares acima do térreo da Savile Row, e se posicionaram num palco improvisado de madeira, instalado no dia anterior.
De frente para a rua, da direita para esquerda, estavam George Harrison, vestindo uma jaqueta de pele preta e uma calça verde-limão, empunhando uma Fender Telecaster; John Lennon, envolvido num casaco de pele mosqueado que combinava com seu cabelo e empunhando uma Epiphone em madeira clara; e Paul McCartney, aparentemente imune ao frio de janeiro, vestindo um terno preto à Epstein com seu baixo Hofner a tiracolo, que ain­da tinha o setlist da última apresentação dos Beatles, no Candlestick Park em San Francisco, colado ao corpo. Sentados atrás deles estavam Ringo Starr, resplandecente em uma capa de chuva vermelho-clara que constrastava bruscamente com o bronze dos pratos e a madeira clara da bateria, e Billy Preston, quase invisível, arqueado sobre o piano elétrico. Sentados à esquerda do palco estavam Yoko Ono, Maureen Starkey e alguns funcioná­rios da Apple. O equipamento de som dos Beatles para essa apresentação a céu aberto consistiu em amplificadores pequenos usados para gravações em estúdio, complementados pelo sistema de som que uma banda usaria para tocar em um casamento ou um clube pequeno. Os cabos dos microfones de voz e dos instrumentos desciam pela escadaria do prédio da Apple até o estúdio no porão. A área do palco foi cercada por luzes, câmeras e técnicos de filmagem; também foram colocadas câmeras em um telhado próximo, no saguão do prédio e na rua abaixo. Do ponto de vista em que se encontravam, os Beatles tocavam para um público formado, basicamente, por frontões, águas-furtadas e chaminés. Sem saber e na estação errada, estavam reviven­do uma tradição que datava da era Tudor, quando grupos musicais se apre­sentavam nos telhados das guildas nas noites de verão. Tirando o fato de que estavam lado a lado, e não de frente uns para os outros, a apresentação dos Beatles foi uma extensão da mentalidade de ensaio que prevalecera no Twickenham e na Apple. Começaram com duas versões de “Get Back”, seguidas por três músicas também conduzidas pelas guitarras: “Don’t Let Me Down”, “I’ve Got a Feeling” e “Dig a Pony”. Depois de um ligeiro revival de “The One After 909”, datada dos tempos de skiffle, tocaram versões alternativas de ‘I’ve Got a Feeling” e “Don’t Let Me Down”. Conforme a música reverberava nos prédios próximos e cascateava até a rua, uma multidão se formava nas calçadas, olhando para os céus na tentativa de localizar a fonte do som, e o trânsito parou na Savile Row. Funcionários dos escritórios nos prédios vizinhos se debruçaram sobre as janelas abertas; outros subiram aos telhados para assistir ao show. Como a produção do fil­me esperava, o barulho e a comoção atraíram a polícia, que convocou um camburão de reforços antes de bater na porta do prédio da Apple. Com as câmeras ligadas, os policiais foram recebidos e dirigidos ao telhado, onde emergiram no meio da terceira execução de “Get Back” e confabularam com Mal Evans, o roadie da banda. Lennon e Harrison pararam de tocar assim que viram a polícia; McCartney e Starr continuaram tocando. Logo os ou­tros dois se reuniram a eles e todos juntos terminaram a música. Assim, a “recompensa” pela qual o diretor esperava se transformou em um desajeitado anticlímax, com a polícia londrina dizendo à banda de rock mais famosa do mundo que teria de maneirar. No dia seguinte, os Beatles retornaram ao porão da Apple para uma ses­são filmada, na qual gravaram mais três músicas que não eram próprias para execução ao vivo com a instrumentação padrão do grupo, com guitarras e bateria. Tratava-se de duas baladas centradas no piano de McCartney, “Let It Be” e “The Long and Winding Road” (nas quais John Lennon tocou bai­xo), e “Two of Us”, que ganhou um arranjo com violões. Ao final da sessão, a equipe de filmagem guardou o equipamento e partiu, o equipamento de gravação foi devolvido à EMI e o projeto de filme e álbum dos Beatles Get Back entrou no estado prostrado de limbo que ocuparia pelo resto de 1969.

THE BEATLES ► JOHN LENNON ► STRAWBERRY FIELDS FOREVER *****

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Há 53 anos, no dia 30 de janeiro de 1967, os Beatles filmaram o clip de “Strawberry Fields Forever” no Knole Park em Sevenoaks, Kentno sudeste da Inglaterra. Strawberry Fields Forever e Penny Lane, uma de John Lennon, outra de Paul McCartney, eram o prenúncio de algo extraordinário que estava em gestação: o álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, lançado em 1º de junho daquele ano. Essas dua músicas são reminiscências da infância em Liverpool. Os Beatles fazem a música nova do presente falando do passado. Strawberry Fields Forever, foi composta por John Lennon a partir das lembranças que ele tinha de um orfanato do Exército da Salvação. O registro inicial não indicava que a canção pudesse se transformar num dos pontos altos da discografia do grupo e num marco indiscutível do rock psicodélico. Os diversos registros confirmam que a canção cresceu no estúdio, enquanto era gravada. E, aí, temos que somar a melodia enigmática de John ao arranjo deslumbrante de George Martin.
Viver é fácil, se você fechar os olhos. No outono de 1966, John Lennon foi para a Espanha filmar o papel do soldado Grippweed no filme “How I Won The War”, de Richard Lester, no Brasil – “Como Ganhei a Guerra”. Foi o primeiro Beatle a realizar um trabalho sem os outros.

Entre as cenas na praia de Almeria, ele começou a compor “Strawberry Fields Forever”, uma música concebida para ser um blues arrastado. A canção começou com o que viria a ser o segundo verso da versão gravada. Era uma reflexão sobre a convicção de que desde a infância ele sempre fora, de alguma forma, diferente dos demais, de que via e sentia coisas que os outros não viam ou sentiam. Na versão mais antiga de suas fitas na Espanha, ele começa com: “No one is on my wavelenght”, para depois mudar a frase para “No one i think is in my tree”, aparentemente para disfarçar o que poderia ser visto como arrogância. Ele estava dizendo que acreditava que ninguém conseguia se sintonizar com sua forma de pensar e que, então, devia ser ou um gênio (“high”) ou louco (“low” ?). “Eu pareço ver as coisas de uma maneira diferente das pessoas”.
Foi apenas no take 4 da fita de composição que ele fala dos Strawberry (sem o “forever”) e, no take 5, acrescentou a frase “nothing to get mad about”, que depois foi alterada para “nothing to get hung about”. Ele já estava usando um modo deliberadamente hesitante – “er”, “that is”, “I mean”, “I think” – para reforçar que essa era uma tentativa de articular conceitos que não podem ser colocados em palavras. Ao retornar à Inglaterra, John trabalhou na música em Kenwood, onde o verso final foi incluído. Foi só no estúdio que ele a terminou, acrescentando o verso de abertura.Resultado de imagem para strawberry fields forever - O BAÚ DO EDU
Na versão completa, um lugar é criado para representar um estado da mente. Strawberry Field (John acrescentou depois o “s”) era um orfanato do Exército da Salvação na Beaconsfield Road em Woolton, a cinco minutos de caminhada de sua casa em Menlove Avenue. Era uma enorme construção vitoriana em um terreno arborizado aonde o jovem Lennon ia com sua tia Mimi para os festivais de verão, mas também um lugar onde ele entrava sorrateiramente a noite e nos fins de semana com amigos como Pete Shotton e Ivan Vaughan para fumarem e beberem escondidos. 
Strawberry Field era o playground do jovem John Lennon. Essas visitas ilícitas eram para John como as fugas de Alice pela toca do coelho e através do espelho. Ele sentia estar entrando em outro mundo, um universo que era mais próximo do seu mundo interior, e na vida adulta ele associaria esses momentos de alegria com sua infância perdida e também com uma sensação de psicodelismo, neste caso sem drogas. Na entrevista de 1980 para a Playboy , John declarou que “entrava em alfa” quando criança e via “imagens alucinatórias” de seu rosto quando se olhava no espelho. Ele disse que foi só quando descobriu o trabalho dos surrealistas que percebeu que não era louco, que não era o “único”, e sim membro de “um clube exclusivo que vê o mundo desse jeito”. “Strawberry Fields Forever” foi a primeira gravação do que viria logo em seguida o magnífico SGT. PEPPER’S, a segunda foi Penny Lane.
Estranhamente (ou não), o single “Strawberry Fields Forever” / “Penny Lane” não foi imediatamente para o primeiro lugar, como era costume há vários anos. Segundo Mark Lewisohn, o maior historiador da carreira dos Beatles, George Martin e seus asseclas, tentaram, gravaram e registraram mais de 100 vezes a canção de Lennon, que, em sua última conversa com Martin, disse que nunca ficou satisfeito com o resultado final e que se ressentia com a forma que a gravação final da música foi feita de forma tão apressada.
Strawberry Fields Forever e Penny Lane se completam em suas diferenças. São tão belas que formam um compacto sem lado B. Na época, a canção de Lennon provocou uma certa estranheza em alguns ouvintes, o que não ocorreu com a de McCartney. A passagem do tempo as fez igualmente poderosas. Com todos os significados que encerram, Strawberry Fields Forever e Penny Lane continuam fascinantes!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

DIE BEATLES - DIE BEATLES - THE BEATLES EM ALEMÃO! SIE LIEBT DICH & KOMM GIB MIR DEINE HAND

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No dia 29 de janeiro de 1964, os Beatles e toda sua equipe ainda estavam na França. Logo depois, partiriam para a excursão pela Alemanha. A gravadora Electrola Gesellschaft, a EMI alemã, insistiu que eles não venderiam nada naquele país, a não ser que cantassem em alemão. Os rapazes acharam isso uma grande tolice, assim como George Martin, que só concordou com a proposta para não dar à Electrola nenhum motivo para não se empenhar para vender os compactos da banda. Dessa forma, os Beatles foram convencidos a regravar as músicas, para lançamento como single duplo A para ser lançado em fevereiro de 1964.
A tradução das músicas foi feita a toque de caixa por Camillo Felgen, cantor, letrista e apresentador de televisão e rádio. Ele recebeu um telefonema urgente de Otto Demmlar, um produtor da poderosa EMI na Alemanha, perguntando se ele traduziria “She Loves You” e “I Want To Hold Your Hand” para alemão e viajaria para Paris para ensinar as pronúncias fonéticas aos Beatles. Felgen prontamente aceitou o desafio e partiu imediatamente para a França.

Os Beatles estavam em Paris para uma série de 19 shows no Olympia Theatre na cidade. Só que, as letras traduzidas para alemão ficaram semelhantes, mas bem diferentes das letras originais em inglês. Mas quem se importaria? Ninguém entenderia nada mesmo! Assim, “She Loves You”, virou "Sie Liebt Dich" e “I Want Hold Your Hand” virou "Komm, Gib Mir Deine Hand".

A prática de gravar versões especiais para mercados estrangeiros era uma ocorrência comum na época, mas a sessão de 29 de janeiro foi a única vez que os Beatles fizeram isso. Como bem observado por Ian MacDonald em Revolution In The Head - "As versões em língua estrangeira dos sucessos britânicos caíram em desuso. A promoção resultante do idioma inglês em todo o mundo é uma das conquistas mais substanciais, relevantes e menos documentadas dos Beatles", disse ele.
Então, no dia e horário marcados para a gravação, George Martin compareceu ao estúdio para a sessão, mas os Beatles não. Após uma hora de espera - o que não era incomum -, telefonou para o George V Hotel e Neil Aspinall disse que eles haviam pedido para avisá-lo que não iriam à gravação.

"Estou indo até aí para dizer-lhes exatamente o que acho disso", respondeu o produtor, furioso. Pouco depois, invadiu a sala de estar da suíte dos Beatles e se deparou com uma cena saída diretamente de Alice no País das Maravilhas"John, Paul, George, Ringo, Neil Aspinall e Mal Evans, estavam sentados ao redor de uma grande mesa, e Jane Asher, como Alice, com seus longos cabelos dourados, servia-lhes chá. Logo que entrei, todos eles desapareceram, correndo em todas as direções, escondendo-se atrás dos sofás, das almofadas, do piano... 'Seus desgraçados!', esbravejei, 'pouco me importa se vocês vão ou não gravar o disco, o que, realmente importa é a sua grosseria!". Os Beatles, com o “rabo entre as pernas” - e contra a vontade, foram para o estúdio.
Originalmente, quando os Beatles gravaram “She Loves You” em 1 de julho de 1963, a fita original foi apagada pela EMI. Para a gravação de “Sie Liebt Dich”, o grupo teve que regravar a música novamente do zero. Isso eles fizeram em 13 tomadas, após as quais, dublaram os vocais. A nova letra de Felgen manteve o refrão familiar “Yeah, yeah, yeah” do original. Os vocais levaram várias tomadas para serem concluídos e foram editados juntos para a versão final. “Eles ficaram extremamente satisfeitos em acabar logo com aquilo. Todos nós ficamos. Achei o estúdio muito estranho para trabalhar, o equipamento era estranho a tudo o que estávamos acostumados". Norman Smith – Engenheiro de som. "I Want Hold Your Hand" - "Komm, Gib Mir Deine Hand" – foi gravada no mesmo dia e nas mesmas circunstâncias.

THE BEATLES – LET IT BE – EDIÇÃO 50 ANOS – SERÁ?

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Há 60 anos, o mundo conhecia os Beatles. No aniversário de nascimento da banda, fãs torcem por nova versão do filme ‘Let it Be’, com imagens inéditas. O ano bissexto de 2020 certamente é especial para os fãs dos Beatles. É um ano de sucessivas datas redondas para os quatro fabulosos, o grupo que transcendeu o tempo e inspirou gerações de artistas desde os anos 1960. Nesse 2020, completa-se 60 anos de seu nascimento e 50 anos de seu fim. Há 60 anos a banda nascia (com este nome) para o público: THE BEATLES. Mas, além de celebrar o aniversário da maior referência da música mundial, os Beatlemaníacos estão em polvorosa pela confirmação de lançamento de uma nova versão do filme ‘Let it Be’, com material inédito.
A produção original, de 1970, foi dirigida por Michael Lindsay-Hogg e as imagens não escondem a frustração e a tristeza do grupo pela iminente ruptura – que viria acontecer logo depois. No entanto, há quase 60 horas de material inédito, que agora está sendo compilado e organizado por Peter Jackson (o mesmo de “O Senhor dos Anéis”), com a colaboração de Paul McCartney, Ringo Starr, Yoko Ono e Olivia Harrison.
Segundo Paul e Ringo, a nova versão será bem mais divertida e expressiva. “O novo filme mostrará mais como nós éramos, de fato. Tudo foi muito divertido, e acho que Peter Jackson vai mostrar isso. Não havia realmente a necessidade de que o filme fosse tão sombrio”, afirmou Ringo, referindo-se ao filme de 50 anos atrás. Por falar em datas redondas, 2020 marca também o 80º aniversário de Ringo Starr e John Lennon (9 de outubro), e o 40º de sua morte (8 de dezembro).
Quando se separaram, os Beatles eram os maiores do mundo. Até hoje eles estão no topo, pois são recordistas de discos vendidos mundialmente: mais de 1,5 bilhão de unidades, sendo milhões só nos Estados Unidos. Isso confirma e só aumenta a expectativa pelo impacto da notícia de que imagens inéditas das gravações de Let It Be se transformarão em um novo filme. Vamos torcer!

GEORGE HARRISON AT THE 30º ANNIVERSARY CONCERT CELEBRATION - BOB DYLAN

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Especialmente atendendo ao pedido do amigo Roque 22. Valeu!
Em outubro de 1992, uma enorme festa foi preparada para a comemoração dos 30 anos de carreira do Mr. Tambourine Man. “Bob Dylan – The 30º Anniversary Concert Celebration” foi o álbum duplo gravado ao vivo no Madison Square Garden no dia 16 de outubro de 1992 e contou com a participação de alguns dos maiores nomes da música de todos os tempos: George Harrison, The Band, Mary Chapin Carpenter, Johnny Cash, June Carter, Rosanne Cash, Tracy Chapman, The Clancy Brothers, Eric Clapton, Sheryl Crow, Richie Havens, Levon Helm, Chrissie Hynde, Jim Keltner, Al Kooper, Kris Kristofferson, Roger McGuinn, John Mellencamp, Willie Nelson, The O'Jays, Tom Petty & the Heartbreakers, Lou Reed, Stevie Wonder, George Thorogood, Eddie Vedder, Don Was, Jim Weider, Johnny Winter, Stevie Wonder, Ron Wood e Neil Young, entre tantos outros."The 30º Anniversary Concert Celebration” foi o sexto álbum gravado ao vivo por Bob Dylan e lançado em 24 de agosto de 1993. O megashow foi apelidado carinhosamente por Neil Young de “Bobfest” logo no início de sua apresentação. O discão alcançou a 40ª posição nas paradas dos EUA e ganhou disco de ouro.

Apesar de todos esses famosos e do aniversariante (claro), a grande expectativa era se George Harrison apareceria, pois sua presença ainda não estava confirmada. George apareceu e tocou dois números solo - "If Not For You" (Dylan) e a fantástica "Absolutely Sweet Marie(Dylane participou de outros dois com toda a rapaziada - "Knockin on Heavens Door(Dylan) e "My Back Pages(Dylan). Uma noite inesquecível!

THE BEATLES - THINK FOR YOURSELF - SENSACIONAL!!! ✶✶✶✶✶

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Especialmente para a amiga Aline Dias. Esta postagem foi publicada originalmente em 22 de junho de 2019. Valeu!

“I've got a word or two... to say about the things that you do”. Eu tenho uma ou duas coisinhas para te dizer: Pode até parecer exagero, mas “Think For Yourself” (Pense Por Si Mesmo) para mim, é de longe, não só a melhor música de Rubber Soul, como um dos melhores rocks já criados pelos Beatles. “Do what you want to do... and go where you're going to, think for yourself 'cos I won't be there with you. (Faça o que você quiser fazer e vá onde você quiser ir, pense por si mesmo pois eu não estarei lá com você). Adoro!
"Think For Yourself" é uma música dos Beatles, lançada no álbum Rubber Soul no final de 1965. Uma das primeiras canções filosóficas de George Harrison, é cantada e foi composta por ele como uma espécie de advertência contra ouvir mentiras. A inspiração por trás da música é desconhecida. Em sua autobiografia de 1980, ele afirma não se lembrar de suas origens, embora fizesse uma referência auto-depreciativa a pessoas como faria posteriormente em Taxman e Piggies: “Think For Yourself deve ter sido sobre alguém, mas eu não me lembro quem inspirou, provavelmente o governo”. Esta música, junto com "If I Needed Someone" (sua outra no álbum), marcou o início do real surgimento de George Harrison como compositor ao lado de John Lennon e Paul McCartney.
A letra da música defende o pensamento independente e reflete o movimento dos Beatles em direção a conceitos mais sofisticados em seus textos nessa fase de sua carreira. Enquanto várias canções posteriores de Harrison foram inundadas de sabedoria pseudo-cósmica, "Think For Yourself" é notável por sua acidez natural. Paralelos também podem ser traçados entre a música e “Within You Without You”, que encontrava Harrison mais em paz com as diferenças dos outros.
Ainda sobre a letra, levando-se em consideração o período em que foi escrita, parece ser outra canção — como “Rain", "The Word” e "Nowhere Man” - sobre expansão da mente. Assim como John acusa as pessoas de cegueira, George as acusa de terem olhos fechados e mentes "opacas”, instigando-as a tentar "pensar mais”. A imagem dos olhos fechados é similar à que John usaria mais tarde em "Strawberry Fields Forever”. George revelou a Maureen Cleave em 1966 que havia comprado uma cópia do Roget’s Thesaurus para ajudá-lo nas letras. Foi ao procurar um sinônimo para "thick” (que pode significar “espesso” ou "estúpido”) que ele deparou com a palavra "opaco”.
“Think For Yourself” foi gravada em uma única sessão em 8 de novembro de 1965, sob o título provisório de “Won't Be There With You”. Os Beatles gravaram as guitarras básicas de ritmo, baixo e bateria - em uma única cena. Então adcionaram overdubs nas guitarras, mais baixo (já potencializado através de uma caixa de fuzz), pandeiro, maracas e órgão, juntamente com duas faixas vocais de três partes.
Da gravação participaram: George Harrison – guitarra solo e vocais principais; Paul McCartney – baixo com fuzz e vocais de harmonia; John Lennon – órgão Vox Continental, pandeiro e vocais de harmonia; e Ringo Starr – bateria e maracas. O produtor foi George Martin, tendo Norman Smith como engenheiro. “Think For Yourself” foi lançada no álbum “Rubber Soul” em 3 de dezembro de 1965 no Reino Unido e 6 de dezembro nos Estados Unidos.

A parte dominada pelo riff de McCartney serve ao papel de uma guitarra principal ao longo de toda a faixa. A inclusão do fuzz bass, e sua estratificação ao lado de uma parte de baixo padrão, caracterizou a disposição dos Beatles de experimentar o som no Rubber Soul. Paul usou um baixo Rickenbacker 4001S para fazer overdub no fuzz bass, que efetivamente serve como uma parte de guitarra principal. A gravação de um baixo através de um fuzzbox era inédita na época.

Não deixe de conferir também: TODAS AS MÚSICAS DE RUBBER SOUL JUNTAS! publicada em 4 de dezembro de 2019.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Com os Beatles

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GEORGE HARRISON – SOMETHING – LIVE AT ALBERT HALL 1992

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George Harrison se despediu dos palcos com uma performance emocionante no Royal Albert Hall, em 1992. Diferente dos últimos shows e turnês do músico, o ex-Beatle decidiu surpreender os fãs com uma apresentação solo, que contou com todos os seus principais hits e participações especiais de amigos. O show serviu como um evento beneficente para a Festa das Leis Naturais, um partido fundado com base nos "princípios da meditação transcendental" e defensor da aplicação das leis naturais em todos os níveis do governo. Apesar de Harrison ter proibido qualquer filmagem comercial, uma gravação da performance de "Something" chegou até a internet. Considerada uma das melhores canções de amor de todos os tempos, a música foi um dos maiores sucessos dos Beatles.
A apresentação contou com a participação do ex-parceiro de banda, Ringo Starr, os músicos Joe Walsh, Gary Moore e o filho Dhani Harrison para tocar "While My Guitar Gently Weeps"e "Roll Over Beethoven". Nos anos seguintes, Harrison só fez breves performances em eventos como o aniversário de 30 anos de carreira de Bob Dylan e o funeral de Carl Perkins. Pouco tempo depois, o músico foi diagnosticado com câncer de garganta.

RINGO STARR - IT DON'T COME EASY - SENSACIONAL!

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Durante todo o processo da separação dos Beatles, talvez quem mais tenha sofrido na berlinda pela pressão dos outros, da gravadora e de um empresário safado foi simplesmente o baterista que não brigou com ninguém. E ainda quase levou uns sopapos de um enfurecido Paul McCartney quando – a mando de John George (que não tiveram coragem!) – foi lhe pedir que adiasse o lançamento do seu primeiro álbum em detrimento do “Let It Be”. Apesar dos conflitos internos que passavam entre os “jovens EX-Beatles foi durante essa época que sua amizade com George Harrison mais floresceu e se consolidou. Além de George ser o maior colaborador com Ringo, depois do fim dos Beatles.
A produção de Harrison para “It Don’t Come Easy” foi um presente que Ringo nunca esqueceu e que queria dividir os créditos da canção com o amigo que preferiu ficar de fora, aparecendo apenas como produtor. "It Don’t Come Easy", foi lançada como single pela Apple Records em abril de 1971, atingindo o número quatro tanto nos EUA como no Reino Unido. “It Don’t Come Easy” foi o primeiro single de Ringo no Reino Unido, mas seu segundo nos EUA (o primeiro foi "Beaucoups of Blues"). A gravação teve início na noite de 18 fevereiro de 1970 no estúdio 2 de Abbey Road, durante as sessões do álbum Sentimental Journey. No começo do dia, Ringo regravou os vocais para "Have I Told You Lately That I Love You" "Let the Rest of the World Go By", canções destinadas ao Sentimental Journey. Nesta fase, o que viria a ser "It Don’t Come Easy" era conhecida como "You Gotta Pay Your Dues" – Você tem que pagar suas dívidas. Na primeira sessão de gravação, inicialmente George Martin estava produzindo, com George Harrison tocando violão e dirigindo os outros músicos, que eram: o próprio Ringo, Klaus Voormann (baixo) e Stephen Stills (piano). 20 tomadas foram feitas entre 19h e 12:30h. Ringo, em seguida, acrescentou um vocal principal e George acrescentou duas partes de guitarras elétricas, terminando às 4 da manhã. Outras versões foram gravadas nos dias seguintes e na gravação final participaram além dos já citados, Ron Cattermole no saxofone e trompete e dois membros da banda Badfinger - Pete Ham e Tom Evans.
"It Don’t Come Easy" foi lançada como um compacto simples, com "Early 1970" e estreou na parada da Billboard americana em 1 de maio de 1971 atingindo o número quatro e permaneceu no Top 40 por 11 semanas. Esta música só apareceria em um álbum em 1975 na compilação dos maiores sucessos de Ringo, “Blast from Your Pass”.
Quando Ringo gravou uma nova versão de seu hit de 1972 "Back Off Boogaloo" para o álbum Stop and Smell the Roses, havia uma referência de "It Don’t Come Easy", juntamente com várias músicas dos Beatles, no backing vocal (arranjado e cantado por Harry Nilsson). Em 1987, uma versão cover foi usada em um comercial para a 7-Eleven usando o slogan "Onde as coisas boas vêm fácil"Ringo incluiu a canção no set list para sua turnê americana de 1989, e uma performance desta música abria o álbum de 1990 “Ringo Starr And His All-Starr Band”.
Em 1991, "It Don’t Come Easy" foi adicionada como faixa bônus para a versão em CD do álbum “Ringo”, juntamente com "Down and Out" e "Early 1970""It Don’t Come Easy" ganhou uma versão cover feita pela banda americana The Smithereens em seu álbum de 1991, Blow Up. A música "Don’t Go Where the Road Don’t Go" de seu álbum de 1992 “Time Takes Time” apresenta uma homenagem à música durante a ponte com a linha "Well I said It Don't Come Easy, well I sure know how it feels", algo como "Bem, eu disse que não é fácil, eu sei como é". Na música "Eye to Eye" de seu álbum de 2003 “Ringo Rama” repete-se algo parecido: "Lembra quando eu disse que não seria fácil, parece que foi há muito tempo". E foi mesmo, Ringo. Há quase 50 anos.
No Concerto por Bangladesh, no dia 1º de agosto de 1971, o único número solo realizado por Ringo foi seu sucesso Top 10 "It Don’t Come Easy"  que a gente confere logo abaixo da versão do single.

sábado, 25 de janeiro de 2020

...PELA MILÉSIMA VEZ!

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PAUL McCARTNEY & WINGS - JUNIOR'S FARM ✶✶✶✶✶

Um comentário:

"Junior's Farm" foi composta por Paul McCartney, creditada à Paul e Linda McCartney e gravada com o Wings. A maior parte da base instrumental foi criada no Rude Studio, na Escócia, em junho de 1974. A letra foi composta um mês depois, quando Paul e sua banda passaram o mês na fazenda do músico Curly Putman Jr. em Nashville. Daí o título "Junior's Farm" . Foi a estreia de Jimmy McCullough como guitarrista do Wings. Chegou ao número 4 nos EUA, número 16 nas paradas do Reino Unido, e atingiu um sucesso notável em outros países. A foto para a capa do single mostrava os Wings vestidos em trajes apropriados com a letra da música: Geoff Britton como um banqueiro de poker e Denny Laine como o Eskimó e havia também uma foca! No entanto, a foto só apareceu na capa do single na Espanha e em anúncios em outros lugares. No Reino Unido e nos EUA, o single foi lançado com uma capa da Apple Records. Em alguns outros países da Europa, uma foto em preto e branco foi usada em vez disso.
Este foi o último lançamento de McCartney pela Apple Records antes de assinar um contrato de gravação com a Capitol em maio de 1975. O lado B, "Sally G", também foi um top 20 hit nas paradas dos EUA, chegando ao número 17. "Junior's Farm" foi mais tarde lançada na compilação Wings Greatest em 1978 e na versão americana de All The Best em 1987. A edição de rádio de 3 minutos da música foi incluída na compilação Wingspan: Hits and History. "Sally G" foi lançada em 1993 como uma faixa de bônus em Wings at the Speed of Sound. Ambas as músicas aparecem agora remasterizadas e apresentadas na versão Hear-Music de Venus And Mars lançado em novembro de 2014.